“Evie Ashford”Minha cabeça lateja, e a sensação é horrível. É como se uma banda de rock bem ruim estivesse ensaiando dentro de mim. Isso sem mencionar o gosto amargo que domina minha boca. Ressaca. Ótimo. Não poderia ser diferente depois de tudo que bebi ontem.Pisco algumas vezes, ainda desnorteada, e só então percebo que estou em casa, no meu quarto. Solto um suspiro aliviado. Pelo menos estou no lugar certo. As lembranças da noite anterior são confusas, mas acredito que tudo o que lembro de Henry me beijando deve ter sido parte de algum sonho maluco.Fecho os olhos, tentando afastar a náusea que sobe lentamente. Mas algo me incomoda, algo físico. Um peso. Quando me mexo, percebo um braço em volta da minha cintura.— Um braço? — murmuro, arregalando os olhos ao me dar conta da situação.Num salto quase acrobático, me jogo para fora da cama apenas para descobrir que estou nua. NUA. Mas, quando levanto o olhar, o choque só aumenta. Henry está dormindo serenamente na minha cama. Sem ca
Rapidamente, a vergonha dá lugar à curiosidade, e eu franzo o cenho, confusa com as palavras dele. “Na casa dele? Desde quando este apartamento pertence ao Henry?”, penso, abrindo a boca para questionar. Mas ele limpa a garganta rapidamente, como se tivesse percebido o que disse.— Quero dizer… na casa do Ben. Ainda estou com sono depois de ser acordado pela segunda vez aos gritos — ele se justifica, evitando meu olhar por um momento enquanto tira o pano de prato queimado da pia e o j**a no lixo. — Enfim, é melhor eu fazer um café decente antes que você conclua seus planos de nos matar.— O temido CEO Henry Blackwood fazendo café… — debocho. — Essa quero ver.Henry revira os olhos, mas não diz nada. Apenas abre um dos armários com a confiança de quem conhece o lugar como a palma da própria mão. Isso só aumenta minha curiosidade. Como ele está tão à vontade aqui, no apartamento de Benjamin? Será que o CEO e o advogado moram juntos? Os dois são amigos, então faz sentido.— Se quer ficar
O silêncio que se instala entre nós é quase sufocante. Enquanto mastigo lentamente, Henry mantém um semblante tranquilo, tomando seu café como se fosse uma manhã comum entre nós, enquanto luto para entender as camadas que ele acabou de revelar.Meus olhos se fixam nele, e é como se ele soubesse o que estou pensando. Henry limpa a garganta, chamando sutilmente minha atenção, o que me faz despertar da minha tentativa de ler o que se passa por trás de seus olhos.— O café está ruim? — ele pergunta, arqueando uma sobrancelha. Me ajeito na cadeira, tentando disfarçar o turbilhão de pensamentos que me cerca.— O café está ótimo — respondo, tentando amenizar o clima enquanto volto minha atenção para a comida. — Dá até para matar a fome. Quem diria que Henry Blackwood sabe como alimentar alguém além de alimentá-lo de ego?— Matar a fome é uma das minhas especialidades, Evie. — Ele responde com um sorriso malicioso, inclinando-se para frente.Sua resposta vem carregada de duplo sentido, o que m
Sentada à minha mesa, tento me concentrar em uma proposta interminável, que parece ter o único propósito de me distrair da ausência de Henry. Já se passaram três dias desde aquele café da manhã, e dois dias desde que ele foi embora, envolvido em uma reunião importante em… onde mesmo? Edimburgo, na Escócia.Uma parte de mim sente alívio por não ter que lidar com toda a tensão que surgiu depois daquele vexame naquela noite, mas a outra parte se irrita por não conseguir parar de pensar nele desde então.— Que droga! — resmungo, percebendo que mal li as linhas que meus olhos percorreram.Sacudo a cabeça, tentando forçar minha atenção de volta ao trabalho, mas meus pensamentos continuam a vagar. É como se Henry estivesse presente, mesmo estando longe, e a sensação de que algo está mudando em mim cresce, me deixando inquieta.Justo agora, quando eu deveria focar apenas em recuperar o que Sebastian me roubou, estou aqui, pensando no homem que deveria ser apenas meu aliado, mas que agora vira
Assim que o avião toca o solo suíço à tarde, respiro fundo, tentando afastar a inquietação que me acompanhou durante todo o voo. As palavras de Henry continuam ecoando na minha cabeça: uma viagem inesquecível.Por várias vezes, peguei o celular para ligar para ele, só para acabar com a dúvida sobre o que ele quis dizer. No fim, desisti. Não queria que parecesse uma desculpa esfarrapada para falar com ele, porque, no fundo, sei que era exatamente isso que eu queria: um pretexto para ouvir a voz dele.Na pressa de organizar tudo, ainda esqueci de perguntar a Thomas sobre o tal senhor mal-humorado que enfrentarei.— Grande preparação, Evie Ashford — resmungo enquanto caminho pelo aeroporto para pegar minha mala.Olho para a esteira de bagagens, que gira vagarosamente. Os passageiros do meu voo pegam suas malas, uma a uma. O fluxo diminui e, quando percebo, as bagagens terminam de chegar… e a minha não está entre elas.— Que ótimo — resmungo, sacudindo a cabeça, já me preparando mentalment
Me viro lentamente para encará-lo, e sua expressão é tão tranquila quanto a voz quando volta a se sentar. Quase como se ele tivesse planejado isso. Claro que ele não teria controle sobre uma tempestade de neve, mas o jeito como está lidando com a situação me deixa com uma irritação crescente.— Você… sabia que isso ia acontecer? — murmuro, franzindo as sobrancelhas. — Aliás, por que você está aqui e não o Thomas?— Thomas… — Henry se inclina levemente, pegando o copo de whisky na mesa, sem nunca tirar os olhos de mim. — Ele está em Amalfi resolvendo uma negociação… difícil.— Thomas está na Itália? — pergunto, sentindo meus lábios se entreabrirem involuntariamente. — Henry, vim aqui para trabalhar, e você me coloca numa armadilha, no meio de uma tempestade de neve em um chalé no fim do mundo? Isso só pode ser brincadeira.— Não é brincadeira, Evie. Eu precisava de você aqui — ele responde, levantando-se do sofá e caminhando lentamente em minha direção, com o sorriso que só ele sabe dar
Sinto meu rosto esquentar enquanto Henry continua me encarando, o olhar dele escurecendo a cada segundo. Tento disfarçar a timidez, puxando a camisa para baixo, mesmo sabendo que ela já me cobre o suficiente.— Você deveria bater antes de entrar — quebro o silêncio, lutando para manter um tom de voz convincente.— Não sabia que precisava de permissão para entrar no meu próprio quarto — ele rebate, ainda com o olhar fixo em mim.— Bem, agora sabe. Você não está sozinho aqui.— A camisa ficou melhor em você do que em mim — comenta, com um sorriso no canto dos lábios. — Deveria ficar com ela.— Minha mala… — justifico. — Foi parar em Frankfurt, e eu não tinha nada para vestir… só peguei sua camisa porque, bem, ficar apenas de toalha não é a melhor opção. Então… você queria falar alguma coisa?— Sim — ele responde, limpando a garganta como se tentasse se recompor. — Acabei de saber que a tempestade de neve piorou e as estradas foram fechadas. Pelo jeito, ficaremos presos aqui até amanhã… o
“Henry Blackwood” Assim que ouço o gemido suave escapar dos lábios de Evie, sinto meu autocontrole se desfazer por completo. Há algo satisfatório sempre que a vejo reagir aos meus toques, e saber que ela está tão entregue quanto eu, faz com que tudo o que eu queira é vê-la completamente satisfeita. E porra, há muito tempo não me importo com isso. Deslizo minha mão tortuosamente por sua barriga até atingir seu clitóris e, por alguns minutos, permito-me perder em seus gemidos, provando seus seios enquanto a masturbo. Quando sinto suas costas arquearem sob mim, evidenciando o orgasmo iminente, respiro fundo e me afasto. — Não… para… — ela sussurra, num gemido, e isso me faz abrir um sorriso satisfeito. — Estava bom? — pergunto, vendo-a assentir antes de abrir os olhos, carregados de prazer e frustração. — Não quero que goze nos meus dedos, Evie… Não quando tudo o que quero agora é te provar. Com suas bochechas coradas, Evie se inclina para frente, e seus dedos deslizam rapidament