Após Kátia terminar de fazer a minha maquiagem, foi à vez de pentear meus cabelos. Rapaz, não foi nada fácil. Foi preciso desfazer todos os meus cachos maravilhosos… Aff! Como prometi, Kátia fez o coque abacaxi e enfeitiçou com um, porta coque feito de renda com estampa de flores. Em seguida foi a vez de conhecer o meu vestido de casamento. Nada havia me preparado para esse momento. Que o olhasse sem a saia, diria que ele parecia um vestido comum de festa. Todo feito em renda na cor branco gelo com detalhes de flores, seu comprimento chegava até os meus joelhos. O vestido trazia um decote em V frente e verso com alças retas que se moldava com perfeição aos meus seios, mesmo com a minha barriga avantajada, não pude deixar de me sentir bem… De me sentir bonita! O vestido ficou perfeito em meu corpo, sem tecido sobrando, nem apertado e nem folgado demais. A minha barriga ficou tão redondinha no tecido que a minha vontade era transbordar em lágrimas, mas Kátia reclamou tanto que a
Estava entre o grupo Vladimir, O presidente Iuri, Nanda, a presidenta Liliane, Andrei, a doutora Vassiliev, o chefe de segurança do ministro, Serguei, meu tio Marcelo e Ania. Todos me encaravam com expectativa e satisfação e eu voltei me senti uma rainha com tanta atenção. Assim que chegamos enfrente a todos, Kátia foi logo me apresentando a Liliane, no grupo eu conhecia a todos, menos ela. — Agradeço, pelo convite em ser a sua madrinha, Elisa. — Ela disse em português. — A gratidão é reciproca, senhora presidenta. — Falei com admiração. — Me chame de Liliane, por favor, futuras amigas não se tratam formalmente. Puta merda, A presidenta Liliane quer ser minha amiga? — Eu… — Desembucha deusa. — Kátia diz achando graça. — A deusa é a sua fã, Liliane, mesmo morando aqui na Rússia ela acompanha o seu trabalho. — Claro, Kátia, não é sempre que a gente ver uma mulher ocupando um cargo que até pouco tempo só homens poderiam. Ela é uma mulher preta no poder executivo, claro que sou
Eu já vi muitas mulheres lindas nesses meus 33 anos de vida, mulheres essas que já fiquei por uma noite ou duas, mas nenhuma, nenhuma delas se comparou a beleza de minha deusa. Ao ver, Elisa entrando na tenda vestida de noiva foi uma sensação tão boa, foi como me apaixonar por ela novamente. A cada vez que eu a vejo admiro o seu olhar doce, seu jeito de andar, sorrir, falar, eu me apaixono mais ainda por ela. Não sei como isso é possível. Mesmo de longe eu podia ver seus olhos brilhando ao olhar para todos os lados com curiosidade. Ela olhava tudo e todos na tenda sem perder o seu belo sorriso. Quando os nossos olhos se encontraram, sentir o ar me faltar por um instante. Ela me olhou com o seu olhar apaixonante alargando o seu sorriso para mim e eu retribuir não conseguindo conter a emoção. Discretamente, limpei as lágrimas que caíram em minha face e sinto a presença de Andrei ao meu lado. — Ela está linda, Dmi. — Olho de relance para ele e o vejo sorrindo. Ele tem razão, a El
— O jeito que nos conhecemos foi totalmente inesperado para mim, mas inesperado ainda fui eu ter me encantado por alguém que foi tão desagradável. — Levantei minhas sobrancelhas ao ouvir as suas palavras. — Não me olhe assim, Andrei está de prova que você foi desagradável. — Encarei Andrei e ele balançava a cabeça concordando. — Mas isso não vem ao caso, ministro. — Olho em sua direção mais uma vez. — Eu não mudaria nada! Hoje enfrente aos nossos amigos e familiares, prometo não apenas ser a sua esposa, mas também a sua amiga, amante, prometo ser carinhosa e paciente, te abraçar quando você precisar… Ou quando você não precisar também, pois amo está em seus braços…— Deusa, eu entendi o duplo sentido. — Ouço Kátia falar e a encaro. — Safadinha. — Ela completou em português, fazendo Elisa sorrir e piscar em sua direção e eu ficar sem entender nada.— Ministro, eu sei que teremos muitas jornadas difíceis. — Ela diz ainda sorrindo. — Às coisas não serão fáceis. Nunca foi e nunca será! Ma
— Ela disse que sou linda e gostosona, de um jeito que só nós brasileiros temos ao elogiar, principalmente uma baiana. — Disso ela tem razão, não vou nem disco… — Sou interrompido pela voz de Nanda nos chamando para dança dos noivos e não completo a minha fala. — Minha bela amiga Elisa, me incumbiu do dever de ser a sua anfitriã. — Nanda começou a dizer. — Mas antes, gostaria de receber os noivos. Aqui estão eles pela primeira vez como casal. — Ela apontou em nossa direção. — Senhor e senhora Volkova. — Todos começam a nos aplaudir, rindo, segurei a mão esquerda de Elisa e caminhamos para o centro da pista de dança, os convidados ficaram ao nosso redor esperando mais um momento nosso começar. Nanda começou a cantar a música I Love You Baby de Frank Sinatra, a música que pedir para esse momento. — Amo essa canção, ministro. — Elisa diz em sussurro. — Eu também, minha deusa! A conduzir até a pista de dança e quando nossos olhares se encontraram a tomei em meus braços, a guiando co
LUANDA Eu ainda me lembro da minha antiga vida e sinto falta de coisas que nunca mais viverei outra vez. E isso me doe por dentro… Como não doer? Três anos se passaram eu longe de minha família, mas para mim parece uma eternidade. Sinto-me tão sozinha. O fardo que carrego é pesado demais, eu nem sei o porquê estou de pé ainda. Tempo? Por que não volta mais? Por que aceitei viver assim? Fico querendo me convencer que eu não tive escolha, mas o meu lado racional me diz que eu poderia ter lutado mais, ter feito mais. O medo me consome me paralisa por dentro, eu me tornei uma pessoa amargurada, escrava da desesperança, pois não sinto mais esperança que serei feliz outra vez. Todo “santo” dia eu me pego lamentando a minha vida e me sinto morrer por dentro. Lamentar a minha ruína cria uma nova “dor” e eu choro, porque chorar é tudo que me resta, mas a vontade de morrer me acompanha todas as horas de minha vida. Não seria difícil tirar a minha vida agora. Penso olhando para a gave
— Lembre se que mando em tudo, principalmente em você… Eu não quero saber de suas desculpas, eu coloquei você ai para você fazer o que mando… Desculpa porra nenhuma, outro questionamento como esse , eu esquecerei que somos do mesmo sangue e te mato, entendeu? … Já chega! EU DISSE JÁ CHEGA! — Ele gritou novamente, em seguida, ouço algo se quebrando no chão. — Continuará aí neguinha?Ele está falando comigo— Não repetirei. — Meu coração gelou ao ouvir o seu tom de voz.Ele vai me bater outra vez, ou pior, me matar. Respirei fundo segurando a bandeja retangular de madeira com mais força que o necessário.Empurrei a porta com o ombro e entrei. Meu corpo tremia muito, mas disfarcei o máximo que pude segurando firme a bandeja para não cair.— Sen… Senhor, trou… Trouxe o… Seu almoço.— Nervosa neguinha? — Ignorei o seu sarcasmo e abaixei a minha face. Noto seu celular quebrado no chão e novamente meu coração gelou.Ele está com raiva, muita raiva!— Você estava me espionando, neguinha? — Ele
Caminhamos a passos lentos em direção ao grupo de homens que conversavam e bebia, enquanto as mulheres dançavam juntas na pista de dança. Kátia cantarolava a canção que tocava Chandelier da cantora Sia, enquanto Nádia escrevia algo em seu celular de forma frenética. A vontade que me deu, ao voltar a entrar na tenda e ver a cara que o ministro me olhou, foi de rir, mas rir de nervosismo. Estava claro que ele não gostou de minha demora, a sua face sisuda, seus olhos preocupados e lábios cerrados deixavam bem claro isso. Ele desviou seus olhos dos meus por alguns segundos para encarar o presidente Iuri, ele riu do comentário do mesmo, embora não parecesse estar realmente achando graça. Quando ele voltou a pousar seus olhos em mim, eles estavam divertidos, mas a sua face ainda séria. Sorrir para ele, em reposta, ele ergueu as suas sobrancelhas e entortou a sua boca como se me disse: Quero saber de tudo! Sei que o deixei preocupado, demorei mais tempo do que pretendia. Mas, a demora fo