— O que? Foi pega no quarto do segurança pelo tutor desconhecido? Conta tudo! — Hellen chegou por trás de mim com sua alegria habitual, falando mais alto do que o necessário. — Epa! Você não é o segurança bonitão, mas até que dá para o gasto.— Pode tirar o cavalinho da chuva, que o Pablo não é para você, oxigenada — falei jogando uma batata nela.— Prazer, meu nome é Hellen. Às vezes tento colocar juízo na cabeça dessa menina, mas é difícil — ela falou da forma mais séria possível, fazendo Pablo automaticamente assumir sua postura profissional.Eu não aguentei e comecei a rir. De repente, Hellen começou a rir também, desmanchando a máscara de amiga responsável, deixando Pablo totalmente vermelho. Hellen era a melhor aluna na área da espionagem, tanto virtual quanto presencial e teatro estava na grade curricular. — Pablo, essa é a minha colega de quarto e é tão louca quanto parece. E esse é o segurança número 2, Hellen.;— Segurança número 2? — perguntou Pablo, confuso.— Na escala d
Segundo Apollo, era bom nos socializarmos com gente mais experiente enquanto ainda estávamos no colegial ou na faculdade, assim ficaria muito mais fácil sobreviver à era adulta e conseguir um emprego decente no futuro. O caminho foi bem tranquilo, Apollo era um verdadeiro cavalheiro.— Está com frio? — perguntou quando passei as mãos nos meus braços, esfregando-os.— Um pouco — respondi sem graça. — Acho que sou um pouco sensível ao ar condicionado.— Desculpe, minha família em sua maioria tem magia do ar e do fogo. — Sério? Nunca vi você soltar nehuma chama sequer — falei surpresa. O que mais aquele deus escondia?— Não sou de me exibir — ele sorriu e colocando a palma da mão para cima, mostrou uma pequena bola de fogo. — Vergonhoso, eu sei, mas tenho mais magia de ar— É incrível. Você pelo menos pode fazer alguma coisa. — Não diga isso, magia pura é incrível. Com um bom treinamento, poderá ser uma grande feiticeira.— Eu nem sabia que tinha magia até precisar usar. De qualquer f
A conversa até que estava interessante, mas minha bebida havia acabado e eu estava com sede, mas sabia que Apollo não me deixaria beber mais nada com álcool, então improvisei.— Preciso ir ao banheiro — falei em seu ouvido. — Tudo bem se eu entrar?— Claro, Manda, estarei te esperando bem aqui.Me afastei e entrei. A história do banheiro não era bem mentira, então segui um corredor onde vi algumas mulheres indo antes e logo encontrei o banheiro. Para minha sorte, havia apenas uma garota na porta. Era morena, tinha caberlos rebeldes e olhos negros como ônix, mas eles estavam vivos e alegres, que combinavam com seu jeito maeio gótico.— Se demorar mais dois minutos, vou fazer pipi nas calças — ela falou mais para si mesma do que para mim. Na verdade, acho que ela nem sequer notou minha presença ali.— Já faz muito tempo? — perguntei.— Na verdade, não — ela riu. — Sou eu que estou apertada mesmo.Eu ri junto com ela. A garota que estava dentro do banheiro saiu olhando feio para nós duas
Eu estava me apaixonando perdidamente por Suellen. Para mim, não havia no mundo mulher mais encantadora do que ela. Ela era como uma substância que me deixava alucinado, me fazia esquecer de todos os meus problemas e me dava paz momentânea, quando eu estava ao seu lado. Poderia beijar os pés daquela mulher...— Ricardo, está me ouvindo? — Augusto perguntou.— Claro. Um estagiário para o RH. Por que está me falando isso mesmo? — perguntei na defensiva. — Acho que tenho coisas mais importantes a fazer e você é meu advogado, não meu secretário.— Exatamente. Passe a ouvir sua secretária e eu vou ficar menos sobrecarregado. Ah, eu me esqueci. Sua nova secretária foi embora. É a sexta, não é?Olhei para ele, envergonhado. Na verdade era a oitava, mas ele não precisava saber disso. Se o meu pai era chamado de “icechefe”, eu era o “chefe sanguinário”. Não me importava com títulos, mas confesso que esse mexeu comigo.— Vou dar um jeito nisso — falei, me voltando para alguns papéis na minha fr
Peguei meu celular e liguei para um garoto na qual eu havia conversado na noite anterior. Seu contrato estava como Allo Renad, mas eu estava meio bêbado quando conversei com ele, então supunha naquele momento que seu nome fosse Apollo Renato. E não é que eu acertei? O garoto estava tão interessado que chegou primeiro que minha futura secrertária.— Senhor Djovig? — Ele bateu e abriu a porta. — Desculpe, mas sua secretária não estava, então...— Tudo bem, rapaz, entre. Aceita um café?— Obrigado.— Fico feliz por ter se interessado pelo cargo — falei enquanto servia o café de uma garrafa no meu escritório mesmo.— Eu entrei esse ano para a faculdade, um estágio na sua empresa com certeza aperfeiçoará o meu currículo.— Tenho certeza disso. Posso ver o seu histórico?— Claro.Ele me passou o link do histórico escolar, e vi que era bom, muito bom. Tinha notas máximas em algorítimo, sistemas e contabilidade. As outras eram todas bom para ótimo. O rapaz tinha futuro.— Me fale mais sobre v
Acordei com um enjoo terrível. Sem me sintonizar direito, corri para o banheiro, esvaziando uma boa quantidade co que consumi na noite anterior de uma forma nada agradável. Meu estômago estava horrível e minha cabeça, ainda pior, porque além de doída, estava tonta. Tentei me lembrar de como fui parar naquele lugar, mas minha cabeça doía demais. Saí do banheiro e me deparei com um quarto predominantemente masculino. Eu soube que estava em maus lençóis naquele momento, mas enfim, não tinha muito o que fazer. Não mais.O único quarto masculino na qual eu já havia entrado, salvo o de Pablo na vez em que pedi para ele cuidar do meu cachorro, era o do meu irmão, e aquele, definitivamente não era o dele. Antes fosse. A camiseta que eu vestia também nunca pertenceu a Ricardo, e o perfume que emanava da roupa era vagamente familiar.Mas minha cabeça doía tanto que eu não queria saber de quem era ou o que eu fazia ali. Procurei pelo meu vestido e pelo resto de meus pertences e quando juntei tu
— Você está louca, amiga? — Hellen gritou, com raiva. — E se fosse um pisicopata?Eu entendia o lado dela, mas eu estava ali, não esatava? O máximo que podia ter acontecido, pela situação em que me encontrei quando acordei era...— Vocês transaram? — ela peguntou, mais preocupada do que brava agora.— Eu estava me perguntando a mesma coisa — respondi a ela. — Ai, Amanda, você não existe. — Ela foi até a cômoda e pegou algo em uma gaveta. — Tome. Por via das dúvidas.— O que é isso? — Mas você é muito inocente mesmo, viu? È pílula do dia seguinte. Vê se se cuida, aqui não é aceito garotas grávidas na adolescência. O mínimo que se busca nos estudantes é educação, cultura e respeito. Por si mesmo e pelos outros. Com licença.Ela saiu aparentermente chateada. Nunca tinha visto minha amiga daquele jeito antes, mas quem era ela para me dar um sermão? Até onde eu me lembrava, Hellen era a rainha das festas da nossa ala e muitas vezes foi pega em alguma delas transando com Rodrigo.“Rodrigo
Eu aceitei minha atual condição. Amanda havia decidido não voltar mais e Augusto me deu a notícia ainda naquele sábado. Aparentemente a megera da assistente social ainda continuava a ser uma pedra no meu caminho, mas eu não me deixaria abalar com isso. Na segunda feira, marquei uma reunião para colocar Anna e Apollo a par dos meus negócios na Acaia e informar que eu estaria fazendo uma expansão tecnológica e que os dois seriam meus principais na empresa. É claro que aceitaram e de bom grado. A primeira coisa que fiz depois disso foi uma viagem para Acaia, para a sucursal de lá, e deixei um responsável por toda a área norte do continente. Meu próximo objetivo era Tharsis, uma ilha continental até desenvolvida, mas ainda não colonizada tecnologicamente. Viajei para lá, onde fiquei duas semanas pesquisando e conversando com o representante da comunidade, que não fez nenhuma objeção em concordar com os meus termos. Ele comandaria tudo ali, junto com um representante que pedi para Augu