Quando escureceu, logo após o jantar Francisco nos chamou para tomar um ar já que a casa estava abadá e aproveitou para mostrar suas habilidades com o violão ao tocar uma música animada que eu não conhecia, Carla começou a bater palmas e eu e Damon os seguimos, era música country, Damon estendeu a mão para Carla. — Não, obrigada — Disse ela, mas sem aceitar o não ele tomou a mão dela a puxando, Carla riu e entrando na brincadeira começou a dançar, o clima animado e descontraído se mesclava a música animada e aos risos, me sentei ao lado de Francisco os dando mais espaço na varanda fazendo dela o seu palco, continuei batendo palma animada. Damon dançava bem e me questionei sobre o que ele não sabia fazer. Quando Carla se afastou, ela me puxou pela mão me fazendo dançar com eles, ergui as mãos. — Eu não sei dançar. — É simples minha filha, os passos são assim — Ela os fez lentamente então os imitei, ela tomou a minha mão e me girou e então rápido, ri extasiada até que b
— Sim, ele deixou de lado toda a parte do testamento de fora, provavelmente para não nos preocupar, mas ele disse que uma das cuidadores de seu avô continuava na casa e que ela era irritante. Sorri. — Ele falava muito de você, sempre reclamando, foi então que percebi que ele gostava de você. Arregalei os olhos sentindo meu coração se agitar. — Gosta de mim? — Sim, você se tornou o assunto preferido dele, pensei por que ele dá tanta importância? Por que tudo o incomoda tanto? Se ele fala demais é porque pensa demais também. E por que ele pensaria demais em alguém que ele não gostava? — Não sei, Damon me odiou por muito tempo. — Minha pequena, amor e ódio andam lado a lado. Pense nisso — Ela tocou em meu ombro e esboçou um sorriso, Francisco apareceu na porta que estava aberta, ela o olhou e então me olhou de novo dizendo — Vou deixar você descansar, boa noite! Fiquei olhando sem saber o que dizer, a vendo sair devagar. — Boa noite Rosalina. — A chame de
Francisco me ajudou com as malas enquanto eu me despedia de Carla, com certeza sentiria falta daquele lugar. Entrei na caminhonete e vi Damon se despedir de Carla que insistia que ele levasse o bolo consigo e às cocadas que ela havia feito. Francisco ligou o som baixo, músicas que eu não conhecia por serem brasileiras e country, era um gênero do qual eu não conhecia muito a respeito. — Tem algumas terras que estão à venda por aqui, mas a maioria não é fertil. Às do lado oeste ele apontou e eu e Damon olhamos — Elas não são muito boas, mas às desse lado são. — Expandir? — É só uma ideia — Disse Francisco. Olhei para Damon. — Não é uma ideia ruim, mas muita coisa tem que ser vista antes. Balancei a cabeça assentindo e olhei para Francisco — Temos que ver com os contadores e a produção, uma nova fazenda, novas safras implica em saber sobre as vendas e produção antes de dar um passo tão grande, então talvez contratar novos vendedores — Falei para Francisco, Da
— Rosa — Gritou Damon, virei a chave para que ele visse e Damon parou em estado de choque, comecei a girar o trator de novo sem saber o que estava a minha frente direito, tentando enxergar quase atropelei dois funcionários que estavam no caminho, então comecei a gritar para que saíssem do caminho. Olhei em volta procurando um ponto de fuga, eu precisava achar um jeito de parar a máquina então comecei a apertar os botões desesperada e o trator acelerou ainda mais sem que eu entendesse o que estava fazendo. — Rosa — Ouvi a voz de Damon gritando em meio a outros funcionários que pareciam querer ajudar, a maioria corria por estar no meio do caminho, mas Damon não. Ele correu em minha direção e pulou agarrando a porta do trator em movimento, ele fez uma careta rápido e me olhou abrindo a porta quase caiu, mas então, se equilibrando conseguiu entrar, abri espaço dando lugar para sentar do meu lado e assumir o controle. Ele segurou rápido o volante e olhou para o buraco da cha
Quando abri os olhos me afastei devagar de Damon para não machucar-lo, notei que já estava de noite então me levantei e desci às escadas, conversei com o médico que pelo visto já estava ciente que eu havia o tirado, pelas câmeras, mas não se importava afinal, havia o liberado. Ele me entregou as roupas de Damon, eu já estava prestes a pegar o elevador quando ouvi alguém me chamar. — Rosalina, aí está você — Estremeci ao ouvir sua voz, pelo susto e me virei para ele — Te procurei a tarde toda e não achei. Queria dizer que sabia pois suas batidas na porta do meu quarto eram insistentes, eu e Damon havíamos acordado e com isso feito silêncio fingindo que não estávamos, pois não queríamos ser pegos juntos. A vontade de rir foi grande, Damon tapou meus lábios e nos contemos. Mas Marcelo realmente era bem insistente e parou de bater apenas cinco minutos depois. Voltamos a dormir após a sua saída. Quando me levantei disse a Damon que ia descer para pegar algo para comermos e l
Damon sorriu e me beijou, olhei para os lados me certificando de que ninguém havia visto, só havíamos nós dois e uma moça uniformizada do qual estava próxima ao banheiro, bem atrás de nós conversando com o piloto. — Você precisa se controlar, não podemos ser vistos. — Eu já me controlei por três dias, com você dormindo do meu lado Rosa. Não acha que tenho um autocontrole bom? Até mesmo discutir com Damon era bom, eu sentia que podia gritar, que podia falar e falar sem parar das coisas que odiava, protestar porque por mais que discutiremos ele estava ali. Eu sempre tinha receio de me expressar, sempre tentando agradar a todos, mas com Damon eu podia ser desagradavel, não tinha medo de que ele se afastasse caso discutiremos, eu falava, argumentava, ia contra ele e ainda assim, ele ficava ali e discutia igualmente. Sorri e ergui o cinto. — Preciso de ajuda — Falei olhando com malicia. Damon me ajudou a fechar o cinto com facilidade e então deslizou seus dedos com delic
Me fechei sobre o quarto e não quis mais sair durante a tarde inteira, escolhendo também jantar no quarto. Ouvi as batidas na porta e só respondi Wallace, mas quando Damon bateu eu me mantive em silêncio e fingia não estar. Damon começou a me enviar mensagens perguntando por que não desci para comer e que ele sabia que eu estava no quarto, pois havia perguntado a Gisele e ela disse que eu não havia saído de casa. Olhei para o meu desenho, era o terceiro. Odiava que Renato tivesse me afetado daquela forma, me sentia frágil, vulnerável, mas às suas palavras fazia sentido para mim, talvez eu só não quisesse às aceitar e tivesse às ignorado por muito tempo, mas a verdade é que Jonathan não me amava mais, ele realmente só me aturava. Será que eu seria amada de verdade um dia? Era difícil acreditar, o futuro parecia nublado para mim e eu não sabia o que pensar, mas sentia o meu coração em pedaços, endurecido, estava com raiva, sentia mágoa de mim mesma e ainda precisava aceitar,
— Por que se sentiu mal? — Renato. Edgar fez uma careta. — Renato é mesmo um porre. O que ele fez dessa vez? Balancei a cabeça. — Melhor deixar para lá. — Você quer que eu dê um soco na cara dele? Vai ser um prazer. — Não! — Falei rápido — Eu ainda não me recuperei da briga de vocês no jantar. — Que jantar? — Edgar franziu o cenho confuso, em nada ele se parecia com os irmãos, mas ao franzi o cenho me lembrou alguns traços de Damon. — O que Renato te jogou contra a mesa a quebrando. — Esse jantar, mas já faz dois meses isso. — Sim, mas aquela mesa era importante para mim. Eu tinha muitas recordações boas naquela mesa com o Sr. Antonio. — Eu sinto muito, não sabia disso. — Deixa para lá — Falei esboçando um sorriso. — Vou pedir doces, você quer? Balancei a cabeça negando e sorri, a conversa se estendeu até o horário do jantar onde descemos para comer, quando nos sentamos a mesa Damon se juntou a nós, achei que o clima ia ficar estranho, mas