O beijo começa calmo, quase hesitante, como se ambos estivéssemos tentando processar o que está acontecendo. Mas, em questão de segundos, a intensidade toma conta. Sinto a mão de Henry se mover para minha nuca, puxando-me para mais perto enquanto seus lábios pressionam os meus com urgência.Nossa respiração se torna pesada, ofegante, e antes que eu perceba, Henry me levanta facilmente, me fazendo sentar na borda da mesa sem interromper o beijo. Envolvo meus braços ao redor de seu pescoço, puxando-o contra meu corpo quando sinto algo duro pressionar contra minhas pernas.Minhas mãos, antes imóveis em seu colarinho, deslizam para os botões da camisa, e começo a desabotoá-los. Impaciente, Henry me ajuda, e, quando o último botão se abre, seu abdômen perfeitamente definido se revela, causando um arrepio pelo meu corpo. Ele me encara com aquele sorriso que sempre me irrita, mas que agora provoca outra sensação.— Está gostando do que vê? — ele pergunta, com uma pontinha de arrogância.— Cal
“Henry Blackwood”Com um movimento rápido, rejeito a ligação, sem me importar se Evie viu quem estava ligando. Jogo o celular para o lado, sentindo a frustração da interrupção me atingir. Meus olhos encontram os de Evie, e posso ver a confusão se formando em seu rosto.Meu corpo ainda queima de desejo, especialmente com ela nua em cima de mim, suas coxas pressionando meus quadris, e sua umidade evidente, me enlouquecendo. Quero puxá-la de volta, tocar sua pele, esquecer o mundo além desta cama.Através de seu rosto corado e os olhos ligeiramente baixos, vejo que o desejo permanece, mas agora está misturado a algo que a faz hesitar. Isso me faz conter meus impulsos, enquanto tento decifrar o que se passa em sua cabeça.— Evie… — começo, finalmente quebrando o silêncio tenso. No entanto, ela se afasta lentamente, pegando o roupão ao meu lado antes de se levantar e se enrolar nele.— Isso não deveria ter acontecido. — A voz dela sai num sussurro quase inaudível, enquanto ela amarra o roup
“Evie Ashford”A noite foi uma bagunça emocional, e agora, pela manhã, minha cabeça não está nem um pouco melhor. Enquanto arrumo minha mala, jogando as roupas de qualquer jeito dentro dela, solto um longo suspiro. O orgasmo intenso que Henry me proporcionou deveria ter sido suficiente para me fazer pensar com clareza, mas aqui estou eu, ainda remoendo tudo o que aconteceu. E, pior, meu corpo pede mais.— É oficial, eu enlouqueci! — resmungo, fechando a mala antes de começar a me arrumar.Após alguns minutos, respiro fundo e decido que preciso sair daqui logo. Desço para o saguão, sabendo que o voo de volta para Londres sairá em breve. Quando chego, Thomas já está esperando. Ele sorri assim que me vê e se aproxima com a mesma animação de sempre. Me esforço para sorrir de volta.— Pronta para voltar? — ele pergunta com leveza.— Mal posso esperar — minto, forçando o entusiasmo.Assim que termino de falar, vejo Henry se aproximando, e meu corpo imediatamente gela. Tento manter o sorriso
O medo me consome. A última vez que senti isso... não, não posso estar cega novamente. Tento controlar minha respiração, focar no presente. Respiro fundo, sabendo que preciso enfrentar esse medo. Com uma coragem forçada, abro os olhos.Tudo está desfocado. Esforço-me para enxergar, mas nada ao meu redor parece nítido. É como se o mundo estivesse se distorcendo diante de mim, as cores e formas borradas, sem contornos claros. Meu coração acelera ainda mais.— Respira, Evie — ouço a voz de Chloe, próxima, tentando me acalmar. — Aquele idiota já se afastou. O que está sentindo? Você está me assustando.— Está acontecendo novamente, Chloe — sussurro, lutando para manter a calma enquanto a ansiedade aumenta. — Me tira daqui, por favor.Chloe não perde tempo. Ela chama o garçom rapidamente, paga a conta de qualquer jeito e me ajuda a levantar. Segurando a minha mão, ela me leva até seu carro e me coloca no banco do carona.Assim que ela entra no carro, tento focar a visão e a vejo pegar o cel
Levanto-me imediatamente ao ouvir as vozes. Meu coração acelera, e meu corpo reage antes que eu possa pensar. Então vejo Benjamin e Henry entrando. “Perfeito. Justo o que eu não precisava agora”, penso.— Está melhor? — Benjamin se aproxima e me puxa para um abraço antes de se afastar. Quando assinto, ele aponta para as sacolas. — Trouxe o jantar.— Obrigada — digo, com um sorriso automático. Desvio o olhar para Henry, esperando algum sorriso irritante ou um olhar provocativo, mas sua expressão está tensa.— Evie. — ele finalmente me cumprimenta com um tom frio e indiferente, como se fosse um mero conhecido.— Henry. — murmuro, forçando um sorriso educado.O contraste entre a frieza atual e a intensidade de poucas horas atrás não passa despercebido por mim, e logo um pensamento me invade: Como alguém que parecia tão dominado pelo desejo consegue agir como se nada tivesse acontecido, enquanto eu claramente estou corando apenas por estar em frente a ele?Rapidamente tento mudar o foco an
Por um momento, fico parada, sem reação. Seu abraço, unido às palavras que soam como uma promessa, traz algo que eu não esperava. Diante dessa sensação de segurança, algo que há tanto tempo me parecia inalcançável, sinto meu corpo relaxar em seus braços.Minha mente diz que eu não deveria me deixar levar por isso, apontando o risco das consequências, mas meu coração, ainda abalado pela presença de Sebastian e pelos últimos acontecimentos, encontra conforto nos braços de Henry. Fecho os olhos, me permitindo, por um instante, acreditar que realmente estou segura.O peso de suas palavras me faz respirar mais fundo, e eu me odeio por sentir tanto alívio. Sei que confiar em Henry é perigoso, sei que me permitir sentir qualquer coisa além de provocação e rivalidade com ele pode ser um caminho sem volta. Mas, ao mesmo tempo, tudo parece tão… certo.— Você não precisa fazer isso — murmuro, sentindo minha voz sair mais suave do que pretendia.— Faço porque quero, Evie — ele responde, num tom ba
O ar gelado dos Alpes Franceses é um alívio para minha mente turbulenta, mas não para a tensão que carrego no peito. Enquanto o carro segue pela estrada montanhosa até a clínica de Adrian, tento me preparar mentalmente para o sermão que ele certamente vai me dar. Sei que demorei demais para voltar aqui, mas com tudo o que aconteceu com Sebastian e Henry, foi difícil encontrar tempo e dinheiro para qualquer coisa que não fosse resolver crises.Assim que o carro para na frente da clínica, respiro fundo antes de descer. A fachada do local é acolhedora, cercada por pinheiros cobertos de neve, o que deveria me acalmar, mas só aumenta minha ansiedade.Pouco tempo depois, sou finalmente chamada ao consultório e, ao abrir a porta, encontro Adrian sentado em sua mesa, me esperando com uma expressão nada amigável.— Evie Ashford… Antes tarde do que nunca, não é? — ele começa, sem esconder a frustração na voz.Forço um sorriso e fecho a porta atrás de mim, tentando disfarçar o nervosismo. Sento-m
“Henry Blackwood”Outra semana se inicia, no entanto, há alguns dias algo mudou. A rotina, algo que sempre me acalmava e me distraía de qualquer tipo de problema, se tornou um incômodo. Caminho em direção à minha sala, tentando me concentrar nos dias intensos que vêm pela frente, mas quando passo em frente à sala de Evie, meus olhos inevitavelmente voltam para a porta fechada.Evie está fora há quatro dias. Quatro dias sem nenhuma provocação, sem sua boca insolente e palavras afiadas e, mais importante, sem nenhuma notícia. Sei que ela foi até lá para resolver seus problemas, mas uma parte de mim esperava, ainda que ridiculamente, uma mensagem de agradecimento. Nem que fosse um simples “obrigada” por ajudar a tornar a viagem possível.— Será que ela está bem? — murmuro, soltando um suspiro frustrado.Balanço a cabeça, tentando me livrar desses pensamentos ridículos, e acelero o passo. Pensar em Evie e nos últimos acontecimentos é um caminho perigoso. Sei disso. E ainda assim, sempre qu