Me viro lentamente para encará-lo, e sua expressão é tão tranquila quanto a voz quando volta a se sentar. Quase como se ele tivesse planejado isso. Claro que ele não teria controle sobre uma tempestade de neve, mas o jeito como está lidando com a situação me deixa com uma irritação crescente.— Você… sabia que isso ia acontecer? — murmuro, franzindo as sobrancelhas. — Aliás, por que você está aqui e não o Thomas?— Thomas… — Henry se inclina levemente, pegando o copo de whisky na mesa, sem nunca tirar os olhos de mim. — Ele está em Amalfi resolvendo uma negociação… difícil.— Thomas está na Itália? — pergunto, sentindo meus lábios se entreabrirem involuntariamente. — Henry, vim aqui para trabalhar, e você me coloca numa armadilha, no meio de uma tempestade de neve em um chalé no fim do mundo? Isso só pode ser brincadeira.— Não é brincadeira, Evie. Eu precisava de você aqui — ele responde, levantando-se do sofá e caminhando lentamente em minha direção, com o sorriso que só ele sabe dar
Sinto meu rosto esquentar enquanto Henry continua me encarando, o olhar dele escurecendo a cada segundo. Tento disfarçar a timidez, puxando a camisa para baixo, mesmo sabendo que ela já me cobre o suficiente.— Você deveria bater antes de entrar — quebro o silêncio, lutando para manter um tom de voz convincente.— Não sabia que precisava de permissão para entrar no meu próprio quarto — ele rebate, ainda com o olhar fixo em mim.— Bem, agora sabe. Você não está sozinho aqui.— A camisa ficou melhor em você do que em mim — comenta, com um sorriso no canto dos lábios. — Deveria ficar com ela.— Minha mala… — justifico. — Foi parar em Frankfurt, e eu não tinha nada para vestir… só peguei sua camisa porque, bem, ficar apenas de toalha não é a melhor opção. Então… você queria falar alguma coisa?— Sim — ele responde, limpando a garganta como se tentasse se recompor. — Acabei de saber que a tempestade de neve piorou e as estradas foram fechadas. Pelo jeito, ficaremos presos aqui até amanhã… o
“Henry Blackwood” Assim que ouço o gemido suave escapar dos lábios de Evie, sinto meu autocontrole se desfazer por completo. Há algo satisfatório sempre que a vejo reagir aos meus toques, e saber que ela está tão entregue quanto eu, faz com que tudo o que eu queira é vê-la completamente satisfeita. E porra, há muito tempo não me importo com isso. Deslizo minha mão tortuosamente por sua barriga até atingir seu clitóris e, por alguns minutos, permito-me perder em seus gemidos, provando seus seios enquanto a masturbo. Quando sinto suas costas arquearem sob mim, evidenciando o orgasmo iminente, respiro fundo e me afasto. — Não… para… — ela sussurra, num gemido, e isso me faz abrir um sorriso satisfeito. — Estava bom? — pergunto, vendo-a assentir antes de abrir os olhos, carregados de prazer e frustração. — Não quero que goze nos meus dedos, Evie… Não quando tudo o que quero agora é te provar. Com suas bochechas coradas, Evie se inclina para frente, e seus dedos deslizam rapidament
“Evie Ashford” Por um momento, o silêncio preenche o quarto, sendo quebrado apenas pelo som baixo e constante do vento lá fora. Meu coração segue acelerado, mas sei que não é apenas pelo que aconteceu há pouco; são também as palavras dele, que inevitavelmente me fazem sentir como se estivesse em um campo minado emocional. O que está acontecendo entre nós é novo e assustador ao mesmo tempo. Uma parte de mim, aquela mais cautelosa, quer correr e deixar tudo isso para trás, lembrando-me constantemente da carga emocional que carrego, do quanto já perdi por confiar em alguém… Mas, ao mesmo tempo, há algo que me faz perceber que o que tenho com Henry é intenso demais para ignorar. Como se soubesse o que se passa na minha cabeça, Henry passa seu braço ao meu redor, puxando-me para mais perto, e dá um beijo em meus cabelos. Respiro fundo, decidindo enfrentar os sentimentos confusos que invadem meus pensamentos. Se realmente houver uma chance de Henry ser diferente, se eu conseguir entend
Antes que eu consiga responder, Henry me dá um beijo rápido e se afasta, com um sorriso malicioso nos lábios. Sento-me em um dos bancos altos ao redor da ilha central e o observo pegar os ingredientes no armário. Após colocá-los à minha frente, ele me encara com um brilho malicioso nos olhos acinzentados. — Uma sopa de lentilha com presunto se encaixa bem ao que você quer — diz Henry, começando a preparar os ingredientes. — Vai te deixar aquecida e disposta para o restante da noite. — Parece uma ótima escolha. Com um sorriso satisfeito, ele volta sua atenção para os ingredientes à sua frente, enquanto permaneço com o olhar fixo em seus movimentos. Chega a ser impressionante a facilidade com que ele corta os legumes e tempera tudo. Sem perceber, acabo rindo da minha própria incapacidade. Será que algum dia serei capaz de cozinhar assim, sem correr o risco de colocar fogo em algo? — Fica difícil me concentrar com você me olhando assim — Henry comenta, sem sequer levantar os olhos
A luz suave da manhã entra através das cortinas e, por mais que eu não tenha dormido muito, sinto-me incrivelmente satisfeita. Pela primeira vez em meses, posso dizer que tive uma noite tranquila, e o mais surpreendente de tudo é saber que o responsável por isso está aqui, dormindo serenamente ao meu lado, com as pernas entrelaçadas nas minhas.Movo-me devagar, o suficiente para afastar sua mão da minha cintura e me virar ligeiramente para trás. Henry permanece num sono tranquilo, com a respiração lenta e traços relaxados. Com os cabelos levemente despenteados, ele parece mais… ele.Por algum tempo, permito-me admirar sua beleza, sentindo meu coração bater descompassado. Por anos, acreditei que o que sentia por Sebastian era arrebatador, algo profundo e insubstituível.Mas agora, ao lado de Henry, com todo o seu cuidado e intensidade, percebo a diferença. Com Sebastian, nunca senti isso… nunca houve essas borboletas que todos descrevem, as mesmas que agora me fazem sorrir simplesmente
Os últimos três dias foram um misto de emoções, variando do medo a uma certeza que ainda não consigo descrever. Mas, sem dúvidas, foram dias esclarecedores. De alguma forma, eu sabia que voltar a Londres significaria deixar parte daquela paz para trás.A convivência com Henry nos Alpes me mostrou facetas dele que eu nunca imaginei, e, por mais que o retorno à normalidade fosse inevitável, admito que meu apartamento vazio ontem à noite me pareceu… estranho. Não me lembro da última vez que alguém me fez sentir a falta de sua presença com tanta intensidade.Saio do elevador e sigo para minha sala, quase rindo do que sinto. “Quando foi que alguém que não passava de um aliado incômodo se tornou uma companhia desejável?”, penso enquanto viro o corredor. Inevitavelmente, meu olhar se volta para a sala de Henry, que fica no lado oposto da minha, e a vontade de ir até lá quase faz com que meus pés criem vida própria.— Sua sala, Evie Ashford — resmungo, desviando o olhar enquanto sigo até minha
“Henry Blackwood” Meu olhar vai ao encontro da pessoa que teve a audácia de abrir a porta, e me preparo para chamar sua atenção. No entanto, assim que vejo a figura feminina parada, nos observando de maneira curiosa, respiro fundo. Eu já sabia que Evie tinha o poder de mexer comigo, mas não sabia que ela também me faria esquecer das coisas tão facilmente. — É a minha mãe — sussurro ao sentir o corpo dela tenso contra o meu. Mantenho minha mão em sua cintura; afinal, o flagrante já foi feito. — Mãe, deveria bater à porta antes de entrar. E se eu estivesse… — Henry! — minha mãe me interrompe, e quase solto uma risada ao ver seus olhos arregalados. Evie, por sua vez, disfarça, tirando minha mão da sua cintura para se afastar. — É brincadeira, ok? — digo, tentando amenizar o clima. Logo em seguida, Robert entra e franze as sobrancelhas ao ver a cena. — Mãe, Robert, esta é Evie Ashford, minha… — Diretora de projetos — Evie completa rapidamente, aproximando-se da minha mãe antes de