— O quê você está fazendo? — Abigail perguntou ao seu irmão, com semblante confuso — Você disse que íamos almoçar juntos.
De dentro do carro Abigail olhou em volta para o local deserto sem nenhum sinal de restaurante ou qualquer edifício.
— Quantas vezes você vai ter que quebrar a cara para aprender a não ser tão ingênua, Abbie? É muito fácil manipular você. — ele riu parando o veículo.
— Não entendo. Do que está falando, Adam? — a angústia fez seu coração começar acelerar.
Um pressentimento ruim se apoderou dela.
— Eu trouxe você de volta para o seu dono. — choque percorreu o sistema nervoso da garota.
— Por que faria isso comigo? — lágrimas quentes ameaçaram cair, mas ela tentou ser forte segurando-as — Você quem me ajudou a fugir dele!
— Eu amo você maninha, mas amo mais a mim e ele me ofereceu muito dinheiro por você. Quando te ajudei a escapar ganhei sua confiança, a mesma que usei agora para trazê-la de volta. Espero que um dia me perdoe, mas eu preciso desse dinheiro para apostar.
— Seu viciado em jogos de merda! — a dor da traição que se espalhou em seu peito quase a sufocou.
Ela tentou puxar a trava do carro para abrir a porta, no entanto estava trancada.
— Me deixe sair! Eu não quero que aquele desgraçado ponha as mãos em mim, ele vai me castigar por eu ter conseguido fugir na primeira vez! — Abbie sentiu-se apavorada quando um helicóptero começou a sobrevoar a área.
— Pare de tentar fugir do seu destino. O pai a vendeu para ele e ele não está muito contente por ter que pagar outra quantia para ter de volta o que já lhe pertence. — a frieza na voz do irmão, seu próprio sangue, fez Abigail querer vomitar.
A dor da traição era quase demais para que ela conseguisse segurar as lágrimas por mais tempo. Ela tinha aprendido a mascarar suas expressões faciais com o próprio diabo que a queria de volta. Ele sabia como antingí-la para castigá-la quando sua face demonstrava do que ela gostava, do que tinha medo, o que a deixava triste e feliz. Abbie teve que aprender a não dar a ele essa carta na manga para sempre.
O helicóptero pousou, o coração dela disparou dentro do peito a ponto de doer, seu corpo frágil não foi mais capaz de segurar as lágrimas quando seu pior pesadelo desceu da aeronave.
Ela o viu, sua espinha congelou.
Markus andava com pressa para ela, uma carranca deixando suas feições não agradáveis ainda pior. Ele estava mais magro em seus 1,77 de altura, o homem parou por um segundo antes de chegar perto da porta do carro para atender a um telefonema, uma de suas mãos se ergueu para passar na cabeça careca.
— Por favor, Adam? Não deixe-o me levar. Eu imploro. — lágrimas quentes desligavam pelo rosto delicado da pobre garota.
— Sinto muito. Não tem volta.
— Ele queria abusar de mim! Ele me machucou. Como você pôde ser capaz?! Como? Por quê? — seu corpo se agitou e suas mãos bateram violentamente no corpo do irmão ao seu lado.
Ela tentou com todas as suas forças machucá-lo e fazê-lo sentir um por cento de sua dor, mesmo sabendo que ele nunca a sentiria pois a sua dor era na alma.
— Pare, Abbie! Está feito. Quando chegar o momento você sairá do carro e irá para Markus. — a voz de Adam saiu dura e com raiva.
— Filho da puta egoísta! Você vai me pagar caro por isso seu imbecil. Eu juro. — sua voz saiu esmagada pela tristeza.
Uma batida no vidro do carro chamou sua atenção, Markus estava lá sorrindo com triunfo antes de ódio tomar seu olhar, um calafrio terrível subiu por sua espinha, memórias de tudo que ele tinha feito a ela começaram a acordar vivas em sua mente.
Adam destravou a porta e saiu antes dela, fechando com ela ainda dentro.
— Antes de pegá-la, transfira o restante do pagamento para minha conta imediatamente.
— Eu não irei fazer isso e você vai dá-la a mim agora mesmo. O que já paguei é suficiente considerando que você quem a ajudou fugir de mim, eu deveria matá-lo, no entanto prefiro vê-lo virar um miserável viciado em jogos que vai ser caçado por outros como você depois de você perder tudo que tem. Abra o carro.
Abigail ouviu parte da conversa mas logo seus ouvidos pareciam estar dormentes para qualquer som. Ela estava sendo tratada como mercadoria novamente e doía muito. Primeiro seu pai a vendeu quando tinha dezessete anos e ela foi obrigada a viver cativa com Markus por dois anos, seu irmão Adam por alguma razão lhe ajudou a escapar e agora a devolveu por outra quantia de dinheiro.
Ela se perguntava o que havia feito de errado para merecer tanta desgraça.
No entanto, precisava pensar em um jeito de escapar antes de ser colocada dentro do maldito helicóptero. Talvez Deus estivesse do seu lado dessa vez quando ela olhou para a ignição e Adam havia deixado as chaves lá.
Parecia bom demais para ser verdade mas ela descartou a ideia de uma armadilha desde que todos a subestimavam sempre, tanto por sua força física frágil ou por sua inteligência que nunca teve reconhecimento, visto que ninguém se importava com suas opiniões.
Eles sempre a taxavam como fraca, inútil e burra. Mas agora eles iriam ver que ninguém mais poria as mãos nela contra sua vontade.
Sem tempo a perder, a garota pulou para o banco do motorista e virou as chaves, o motor roncou e Markus juntamente com Adam lançaram para ela um olhar surpreso. Suas faces ficaram pálidas assim que ela deu partida imediatamente, acelerando tanto quanto podia.
Olhando pelo retrovisor, ela viu os dois homens desesperados correndo em direção ao helicóptero quando outra ideia lhe veio a mente. Talvez não os matasse, mas lhes machucaria e os atrasados caso fossem seguí-la, o que era provável que fariam.
Abbie engatou a marcha ré e recuou tão rápido quanto avançou, batendo em dois corpos e em seguida indo para frente tendo certeza que em algum deles ela passara por cima.
— Ninguém nunca mais vai colocar as mãos em mim contra minha vontade! — ela jurou.
Hook abriu os olhos e gemeu de dor, sua cabeça latejou onde estava encostada no meio do mato. Sentiu o cheiro do próprio sangue escorrendo em sua testa e aos poucos foi se lembrando do que aconteceu. Seu pulso também doía por ter forçado a quebra das algemas que o prendiam.Além do seu, ele também sentia o cheiro do sangue dos quatro homens que o prenderam. A imagem dele numa operação e de repente quatro dardos de tranquilizantes atingindo-o em suas costas antes de apagar foram claras o suficiente para ele rugir de raiva.Havia um traidor no meio da força tarefa humana e nem que fosse sua última missão na terra, ele descobriria quem era e acabaria com a vida do maldito.O macho se levantou cambaleando e o fedor de gasolina preencheu suas narinas, olhou adiante e encontrando os corpos dos homens caídos, todos com as gargantas quebradas. Eles até tentaram fazê-l
Eles não são todos simpáticos.Pensou Abbie depois de algum tempo. Talvez fossem suas cicatrizes internas. Ela não poderia imaginar o que eles sofreram e pensando por esse lado ela não o culpava por sua reação. Podia até compreender sua desconfiança.Entretanto, seu outro lado ainda estava com raiva do rude nova espécie. Ela não tinha culpa do que aconteceu com ele e não merecia ser tratada desta forma, ainda mais depois de tê-lo ajudado sem questionar, isso deveria valer para ele saber que ela não era traiçoeira.Ela suspirou profundamente, aquela respiração quase um soluço depois do choro. Sua cabeça latejou por ter chorado e apertou os olhos. Iria ser um longa viagem para ambos.Hook não desviou os olhos da estrada nenhum minuto se quer durante a próxima hora, pensamentos sangrentos povoavam sua mente
Pouco mais de uma hora depois, Abbie estava muito cansada por andar quase correndo que teve que parar e apoiar as mãos nos joelhos para respirar. Hook olhou para trás e franziu o cenho.— Já cansou?— Sim, você não cansa não? — disse ela com a respiração ofegante.— Nenhum pouco. Não tenho tempo para descansar, temos que ir.Abigail se estressou.— Eu não tenho DNA no meu corpo que me permite ser mais resistente a nada, ok? Pode ir andando porque eu quero descansar, minhas pernas estão doendo muito. Só vai quebrando os matos no caminho para marcar onde passou que eu te sigo depois. Agora não dá!Ela desabou de bunda no chão e acabou se jogando deitada para descansar melhor. Hook olhou a cena e se conteve de dar um sorriso, ele podia odiar humanos mas aquela era até engraçada. Ele admitia que n&at
Hook se mexeu um pouco, incomodado que seu pau ainda estivesse duro. Ele decidiu puxar uma rápida conversa com ela, que talvez conversando até o sono vir, seu corpo relaxasse. Fazia muito tempo desde que ele tinha dormido com uma fêmea e com certeza era isso que estava fazendo seu corpo reagir tão forte a Abbie.— Não estou confortável sentado sem nada para apoiar as costas, vou descer e deitar no chão, você pode continuar deitada em mim. — avisou antes de abaixar.— Tudo bem, você pode me abraçar se quiser, não sou tão quente quanto você mas ajuda.Isso não ajudaria em nada a situação do macho.— Não. Estou bem.Um minuto de silêncio se passou. Ele não sabia como iniciar um assunto mas estava inquieto, tão excitado que doía. O cheiro de avelã vindo dela estava piorando tudo.
Um barulho ao longe encheu os ouvidos de Hook fazendo-o abrir os olhos imediatamente. Instintivamente abraçou o pequeno corpo sobre o dele com mais força, ele mal conseguiu dormir mas ela estava num sono profundo.Ele cheirou o ar mas nada além do aroma agradável da fêmea chegou até seu nariz, ele só ouvia o maldito barulho, longe, mas era alguma coisa que começava a preocupá-lo.O dia estava começando a clarear. Ele baixou o rosto para examinar Abbie, suas características eram suaves, totalmente diferente das fêmeas espécies, ela não tinha nenhuma alteração na face e era perfeita.Ele nunca imaginou que poderia achar uma humana tão bonita mas achava aquela. A sentia tão frágil em seus braços e depois do que contou a ele, tudo que queria era protegê-la.Isto o paralisou durante longos segundos enquanto ele avaliav
Em dois minutos Abbie estava de frente para uma cabana de madeira com muitas árvores por detrás. Ela olhou para o lado encontrando outras três cabanas muito perto uma das outras.Algo pareceu estranho, todas pareciam muito velhas e silenciosas. Se aproximou com cautela da mais próxima, a madeira rangendo debaixo de seus pés na medida que pisou na entrada para bater na porta. Três batidas e ninguém apareceu.— Olá! — gritou — Tem alguém aí? Estou perdida e preciso de ajuda. — bateu mais algumas vezes.Quando ninguém apareceu por mais alguns minutos, ela empurrou levemente a porta que não abriu, então ela empurrou mais forte, o ranger da dobradiça fez um arrepio passar pela espinha de Abbie.A garota olhou para dentro da cabana feita de troncos de árvore e não viu nada dentro além de poeira e uma lareira velha cheia de
Abbie notou que havia se passado aproximadamente uma hora desde que Hook saiu. Ainda estava chateada com o rude nova espécie e estava farta do jeito que ele estava a tratando, mas estava começando a se preocupar com a demora dele. Enquanto o esperava voltar, estava olhando as caixas procurando por algo que talvez fosse útil para eles.Encontrou um colchonete com estampa militar amarrado com um fio grosso e nas demais caixas só havia granadas cheias de poeiras e algo que ela reconheceu como armas pequenas desmontadas.Seu coração deu um salto quando de repente ouviu o barulho de um helicóptero. Respirou fundo tentando não entrar em pânico, queria pensando que talvez fosse apenas um helicóptero qualquer passando por lá, mas por precaução decidiu não colocar o rosto para fora.Alguns minutos se passaram e o barulho começou a ficar mais próximo, parecia mui
Hook correu até Abbie, com medo de machucá-la se curvou deslizando cuidadosamente os braços para pegá-la, erguendo-a e ajustando a cabeça dela para descansar em seu peito.Em seguida saiu com passos apressados em direção a outra cabana distante dos três homens mortos e do cheiro imundo deles. Entrou na próxima, se abaixou no chão e começou a examinar o corpo dela com o olhar, uma angustia desesperadora esmagava seu peito.Tentou esconder seu interesse nos montes macios e suaves de carne dentro do sutiã dela e o pequeno montinho contido no material fino cobrindo seu sexo. Ele examinou-a com fascinação, nunca tinha visto uma mulher com um corpo tão delicado e suavemente perfeito.Havia sangue em sua coxa junto com um corte não muito fundo. Ele limpou gentilmente com a própria mão antes de passar a língua em cima do ferimento. Se senti