Eles não são todos simpáticos. Pensou Abbie depois de algum tempo. Talvez fossem suas cicatrizes internas. Ela não poderia imaginar o que eles sofreram e pensando por esse lado ela não o culpava por sua reação. Podia até compreender sua desconfiança.
Entretanto, seu outro lado ainda estava com raiva do rude nova espécie. Ela não tinha culpa do que aconteceu com ele e não merecia ser tratada desta forma, ainda mais depois de tê-lo ajudado sem questionar, isso deveria valer para ele saber que ela não era traiçoeira.
Ela suspirou profundamente, aquela respiração quase um soluço depois do choro. Sua cabeça latejou por ter chorado e apertou os olhos. Iria ser um longa viagem para ambos.
Hook não desviou os olhos da estrada nenhum minuto se quer durante a próxima hora, pensamentos sangrentos povoavam sua mente desde que ele matou aqueles quatro homens. Não que já não tivesse feito antes, mas sempre foi autodefesa e odiava sujar suas mãos de sangue.
Rosnou ao pensar no traidor. Ele só queria um minuto a sós com o maldito e ele iria caçá-lo mesmo que fosse sua última missão de vida. Só tinha cada vez mais certeza de que não podia confiar em humanos e que seu ódio pela raça não era gratuito.
Ele só precisava localizar algum lugar com um telefone ou um rádio comunicador para entrar em contato com Homeland para irem lhe buscar.
Seus olhos foram para a humana ao seu lado com o rosto virado para a janela dela. Ele estava grato que ela estava passando por lá naquele momento e que surpreendentemente não gritou de medo quando o viu e pareceu disposta a ajudar sem questionar mesmo com ele não tendo sido nenhum pouco gentil com ela.
Ela tinha olhos amendoados lindos, ele viu isso quando abriu os olhos e ela estava se aproximando dele com a mão. Ela era uma fêmea bonita e atraente, mesmo que isso lhe custasse muito admitir, embora ele nunca faria isso em voz alta.
O sabor ainda presente em sua língua também fez questão de lembrá-lo do gosto dela quando lambeu o pulso que ele havia machucado. Seu cheiro era tão bom e o gosto também. Odiou que seu suas bolas apertaram dentro da calça e decidiu que mantê-la afastada era o melhor. Estava cansado e seu corpo estava confuso, ele jamais sentiria atração por uma fêmea humana. Os odiava.
— Para onde estamos indo? — ela perguntou depois de um tempo. Sua voz era doce e suave.
Ele não respondeu.
— Eu preciso saber. Eu falei para você que também estou fugindo de alguém e não posso ariscar ser pega ou qualquer outra coisa. Temos que abandonar o carro em algum lugar porque provavelmente tem GPS e vão me encontrar.
Abbie observou ele apertar o botão do GPS ligando-o.
— O que está fazendo? Ativando o sinal?
— Preciso saber onde estou. — ele grunhiu. O aparelho começou a funcionar e ele socou o volante — Porra!
— Está muita longe de onde deveria?
— Mais de dez horas. Você tem um celular? — no calor do momento ele havia até mesmo se esquecido que humanos eram ligados nessas coisas eletrônicas.
— O meu está na assistência técnica desde que o deixei cair.
— Quando tomei o carro, você estava indo para algum lugar específico? Tem chance de recebermos ajuda?
— Eu estava dirigindo sem rumo. Não posso voltar para casa. — um pensamento de repente se agarrou a Abbie que a fez sentir medo — Você não pensa em me deixar para trás quando conseguir ajuda não né?
Ele finalmente olhou para ela.
— Se fosse fazer isso, acha que já não teria jogado você para fora desse carro?
— Fico aliviada. Seria desumano me abandonar no meio do nada.
— Eu já sou desumano, isso não seria problema para mim. Mas mostrarei um mínimo de gratidão levando você comigo por não ter feito uma cena dramática quando peguei o carro , lá eles decidem o que fazer com você.
— E onde seria "lá"?
— Homeland.
Abigail ficou quieta, ainda muito confusa e atordoada. Acabou dando um pequeno grito de susto quando a mão do nova espécie se fechou em punho e quebrou o aparelho de GPS com um soco.
— Oh, merda, que susto! — exclamou.
— Espero que não funcione mais.
Minutos depois, com o silêncio ela acabou caindo num cochilo depois de ter viajado sem destino dentro do carro com Hook por horas. Quando abriu os olhos sentiu seu pescoço doer um pouco e se surpreendeu ao perceber que o carro estava parado em algum acostamento.
Suas mãos não estavam mais amarradas e estava sozinha. Abriu a porta e saiu, olhou em volta e não viu nada a não ser um milharal e um grande pasto sem fim. O céu estava escuro e o clima frio, imediatamente abraçou o próprio corpo tremendo.
Ela imaginou onde poderia estar o nova espécie, o pensamento de que ele alcançara algum lugar e foi embora deixando-a lá fez uma sensação ruim se instalar nela.
Andou até o banco do motorista e tentou ligar o carro que para sua surpresa estava sem gasolina. Ela tinha sido deixada para trás com um carro sem gasolina.
Resolveu voltar para o interior do veículo porque o frio estava começando a congelar seu nariz. Abbie fechou as portas, trancou e abraçou os joelhos enquanto lutava contra as lágrimas, sua garganta doeu e ela não conseguiu mais segurar então chorou, estava com medo e não sabia o que iria fazer.
Hook voltou para onde tinha deixado o carro com a pequena humana dentro. No instante em que se aproximava ouviu soluços e sentiu um fraco cheiro de medo. Dentro dele uma preocupação brotou e sentiu raiva de si mesmo por de alguma forma desconhecida se sentir preocupado com o motivo do choro e medo dela.
Odiava seus instintos, considerava uma falha. Machos espécies eram muito protetores e uma fêmea pequena e indefesa como aquela despertava isso com força total dentro deles e simplesmente não podia controlar porque fazia parte de seu DNA.
O macho tentou abrir a porta do carro mas estava trancada, Abbie imediatamente se assustou, surpresa foi fácil de ler em seus olhos quando viu que era ele quem estava ali e destrancou rapidamente.
— Por que está chorando? — indagou imediatamente.
— Você não me deixou aqui. — sussurrou surpresa — Pensei que tinha me deixado para trás com o carro sem gasolina.
Ele bufou.
— Isso não são motivos, pensei que tivesse acontecido alguma coisa grave.
— Acordei sozinha no meio do nada e fiquei com medo, ok? Não sou durona como você, respeite os sentimentos alheios. — ela fungou.
O peito de Hook apertou por vê-la triste.
— Fui correndo alguns quilômetros dentro desse milharal para tentar achar alguma coisa. Tem umas casas há três horas daqui, isso significa que posso contatar Homeland para dar-lhes minha localização.
— Você não acha arriscado? Não podemos confiar em ninguém hoje em dia. E se essas pessoas forem anti-especies?
— Estou mais do que ciente da capacidade que os humanos tem de trair. Por sorte tenho comigo uma humana com cara de inocente que vai fazer isso para mim.
— E se alguma coisa der errado? Se me pegarem e fizerem algo comigo?
— Eu vou estar ciente dos seus passos, não irei deixar isso acontecer. Qualquer coisa não hesitarei em matar todos.
— Teria coragem de matar pessoas assim a sangue frio? Pode ter crianças lá!
— Se eles teriam de fazer isso comigo, qual o problema de eu ter de me defender? Eu pouparia as crianças. Será autodefesa.
— Concordo com a autodefesa. — suspirou — Pensei que novas espécies fossem amáveis. — ela murmurou num tom quase inaudível.
— Pensou errado. Já conheceu algum pessoalmente ou é iludida pela imagem que nosso líder passa para a televisão?
— A segunda opção. Eu vi Justice e Fury muitas vezes na televisão e o ato heróico dele quando levou mais de um tiro pela Ellie foi lindo. — Abbie piscou quando Hook grunhiu.
— Idiota. Eu não daria minha vida por um maldito humano. — sua expressão se transformou em uma carranca.
— Mas não era qualquer humano, é a mulher que ele ama.
— O amor também é coisa de idiota.
— Nossa, você odeia tudo.
— Muitas coisas, humanos e sentimentos estão inclusos no topo da lista.
— Então você me odeia mesmo sem eu ter te feito nada?
— Você é humana não é?
— Até onde sei, sim.
— Então aí está sua resposta.
— Não me conforta que eu esteja em um lugar deserto com um homem que odeia humanos.
— Não vou machucar você a não ser que tente me atacar, assim como farei com aqueles moradores se tentarem algo. Agora vamos.
Abbie pegou sua bolsa dentro do carro e procurou por mais algum item que talvez pudessem precisar, mas não tinha nada. Na sua bolsa continha sua carteira com documentos, uma garrafinha de 350 ml de água e um kit de higiene básico.
Quando se virou, não viu o homem em nenhum lugar, ela correu para frente tentando encontrá-lo mas o mato ao lado se mexeu e ele apareceu com uma expressão de raiva.
— O que está fazendo? Você vai nos atrasar, anda logo! — rosnou.
— Eu fui pegar minha bolsa! — se explicou e começou a seguí-lo quase correndo para acompanhar seus passos — E pare de rosnar para mim ou terá que utilizar sua autodefesa hein?
— Tenho mais força em um braço do que você tem em seu corpo todo.
— Ah é mesmo? Nem parece que me amarrou dentro do carro com medo de ser atacado por mim. — Abbie se irritou por ele tê-la subestimado como todos sempre faziam com ela.
— Você poderia ter uma arma escondida lá, agora sei que não tem nada.
— Idiota.
Hook sentiu vontade de gargalhar, ela era pequena, não tinha uma arma e não podia com ele mesmo estando brava. Decidiu então apenas ficar em silêncio enquanto andavam.
Pouco mais de uma hora depois, Abbie estava muito cansada por andar quase correndo que teve que parar e apoiar as mãos nos joelhos para respirar. Hook olhou para trás e franziu o cenho.— Já cansou?— Sim, você não cansa não? — disse ela com a respiração ofegante.— Nenhum pouco. Não tenho tempo para descansar, temos que ir.Abigail se estressou.— Eu não tenho DNA no meu corpo que me permite ser mais resistente a nada, ok? Pode ir andando porque eu quero descansar, minhas pernas estão doendo muito. Só vai quebrando os matos no caminho para marcar onde passou que eu te sigo depois. Agora não dá!Ela desabou de bunda no chão e acabou se jogando deitada para descansar melhor. Hook olhou a cena e se conteve de dar um sorriso, ele podia odiar humanos mas aquela era até engraçada. Ele admitia que n&at
Hook se mexeu um pouco, incomodado que seu pau ainda estivesse duro. Ele decidiu puxar uma rápida conversa com ela, que talvez conversando até o sono vir, seu corpo relaxasse. Fazia muito tempo desde que ele tinha dormido com uma fêmea e com certeza era isso que estava fazendo seu corpo reagir tão forte a Abbie.— Não estou confortável sentado sem nada para apoiar as costas, vou descer e deitar no chão, você pode continuar deitada em mim. — avisou antes de abaixar.— Tudo bem, você pode me abraçar se quiser, não sou tão quente quanto você mas ajuda.Isso não ajudaria em nada a situação do macho.— Não. Estou bem.Um minuto de silêncio se passou. Ele não sabia como iniciar um assunto mas estava inquieto, tão excitado que doía. O cheiro de avelã vindo dela estava piorando tudo.
Um barulho ao longe encheu os ouvidos de Hook fazendo-o abrir os olhos imediatamente. Instintivamente abraçou o pequeno corpo sobre o dele com mais força, ele mal conseguiu dormir mas ela estava num sono profundo.Ele cheirou o ar mas nada além do aroma agradável da fêmea chegou até seu nariz, ele só ouvia o maldito barulho, longe, mas era alguma coisa que começava a preocupá-lo.O dia estava começando a clarear. Ele baixou o rosto para examinar Abbie, suas características eram suaves, totalmente diferente das fêmeas espécies, ela não tinha nenhuma alteração na face e era perfeita.Ele nunca imaginou que poderia achar uma humana tão bonita mas achava aquela. A sentia tão frágil em seus braços e depois do que contou a ele, tudo que queria era protegê-la.Isto o paralisou durante longos segundos enquanto ele avaliav
Em dois minutos Abbie estava de frente para uma cabana de madeira com muitas árvores por detrás. Ela olhou para o lado encontrando outras três cabanas muito perto uma das outras.Algo pareceu estranho, todas pareciam muito velhas e silenciosas. Se aproximou com cautela da mais próxima, a madeira rangendo debaixo de seus pés na medida que pisou na entrada para bater na porta. Três batidas e ninguém apareceu.— Olá! — gritou — Tem alguém aí? Estou perdida e preciso de ajuda. — bateu mais algumas vezes.Quando ninguém apareceu por mais alguns minutos, ela empurrou levemente a porta que não abriu, então ela empurrou mais forte, o ranger da dobradiça fez um arrepio passar pela espinha de Abbie.A garota olhou para dentro da cabana feita de troncos de árvore e não viu nada dentro além de poeira e uma lareira velha cheia de
Abbie notou que havia se passado aproximadamente uma hora desde que Hook saiu. Ainda estava chateada com o rude nova espécie e estava farta do jeito que ele estava a tratando, mas estava começando a se preocupar com a demora dele. Enquanto o esperava voltar, estava olhando as caixas procurando por algo que talvez fosse útil para eles.Encontrou um colchonete com estampa militar amarrado com um fio grosso e nas demais caixas só havia granadas cheias de poeiras e algo que ela reconheceu como armas pequenas desmontadas.Seu coração deu um salto quando de repente ouviu o barulho de um helicóptero. Respirou fundo tentando não entrar em pânico, queria pensando que talvez fosse apenas um helicóptero qualquer passando por lá, mas por precaução decidiu não colocar o rosto para fora.Alguns minutos se passaram e o barulho começou a ficar mais próximo, parecia mui
Hook correu até Abbie, com medo de machucá-la se curvou deslizando cuidadosamente os braços para pegá-la, erguendo-a e ajustando a cabeça dela para descansar em seu peito.Em seguida saiu com passos apressados em direção a outra cabana distante dos três homens mortos e do cheiro imundo deles. Entrou na próxima, se abaixou no chão e começou a examinar o corpo dela com o olhar, uma angustia desesperadora esmagava seu peito.Tentou esconder seu interesse nos montes macios e suaves de carne dentro do sutiã dela e o pequeno montinho contido no material fino cobrindo seu sexo. Ele examinou-a com fascinação, nunca tinha visto uma mulher com um corpo tão delicado e suavemente perfeito.Havia sangue em sua coxa junto com um corte não muito fundo. Ele limpou gentilmente com a própria mão antes de passar a língua em cima do ferimento. Se senti
Abigail ainda estava chateada que Hook continuasse pensando nela como a vilã que ela não era, seja lá o que houve com ele no passado foi tão ruim que o quebrou pra toda vida.Pensando por esse lado, ela sentiu compaixão. O mundo estava em dívidas com os novas espécies pelo inferno que alguns os fizeram passar. Ela teve apenas uma pequena amostra de tempo na mão daqueles homens e se Hook não tivesse chegado a tempo, sabe-se lá Deus qual seria seu destino.Mas Abbie se recusava a pagar por um erro que não cometeu. Ela queria mostrar para ele que ainda havia esperança, que nem todos os humanos iriam machucá-lo. Ela sabia que não tinha motivos para isso desde que o macho não estava disposto a deixar ela se aproximar emocionalmente mas seu coração ordenava que fizesse o contrário de manter distância.— Estou com sono, está a
Abbie decidiu se virar novamente e ficar de frente para Hook. Estendeu uma mão e tocou seu peito suavemente no mesmo local que raspou sem querer e ele se arrepiou. O macho quase ronronou, seu pênis pulsou ficando tão duro que quase doeu.Ele odiou que uma humana tivesse tanto poder sobre seu corpo e que com apenas um toque o deixava loucamente excitado.— Por que lhe incomoda tanto que eu toque você e sorria para você hein? — ela perguntou acariciando a pele bronzeada.— Pare. A deixarei dormir no frio caso contrário. — ela notou o ritmo de sua respiração aumentar.— Oh, não, por favor, você é tão quente... — ela implorou brincando.Abbie se aconchegou mais na frente dele, colando a cabeça em cima do coração acelerado e roçando a coxa na frente da calça apertada sentindo seu pau totalmente duro.