Hook
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Por: I'm Emili
PRÓLOGO

— O quê você está fazendo? — Abigail perguntou ao seu irmão, com semblante confuso — Você disse que íamos almoçar juntos.

De dentro do carro Abigail olhou em volta para o local deserto sem nenhum sinal de restaurante ou qualquer edifício.

— Quantas vezes você vai ter que quebrar a cara para aprender a não ser tão ingênua, Abbie? É muito fácil manipular você. — ele riu parando o veículo.

— Não entendo. Do que está falando, Adam? — a angústia fez seu coração começar acelerar.

Um pressentimento ruim se apoderou dela.

— Eu trouxe você de volta para o seu dono. — choque percorreu o sistema nervoso da garota.

— Por que faria isso comigo? — lágrimas quentes ameaçaram cair, mas ela tentou ser forte segurando-as — Você quem me ajudou a fugir dele!

— Eu amo você maninha, mas amo mais a mim e ele me ofereceu muito dinheiro por você. Quando te ajudei a escapar ganhei sua confiança, a mesma que usei agora para trazê-la de volta. Espero que um dia me perdoe, mas eu preciso desse dinheiro para apostar.

— Seu viciado em jogos de merda! — a dor da traição que se espalhou em seu peito quase a sufocou.

Ela tentou puxar a trava do carro para abrir a porta, no entanto estava trancada.

— Me deixe sair! Eu não quero que aquele desgraçado ponha as mãos em mim, ele vai me castigar por eu ter conseguido fugir na primeira vez! — Abbie sentiu-se apavorada quando um helicóptero começou a sobrevoar a área.

— Pare de tentar fugir do seu destino. O pai a vendeu para ele e ele não está muito contente por ter que pagar outra quantia para ter de volta o que já lhe pertence. — a frieza na voz do irmão, seu próprio sangue, fez Abigail querer vomitar.

A dor da traição era quase demais para que ela conseguisse segurar as lágrimas por mais tempo. Ela tinha aprendido a mascarar suas expressões faciais com o próprio diabo que a queria de volta. Ele sabia como antingí-la para castigá-la quando sua face demonstrava do que ela gostava, do que tinha medo, o que a deixava triste e feliz. Abbie teve que aprender a não dar a ele essa carta na manga para sempre.

O helicóptero pousou, o coração dela disparou dentro do peito a ponto de doer, seu corpo frágil não foi mais capaz de segurar as lágrimas quando seu pior pesadelo desceu da aeronave.

Ela o viu, sua espinha congelou.

Markus andava com pressa para ela, uma carranca deixando suas feições não agradáveis ainda pior. Ele estava mais magro em seus 1,77 de altura, o homem parou por um segundo antes de chegar perto da porta do carro para atender a um telefonema, uma de suas mãos se ergueu para passar na cabeça careca.

— Por favor, Adam? Não deixe-o me levar. Eu imploro. — lágrimas quentes desligavam pelo rosto delicado da pobre garota.

— Sinto muito. Não tem volta.

— Ele queria abusar de mim! Ele me machucou. Como você pôde ser capaz?! Como? Por quê? — seu corpo se agitou e suas mãos bateram violentamente no corpo do irmão ao seu lado.

Ela tentou com todas as suas forças machucá-lo e fazê-lo sentir um por cento de sua dor, mesmo sabendo que ele nunca a sentiria pois a sua dor era na alma.

— Pare, Abbie! Está feito. Quando chegar o momento você sairá do carro e irá para Markus. — a voz de Adam saiu dura e com raiva.

— Filho da puta egoísta! Você vai me pagar caro por isso seu imbecil. Eu juro. — sua voz saiu esmagada pela tristeza.

Uma batida no vidro do carro chamou sua atenção, Markus estava lá sorrindo com triunfo antes de ódio tomar seu olhar, um calafrio terrível subiu por sua espinha, memórias de tudo que ele tinha feito a ela começaram a acordar vivas em sua mente.

Adam destravou a porta e saiu antes dela, fechando com ela ainda dentro.

— Antes de pegá-la, transfira o restante do pagamento para minha conta imediatamente.

— Eu não irei fazer isso e você vai dá-la a mim agora mesmo. O que já paguei é suficiente considerando que você quem a ajudou fugir de mim, eu deveria matá-lo, no entanto prefiro vê-lo virar um miserável viciado em jogos que vai ser caçado por outros como você depois de você perder tudo que tem. Abra o carro.

Abigail ouviu parte da conversa mas logo seus ouvidos pareciam estar dormentes para qualquer som. Ela estava sendo tratada como mercadoria novamente e doía muito. Primeiro seu pai a vendeu quando tinha dezessete anos e ela foi obrigada a viver cativa com Markus por dois anos, seu irmão Adam por alguma razão lhe ajudou a escapar e agora a devolveu por outra quantia de dinheiro.

Ela se perguntava o que havia feito de errado para merecer tanta desgraça.

No entanto, precisava pensar em um jeito de escapar antes de ser colocada dentro do maldito helicóptero. Talvez Deus estivesse do seu lado dessa vez quando ela olhou para a ignição e Adam havia deixado as chaves lá.

Parecia bom demais para ser verdade mas ela descartou a ideia de uma armadilha desde que todos a subestimavam sempre, tanto por sua força física frágil ou por sua inteligência que nunca teve reconhecimento, visto que ninguém se importava com suas opiniões.

Eles sempre a taxavam como fraca, inútil e burra. Mas agora eles iriam ver que ninguém mais poria as mãos nela contra sua vontade.

Sem tempo a perder, a garota pulou para o banco do motorista e virou as chaves, o motor roncou e Markus juntamente com Adam lançaram para ela um olhar surpreso. Suas faces ficaram pálidas assim que ela deu partida imediatamente, acelerando tanto quanto podia.

Olhando pelo retrovisor, ela viu os dois homens desesperados correndo em direção ao helicóptero quando outra ideia lhe veio a mente. Talvez não os matasse, mas lhes machucaria e os atrasados caso fossem seguí-la, o que era provável que fariam.

Abbie engatou a marcha ré e recuou tão rápido quanto avançou, batendo em dois corpos e em seguida indo para frente tendo certeza que em algum deles ela passara por cima.

— Ninguém nunca mais vai colocar as mãos em mim contra minha vontade! — ela jurou.

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