— Lembre se que mando em tudo, principalmente em você… Eu não quero saber de suas desculpas, eu coloquei você ai para você fazer o que mando… Desculpa porra nenhuma, outro questionamento como esse , eu esquecerei que somos do mesmo sangue e te mato, entendeu? … Já chega! EU DISSE JÁ CHEGA! — Ele gritou novamente, em seguida, ouço algo se quebrando no chão. — Continuará aí neguinha?Ele está falando comigo— Não repetirei. — Meu coração gelou ao ouvir o seu tom de voz.Ele vai me bater outra vez, ou pior, me matar. Respirei fundo segurando a bandeja retangular de madeira com mais força que o necessário.Empurrei a porta com o ombro e entrei. Meu corpo tremia muito, mas disfarcei o máximo que pude segurando firme a bandeja para não cair.— Sen… Senhor, trou… Trouxe o… Seu almoço.— Nervosa neguinha? — Ignorei o seu sarcasmo e abaixei a minha face. Noto seu celular quebrado no chão e novamente meu coração gelou.Ele está com raiva, muita raiva!— Você estava me espionando, neguinha? — Ele
Caminhamos a passos lentos em direção ao grupo de homens que conversavam e bebia, enquanto as mulheres dançavam juntas na pista de dança. Kátia cantarolava a canção que tocava Chandelier da cantora Sia, enquanto Nádia escrevia algo em seu celular de forma frenética. A vontade que me deu, ao voltar a entrar na tenda e ver a cara que o ministro me olhou, foi de rir, mas rir de nervosismo. Estava claro que ele não gostou de minha demora, a sua face sisuda, seus olhos preocupados e lábios cerrados deixavam bem claro isso. Ele desviou seus olhos dos meus por alguns segundos para encarar o presidente Iuri, ele riu do comentário do mesmo, embora não parecesse estar realmente achando graça. Quando ele voltou a pousar seus olhos em mim, eles estavam divertidos, mas a sua face ainda séria. Sorrir para ele, em reposta, ele ergueu as suas sobrancelhas e entortou a sua boca como se me disse: Quero saber de tudo! Sei que o deixei preocupado, demorei mais tempo do que pretendia. Mas, a demora fo
— Certo senho… Elisa. — Ela sorrir envergonhada e eu retribuo ao seu sorriso antes de ela sair em busca de nossas bebidas. Novamente encarei o ministro e o peguei me encarando esquisitamente com suas sobrancelhas erguidas novamente. — O que foi? — Perguntei se você estava bem e você não… — Estou bem, ministro… Muito bem, na verdade! — Então por que a demora? Não me diga que demora esse tempo todo para tirar um vestido? — Perguntou com sarcasmo. Todos próximos a nós nos encaravam com curiosidade. Aff. — Eu não tirei o vestido, Kátia me deu a ideia para tirar a saia do vestido e ficar mais confortável. Por isso ela escolheu esse vestido. — Sussurrei próximo ao ouvido do ministro. — Onde você estava? — Retrucou sussurrando em meu ouvido também. — No subsolo. — Respondi direto. — Mas antes que você fique preocupado, eu estou bem, nós estamos bem! — Mas… — Mais tarde conversamos melhor a respeito disso, ministro, sem que tenhamos tantos espectadores. — Comentei rindo. Suspirando
Eu e o ministro fomos direto ao Buffer, enquanto Kátia chamava a todos para se servir. Caminhei rapidamente para os pratos quentes e meus olhos encheram-se de lágrimas ao ver a feijoada no rechaud, fiquei um bom tempo petrificada, não acreditando no que meus olhos estavam vendo. Confesso que não esperava, achei que ia comer Borscht, Smetana, Shashlyk, entre muitas outras comidas típicas, russa, mas feijoada? Parece até brincadeira. — Algum problema, minha deusa? — Encarei o ministro e ele me fitava com preocupação. Esses olhares dele ficaram mais constantes, então é fácil concluir o que é preocupação e desespero. — Você está chorando? Questionou-me tocando em minha face. Estou? Perguntei-me em pensamento tocando em minha face e sentindo as lágrimas. — Isso é feijoada? — Apontei para o rechaud que eu analisava mais uma vez. — A placa diz que sim. — Ele respondeu pegando a plaquinha de identificação e sorrir. — Gostou? — Se eu gostei? — Comecei a rir de felicidade. — Eu amei! — P
— ANDREI? — O ministro gritou chamando a atenção de todos e eu sorrindo que nem boba. — MEUS BEBES ESTÃO MEXENDO CARA. — tornou a gritar fazendo a todos rir e celebrar compartilhando de nossa alegria, o ministro não parava de rir um só instante. Andrei levantou com sua taça de vinho tinto na mão e a ergueu gritando: — ZA ZDOROVYE! — ZA ZDOROVYE! — Todos gritaram levantando as taças. — Ministro? — O chamei em meio aos risos de alegrias e ele me olhou e eu pude ver lágrimas não derramadas. — Eu te amo! — Falei sobre o seu olhar desconfiado. — Eu também te amo, mas… — Ele faz uma pausa e aproxima a face da minha. — É isso mesmo que você quer me dizer, minha deusa? — Fico em silêncio. Como ele sabe que tem algo mais? — Minha deusa? — Ele me chamou tirando a mão de minha barriga e aproximando a sua cadeira da minha. — Nossos bebes… — O que têm nossos bebês? — Seu tom saiu alterado e nervoso, voltando a chamar a atenção de todos novamente, o silêncio predominou e notei que todos nos
— JÁ CHEGA DESSA CONVERSA! — Elisa exclamou alto, fazendo a todos os presentes na tenda a encarar surpresos pelo rompante inesperado. Eu não fiquei surpreso, ela parecia incomodada desde o início, e ultimamente perde a paciência mais rápida. — O que foi minha deusa? — A questionei, mas já imaginava o motivo. — Você não pode ficar exaltada assim! — Ela me fuzilou com olhos e eu ouço a risada baixa de Kátia, ignoro e foco em Elisa. — Estou aqui escutando vocês falarem desse homem, falando desses malditos problemas… Hoje é o dia do nosso casamento, achei que ao menos hoje. — Ela me fitou. — Ao menos hoje, ministro não falaríamos disso. — A sua voz exaltada encheu todo o ambiente, suspirando, me encostei a cadeira observando a todos, esperando que dissessem algo, antes que a culpa caísse apenas em mim. — Nos perdoe Elisa. — Andrei pediu ao notar que ninguém falaria nada. — Obrigado! — Sussurrei alternando meus olhos entre ele e Elisa. Em resposta a Andrei, minha deusa balançou a cabeç
— Sua mãe tem razão, Ania! — Liliane disse sorrindo para Ania. — Tenha orgulho de seus cabelos crespos, ele é sua identidade, ele é lindo, maravilhoso, perfeito! Todo cacho, independente de como ele seja, é uma forma de poder! — Ania afirmou retribuindo ao sorrir com os olhos brilhando. — Meu cabelo me faz ter orgulho de quem sou! Eu sempre me lembro das palavras do meu diretor, quando ele disse que os negros dominariam o mundo, e me pergunto: seria tão ruim assim? — Ela rir. — Quando Obama foi eleito presidente, eu sei que isso não justifica os milhões de negros obrigados a serem escravos, no entanto, hoje, não só um negro foi presidente, mas uma negra também! Estou fazendo história. — Ela tornou a rir. — Poderosa! — A agente, Dias, exclamou e a mesma gargalhou. Toda a mesa pareciam hipnotizados pela presidenta Liliane, Elisa sorria para ela com admiração em seu olhar. — Há muito tempo tomei a decisão de mudar as coisas que não posso aceitar. — Liliane apontou para Ania. — Você não
Ao entender o que o ministro havia murmurado e senti a postura dele mudar, desfaço o nosso abraço e o fito inquieta. Sua fisionomia estava séria e suas sobrancelhas erguidas em total confusão. O que aconteceu agora? Me perguntei ao olhar Alek e constatar que ele também estava sério, deixando claro que o assunto que ele desejava tratar com o ministro é realmente importante. — Sou todo ouvido, Aleksandr. — O ministro declarou com o tom áspero. — Não quis atrapalhar, senhor… — Você não atrapalhou meu amigo. — Retruquei encarando o ministro em desaprovação e o mesmo suspirou com exasperação, ergo minhas sobrancelhas. — O assunto é serio. — Alek voltou a falar dando um passo para trás. Provavelmente com o olhar intimidador que o ministro o fitava. Balancei a cabeça em negativo. — Deseja que eu saia para vocês conversarem a sós? — Perguntei. — Não, o assunto é com a senhora também. — Então, fale homem, esse suspense está me irritando já. — O ministro avisou e eu suspirei me desgrud