Assim que ia sair com o carro, ela recebeu uma mensagem de Sarah dizendo que teriam de cancelar a ida a cafeteria, o que deixou Olívia um pouco desanimada. Pensou talvez que era esquisito ser uma adulta e ter apenas uma amiga. Sentada com as mãos no volante resolveu então ir a um lugar onde a muito tempo não ia, um lugar que a fazia se sentir em paz. Eram pelo menos mais de duas horas dirigindo, mas ainda assim sabia que valeria a pena. A praia de Brighton estaria vazia naquele momento já que não era verão ainda, então ela poderia apenas caminhar na praia, e de alguma forma recarregar as energias. Sentada na areia da praia, sem se preocupar em sujar suas roupas de areia, ela simplesmente ficou ali observando as ondas do mar indo e vindo. Inspirou profundamente, absorvendo o aroma da maresia com os olhos fechados. Era a primeira vez em muito tempo que ela se sentia verdadeiramente em paz. Era mágico como aquele lugar fazia ela de esquecer dos seus problemas, pelo menos por algun
Terrence se sentiu um pouco triste, já que fora ali que havia contado a ela pela primeira vez como se sentia. — Sabe, quando eu vou dormir, todas as noites eu me lembro daquele dia. Ele em cima de mim, o cheiro dele, ele me... — ela deixou algumas lágrimas descerem —... Sinto aquela sensação horrível do toque dele... Era como se eu estivesse sendo rasgada... Eu fico com tanta raiva. Me sinto tão suja. Terrence apenas ouvia atentamente, com um olhar sensível. — Você não tem culpa de nada. — ele disse. — Eu sei que tenho. Eu poderia ter ouvido você desde o começo, se eu tivesse confiado em você essa situação toda poderia ter sido evitada. — falou com tom de amargura, sua voz já parecia embargada. Terry colocou sua mão sobre a dela. — Eu sei que está sendo um momento difícil. Para mim é doloroso também. Me peguei varia vezes pensando e se eu não tivesse ligado pra você, o que teria acontecido. E eu confesso que prefiro nem imaginar! — Eu acho que talvez seja bom eu fica
A ideia de Olívia para que descobrissem juntos qual seria a melhor decoração, lugar e buffet para ao casamento deixou Terrence animado. Naquela mesma semana resolveram ir para uma degustação dos doces e salgados para a festa, incluindo o bolo de casamento. — O que vocês procuram para servir no casamento? Algo simples ou sofisticado? — perguntou a doceira — Bem, nós procuramos os dois em um? — respondeu Olívia. — Simples e refinado. — Entendo, nada muito extravagante mas que faça jus ao patamar de vocês! — disse ela — Vou pegar nosso cardápio, e vocês poderão experimentar de acordo com o que escolherem. — ela saiu por um minuto. — “Patamar”. Qual será o patamar da futura senhora Sallow? — eles riram baixinho. A moça retornou com o cardápio e eles começaram a degustação. Alguns eram doce demais, outros pareciam puro glacê mas finalmente teve um que conquistou o paladar do jovem casal. Passaram exatamente duas horas provando docinhos e salgados, decidindo quais seriam o m
Os preparativos para o casamento estavam indo bem. Porém, o estado de saúde de Arthur estava cada vez pior. Apesar dos médicos terem dado a ele seis meses de vida, o tratamento paliativo não estava apresentando o efeito esperado. Terrence e Olívia estavam sentados no sofá da sala, olhando para as fotos dos preparativos do casamento para decoração. — Por que seu pai não contou pra gente antes? — perguntou Olívia a Terrence, com um tom de preocupação em sua voz enquanto ela pegava uma das fotos para observar mais de perto.— Eu não sei. Ele se acha durão, sabe. Talvez pensasse que conseguiria se curar sozinho de alguma forma. — Terrence suspirou, desviando o olhar das fotos para encarar Olívia. Olívia havia criado um hábito de sempre ir à empresa no horário de almoço para almoçar com Terrence, sempre levando algo preparado por ela. Naquela tarde combinaram de almoçar na casa de Terrence onde ela preparou massa caseira. — Eu acho que talvez seja melhor a gente acelerar as coisas, nã
Com urgência, Terrence se levantou da cama e começou a se vestir.— Onde você vai? — perguntou Olívia, preocupada.— Vou resolver isso. Mas você fica aqui! Vou reforçar a segurança na casa. Vou fazer algumas ligações. — respondeu ele, determinado.Olivia também começou a se vestir.— Não vou deixar você ir sozinho! E se ele fizer alguma coisa, estiver armado, sei lá? Não, eu vou junto! — insistiu Olívia, com um tom de preocupação em sua voz.— É exatamente por isso que não quero que vá. — ele a abraçou, sentindo sua aflição — Prometo que vou tomar cuidado. Mas você tem que me prometer que vai ficar aqui e me esperar? — ele segurou delicadamente o rosto dela, olhando profundamente em seus olhos.— Tudo bem, mas não demore. — concordou Olívia, cedendo à preocupação dele.Ele então foi ao armário do quarto, abriu um compartimento de fundo falso onde havia um cofre, digitou a senha e pegou uma arma, colocando-a disfarçadamente na cintura sob o paletó. Olivia ficou um pouco chocada, mas e
— Mas por que falar de um assunto tão tenso na hora do jantar, não é mesmo? — disse Arthur — Eu tenho novidades. Falei com o padre Pierre, ele me mandou as datas livres mais próximas que ele tem, então só basta vocês decidirem! — Ótimo — disse Olívia — E quando ele vai estar livre? — No dia 25 deste mês. — ele respondeu calmamente. Olívia quase se engasgou. — Você está bem? — disse Terry — Bebê um pouco de água. — ele deu um copo d’água para ela que ao beber logo parou de tossir. — Isso é semana que vem! — disse ela mais calma. — Pai, não é um pouco precipitado? — No próximo mês ele não terá nenhum dia livre, e bem, pensei que a prima vera é uma ótima estação para um casamento ao ar livre. Não era o que você e Olívia estavam querendo? — É, sim. Ao ar livre. Sarah ria baixinho ao ver o diálogo. Para ela era esquisito ver sua melhor amiga se casando com seu irmão. — Nesse caso devemos escolher nossos padrinhos. E logo! — disse Olívia sentindo um pouco de a
Foi uma noite difícil para Olívia, lutando para encontrar o sono em meio às preocupações e incertezas que a assombrava. Eventualmente, após algumas horas ela conseguiu mergulhar em um sono inquieto. Diferente dela, Terry mal conseguiu fechar os olhos. Sua mente estava tomada por pensamentos tumultuados, todos relacionados a capturar Nathan e proteger Olívia. No silêncio da noite, sua respiração estava irregular, seu coração batendo forte de preocupação. Questionamentos dolorosos ecoavam em sua mente: será que seu amor era forte o suficiente para aceitar uma criança que não fosse do seu sangue? E ainda mais, sendo filho de seu rival As horas arrastaram-se lentamente, cada momento trazendo à tona novas dúvidas e temores, transformando a noite em um teste angustiante para os sentimentos e lealdade de Terry.Enquanto isso, Mark e John — capangas da Máfia — tentavam descobrir os passos de Nathan.— Caralho! Quando o Terrence descobrir isso vai ficar puto com a gente. — falou Mark, sua
A tensão era palpável no ambiente enquanto os espectadores se aglomeravam em volta do ringue clandestino, suas vozes ecoando em um coro de expectativa e adrenalina. Dois homens fortes enfrentavam-se sem concessões, cientes de que apenas um deles sairia vivo daquele confronto mortal. Os lutadores, movidos pela pura necessidade de sobreviver, lançavam-se um contra o outro com fúria selvagem, seus corpos exibindo as marcas da luta, seus rostos inchados e ensanguentados. Cada movimento era calculado, cada esquiva uma tentativa desesperada de evitar o golpe fatal que poderia selar seu destino ali mesmo. Estavam exaustos mas se mantinham de pé, meio cambaleando. Enquanto a luta se desenrolava, era claro para todos os presentes que aqueles homens não estavam lutando por honra, glória ou mesmo pela própria vida, mas sim pela única coisa que os movia: dinheiro.Terrence observava a cena com frieza e desinteresse evidentes. Sua mente parecia distante, mesmo que tentasse se concentrar. A