Eu fui vencida pelo cansaço, dormi bem o que me fez despertar logo pela manhã bem cedo. Deixei Jonathan na cama, ele roncava alto ainda fedia a bebida e sabia que não acordaria pela manhã. Conversei com Josie, Kenya e Maria às únicas que pareciam aos poucos estar me tratando como antes, enquanto todos não adiantava o quanto insistisse, ainda era a madame da casa para eles. Tomei o café da manhã com elas e então fui para a varanda, perto do jardim me espreguiçar. A neblina havia ido embora e já não fazia mais frio o que era surpreendente, já que na noite passada parecia que ia chover. Decidi fazer algo que nunca fiz, mas que sempre tive vontade e caminhei em direção ao lago. A paisagem paradisíaca era agradável aos olhos, eu me sentia bem perto da natureza. Olhei em volta e ao constatar que não havia ninguém à vista tirei a blusa e short rápido e em um surto de coragem e adrenalina entrei no lago me lançando sobre a água, mergulhei. A água gelada sobre o meu corpo e
Um espirro me denunciou, Jonathan se aproximou com uma caneca de chá. O gosto era amargo, mas fazia bem para a garganta, tirei minhas mãos do cobertor. — Como foi que você ficou assim? Dei de ombros e tomei um gole do chá. — Rosa, não minta. Damon disse que você estava tomando banho no lago mais cedo. Meu coração disparou, olhei em seus olhos alarmados. — É, o que ele disse? — Disse isso, que tomou banho no lago, mas que não ficou muito — Suspirei aliviada, Jonathan franziu a testa — Você está estranha! — Eu não devia ter feito isso — Falei ignorando suas palavras, tentando mudar de assunto, abaixei a cabeça e olhei para ela me sentindo culpada pela forma que me sentia atraída por Damon, não queria admitir, mas depois de quase beijá-lo de novo não podia mais negar para mim mesma — Eu agi de forma imprudente, mas sempre tive vontade de nadar naquele lago e nunca pude. Esperar que fizesse mais sol seria esperar meses. — Que sol Rosa? Desde cedo está fazendo frio
Damon estava me ignorando. Não importava o que eu falasse com ele, por mais sério que fosse, por mais urgente ele continuava fingindo que eu não estava no mesmo ambiente e que não ouvia minha voz. Passei a enviar recados quando necessário por Wallace, infelizmente era impossível não falar com ele, afinal, moramos na mesma casa. Talvez eu tivesse pegado pesado demais nas palavras, mas todas as vezes em que pensava em me retratar e pedir desculpas, lembrava do nossoquase beijo em frente a mesa quebrada da sala e do nosso quase beijo no lago. Não gostava da forma que tudo havia acontecido, mas talvez as coisas fossem melhor assim. Eu estava bem com Jonathan, dormimos tarde fazendo sexo, passeavamos, estavamos mais juntos, aos poucos nos aproximando como era no passado e ele parecia dedicado, ainda assim sumia as vezes, mas eu entendia que ele estava fazendo novas amizades. Brad havia o apresentado a seus colegas e amigos e Jonathan estava passando muito tempo com eles,
Respirar o ar frio da noite gelada não era bom para mim que havia acabado de me recuperar de uma gripe, mas mesmo assim, aquele pedaço Grande e aberto para o céu poderia não ser sempre confortável, mas era o melhor lugar da casa para mim. Cruzei os braços me encolhendo pelo frio e então ouvi passos, me virei para ver quem era, esperava ver Jonathan, acreditava que ele ia me seguir, mas era Damon quem estava parado na minha frente. Seus olhos azuis pareciam brilhar na noite, seu rosto carregava uma expressão indecifrável e seus cabelos estavam bagunçados pelo vento. Meus olhos buscaram os seus em uma tentativa fútil de entender o que sentia, mas quando ele me olhou fiquei ainda mais confusa. Seus olhos pareciam carregados de sentimentos, sua expressão séria e focada em mim, sua boca entre abriu e esperei que ele dissesse algo que quebrasse esse clima ruim e fizesse o frio sumir, mas Damon não conseguiu. Dando um passo para trás ele fechou a boca e com a expressão sér
— E então, como estou? — Perguntei a Keyla que abriu um sorriso largo. — Você ficou... incrível! — Não é para tanto — Falei cruzando os braços. — É sim, estou acostumada a te ver com roupas simples e despojadas, mas para ser sincera. Esse visual combina muito mais com voçe, voçe ficou muito diferente Rosa, mais madura, elegante, mas bonita ainda. É um choque de contraste. — Eu andava tão mal assim? — Não quis disse isso — Falou ela de forma doce — Você é bonita, qualquer um pode ver isso, mas a mulher tem que usar todas as armas que que tem! E essa seria a sua melhor arma, seu maior triunfo. — Um vestido justo e decotado? — Isso e brincos caros — Disse ela erguendo brincos escandalosos para mim. — Eu não posso usar isso... — Não se preocupe, não são esmeradas de verdade. São imitações boas. Sorri achando graça e os peguei. — Sentiu, como são leves? — Sim — Os botei em frente ao espelho, realmente os brincos pareciam perfeitos e combinavam com
Assim que me aproximei de Edgar e Renato, fui recebida com um sorriso grande do qual nunca o vi dar antes. Ele se aproximou dando o que parecia um pequeno e respeitoso abraço. — Essa é a mulher que dedicou muito do seu tempo para cuidar do meu querido avô — Disse Renato fazendo o meu sorriso se tornar pesado. Olhei para Edgar que olhou para frente me ignorando, pelo menos ele não era tão cínico quanto Renato que parecia morrer de amores por mim na frente dos outros. — É um prazer conhecê-la — Disse o homem à minha frente estendo a mão que apertei e sorri — Eu fazia negócios com o Sr. Antonio quando ele ainda estava vivo, acredito que poderemos conversar e entrar em parceria futuramente. Abri um sorriso, mas suas palavras me pareceram estranhas e então meu sorriso se desmanchou, era como se algo estalou em minha mente, um sino, um alarme, um sinal de fumaça e tudo se encaixou. A forma como Renato havia voltado no dia seguinte e como estava trabalhando comigo, ele era o
Joguei os sapatos pesados em um dos cantos e tirei os brincos falsos de Keyla os guardo com cuidado em cima da penteadeira, o cômodo antigo já havia dado cupim uma vez e o espelho estava um pouco sujo. Meus pés doíam, mas não mais do que o meu coração. Me arrastei pelos cômodos, tudo continuava da mesma forma quando saímos, aquele pequeno espaço não era dos melhores, mas era nosso. Mas será que eu era a mesma? Agora tudo parecia estranho, como se fosse um sonho distante, a minha realidade havia sido distorcida pelos Bonner? Eu estava acostumado ao luxo? Passava mais tempo na mansão, cuidando de António do que em minha própria casa, voltando somente duas vezes por semana, quando a outra cuidado me substituía para que eu tivesse a minha folga, mas sempre que eu chegava em casa me sentia bem. Agora tudo parecia distante. Não era o lugar, tudo estava conforme quando saímos da última vez, era eu. Não sentia que estava bem na mansão e nem mesmo sentia que me enquadra mais
— Bom dia — Apareci na porta e olhei para Jonathan que parecia ter levado um susto, ele mexia no telefone com uma mão enquanto a outra estava segurando uma colher de pau, me aproximei dele que guardou o telefone no bolso e sorriu quando o abracei por trás. — Eram para ficar bonitos? — Era… — Ele riu — Mas se ficar gostoso já está bom. Balancei a cabeça assentindo e contornei a mesa de madeira antiga, o espaço da cozinha era minúsculo, mesmo assim eu gostava de mesas então, na época, convenci Jonathan a comprar uma. Peguei o café surpresa por Jonathan já ter feito “Ele levantou bem cedo” pensei e então enchi minha xícara. — Quer que eu bote para você? — Sim, por favor. Enchi sua xícara também, eu sabia a dosagem certa de açúcar que ele gostava. Duas colheres, nem a mais e nem a menos, eram os pequenos detalhes que me faziam lembrar que havíamos caminhado uma longa estrada, eu não podia desistir disso de uma hora para outra. Logo íamos nos casar, só esper