Ricardo havia me contado sobre o almoço que tivera com a blogueira e sobre como iria jantar com ela naquela noite. Parecia bem animado, ao contrário dos dias passados, que apesar do seu jeito divertido, sei que estava ainda sofrendo o luto de perder os pais e ainda tinha o problema da irmã que o mesmo nunca resolveu. Eu até o ajudaria se ele deixasse, mas acho que ele via isso como algo bem pessoal.Quando pensava nisso, surgia uma necessidade de ir até ele e protegê-lo e eu percebia que eu até gostaria de ter um irmão como Ricardo. Ele era um chato, muitas vezes irritante e controlador, mas até que era legal. Eu ainda sentia muito a falta de minha mãe, mas nunca me atrevi a voltar em nossa casa, porque lá era onde estavam guardadas todas as nossas lembranças e ainda estava muito recente para cutucar uma ferida ainda não cicatrizada. Mesmo dois meses depois.Eu ainda não tinha aberto a caixa que peguei em seu quarto, não tive coragem. Sentia que não era o momento, embora eu olhasse
Falei a mim mesmo que aquela seria a última vez que a aguentaria. Talvez tenha sido coisa do destino que Rick não estivesse em casa naquela noite.— Tudo bem. Trouxe roupa?— Claro. — ela pegou uma mochila que estava no sofá e eu ainda não tinha visto.— Laila!— Pois não? — a governanta respondeu.— Por favor, peça para alguém levar esta mochila para meu quarto e peça a Tomázia preparar mais um lugar na mesa. Ghenos vai dormir esta noite aqui.— Certo, então podem ir esperar na área da piscina. Nada de adolescentes bagunceiros aqui dentro.Obedecendo a governanta, fomos para a área da piscina enquanto a cozinheira aprontava tudo. Nos sentamos em cadeiras e pude notar o pessoal da segurança se mexer. Aparentemente Rick havia saído com menos homens do que o normal, porque havia muitos deles ali. “Sem necessidade nenhuma”, pensei revirando os olhos.— Quer beber alguma coisa? — Perguntei já fazendo sinal para Wendy, o segurança que eu tinha mais afinidade, se aproximar.— Um suco cair
Suellen era uma mulher incrível. Divertida, encantadora, bondosa, linda e de bom gosto. Me deu seu endereço e eu, como um bom cavalheiro, fui até sua casa com alguns minutos de adiantamento, mas só estacionei em frente ao imóvel no horário marcado. Apertei a campainha e vi sair de dentro da casa, não uma mulher, mas um anjo. Suellen vestia um vestido vermelho, justo e comportado, mas que mostrava suas curvas de forma muito sensual e provocativa. Meu corpo teve reação instantânea e eu sabia naquele momento que queria aquela mulher na minha cama.— Você está maravilhosa — falei quando ela abriu e sorriu para mim. Lhe dei um beijo no rosto.— Obrigada. Você também está muito bonito. Não quer entrar?— Se não for nenhum incômodo.— Ainda temos tempo — ela sorriu e meu espaço. — Fique à vontade. Aceita beber algo? Um vinho, ou algo mais forte?— Um vinho cai bem, obrigado.Suellen saiu do cômodo e não pude tirar os olhos de sua comissão traseira que estava acordando meu amigo lá embaixo.
Bebida vai, bebida vem, um papo gostoso, um aperitivo aqui, outro acolá, mais ou menos no meio da noite consegui encaixar o nosso primeiro beijo no programa da noite. E pelos deuses, naquele momento eu tive certeza de que aquela mulher era um anjo enviada dos mundos especialmente para mim.Sua boca tinha gosto de mel e seu cheiro era como ervas doces silvestres, o que me deixava cada vez mais em sua vibe. Não demorou muito e minha deusa me chamou para dançar e eu como um bom farrista a acompanhei sem reclamar.Aquela era a mulher dos meus sonhos, por ela eu largaria – como se eu praticamente já não tivesse feito isso – toda a vida de putaria que eu vinha vivendo.Me diverti muito naquela noite, dançando, bebendo e beijando. Até me senti como o antigo eu por um tempo. Até que, no meio da madrugada ela cortou o prazer do momento.— Desculpa, mas eu preciso ir. Amanhã gravo cedo e preciso dormir um pouco, senão meu agente vai me dar um sermão — ela riu.— Tudo bem, eu te levo para casa.
Se a minha noite de sexta ao lado de Ghenos não foi das mais agradáveis, a minha manhã se sábado foi um martírio. Como de costume, eu acordei cedo, tomei um banho, vesti algo bem confortável e desci para o café com Rick. Ghenos ainda dormia e eu não quis desfrutar de sua companhia durante a única refeição que eu tinha com o dono da casa. E porque eu queria muito saber como foi o encontro dele na noite anterior.Quando cheguei na mesa do café ele já aguardava, lendo um jornal.— Bom dia! — falei bem animada. — Levantou mais cedo hoje, aconteceu alguma coisa?— Isso sou eu quem pergunto, você não é de se levantar tão animada assim. Aconteceu alguma coisa?— Animada, eu? Claro que não, só estou curiosa.— Curiosa com o que?— Com o seu encontro, claro! — Sorri, mostrando toda minha excitação com o assunto.— Não era um encontro — ele se defendeu quando eu usei a palavra para definir sua saída com uma mulher. Quem ele pensava que enganava? Estava na cara que foi um encontro sim, até o so
Ele me deu um beijo na testa e entrou no carro. Fechei a porta e o observei sair. Quando eu ia dar meia volta, bati em um corpo e quase caí para trás.— Wow! — Wendy falou me segurando. — Belo conjunto. Costuma sair assim para caminhar agora? — Ele sorriu com seu habitual bom humor. Eu geralmente não conseguia entender como um homem daquele tamanho conseguia sorrir tanto, mas ver uma adolescente com uma roupa um tanto infantil pode mesmo ajudar, não é?— Eu estava conversando com o seu patrão — falei. — E bom dia para você também.Ele fez uma reverência exagerada e me deixou passar. Eu devolvi a reverência em entrei. Ghenos estava na mesa do café. Passei por ela, cumprimentando-a e subi para me trocar. Quando eu desci, a minha “amiga” já tinha tomado a liberdade de ir para a área da piscina.— Pensei que iria embora logo cedo, Ghenos. — falei ao me aproximar e me sentar perto dela. Wendy, que parecia estar em todos os lugares, se aproximou um pouco.— Estou apenas esperando meu pai c
Eu estava no quarto arrumando a minha mala. Quando acordei no sótão da casa de Ricardo, meu único pensamento era que eu deveria sair dali o mais depressa possível. Eu iria para o internato do Red Academy, não havia ido ainda por consideração ao homem que havia me dado uma família momentânea, mas que baseou nosso relacionamento em mentiras. O problema é que Ricardo mentiu para mim, assim como minha mãe e Jerrilly. Certo que desse homem eu não esperava muita coisa, pelo menos não na hora da raiva, mas do cara que me mandava cartas, daquele pai que dizia com todas as letras que me amava, e que um dia, muito em breve iríamos ser uma família forte e unida, com certeza eu esperava bem mais do que apenas mentiras.Minha mãe me falava do meu pai como se ele fosse um herói e nunca mencionou um irmão. Eu tinha o direito de saber que ela tinha outro filho. Era por isso que ela sempre se referia a Ricardo como um jovem bonito, bondoso, inteligente e sensível. Não era apenas uma funcionária elogi
Eu balancei as pernas tentando me acalmar, desejando que tivesse um espelho ali, e só depois de um tempo, falei:— Uma pessoa que eu considerava um amigo, mentiu para mim. E eu estou muito irritada por isso.— Vacilo — Pablo falou.— Às vezes, mentimos para quem gostamos por medo de que a verdade afaste ainda mais essa pessoa de nós. — Victor falou depois de um momento de silêncio. — Será que não é esse o caso do seu amigo?— Pode até ser, mas a verdade, por mais que doa, é sempre o melhor caminho — respondi. — De que adiantou ele mentir se eu descobri tudo e pior, estou com vontade de matá-lo.— Acho que você deveria esfriar um pouco a cabeça, sabe? — Pablo falou. — Tomar decisões baseadas nas emoções nunca trazem bons resultados.— E onde você anda encontrando frases tão motivadoras? — perguntei interessada.— Ah, eu li em um livro. “ 10 % mais feliz”, de Dan Harris. É um ótimo livro se quer saber. Se quiser emprestado, eu o trouxe comigo.— E agora você anda lendo autoajuda, Pablit