Fugindo de mim, pequena?

Hannah Mond

— O que você está fazendo!?— Ayla perguntou confusa.

Meu coração estava batendo muito rápido, eu quase não conseguia sentir o ar entrando nos meus pulmões, ele estava lá parado me olhando e eu o olhando... Eu apenas me soltei e em um único e talvez ultimo impulso de adrenalina, eu queria muito correr para seus bracos, mas corri para fora trombando em quem estivesse no meu caminho, em direção ao jardim a única porta que eu achei a primeira vista... Mesmo que Ayla e cada canto do meu corpo estivesse desejando correr para ele.

— Porque você esta correndo do nosso companheiro? — Ayla resmungou irritada.

— Você viu quem era? — falei, enquanto puxava o ar mais forte, para que eles cheguem aos meus pulmões.

— E daí Hannah! Ele é nosso companheiro? Você não pode! — Ayla falou indignada.

— Você ficou maluca!!! — gritei — A rejeição de um Alfa dói mais do que qualquer outra! — falei inspirando e respirando, ao engoli em seco. Talvez em pânico.

Caminhei por aquele jardim, tentando esquecer o que acabou de acontecer, enquanto a Ayla tentava quebrar a barreira que construí para não ouvir ela reclamar, sinto suas garras afiadas raspando... Eu preciso achar um jeito de sair daqui, sem ser vista por ele, talvez se eu me esconder...

— Você sabe que ele é um ótimo rastreador, né!? — Ayla zombou — Você pode ir para onde quiser, ele vai nos encontrar!

— Ei! Como você conseguiu passar? — parei e perguntei mentalmente irritada com ela.

— Você sabe muito bem que quando você fica instável eu posso até controlar você! — Ayla falou com um tom de zombaria.

— Você não ousaria!?... — Andei de um lado ao outro nervosa — Você não ousa fazer isso Ayla! Você é parte de mim e não o meu mau...

— Eu posso tomar o controle e te levar até ele! — Ayla riu debochada

— Ótimo! Eu não presciso de inimigos tendo você! — bufei parando no lugar

— Você sabe que eu estou brincando! — Ayla riu — Mas eu queria ir até ele. — ela murmurou indignada.

— Vai ficar querendo! Pelo amor de Deus! — passei a mão pelo meu rosto, tentando acordar, talvez de um sonho. — Ele é o herdeiro Alfa caramba Ayla...

— Fugindo de mim, pequena!?

Senti todos os cabelos do meu corpo se arrepiando com a tonalidade da sua voz. Senti o seu olhar me queimar por trás com tanta intensidade que cheguei a arfar.

— Ah! Ele veio nos procurar... Ele veio!!! — Ayla gritoi em êxtase.

— Cala a boca Ayla!! — Falei com ela mentalmente, incapaz de me virar.

Respirei fundo e soltei o ar rapidamente! Com meus lábios abrindo lentamente e trêmulos eu falei:

— Eu Hannah Mond aceito a sua rejeição Herdeiro Alfa Dominik! — fechei meus olhos esperando a dor avassaladora.

Mas tudo ficou em silêncio por alguns segundos. Ué!? Abri um olho, antes de abrir o outro, será que já foi? Me virei lentamente e então vi aquela muralha de músculos ainda parado no mesmo lugar atrás de mim, com um sorriso divertido em seus lábios e um brilho

Do mais intenso e profundo amarelo dourado que já tinha visto, como se carregassem consigo a luz do sol em uma noite estrelada. Eram olhos que pareciam capazes de penetrar a alma, transmitindo uma aura de poder e mistério que me deixava hipnotizada. Cada olhar daqueles olhos dourados era como um chamado silencioso, revelando a força e a determinação do futuro líder da alcateia, era seu lobo.

Eu senti a Ayla se revirar dentro de mim, ela parecia ansiar por ele. E com um passo para trás me afastei. Ayla demonstrou estar presente com um leve brilhar em meus olhos e ele sorriu, com um sorriso que poderia fazer qualquer mulher cair ao seus pés, eu também queria, mas o medo era maior.

— Porque você acha que eu vou te rejeitar, pequena? — seu olhar poderia me fazer cair de joelhos aos seus pés

— Eu... Eu... Não... É — as palavras não queriam sair dos meus lábios — Eu sou uma garota... É normal Herdeiro Alfa Dominik! — abaixei meu olhar.

— Poderia me explicar melho, sua palavra ‘normal’? — ele se aproximou com alguns passos.

Eu senti o seu cheiro e me deu vontade de desmaiar... Senti minhas pernas ficarem bambas, seu peito parou bem enfrente ao meu rosto! Ainda tinha uma certa altura para meus olhos alcançarem os seus... E com a sua mão grande e forte, ele segurou meu queixo e me fez olhar o seu rosto.

— Eu... Senhor Herdeiro Alfa Dominik... Eu... Sou uma garota normal... Não tenho nenhum segredo por trás da minha história! — engoli em seco, porque seus olhos passeavam pelo meu rosto e pararam em meus lábios — Apenas mais uma pessoa normal da alcateia, não tem motivos para sermos companheiros! Não poderia ser...

— Então você acha isso!? — ele me perguntou e eu apenas assenti, fechando meus olhos incapaz de olha-lo e sentindo minhas pernas falharem... — E se eu te disser que não acho isso! — meus olhos se arregalaram instantaneamente — Não estou procurando aventura, ou a mulher maravilha. Muito menos a princesa perdida de algum reino!

— Não!? — fiquei confusa.

— Não! — ele sorriu divertido — Eu só quero alguém que seja capaz de estar ao meu lado e entender os meus princípios! E para isso não prescisa ser uma mulher bionica, apenas uma garota normal que possa dar conta!

— Eu não posso Senhor Herdeiro Alfa!— meu olhar queria cair, mais sua mão segurou o meu queixo mais firme.

— Porque não!? — ele cemicerrou os olhos — Você está me dizendo que o destino se enganou e eu te esperei tanto tempo atoa? Ou que a ‘mãe’ está errada?

Fiquei sem palavras. Sem ar também! Nunca que eu iria contra nossa ‘mãe’ a ‘mãe dos lobos.’ Senti meus lábios ficarem secos e quase que meus pulmões, emploraram por oxigênio...

— Se você ficar muito tempo sem respirar, vou ter que dar o meu ar para você! — Ele sorriu divertido — Não quero que minha companheira morra por falta de ar.

Respirei forte e quase cai, com meus lábios secos. Minhas pernas ameaçaram bastante e definitivamente falharam, rápido ele deslizou suas mãos envolta da minha cintura e me puxou para cima com um aperto, me fazendo soltar o resto de oxigênio que estava preso em meus pulmões... Ele me levantou tanto que eu senti meus pés saírem do chão, enquanto ele nivelou o meu rosto com o seu.

Sua respiração quente e com aquele cheiro refrescante de menta invadiram meu rosto! Eu não sabia o que fazer. Ele apenas me segurava no ar e olhava o meu rosto com uma luxúria imensa, eu senti meu óculos escorregar e cair no chão! Minha visão ficou embaçado, mas eu conseguia ver ele. Eu sabia a direção dos seus olhos e ao julgar seus olhos escuros voltando para o dourado e ele umidecendo levemente seus labios com a lingua, eu sabia que ele e o seu lobo estavam conversando sobre o mesmo assunto! ‘Eu.’

— Não faz sentido senhor...

— A partir de hoje você me chama apenas de Dominik pequena, ou de qualquer outra coisa que você desejar, menos de senhor... Somos companheiros.

Arregalei meus olhos, talvez eu tenha até enxergado melhor por alguns segundos... Ele percebeu o meu espanto e sorriu.

— Posso te mostrar que eu estou falando sério!?

Com o tom de sua voz se intensificando, senti meu coração errar quase todas as batidas, mas apenas assenti. Foi aí que seus lábios tocarem os meus...

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