— O jeito que nos conhecemos foi totalmente inesperado para mim, mas inesperado ainda fui eu ter me encantado por alguém que foi tão desagradável. — Levantei minhas sobrancelhas ao ouvir as suas palavras. — Não me olhe assim, Andrei está de prova que você foi desagradável. — Encarei Andrei e ele balançava a cabeça concordando. — Mas isso não vem ao caso, ministro. — Olho em sua direção mais uma vez. — Eu não mudaria nada! Hoje enfrente aos nossos amigos e familiares, prometo não apenas ser a sua esposa, mas também a sua amiga, amante, prometo ser carinhosa e paciente, te abraçar quando você precisar… Ou quando você não precisar também, pois amo está em seus braços…— Deusa, eu entendi o duplo sentido. — Ouço Kátia falar e a encaro. — Safadinha. — Ela completou em português, fazendo Elisa sorrir e piscar em sua direção e eu ficar sem entender nada.— Ministro, eu sei que teremos muitas jornadas difíceis. — Ela diz ainda sorrindo. — Às coisas não serão fáceis. Nunca foi e nunca será! Ma
— Ela disse que sou linda e gostosona, de um jeito que só nós brasileiros temos ao elogiar, principalmente uma baiana. — Disso ela tem razão, não vou nem disco… — Sou interrompido pela voz de Nanda nos chamando para dança dos noivos e não completo a minha fala. — Minha bela amiga Elisa, me incumbiu do dever de ser a sua anfitriã. — Nanda começou a dizer. — Mas antes, gostaria de receber os noivos. Aqui estão eles pela primeira vez como casal. — Ela apontou em nossa direção. — Senhor e senhora Volkova. — Todos começam a nos aplaudir, rindo, segurei a mão esquerda de Elisa e caminhamos para o centro da pista de dança, os convidados ficaram ao nosso redor esperando mais um momento nosso começar. Nanda começou a cantar a música I Love You Baby de Frank Sinatra, a música que pedir para esse momento. — Amo essa canção, ministro. — Elisa diz em sussurro. — Eu também, minha deusa! A conduzir até a pista de dança e quando nossos olhares se encontraram a tomei em meus braços, a guiando co
LUANDA Eu ainda me lembro da minha antiga vida e sinto falta de coisas que nunca mais viverei outra vez. E isso me doe por dentro… Como não doer? Três anos se passaram eu longe de minha família, mas para mim parece uma eternidade. Sinto-me tão sozinha. O fardo que carrego é pesado demais, eu nem sei o porquê estou de pé ainda. Tempo? Por que não volta mais? Por que aceitei viver assim? Fico querendo me convencer que eu não tive escolha, mas o meu lado racional me diz que eu poderia ter lutado mais, ter feito mais. O medo me consome me paralisa por dentro, eu me tornei uma pessoa amargurada, escrava da desesperança, pois não sinto mais esperança que serei feliz outra vez. Todo “santo” dia eu me pego lamentando a minha vida e me sinto morrer por dentro. Lamentar a minha ruína cria uma nova “dor” e eu choro, porque chorar é tudo que me resta, mas a vontade de morrer me acompanha todas as horas de minha vida. Não seria difícil tirar a minha vida agora. Penso olhando para a gave
— Lembre se que mando em tudo, principalmente em você… Eu não quero saber de suas desculpas, eu coloquei você ai para você fazer o que mando… Desculpa porra nenhuma, outro questionamento como esse , eu esquecerei que somos do mesmo sangue e te mato, entendeu? … Já chega! EU DISSE JÁ CHEGA! — Ele gritou novamente, em seguida, ouço algo se quebrando no chão. — Continuará aí neguinha?Ele está falando comigo— Não repetirei. — Meu coração gelou ao ouvir o seu tom de voz.Ele vai me bater outra vez, ou pior, me matar. Respirei fundo segurando a bandeja retangular de madeira com mais força que o necessário.Empurrei a porta com o ombro e entrei. Meu corpo tremia muito, mas disfarcei o máximo que pude segurando firme a bandeja para não cair.— Sen… Senhor, trou… Trouxe o… Seu almoço.— Nervosa neguinha? — Ignorei o seu sarcasmo e abaixei a minha face. Noto seu celular quebrado no chão e novamente meu coração gelou.Ele está com raiva, muita raiva!— Você estava me espionando, neguinha? — Ele
Caminhamos a passos lentos em direção ao grupo de homens que conversavam e bebia, enquanto as mulheres dançavam juntas na pista de dança. Kátia cantarolava a canção que tocava Chandelier da cantora Sia, enquanto Nádia escrevia algo em seu celular de forma frenética. A vontade que me deu, ao voltar a entrar na tenda e ver a cara que o ministro me olhou, foi de rir, mas rir de nervosismo. Estava claro que ele não gostou de minha demora, a sua face sisuda, seus olhos preocupados e lábios cerrados deixavam bem claro isso. Ele desviou seus olhos dos meus por alguns segundos para encarar o presidente Iuri, ele riu do comentário do mesmo, embora não parecesse estar realmente achando graça. Quando ele voltou a pousar seus olhos em mim, eles estavam divertidos, mas a sua face ainda séria. Sorrir para ele, em reposta, ele ergueu as suas sobrancelhas e entortou a sua boca como se me disse: Quero saber de tudo! Sei que o deixei preocupado, demorei mais tempo do que pretendia. Mas, a demora fo
— Certo senho… Elisa. — Ela sorrir envergonhada e eu retribuo ao seu sorriso antes de ela sair em busca de nossas bebidas. Novamente encarei o ministro e o peguei me encarando esquisitamente com suas sobrancelhas erguidas novamente. — O que foi? — Perguntei se você estava bem e você não… — Estou bem, ministro… Muito bem, na verdade! — Então por que a demora? Não me diga que demora esse tempo todo para tirar um vestido? — Perguntou com sarcasmo. Todos próximos a nós nos encaravam com curiosidade. Aff. — Eu não tirei o vestido, Kátia me deu a ideia para tirar a saia do vestido e ficar mais confortável. Por isso ela escolheu esse vestido. — Sussurrei próximo ao ouvido do ministro. — Onde você estava? — Retrucou sussurrando em meu ouvido também. — No subsolo. — Respondi direto. — Mas antes que você fique preocupado, eu estou bem, nós estamos bem! — Mas… — Mais tarde conversamos melhor a respeito disso, ministro, sem que tenhamos tantos espectadores. — Comentei rindo. Suspirando
Eu e o ministro fomos direto ao Buffer, enquanto Kátia chamava a todos para se servir. Caminhei rapidamente para os pratos quentes e meus olhos encheram-se de lágrimas ao ver a feijoada no rechaud, fiquei um bom tempo petrificada, não acreditando no que meus olhos estavam vendo. Confesso que não esperava, achei que ia comer Borscht, Smetana, Shashlyk, entre muitas outras comidas típicas, russa, mas feijoada? Parece até brincadeira. — Algum problema, minha deusa? — Encarei o ministro e ele me fitava com preocupação. Esses olhares dele ficaram mais constantes, então é fácil concluir o que é preocupação e desespero. — Você está chorando? Questionou-me tocando em minha face. Estou? Perguntei-me em pensamento tocando em minha face e sentindo as lágrimas. — Isso é feijoada? — Apontei para o rechaud que eu analisava mais uma vez. — A placa diz que sim. — Ele respondeu pegando a plaquinha de identificação e sorrir. — Gostou? — Se eu gostei? — Comecei a rir de felicidade. — Eu amei! — P
— ANDREI? — O ministro gritou chamando a atenção de todos e eu sorrindo que nem boba. — MEUS BEBES ESTÃO MEXENDO CARA. — tornou a gritar fazendo a todos rir e celebrar compartilhando de nossa alegria, o ministro não parava de rir um só instante. Andrei levantou com sua taça de vinho tinto na mão e a ergueu gritando: — ZA ZDOROVYE! — ZA ZDOROVYE! — Todos gritaram levantando as taças. — Ministro? — O chamei em meio aos risos de alegrias e ele me olhou e eu pude ver lágrimas não derramadas. — Eu te amo! — Falei sobre o seu olhar desconfiado. — Eu também te amo, mas… — Ele faz uma pausa e aproxima a face da minha. — É isso mesmo que você quer me dizer, minha deusa? — Fico em silêncio. Como ele sabe que tem algo mais? — Minha deusa? — Ele me chamou tirando a mão de minha barriga e aproximando a sua cadeira da minha. — Nossos bebes… — O que têm nossos bebês? — Seu tom saiu alterado e nervoso, voltando a chamar a atenção de todos novamente, o silêncio predominou e notei que todos nos