Respirar o ar frio da noite gelada não era bom para mim que havia acabado de me recuperar de uma gripe, mas mesmo assim, aquele pedaço Grande e aberto para o céu poderia não ser sempre confortável, mas era o melhor lugar da casa para mim. Cruzei os braços me encolhendo pelo frio e então ouvi passos, me virei para ver quem era, esperava ver Jonathan, acreditava que ele ia me seguir, mas era Damon quem estava parado na minha frente. Seus olhos azuis pareciam brilhar na noite, seu rosto carregava uma expressão indecifrável e seus cabelos estavam bagunçados pelo vento. Meus olhos buscaram os seus em uma tentativa fútil de entender o que sentia, mas quando ele me olhou fiquei ainda mais confusa. Seus olhos pareciam carregados de sentimentos, sua expressão séria e focada em mim, sua boca entre abriu e esperei que ele dissesse algo que quebrasse esse clima ruim e fizesse o frio sumir, mas Damon não conseguiu. Dando um passo para trás ele fechou a boca e com a expressão sér
— E então, como estou? — Perguntei a Keyla que abriu um sorriso largo. — Você ficou... incrível! — Não é para tanto — Falei cruzando os braços. — É sim, estou acostumada a te ver com roupas simples e despojadas, mas para ser sincera. Esse visual combina muito mais com voçe, voçe ficou muito diferente Rosa, mais madura, elegante, mas bonita ainda. É um choque de contraste. — Eu andava tão mal assim? — Não quis disse isso — Falou ela de forma doce — Você é bonita, qualquer um pode ver isso, mas a mulher tem que usar todas as armas que que tem! E essa seria a sua melhor arma, seu maior triunfo. — Um vestido justo e decotado? — Isso e brincos caros — Disse ela erguendo brincos escandalosos para mim. — Eu não posso usar isso... — Não se preocupe, não são esmeradas de verdade. São imitações boas. Sorri achando graça e os peguei. — Sentiu, como são leves? — Sim — Os botei em frente ao espelho, realmente os brincos pareciam perfeitos e combinavam com
Assim que me aproximei de Edgar e Renato, fui recebida com um sorriso grande do qual nunca o vi dar antes. Ele se aproximou dando o que parecia um pequeno e respeitoso abraço. — Essa é a mulher que dedicou muito do seu tempo para cuidar do meu querido avô — Disse Renato fazendo o meu sorriso se tornar pesado. Olhei para Edgar que olhou para frente me ignorando, pelo menos ele não era tão cínico quanto Renato que parecia morrer de amores por mim na frente dos outros. — É um prazer conhecê-la — Disse o homem à minha frente estendo a mão que apertei e sorri — Eu fazia negócios com o Sr. Antonio quando ele ainda estava vivo, acredito que poderemos conversar e entrar em parceria futuramente. Abri um sorriso, mas suas palavras me pareceram estranhas e então meu sorriso se desmanchou, era como se algo estalou em minha mente, um sino, um alarme, um sinal de fumaça e tudo se encaixou. A forma como Renato havia voltado no dia seguinte e como estava trabalhando comigo, ele era o
Joguei os sapatos pesados em um dos cantos e tirei os brincos falsos de Keyla os guardo com cuidado em cima da penteadeira, o cômodo antigo já havia dado cupim uma vez e o espelho estava um pouco sujo. Meus pés doíam, mas não mais do que o meu coração. Me arrastei pelos cômodos, tudo continuava da mesma forma quando saímos, aquele pequeno espaço não era dos melhores, mas era nosso. Mas será que eu era a mesma? Agora tudo parecia estranho, como se fosse um sonho distante, a minha realidade havia sido distorcida pelos Bonner? Eu estava acostumado ao luxo? Passava mais tempo na mansão, cuidando de António do que em minha própria casa, voltando somente duas vezes por semana, quando a outra cuidado me substituía para que eu tivesse a minha folga, mas sempre que eu chegava em casa me sentia bem. Agora tudo parecia distante. Não era o lugar, tudo estava conforme quando saímos da última vez, era eu. Não sentia que estava bem na mansão e nem mesmo sentia que me enquadra mais
— Bom dia — Apareci na porta e olhei para Jonathan que parecia ter levado um susto, ele mexia no telefone com uma mão enquanto a outra estava segurando uma colher de pau, me aproximei dele que guardou o telefone no bolso e sorriu quando o abracei por trás. — Eram para ficar bonitos? — Era… — Ele riu — Mas se ficar gostoso já está bom. Balancei a cabeça assentindo e contornei a mesa de madeira antiga, o espaço da cozinha era minúsculo, mesmo assim eu gostava de mesas então, na época, convenci Jonathan a comprar uma. Peguei o café surpresa por Jonathan já ter feito “Ele levantou bem cedo” pensei e então enchi minha xícara. — Quer que eu bote para você? — Sim, por favor. Enchi sua xícara também, eu sabia a dosagem certa de açúcar que ele gostava. Duas colheres, nem a mais e nem a menos, eram os pequenos detalhes que me faziam lembrar que havíamos caminhado uma longa estrada, eu não podia desistir disso de uma hora para outra. Logo íamos nos casar, só esper
Abri o guarda-roupa e dando uma olhada rápida, peguei apenas o necessário, me virei para Jonathan, o clima entre nós não era dos mais agradáveis. — Rosa, vamos conversar… — Eu não quero conversar Jonathan, eu sei o que você pensa. Eu só quero um pouco de paz! — Mas… Joguei as roupas de cama no seu peito. — Vai dormir na sala hoje. Ele me encarou com olhos sérios, era a primeira vez que eu o pedia tal coisa. Esperava que ele fizesse barulho pelo meu pedido, mas ao invés disso ele assentiu e se virou para a sala, fechei a porta do quarto me trancando e me deitei ainda com raiva. Ultimamente eu estava constantemente com raiva, notei. Surpreendentemente eu não demorei para dormir, assim que deitei senti meu corpo pesar sobre a cama e relaxei os músculos, mas antes, meus pensamentos me levaram a Damon. Era como se as memórias viessem com força, a forma como tudo havia acontecido, desde o primeiro momento em que eu o vi era inegável. Damon me tirava do
Lorenzo estava no escuro, o porque eu não sabia, mas a primeira coisa que fiz foi acender a luz. Ele parecia pálido, em choque ainda pelo susto. — O Sr. Lorenzo, como conseguiu entrar na minha casa? — Perguntei abismada — Tenho certeza de que fechei a porta. — Boa noite Sr. Rosalina, isso é de relevância. — Para mim tem total relevância, eu gostaria muito de entender como o Sr conseguiu acesso a essas paredes. Ele olhou em volta. — Você guarda a sua chave reserva perto do cacto, na varanda. Muito acessível a ladrões. — Como você sabe? — Porque tapete e planta é onde costumam guardar, por isso mesmo volto a repetir. É muito fácil de ladrão achar. Balancei a cabeça incrédula, eu com certeza não esconderia a chave lá novamente. — Me desculpe o inconveniente, aparecer de noite na casa dos outros sem ser convidado com certeza é um importuno. Principalmente quando você invade a casa da pessoa. Mas não foi por mal que fiz isso, eu precisava falar com a Sra
Um, dois, três… Não adiantava contar, nada me acalmava então paguei o táxi usando o cartão e sai do carro, sem mala alguma da mesma forma que saí, voltei. Sem aviso, sem bagagem, somente quando deu na telha e quando sentia a necessidade, agora estava de frente para os portões que foram abertos de prontidão para mim e Jonathan sem que eu precisasse pedir ao porteiro. Eu era mesmo a dona daquela mansão? Quando lembrava da dor de cabeça que teria ao fazer a contabilidade ao lado de Gisele já me sentia cansada, ouvir tudo o que estava sendo feito, tudo o que precisava agir, a forma como a casa se movimentava, como ela funcionava, havia coisas que eu já sabia como os horários que eram servido às refeições e o cardápio da semana. Às terças e quintas António comia frutos do mar, às segundas e sextas comia massas e às quartas, por algum motivo, ele comia sempre alguma coisa extremamente gordurosa sendo sempre algo diferente a aleatorio que ele pedia, dependia do seu dia de criatividad