Damon sorriu e me beijou, olhei para os lados me certificando de que ninguém havia visto, só havíamos nós dois e uma moça uniformizada do qual estava próxima ao banheiro, bem atrás de nós conversando com o piloto. — Você precisa se controlar, não podemos ser vistos. — Eu já me controlei por três dias, com você dormindo do meu lado Rosa. Não acha que tenho um autocontrole bom? Até mesmo discutir com Damon era bom, eu sentia que podia gritar, que podia falar e falar sem parar das coisas que odiava, protestar porque por mais que discutiremos ele estava ali. Eu sempre tinha receio de me expressar, sempre tentando agradar a todos, mas com Damon eu podia ser desagradavel, não tinha medo de que ele se afastasse caso discutiremos, eu falava, argumentava, ia contra ele e ainda assim, ele ficava ali e discutia igualmente. Sorri e ergui o cinto. — Preciso de ajuda — Falei olhando com malicia. Damon me ajudou a fechar o cinto com facilidade e então deslizou seus dedos com delic
Me fechei sobre o quarto e não quis mais sair durante a tarde inteira, escolhendo também jantar no quarto. Ouvi as batidas na porta e só respondi Wallace, mas quando Damon bateu eu me mantive em silêncio e fingia não estar. Damon começou a me enviar mensagens perguntando por que não desci para comer e que ele sabia que eu estava no quarto, pois havia perguntado a Gisele e ela disse que eu não havia saído de casa. Olhei para o meu desenho, era o terceiro. Odiava que Renato tivesse me afetado daquela forma, me sentia frágil, vulnerável, mas às suas palavras fazia sentido para mim, talvez eu só não quisesse às aceitar e tivesse às ignorado por muito tempo, mas a verdade é que Jonathan não me amava mais, ele realmente só me aturava. Será que eu seria amada de verdade um dia? Era difícil acreditar, o futuro parecia nublado para mim e eu não sabia o que pensar, mas sentia o meu coração em pedaços, endurecido, estava com raiva, sentia mágoa de mim mesma e ainda precisava aceitar,
— Por que se sentiu mal? — Renato. Edgar fez uma careta. — Renato é mesmo um porre. O que ele fez dessa vez? Balancei a cabeça. — Melhor deixar para lá. — Você quer que eu dê um soco na cara dele? Vai ser um prazer. — Não! — Falei rápido — Eu ainda não me recuperei da briga de vocês no jantar. — Que jantar? — Edgar franziu o cenho confuso, em nada ele se parecia com os irmãos, mas ao franzi o cenho me lembrou alguns traços de Damon. — O que Renato te jogou contra a mesa a quebrando. — Esse jantar, mas já faz dois meses isso. — Sim, mas aquela mesa era importante para mim. Eu tinha muitas recordações boas naquela mesa com o Sr. Antonio. — Eu sinto muito, não sabia disso. — Deixa para lá — Falei esboçando um sorriso. — Vou pedir doces, você quer? Balancei a cabeça negando e sorri, a conversa se estendeu até o horário do jantar onde descemos para comer, quando nos sentamos a mesa Damon se juntou a nós, achei que o clima ia ficar estranho, mas
Quando abri os olhos pela manhã estava deitada sobre o peito de Damon, olhei em seu rosto e sorri, ainda estava cansada, a noite tinha sido longa, mas ao olhar as horas percebi que não havia mais como ficar na cama. — Volte a dormir Rosa — Disse Damon erguendo um pouco o braço esquerdo, do qual eu dormi em cima a fim de me impedir de sair da cama, me fazendo deitar de novo — Dormimos o que? Duas horas? — Seis. — Então já são onze horas? — Ele abriu os olhos. — Sim. Damon suspirou e esfregou o rosto, estava apenas com uma faixa de cobertor cobrindo parte do seu abdômen até o início do seu joelho. — Como está se sentindo? — Cansada — Falei — E você? — Com sono. Sorri e Damon cercou de novo os braços ao meu redor. — Já que perdemos a manha de trabalho, podiamos dormir de novo, fazer sexo, comer, dormir de novo, fazer sexo. O que acha? — Me parece muito bom — Olhei em seus olhos, ainda levemente fechados pelo sono — Mas se ninguém me ver até meio dia com
Às palavras de Edgar me deixaram incomodada, ainda assim decidi ignorar e continuei sorrindo. — O dia está bonito — Falei enquanto andava com Edgar, ele parou no corredor em frente a janela e olhou para fora, então franziu o cenho. — O céu está nublado Rosa. Dei de ombros. — Eu nem tinha visto ainda o tempo — Falei sincera. — Você está bem Rosa? — Sim, estou ótima — Falei. — Estava cantando quase agora. — É por que eu acordei de bom humor. — E tem algum motivo para isso? — Estava com saudades da mansão. — Mas achava que você não gostava muito daqui. — Agora eu gosto. Ele balançou a cabeça lentamente e abriu a boca, mas desistiu de falar a fechando. — Qual é a sua comida favorita, Edgar? — Costela suína ao molho de barbecue. — Vou pedir para fazer mais tarde. — Está mesmo de bom humor. — Sim, estou. Continuamos andando em silêncio até chegar às escadas. — Vamos ao shopping amanhã? — Fazer o que? — Compras. — Vamos.
— Wallace. Caminhei em sua direção o vendo parar. — Conseguiu falar com Renato? — Sim, a Sra. — E o que ele disse? — Que está na rua e… algumas palavras que eu não gostaria de pronunciar. — Ele me xingou? Wallace balançou a cabeça, Renato estava se tornando previsível. — Mas ele vai vir e como em mais uma semana, vai ter que me engolir. — Sim, ele não pode faltar. Balancei a cabeça assentindo, havia esquecido de marcar o jantar com os Bonner e acabei deixando de última hora. Peguei a bandeja e chequei a minha aparência. — Está linda, impecável como sempre — A voz de Thomas ecoou no cômodo me chamando atenção — Fico muito honrado de ter me convidado. Apertei sua mão e sorri. — Não é preciso tanta formalidade, é apenas um almoço simples. — Se é um almoço simples por que parece estar nervosa. — Você já viu os irmãos Bonner sentados na mesma mesa? — É tão ruim assim? — Só um pouco, mas acredito que iram se comportar por causa de voçe.
Bocejei e me inclinei um pouco sobre a cadeira. — Tire esses óculos. — Não. — Se está tão cansada assim, por que decidiu vir até aqui Rosa? — Eu tinha marcado com você — Belisquei às batatas de Edgar que me deu um tapa afastando minha mão, o olhei de cara feia e voltei para o meu Cappuccino. — Eu estou cansado de fazer compras — disse Edgar, olhei para as bolsas no chão. Dessa vez a maioria era dele. — Eu queria mas era vir nesse shopping de novo, quando vimos no outro dia percebi que ele era diferente do que eu estou acostumada — Deixei o capuccino na mesa — Ele é um shopping de rico. — Não. — Sim. — Por que? — As coisas são cinco vezes mais caras do que no shopping perto da minha casa, dez desse — Ergui o capuccino — E metade o meu salário já iria ter sido entregue na mão da vendedora. Edgar torceu o rosto. — Você ainda pensa como pobre, sabia? Ainda compara e se importa com as notas gastas. Dei de ombros e terminei meu capuccino. — Vamos —
— Agora? — Ele ergueu as sobrancelhas — Eu te levo. — Não é preciso, vou chamar um uber. — Rosa, os repórteres… — Eu não ligo para eles, não agora — Respondi rápido — Eu preciso sair. — Pelo menos pode me dizer o que é tão importante assim? — Eu também não sei, ela só me pediu que a encontrasse no centro. — E quem é ela? — Damon, eu não quero falar sobre isso — Respondi séria me levantando da cama e me olhando no espelho, ajeitei o meu vestido que estava torto e me aproximei dele — Quando eu voltar eu te ligo! — Tem certeza de que não quer que eu te leve? — Não é preciso, meu uber já chegou — Falei saindo apressada do quarto. Precisava comprar um carro, não dava para continuar pegando carona dos Bonner e agora, dentro do uber, eu me sentia pouco à vontade pois em algum momento eles pareciam me reconhecer e a viagem se tornava desconfortável. Não teria problemas em Damon me levar se fosse outra pessoa, mas Lisa Aquino era uma velha amiga do qual eu não sa