— Não! — O olhei séria, incrédula de suas palavras — De onde tirou isso? — Eu te falei um dos meus lugares favoritos no mundo e você diz que vai com o meu irmão, eu não consigo acreditar nisso! — Então tá Damon, venha comigo. Ele balançou a cabeça negando. — Não, se eu quiser eu vou sozinho. — Isso tudo é birra? — Não, eu só não sou segundo, Rosa. — Damon, vamos eu, você e Edgar, tudo bem? — Agora você quer que eu e meu irmão vamos a uma viagem juntos como uma família feliz? — Questionou ele, quando eu achava que ia melhorar a situação parecia piorar e eu já não sabia o que dizer para aliviar. — Eu esqueci que vocês gostam de se ignorar diariamente. Acho que Edgar aceitaria ir comigo, mas você, acho que você não ia gostar de uma viagem comigo. — Por que não iria? — Não sei, por que vivemos igual cão e gato todos os dias? Eu fazer uma viagem deve ser como uns dias de folga para você ficar em paz. Damon riu, um riso baixo e gostoso e me olhou de uma
Acordei com o barulho do alto falante e o som do piloto avisando que havíamos chegado, afastei o cobertor e dei uma leve sacudida em Damon que acordou resmungando algo, mordi os lábios achando graça, mas evitando de rir e ele me olhou. — Chegamos? — Sim, chegamos. — Até que enfim, se fossemos com o jatinho particular seria mais rápido. — E por que não viemos nele? — Edgar está o usando — Disse Damon com desdém pegando as malas. Pousamos em Belo Horizonte, onde Francisco o administrador da fazenda estava à nossa espera. Damon era o único que conhecia a aparência dele então, quando ele se aproximou de um homem barbudo que usava um boné e uma camisa de flanela simples eu já sabia que era ele. Eles se cumprimentaram com um sorriso e aperto de mão, então Damon me apresentou. — Essa é Rosalina Danzi, ela também tem direito às posses das fazendas, das fábricas e da empresa como nós. — Eu nunca ouvi falar de você — Disse ele erguendo a mão, com certeza não est
— E então? — É gostoso — Respondi, ela parecia satisfeita com a minha resposta. Às coisas eram agitadas na fazenda dos Bragança, o dia mal havia começado e já estávamos saindo pelas portas a fim de explorar a fazenda, o lugar pacato só tinha os animais como companhia o que para mim estava ótimo, sem câmeras, sem pessoas ricas esnobes, sem fofocas de ex colegas de trabalho, calcei as botas que eu havia trazido perfeitas para o passeio e prestei atenção enquanto Francisco me contava da fazenda. — Daqui não precisamos de muito, tiramos quase todo o nosso alimento dos animais e da horta atrás da casa. Tem galinhas, bois e vacas, dois cavalos no celeiro, um burro. Plantamos tomate, cenoura, batata, chuchu, inhame, beterraba e até alface por que Carla gosta muito. — Sorri a menção da esposa dele e Francisco continuou — Nós temos mudas de açafrão, cheiro verde, pimenta, louro. Chá de boldo, transagem, pé de ariola, acerola bem ali. Ele apontou para uma árvore infestada de acerola
Quando escureceu, logo após o jantar Francisco nos chamou para tomar um ar já que a casa estava abadá e aproveitou para mostrar suas habilidades com o violão ao tocar uma música animada que eu não conhecia, Carla começou a bater palmas e eu e Damon os seguimos, era música country, Damon estendeu a mão para Carla. — Não, obrigada — Disse ela, mas sem aceitar o não ele tomou a mão dela a puxando, Carla riu e entrando na brincadeira começou a dançar, o clima animado e descontraído se mesclava a música animada e aos risos, me sentei ao lado de Francisco os dando mais espaço na varanda fazendo dela o seu palco, continuei batendo palma animada. Damon dançava bem e me questionei sobre o que ele não sabia fazer. Quando Carla se afastou, ela me puxou pela mão me fazendo dançar com eles, ergui as mãos. — Eu não sei dançar. — É simples minha filha, os passos são assim — Ela os fez lentamente então os imitei, ela tomou a minha mão e me girou e então rápido, ri extasiada até que b
— Sim, ele deixou de lado toda a parte do testamento de fora, provavelmente para não nos preocupar, mas ele disse que uma das cuidadores de seu avô continuava na casa e que ela era irritante. Sorri. — Ele falava muito de você, sempre reclamando, foi então que percebi que ele gostava de você. Arregalei os olhos sentindo meu coração se agitar. — Gosta de mim? — Sim, você se tornou o assunto preferido dele, pensei por que ele dá tanta importância? Por que tudo o incomoda tanto? Se ele fala demais é porque pensa demais também. E por que ele pensaria demais em alguém que ele não gostava? — Não sei, Damon me odiou por muito tempo. — Minha pequena, amor e ódio andam lado a lado. Pense nisso — Ela tocou em meu ombro e esboçou um sorriso, Francisco apareceu na porta que estava aberta, ela o olhou e então me olhou de novo dizendo — Vou deixar você descansar, boa noite! Fiquei olhando sem saber o que dizer, a vendo sair devagar. — Boa noite Rosalina. — A chame de
Francisco me ajudou com as malas enquanto eu me despedia de Carla, com certeza sentiria falta daquele lugar. Entrei na caminhonete e vi Damon se despedir de Carla que insistia que ele levasse o bolo consigo e às cocadas que ela havia feito. Francisco ligou o som baixo, músicas que eu não conhecia por serem brasileiras e country, era um gênero do qual eu não conhecia muito a respeito. — Tem algumas terras que estão à venda por aqui, mas a maioria não é fertil. Às do lado oeste ele apontou e eu e Damon olhamos — Elas não são muito boas, mas às desse lado são. — Expandir? — É só uma ideia — Disse Francisco. Olhei para Damon. — Não é uma ideia ruim, mas muita coisa tem que ser vista antes. Balancei a cabeça assentindo e olhei para Francisco — Temos que ver com os contadores e a produção, uma nova fazenda, novas safras implica em saber sobre as vendas e produção antes de dar um passo tão grande, então talvez contratar novos vendedores — Falei para Francisco, Da
— Rosa — Gritou Damon, virei a chave para que ele visse e Damon parou em estado de choque, comecei a girar o trator de novo sem saber o que estava a minha frente direito, tentando enxergar quase atropelei dois funcionários que estavam no caminho, então comecei a gritar para que saíssem do caminho. Olhei em volta procurando um ponto de fuga, eu precisava achar um jeito de parar a máquina então comecei a apertar os botões desesperada e o trator acelerou ainda mais sem que eu entendesse o que estava fazendo. — Rosa — Ouvi a voz de Damon gritando em meio a outros funcionários que pareciam querer ajudar, a maioria corria por estar no meio do caminho, mas Damon não. Ele correu em minha direção e pulou agarrando a porta do trator em movimento, ele fez uma careta rápido e me olhou abrindo a porta quase caiu, mas então, se equilibrando conseguiu entrar, abri espaço dando lugar para sentar do meu lado e assumir o controle. Ele segurou rápido o volante e olhou para o buraco da cha
Quando abri os olhos me afastei devagar de Damon para não machucar-lo, notei que já estava de noite então me levantei e desci às escadas, conversei com o médico que pelo visto já estava ciente que eu havia o tirado, pelas câmeras, mas não se importava afinal, havia o liberado. Ele me entregou as roupas de Damon, eu já estava prestes a pegar o elevador quando ouvi alguém me chamar. — Rosalina, aí está você — Estremeci ao ouvir sua voz, pelo susto e me virei para ele — Te procurei a tarde toda e não achei. Queria dizer que sabia pois suas batidas na porta do meu quarto eram insistentes, eu e Damon havíamos acordado e com isso feito silêncio fingindo que não estávamos, pois não queríamos ser pegos juntos. A vontade de rir foi grande, Damon tapou meus lábios e nos contemos. Mas Marcelo realmente era bem insistente e parou de bater apenas cinco minutos depois. Voltamos a dormir após a sua saída. Quando me levantei disse a Damon que ia descer para pegar algo para comermos e l