Me virei e fiquei imovel, olhei para os lados e dei um sorriso tímido, sem graça, sem saber ao certo como reagir. — Eu não vi nada. — Não importa — Disse ele dando de ombros — Eu até gosto de plateia! — Mas eu não vi nada! — Repetir ainda sem graça. — Quer ver? — Como? — Perguntei se você quer me ver tocar. Pensei por um momento e então balancei a cabeça assentindo, Damon abriu mais a porta me convidando para entrar, então o fiz. O cômodo era simples, minimalista, paredes em tons de pastel com detalhes e bordas brancas, um carpete embutido em toda a extensão do cômodo e janelas amplas e abertas, trazendo tanta claridade ao quarto que nem mesmo era preciso acender a luz. Três ventiladores de teto grandes que giravam lentamente, era um dia fresco nem mesmo seria preciso deles, mesmo assim estavam ligados. — Tire os sapatos. — Como? — Tire! — Repetiu ele e tirei os sapatos, o carpete era gostoso sobre os pés, a pelagem tão macia parecia massagear meus
Olhei para seu rosto procurando alguma coisa que me dissesse o que havia acontecido, já que Damon parecia não estar disposta a continuar a falar, perguntei: — Como assim terminaram, o que aconteceu? — Não estava dando certo. — Por que não? — Por que não, só isso. — Isso é muito vago. Ele assentiu. — Keyla não estava comigo porque gostava de mim, estava comigo por causa do dinheiro. Franzi a testa. — Como sabe disso? — Eu já suspeitava, por mais apaixonada que a pessoa pareça, quando envolve dinheiro é difícil saber se ela te ama de verdade ou não, se ela está com você porque gosta ou por que tem dinheiro. — Mas você também é bonito — Deixei escapar e me arrependi, Damon sorriu. — Obrigada. — Eu não quis dizer isso. — Então quis dizer o que? Ele me olhava atento esperando que eu terminasse, mas fiquei quieta me dando por vencido. — De qualquer forma, por mais que eu seja bonito. O dinheiro cega às pessoas, ela via uma pilha de dinhei
— Onde estava? Sorri para Jonathan e tentei não bambear. — Eu estava na casa, como assim onde estava? — Franzi a testa e o olhei com incredulidade. — Mas você sumiu a manhã toda. — Eu tinha muitas coisas a resolver com Gisele — Mente e sorri, não me sentia culpada pela mentira, talvez fosse o álcool. Passei por Jonathan e fui em direção ao banheiro para tomar um banho. — Está cheirando a álcool. — Só você pode? — Perguntei o provocando e Jonathan me olhou com olhos sérios, mas ficou quieto. Me virei de novo e voltei a caminhar em direção ao banheiro. Comecei a encher a banheira com água quente e peguei alguns sais os jogando, queria espuma, muita espuma e relaxar. Só pretendia ver os Bonner a noite, sabia que Renato não estava em casa, ao receber uma ligação de Lorenzo ele viria correndo para o jantar. Me despi e entrei na banheira com cuidado, então relaxei sobre ela um pouco, meus pensamentos me levaram até Damon. Haviam passado a manhã inteira naquel
— Poderia me passar ás batatas, Edgar? — Perguntei de forma educada. Edgar me olhava com um semblante engraçado, talvez estivesse achando graça de mim, mas parecia empolgado enquanto carregava um sorriso entreaberto nos lábios. Ele ergueu rápido as batatas me entregando. — Aqui está, Sra. É, Edgar estava achando engraçado a situação e com isso se entretendo. — Obrigada, Sr. Edgar — Falei com ênfase devolvendo, ele parecia achar ainda mais divertido o que me deixou furiosa. Damon alternou o olhar entre nós e sorriu, por que ele sorriu? Estava debochando de mim também? Digitei algumas palavras no telefone perguntando o por que ele estava rindo e Damon pegou o telefone e respondendo na mesma hora, ele disse “Acho que Edgar simpatizou com você" pisquei algumas vezes e olhei para Edgar que enfiava um pedaço de ganso em sua boca, ainda não havia mudado o cabelo vermelho. Edgar ainda era um mistério para mim, do qual eu não tinha curiosidade afinal, ele se mantinha d
Depois do jantar, segui pelos corredores em direção ao meu quarto, não pretendia fazer mais nada o dia havia sido longo então eu queria dormir, mas ao ver a expressão de Jonathan sabia que ele não me deixaria. Suspirei e continuei os passos firmes enquanto ele vinha atrás de mim. — Rosa, o que deu em você hoje? — Perguntou ele me analisando — Que plano doido foi esse de provocar Renato? — Agora não tem importância, já está feito! — Por favor, me diga que você não pretende continuar com isso? Parei no corredor e olhei nos olhos de Jonathan. — Não só pretendo como vou Jonathan, sabe por que? Por que não importa o que eu faça, ele sempre irá pegar no meu pé. Mas eu não quero mais ficar por baixo, não quero ser saco de pancada de nenhum deles! — Então você se juntou a Damon? Você sabe que ele não gosta de você. — Deixamos as implicâncias de lado visto que um precisa do outro, ele da minha aprovação e eu da sua experiência e ensinamento sobre administração das e
Senti seus dedos sobre o meu cabelo, relutantes, mas então suas mãos se firmaram mais descendo sobre toda a extensão, fechei os olhos envolvida pela sensação gostosa de seu toque, não sabia como ele havia feito isso, mas Damon havia me acalmado em questão de segundos. Minha respiração foi voltando ao normal, pude sentir que os músculos dele também haviam relaxado, Damon me soltou e começou a se afastar, mas continuei o segurando forte. — Ainda não, espere um pouco — Falei em uma tentativa de o manter ainda em meus braços, deitei minha cabeça sobre o seu ombro me sentindo sonolenta com a sensação de seus dedos acariciando meu cabelo, o carinho era bom. — Você não acha isso estranho? — Não — Respondi em um tom de voz baixo — Isso é muito estranho, mas é bom! Damon soltou um riso baixo, estava certa que queria ficar ali o dia inteiro, em seus braços quentes. — Você está bem, Rosa? — Estou sim. — O que aconteceu? Abri os olhos lembrando da minha recente discussão co
— Achou que eu não ia vir? O sorriso de Damon era cativante, olhei em seus olhos tomada pelos seus olhos azuis claros refletido a luz fraca que atravessava a janela. — Eu não pensei em você — Falei o provocando, mentindo. — Não deu falta de mim? Balancei a cabeça negando. — Então acho que vou embora agora… — Não — Falei rápido me levantando, ele se virou e me olhou de cima a baixo. Ajeitou uma mecha de cabelo que despendeu do coque e me sentei de novo, com um sorriso sem graça — Eu preciso de você, mas você também precisa de mim. — Eu nunca neguei isso — O tom de voz de Damon me chamou atenção, olhei em seus olhos e de novo, um silêncio pairou entre nós enquanto um calor subia pelo meu corpo. Como ele fazia isso? — Vamos trabalhar então? — Claro — Ele olhou para a mesa — É uma pilha grande, né? — Não tem ninguém para dar conta. — Sim eu sei, mas… vamos fazer devagar? O encarei sério enquanto ele se aproximava puxando a cadeira para a pôr do me
Depois de um tempo subi para o terraço, era tarde demais para estar do lado de fora, mas ainda assim, cedo demais para voltar para a cama. O dia havia passado de forma tranquila, mas eu estava pensativa, imersa em pensamentos que eu não entendia, estava ansiosa, mas não sabia o por que. Temia que eu e Jonathan não mudássemos, eu ainda me sentia entalada, mesmo após discutir e gritar com ele, quando sentamos para conversar parecia que eu havia apenas pedido que ele não fosse embora, não estava expondo meus problemas, o que me incomodava, estava apenas com medo que ele fosse embora, mas ainda não me sentia bem e sabia que ele havia sentido isso durante o dia. Pelo menos tínhamos um ao outro. Olhei para o jardim e tomei mais um gole do chá, o casaco de croche era a peça mais confortável que eu havia vestido em dias, os sapatos eram baixos a maioria das vezes, então não eram desconfortáveis, mais o vestido justo elegante de mais cedo não me deixavam à vontade como eu queria.