Eu estava tão ocupada observando a tranquilidade com que Alana estava com Nikolas, me sentindo completamente intrigada em como ele fazia tal coisa que não notei a garota atrás de mim, seu coração disparado, sua respiração acelerada, quando ela viu as presas do príncipe se cravando no pescoço de sua amiga, seu coração pareceu que ia parar, eu nunca havia ouvido um coração humano bater com tanta rapidez, quando me virei para ela acredito que ela havia presumido que seria a próxima e foi o estopim para que corresse porta a fora.
Eu não tentei impedi-la.
Mesmo estando com tanta sede, eu me curvei sobre o chão com uma das mãos em minha garganta sentindo a dor que estava tentando me consumir.
Minhas pernas vacilaram por um segundo e meus joelhos cederam, quando vi já estava no chão ajoelhada com as mãos sobre o estomago.
Fechei os olhos tentando não sentir o cheiro daquele sangue fresco a poucos metros de mim, eu precisava me conter, ou poderia machuca-la.<
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Eu me sentei ouvindo suas palavras absurdas, como ele poderia achar normal aquela situação eu não sabia. Algumas horas atrás ele estava disposto a matar todos os homens sobreviventes, para que pudesse se alimentar e seguir viajem, agora eu presenciei sua delicadeza com Alana, mas logo depois disso ele age como se não fosse nada demais o modo como ela saiu carregada. - E vamos ser realistas Nina, você deixou a serva de sague fugir. - ralhou comigo. Encarei-o chocada com sua audácia. - Ah claro, eu deveria tê-la agarrado pelo pescoço e bebido todo o sangue dela não é? isso teria sido o mais correto príncipe? - rebati. Antes que ele pudesse responder alguém entrou na casa, era o lí
Era um pensamento tolo, é claro. Eu sabia que minha mãe e meu pai me amavam, o que aconteceu comigo foi obra de pessoas com o coração negro. - Então suponho que resgatá-lo seja tarefa nossa. - anunciou Ravi. Nikolas olhou para mim nesse momento, porque ele sabia o que eu sentia por seu irmão, ele era um assassino cruel, me tirou uma família sem nenhum remorso, enquanto era a mim que ele desejava matar, a dor que ele me causou era incomensurável. Mas Ravi não sabia disso, nem esse nem o outro, e como eu ficaria parecendo para ele se me recusasse em ajudar a salvar uma criança. Mesmo que essa criança fosse no futuro alguém que me faria tão mal.
Uma batida na porta interrompeu minhas tarefas verificando o conteúdo do baú, eu o fechei imediatamente e o coloquei no lugar, uma voz feminina pediu para entrar, respondi que sim. Zenia abriu a porta com delicadeza, trazia em suas mãos uma cesta de roupas, ela sorriu ao me ver, mas discretamente seus olhos percorreram todo o cômodo procurando por Nikolas. - Ele necessitava de um pouco de ar fresco, depois do dia de hoje, creio que você entende. - respondi sua pergunta não feita, ela me deu um sorriso amarelo assentindo com a cabeça, estava completamente constrangida por eu ter notado que ela procurava por ele, e isso fazia sentido se ela acreditava que eu era sua esposa. Naquele momento eu quis esclarecer tudo, contar que erámos somente companheiros de viagem, mas percebi como aqui
Enquanto ele falava eu pensava em como seria isso, caso eu aceitasse eu ficaria aqui, provavelmente bem, mas e ele e Ravi? sozinhos em Creta, em um lugar hostil, a terra do inimigo, eu não aguentaria de preocupação...Nikolas falava com toda a segurança que eu estaria melhor aqui, sendo cuidada e aliementada, eu não duvidava disso, mas ainda assim não parecia o certo a se fazer, deixa-los sozinhos nessa empreitada tão perigosa.- Pensei que você não confiasse nessas pessoas. - o lembrei.Ele riu um sorriso discreto, porque a algumas horas atrás ele estava me chamando de ingênua e burra, dizendo que eu havia confiado nas pessoas desse lugar de modo precoce, mas aqui estava ele dizendo para que eu poderia pe
- Pode imaginar no começo como era viver assim? alguém as vezes me tocava sem querer e eu ficava paralisado vendo as lembranças tristes e vergonhosas de alguém que eu mal conhecia, isso era muito ruim, com o tempo é claro que eu aprendi a controlar, no entanto até isso acontecer eu fiquei extremamente deprimido. - eu acreditava que deprimido era uma palavra mais suave que ele havia escolhido propositalmente. - depois fiquei com raiva e o ódio foi crescendo dentro de mim, e o plano surgiu, matar todos os cretenses que me fizeram mal, viajei escondido para Creta e matei cada um deles, e suas famílias, isso não me deu paz, me deixou mais atormentado, aconteceu a transformação de Alexandre e logo depois minha mãe morreu, em condições misteriosas, até hoje eu não como ela morreu, mas você deve presumir que após sua morte
- Quem contou isso a você? - perguntei.- Meu pai me contou, estou sendo muito intrometida? Não quis ofender você.- Quem é seu pai?- O senhor Felippo, por isso sou muito grata por vocês ajudarem, provavelmente se não estivessem lá ele não teria retornado, estávamos sofrendo com aquele Ciclope a meses. - respondeu ela.Eu a encarei ainda assimilando que ela era uma ancestral do homem que eu odiava, que da sua linhagem séculos depois surgiria um homem doente e pervertido, que machucaria inúmeras pessoas, machucaria crianças... que me feriu.Como pessoas boas como aquela faziam parte da mesma família? Eu não compreendia, mas percebi que não seguiria alimentando os pensamentos assassinos contra Felippo, ele não era mais só o rosto do homem que eu nutria um ódio profundo, ele era o pai de alguém, o pai de Zenia.E ev
Sua vida possivelmente teria tomado outro rumo tendo sua mãe ao seu lado.— Ela sempre me contava de como foi sua transição para vampira.- comentou Nikolas, eu aguardei que ele continuasse a falar, no entanto, ele não continuou, em vez disso ficou com o olhar perdido, como se estivesse voltando ao seu passado em pensamento.— O que ela contava a você sobre sua transição? — insisti, eu queria saber mais dessa vampira que possuía a mesma chama que eu, e saber também sobre como ela era como mãe desse vampiro, porque era impossível não ver a ligação de amor entre os dois.Ele voltou seu olhar azul profundo para mim.— Ela me contava histórias de quando foi transformada em vampira, ela sempre foi da nobreza, mas não de Atenas, ela vem de Esparta, filha do rei de Esparta, por muito tempo ela se ressentiu com seu pai o rei Leon,
- Eles não retomaram as terras?- perguntei. - Eu não me lembro disso no tempo que estive em Creta, como deve imaginar eu não recebia muitas noticias em minha cela. Não falamos mais depois disso, o silencio voltou a se instalar entre nós, mas não foi um silencio desagradável, foi natural. Lentamente eu fui me deixando envolver pelo sono, mergulhando na inconsciência agradável, meu corpo foi se tornando pesado, em seguida se tornou leve e foi como se eu estivesse flutuando, eu queria um sono sem sonhos, porque eu não tinha sonhos, eu tinha pesadelos, terríveis pesadelos... Eu voltei para a boate, ergui as mãos no rosto para bloquear a luz forte que me cegava, então uma musica começou a tocar, eu conhecia a musica, já tinha dan