Os alunos ali eram selecionados de acordo com suas habilidades, tanto tecnológicas quanto mágicas e a maioria ali parecia ter saído da capa de alguma revista. Ou apenas aquele fosse um refeitório para os mais populares da escola. Eu tinha certeza que conseguiria adquirir muito conhecimento ali, para que um dia, quando eu tivesse me formado, pudesse abrir a minha própria expansão tecnológica bem longe da empresa do meu irmão. Aquele era o melhor colégio de Beréia e eu acreditava no meu potencial.Eu ainda admirava as pessoas dali quando uma dupla de alunos, provavelmente já da faculdade, porque só usavam a camiseta da instituição, surgiu na minha frente. Eram bem excêntricos para o cenário. Embora muito bonitos, não exalavam a arrogância que vinha dos outros alunos.Os dois usavam cabelos mais compridos do que o normal. Um era negro, tinha os cabelos crespos e os olhos tão verdes quanto uma esmeralda. O outro, ainda mais bonito, era moreno, tinha cabelos escuros e cacheados, olhos cas
No fim das contas, o colégio interno não era tão ruim quanto eu pensava que seria no início. As regras eram sim rígidas, mas posso dizer que me adaptei bem. Hellen, Rodrigo e Apollo me serviram como bons amigos e me ajudaram bastante a escapar de muitas encrencas. Apesar de não ligar para popularidade, dividir o quarto com a filha da diretora e andar na turma dos mais poderosos da instituição me deu uma boa reputação de início, coisa que eu não conseguiria se Ricardo não tivesse pago para isso. Mesmo difícil, eu precisava admitir que esse ato me emocionou... um pouquinho.Eu o odiava ainda, mas tinha que reconhecer que ele fez o melhor para que eu me sentisse bem e segura. Na segunda semana que eu estava ali, então aconteceu. Havia rolado uma baladinha no prédio de TI e Hellen e eu, claro, participamos. Uma denúncia foi feita e enfim, eu acabei pegando uma detenção e segundo a diretora, foi enviada uma mensagem ao meu tutor. Não recebi nenhuma reclamação, nem de Ricardo, nem de Wendy,
— O que? Foi pega no quarto do segurança pelo tutor desconhecido? Conta tudo! — Hellen chegou por trás de mim com sua alegria habitual, falando mais alto do que o necessário. — Epa! Você não é o segurança bonitão, mas até que dá para o gasto.— Pode tirar o cavalinho da chuva, que o Pablo não é para você, oxigenada — falei jogando uma batata nela.— Prazer, meu nome é Hellen. Às vezes tento colocar juízo na cabeça dessa menina, mas é difícil — ela falou da forma mais séria possível, fazendo Pablo automaticamente assumir sua postura profissional.Eu não aguentei e comecei a rir. De repente, Hellen começou a rir também, desmanchando a máscara de amiga responsável, deixando Pablo totalmente vermelho. Hellen era a melhor aluna na área da espionagem, tanto virtual quanto presencial e teatro estava na grade curricular. — Pablo, essa é a minha colega de quarto e é tão louca quanto parece. E esse é o segurança número 2, Hellen.;— Segurança número 2? — perguntou Pablo, confuso.— Na escala d
Segundo Apollo, era bom nos socializarmos com gente mais experiente enquanto ainda estávamos no colegial ou na faculdade, assim ficaria muito mais fácil sobreviver à era adulta e conseguir um emprego decente no futuro. O caminho foi bem tranquilo, Apollo era um verdadeiro cavalheiro.— Está com frio? — perguntou quando passei as mãos nos meus braços, esfregando-os.— Um pouco — respondi sem graça. — Acho que sou um pouco sensível ao ar condicionado.— Desculpe, minha família em sua maioria tem magia do ar e do fogo. — Sério? Nunca vi você soltar nehuma chama sequer — falei surpresa. O que mais aquele deus escondia?— Não sou de me exibir — ele sorriu e colocando a palma da mão para cima, mostrou uma pequena bola de fogo. — Vergonhoso, eu sei, mas tenho mais magia de ar— É incrível. Você pelo menos pode fazer alguma coisa. — Não diga isso, magia pura é incrível. Com um bom treinamento, poderá ser uma grande feiticeira.— Eu nem sabia que tinha magia até precisar usar. De qualquer f
A conversa até que estava interessante, mas minha bebida havia acabado e eu estava com sede, mas sabia que Apollo não me deixaria beber mais nada com álcool, então improvisei.— Preciso ir ao banheiro — falei em seu ouvido. — Tudo bem se eu entrar?— Claro, Manda, estarei te esperando bem aqui.Me afastei e entrei. A história do banheiro não era bem mentira, então segui um corredor onde vi algumas mulheres indo antes e logo encontrei o banheiro. Para minha sorte, havia apenas uma garota na porta. Era morena, tinha caberlos rebeldes e olhos negros como ônix, mas eles estavam vivos e alegres, que combinavam com seu jeito maeio gótico.— Se demorar mais dois minutos, vou fazer pipi nas calças — ela falou mais para si mesma do que para mim. Na verdade, acho que ela nem sequer notou minha presença ali.— Já faz muito tempo? — perguntei.— Na verdade, não — ela riu. — Sou eu que estou apertada mesmo.Eu ri junto com ela. A garota que estava dentro do banheiro saiu olhando feio para nós duas
Eu estava me apaixonando perdidamente por Suellen. Para mim, não havia no mundo mulher mais encantadora do que ela. Ela era como uma substância que me deixava alucinado, me fazia esquecer de todos os meus problemas e me dava paz momentânea, quando eu estava ao seu lado. Poderia beijar os pés daquela mulher...— Ricardo, está me ouvindo? — Augusto perguntou.— Claro. Um estagiário para o RH. Por que está me falando isso mesmo? — perguntei na defensiva. — Acho que tenho coisas mais importantes a fazer e você é meu advogado, não meu secretário.— Exatamente. Passe a ouvir sua secretária e eu vou ficar menos sobrecarregado. Ah, eu me esqueci. Sua nova secretária foi embora. É a sexta, não é?Olhei para ele, envergonhado. Na verdade era a oitava, mas ele não precisava saber disso. Se o meu pai era chamado de “icechefe”, eu era o “chefe sanguinário”. Não me importava com títulos, mas confesso que esse mexeu comigo.— Vou dar um jeito nisso — falei, me voltando para alguns papéis na minha fr
Peguei meu celular e liguei para um garoto na qual eu havia conversado na noite anterior. Seu contrato estava como Allo Renad, mas eu estava meio bêbado quando conversei com ele, então supunha naquele momento que seu nome fosse Apollo Renato. E não é que eu acertei? O garoto estava tão interessado que chegou primeiro que minha futura secrertária.— Senhor Djovig? — Ele bateu e abriu a porta. — Desculpe, mas sua secretária não estava, então...— Tudo bem, rapaz, entre. Aceita um café?— Obrigado.— Fico feliz por ter se interessado pelo cargo — falei enquanto servia o café de uma garrafa no meu escritório mesmo.— Eu entrei esse ano para a faculdade, um estágio na sua empresa com certeza aperfeiçoará o meu currículo.— Tenho certeza disso. Posso ver o seu histórico?— Claro.Ele me passou o link do histórico escolar, e vi que era bom, muito bom. Tinha notas máximas em algorítimo, sistemas e contabilidade. As outras eram todas bom para ótimo. O rapaz tinha futuro.— Me fale mais sobre v
Acordei com um enjoo terrível. Sem me sintonizar direito, corri para o banheiro, esvaziando uma boa quantidade co que consumi na noite anterior de uma forma nada agradável. Meu estômago estava horrível e minha cabeça, ainda pior, porque além de doída, estava tonta. Tentei me lembrar de como fui parar naquele lugar, mas minha cabeça doía demais. Saí do banheiro e me deparei com um quarto predominantemente masculino. Eu soube que estava em maus lençóis naquele momento, mas enfim, não tinha muito o que fazer. Não mais.O único quarto masculino na qual eu já havia entrado, salvo o de Pablo na vez em que pedi para ele cuidar do meu cachorro, era o do meu irmão, e aquele, definitivamente não era o dele. Antes fosse. A camiseta que eu vestia também nunca pertenceu a Ricardo, e o perfume que emanava da roupa era vagamente familiar.Mas minha cabeça doía tanto que eu não queria saber de quem era ou o que eu fazia ali. Procurei pelo meu vestido e pelo resto de meus pertences e quando juntei tu