— Não tenho dúvidas do que sente por mim, Chain. Mas fico me perguntando quantas vezes mais terei que passar por cima de suas burradas, lhe dando novas chances...
— Sinto muito, Liah, mas eu sou imperfeito... Ainda estou aprendendo a lidar com isso de amor... Cuidar, se importar com alguém além de mim mesmo. Tenho tentado ver além, respeitar as pessoas... Durante muitos anos eu não pensei em nada além de mim... Talvez pela porra de um passado obscuro, onde as cicatrizes não ficaram só aqui... — Apontei para a coxa. — Eu pouco me importo com as marcas na pele... Mas cresci achando que a vida era uma porra do caralho... E que as pessoas só queriam se aproveitar de mim... E... — Coloquei as mãos na cabeça, tentando me acalmar.
Eu não tinha mais o que dizer. Falar sobre mim mesmo me fazia voltar a um passado que eu não gostava de relembrar.
POV MERLIAHAssim que ouvi o grito enfurecido dele, virei-me na sua direção, ainda sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.— Eu... Me desculpe! Achei que já tivesse partido — falou, sem sair do entremeio entre o corredor e a porta.— Eu não partirei, Chain!Ele não disse nada. Parecia não estar acreditando nas minhas palavras. Sentei na cama e pus a mão no colchão, olhando para o lugar dele:— Poderia... Vir aqui? — Limpei as lágrimas ao olhá-lo.Percebi o peito dele mexendo-se aceleradamente, certamente em função do coração estar batendo mais forte. Se ele soubesse o quanto eu estava nervosa... E tudo que sentia naquele momento.Chain fechou a porta e veio até mim, sentando-se exatamente onde pedi. Nossos olhos se encontraram e por alguns segundos me perdi nas profundezas daquele esverd
- Pré-infartada... – E totalmente monopolizadora, pensei.- Estou me sentindo traída.- E eu chateada por você achar que a minha faculdade é uma “idiotice”.- Eu... Não quis dizer isto.- Vó, eu conversei com Davina. Cuidarei de Diogo até que ela consiga a guarda novamente.- Como assim? Você está com a posse do menino?- Não, vovó, não estou com a “posse” de Diogo. Ele está sob a guarda de Tessália Archambault Chamalet, madrasta de Chain.- Minha querida, ainda há tempo de escapar deste casamento louco que está a entrar... Pela segunda vez.Eu cheguei a imaginar sua cara naquele momento, arqueando as longas sobrancelhas escuras, tentando me convencer de que ficar com ela e mamãe era o melhor.- Eu amo Chain, vó.- Eu... Sei. E ele a ama, não tenho d&uacut
— Eu gostaria de dizer que você ouviu errado, Chain. Mas não, é isso mesmo. Ela vai usar Rambo... E algumas das meninas junto.— Isso é... Surreal.— Sim. Eu... Nem sei o que dizer. Tentei explicar que era uma loucura, mas vovó está com a ideia fixa nisso. Acha que vai ganhar muito dinheiro.— Sobre ganhar dinheiro... Talvez ela tenha razão nesta parte. O mundo dos pornôs ainda é rentável.— Mais que um Bordel, onde você paga pelo sexo de verdade?— Eu não entendo muito sobre estas coisas, Liah. Mas confesso que não entendo como sua mãe e avó conseguiram falir, pelo preço que cobravam.— Creio que o Hotel fosse por onde o dinheiro escapava.— Ainda assim... Quem cuidava do dinheiro?— Mamãe... E antes dela, vovó. Ou seja, não há como uma te
Naquela manhã finalmente terminei meu vestido. E me senti tranquila, já que teria 48 horas para preparar-me para a cerimônia sem me preocupar com roupa e calçado, já que havia comprado um par de botas novas. Ainda tinha que pensar no que faria nos cabelos.Eu não queria ir a algum lugar para fazer maquiagem, unhas e tudo mais. Realmente para mim o que importava era usar a vestido de noiva e estar enfim casando com Chain... De verdade desta vez.Quando chegou às 16 horas, usei meu motorista pela segunda vez, pedindo que me levasse até a Construtora Partenon.— Pode ir embora. Voltarei com Chain — avisei-o.Quando parei na frente da matriz da Partenon, olhei para cima, observando o prédio enorme. E pensar que tempos atrás tentei ir ali para encontrar o homem que queria nos tirar do Hotel Califórnia. E acabei encontrando Chain. Fiquei imaginando se eu tivesse conseguido e
— Meu pai era um sujeito inescrupuloso, sem alma e coração. E também não era burro.— Então você também acha estranho tudo isso?— Um pouco.— Um pouco? — Arqueei a sobrancelha, curiosa com “o pouco” de dúvida que ele tinha.— Logo você vai saber. Então vamos discutir meus pensamentos com relação a isso tudo... Eu, você e Milano.Afastei-me da maquete e o empurrei levemente, antes que me tocasse. Me dirigi até sua mesa e empurrei as duas poltronas, uma para cada lado. Joguei a bolsa sobre uma delas e sentei-me sobre a mesa, abrindo as pernas, mostrando que não usava calcinha por debaixo do vestido.— Esqueci que tinha vindo até aqui para lembrá-lo que está de castigo. — Sorri sarcasticamente.— Não... Você não viria até aq
Mordi o lábio:— Vou ficar com vergonha dele.— Não fique, meu amor! Milano invadiu nossa privacidade. Ele que deve envergonhar-se.Chain foi até a porta e abriu-a. Sentei-me rapidamente numa das poltronas, olhando para o nada.— Pode entrar, Milano — ele disse de forma ríspida.— Eu... Sinto muito por não ter batido antes na porta.O irmão de Chain veio na minha direção e parou ao lado da poltrona:— Como vai, Liah?Sorri, fingindo que ele não tinha me visto completamente nua e de pernas abertas sobre a mesa minutos atrás, ainda reagindo a um orgasmo.— Eu... Vou bem, obrigada. — Levantei e lhe ofereci a mão, mas ele deu-me um beijo no rosto.— E sua mãe?— Minha mãe? — Enruguei a testa, confusa com a pergunta.— Ela... Está bem?
POV CHAIN— Do que você está falando? — perguntei.— Que os lucros da Partenon no ano passado foram simplesmente incríveis. E fazer o mesmo ou próximo do que já se obteve é praticamente impossível.— Precisamos trabalhar para isso, então — falei, convicto. — Você ficar sem a sua parte também está fora de cogitação. Aliás, por que nosso pai faria toda esta porra? Com o intuito de deixar tudo para Tessália? Não seria mais fácil nos tirar, deixar de fora e já lhe dar tudo na primeira leitura do testamento? O que o velho tinha em mente, afinal?Milano suspirou e levantou:— Preciso ir para casa. Realmente estou muito cansado. Vocês vêm?Verifiquei o relógio e passava das cinco horas. Sim, já estava no horário de eu ir para casa. Olhei para Lia, que d
Quando a soltei, afastou-se um passo e disse:— Chain, vamos logo. Sabe que não podemos nos tocar porque ficamos incontroláveis.— Sim, eu sei — admiti. — Mas meu irmão chegou e nos interrompeu numa hora crucial. Estou ansiando por gozar em você.Ela arregalou os olhos escuros:— Você ainda está de castigo!— Isso não é justo. Então me prometa que vamos transar amanhã à noite, depois de conversar com ele.— Despedida de solteiro? — Sorriu.— Hum... Creio que sim. E veja que querido sou, ao fazer isso com minha esposa.— Eu já disse que você é um idiota?— Sim. E eu já disse o quanto você é provocante?— Não. — Ela riu, me puxando pelo braço, levando-me em direção ao prédio de cinco andares,