Decidir ir com Djovig filho não foi uma decisão ruim no fim das contas. A única coisa que pude dizer é que minha vida mudou drasticamente a partir do momento em que pisei os pés fora do hospital em sua companhia.Quando mencionei a Ricardo que ele poderia me tirar dali e consequentemente aceitei seu pedido para que eu fosse morar com ele, eu já havia tomado uma decisão.Rita, a assistente social, havia me visitado quando Ricardo não estava e, conversando comigo, me convenceu de que uma casa onde eu pudesse ficar tranquila e chamar de lar era com certeza muito melhor do que um abrigo onde eu não teria paz, porque querendo ou não, aquela louca ainda estaria lá quando eu voltasse.A primeira pessoa que conheci ao lado do filho de Jerrilly foi Tony, o motorista. Era um homem já em idade avançada, na faixa de 75 anos e era um amor de pessoa. Já na mansão Djovig, conheci a governanta, Laila, que também me tratou muito bem, a cozinheira Tomázia, que me fazia comer a cada três horas respectiv
Eu abri e quase chorei de emoção quando vi seu conteúdo. Era do Red Academy, uma escola para pessoas superdotadas tanto intelectualmente como em magia e na carta dizia que eu fui aceita. — Mas nesta escola não aceitam qualquer um — falei choca da sem entender direito o que acontecia. — Eu... — Você não é qualquer um e você sabe disso. Seu sangue possui magia pura, Amanda, e foi isso que curou você, ou estou enganado? —Eu... eu não sabia... — Ninguém sabe até precisar — ele sorriu e pegou o envelope vermelho. O movimento em seu braço fez com que sua tatuagem de lobo em seu antebraço se mexesse em um ângulo um tanto estranho, como se estivesse vivo. Senti meus pelos se arrepiarem com a visão, mas foquei em olhar para a carta.— Eu só vou deixar você ir com uma condição, Amanda.— E qual é? — perguntei preocupada com a seriedade de seus olhos.— Que você volte todos os finais de semana.Liberdade. Era o que ele estava me oferecendo. Me deu o ingresso ao internato mesmo antes d
— O que ele quis dizer com isso? — perguntei me levantando.— Não é óbvio, Amanda? — ele falou sem tirar os olhos do papel que estava lendo. — Não sou casado, não tenho filhos e tecnicamente te adotei.— Você não me adotou — retruquei. — E você nem é assim tão mais velho do que eu e ainda tem a sua irmã. Aliás, você não falou mais nela, como ela está?— Não, não sou, mas estar com a sua tutela te faz minha legítima herdeira. Não discuta, está no testamento. — Eu o encarei surpresa e ele abaixou os olhos para mim. — E quanto à minha irmã, segui seu conselho. A deixei decidir o que quer sozinha. Devo te agradecer por isso, pois ela já até veio à empresa, embora eu não garanta que voltará tão cedo.— Discutiram? — perguntei me sentado novamente, interessada.— Algo bobo, ela ainda fala comigo se quer saber. E respondendo a sua pergunta, ela herdou tudo de minha mãe, não precisa de um centímetro sequer dessa empresa, então conforme-se.— Não foi esse o acordo que fizemos — protestei. — E
Amanda era uma pessoa extremamente gentil. Augusto, apesar de eu o tolerar, ainda era um verdadeiro canalha. Eu sabia que Amanda não gostava dele e que era recíproco o sentimento da parte do advogado, só nunca entendi o porquê de ele não gostar dela. Meu pai não poderia ter feito um trabalho melhor para me colocar em maus lençóis e eu me lembraria disso quando o encontrasse no além-túmulo.Ver Amanda me perguntar por minha irmã me abriu um buraco no peito. Eu não queria mentir, mas se ela soubesse que minha irmã podia ser a pessoa mais doce e ao mesmo tempo a mais terrível de lidar, não questionaria tanto, na verdade, nem sequer tocaria no assunto. O importante é que pelo menos engoliu tudo o que eu disse sobre ser minha herdeira legítima sem questionar.E para evitar mais questionamentos desnecessários ou que eu não queria responder, resolvi colocar tudo o que eu havia planejado desde que ela foi para minha casa em prática. Naquele prédio, todos deveriam conhecê-la e saber que ela
Confesso que fiquei orgulhoso de minha garota, no entanto, notei o interesse de um dos executivos sobre ela.Ódio me fervilhou na garganta, e apesar de querer deixar bem claro quem era aquela pessoa sentada ao meu lado, me concentrei em pensar aonde estaria a aliança de meu pai e que ela seria muito bem vinda naquele momento de instabilidade.Para minha sorte e mais ainda do meu funcionário, os clientes chegaram em seguida. Eram dois homens e uma mulher, Suellen Veigas, uma blogueira um tanto famosa na área da estética. Eu acompanhava seus posts como uma distração e ela era sempre bem humorada em frente às câmeras, o que não parecia ser por detrás delas. O bom é que quem parecia comandar as negociações era o senhor ao seu lado.Expliquei a ele todas as qualidades do nosso lançamento, Augusto falou das garantias e David e Matheus falaram dos sucessos dos testes em Beréia e Zipor, nosso segundo distrito tecnológico. Nada disso pareceu atrair o cliente, embora a própria Suellen pareces
Eu sabia que os planos de Amada dariam certo, mas não imaginava que Suellen Velhas me ligaria em pessoa para marcar um almoço de negócios. Pensei em convidar Amanda, afinal aquele feito foi graças a ela, por sua incrível capacidade de o serva ao e negociação, mas pensei melhor e resolvi dar a boa notícia apenas quando estivesse com o contrato assinado.Suellen escolheu um restaurante de frutos do mar e eu cheguei com meia hora de antecedência para evitar que ela chegasse primeiro, o que de certa forma não precisava, pois ela estava mais de 10 minutos atrasada.Durante a reunião eu havia reparado em sua beleza atraente, mas dentro do restaurante, enquanto ela se aproximava, acabei por me perguntar se não era um anjo em pele de gente.— Me desculpe o atraso — ela falou assim que chegou. — O trânsito dessa cidade é horrível e a energia estava um tanto oscilante.— Acabei de chegar também — lhe apertei a mão e acenei para que se sentasse. Chamei o garçom e voltei a me sentar. — Veio so
Ricardo havia me contado sobre o almoço que tivera com a blogueira e sobre como iria jantar com ela naquela noite. Parecia bem animado, ao contrário dos dias passados, que apesar do seu jeito divertido, sei que estava ainda sofrendo o luto de perder os pais e ainda tinha o problema da irmã que o mesmo nunca resolveu. Eu até o ajudaria se ele deixasse, mas acho que ele via isso como algo bem pessoal.Quando pensava nisso, surgia uma necessidade de ir até ele e protegê-lo e eu percebia que eu até gostaria de ter um irmão como Ricardo. Ele era um chato, muitas vezes irritante e controlador, mas até que era legal. Eu ainda sentia muito a falta de minha mãe, mas nunca me atrevi a voltar em nossa casa, porque lá era onde estavam guardadas todas as nossas lembranças e ainda estava muito recente para cutucar uma ferida ainda não cicatrizada. Mesmo dois meses depois.Eu ainda não tinha aberto a caixa que peguei em seu quarto, não tive coragem. Sentia que não era o momento, embora eu olhasse
Falei a mim mesmo que aquela seria a última vez que a aguentaria. Talvez tenha sido coisa do destino que Rick não estivesse em casa naquela noite.— Tudo bem. Trouxe roupa?— Claro. — ela pegou uma mochila que estava no sofá e eu ainda não tinha visto.— Laila!— Pois não? — a governanta respondeu.— Por favor, peça para alguém levar esta mochila para meu quarto e peça a Tomázia preparar mais um lugar na mesa. Ghenos vai dormir esta noite aqui.— Certo, então podem ir esperar na área da piscina. Nada de adolescentes bagunceiros aqui dentro.Obedecendo a governanta, fomos para a área da piscina enquanto a cozinheira aprontava tudo. Nos sentamos em cadeiras e pude notar o pessoal da segurança se mexer. Aparentemente Rick havia saído com menos homens do que o normal, porque havia muitos deles ali. “Sem necessidade nenhuma”, pensei revirando os olhos.— Quer beber alguma coisa? — Perguntei já fazendo sinal para Wendy, o segurança que eu tinha mais afinidade, se aproximar.— Um suco cair