Estefane Oliveira
Escuto o despertador martela minha cabeça, como todo o dia. Desligo, passo a mão no meu rosto e me sento na cama.
Lá fora estava um tempo nublado, sem cor, sem vida. O dia decidiu acordar com o meu humor hoje.Levanto-me, pego minha toalha e vou tomar um bom banho, pensando que com esse banho ia embora o vazio que carrego dentro de mim. Essa dor que insiste em ficar comigo.
Minha vida virou uma tremenda rotina, não tenho, mas" vida". Esqueci de apreciar a vida, mas o pior nem é isso, é que eu penso nisso e não faço nada para mudar.
Coloco minha saia sob medida preta, una blusa social branca, maquiagem básica e cabelo bem preso em um rabo de cabelo alto.
Meu uber já estava esperando na porta do apartamento. Entro e ele já segue em direção as empresas relvas.
Miguel relvas. Foi o homem que cuidou de mim como uma irmã, me ajudou quando estava com quinze anos e sem aonde ir.
Agora que estou com meus vinte e dois, sou a sócia dele é braço direito da empresa.-- tenha um bom dia, senhorita Oliveira!-- fala o motorista.
-- para você também, Alex!-- falo sorrindo.
Saio do carro, passo meu cartão e as portas da empresa de abrem.
Ando elegantemente para dentro, o som do meu salto batendo no piso do chão, faz alguns olhares subirem para mim.-- senhorita Oliveira, preciso que assine esses documentos!-- fala um cara de terno.
Pego os documentos que ele entende.
-- senhorita Oliveira, tem duas ligações de dois possíveis investidores esperando!-- fala uma mulher.
-- mande-os para minha secretaria!-- peço educadamente.
-- senhorita Oliveira, preciso que leia esses dois documentos!-- fala mais uma mulher.
Pego sorrindo para ela. Entro no elevador, assim que as portas se fecham, tiro o sorriso do meu rosto.
Minha rotina é assim, minha máscara é assim, minha farsa é assim.Por mais que eu ame miguel, meu irmão de consideração, mais-que-tudo. Um dia ele vai ter sua mulher e assim, atenção para ela.Eu não tenho ninguém além dele.Então como vou ser feliz?
Vou para minha sala, jogo todos os documentos na mesa e me jogo na minha cadeira. Dou um longo suspiro.
-- rotina, eu sei. Mas um café triplo bem forte, pode animar seu dia!-- fala Franciele, minha secretaria/amiga.
-- você vale ouro fran, sabe exatamente do que eu preciso!-- falo tomando um gole bem generoso do café.
-- então, seguiu meu concelho?-- perguntou ela se sentando na beira da minha mesa.
-- se está me perguntando se eu segui aquele concelho que... como era? Ata. Sair de noite para beber, fica com um homem qualquer e sumi. Não!-- falo.
-- qual lê, Esther. Tem que viver, tem que sair um pouco. De uma oportunidade para você!-- fala ela.
Arrumo-me na minha cadeira.
-- Fran, eu sigo uma rotina rígida, qualquer deslize e adeus a minha vida inteira!-- falo.
-- uma vida de trabalho, trabalho e mais trabalho.
Viva, Esther. Se permita viver, ame. Conheça um homem que te faça feliz e fazer seus dias, sem rotina!-- fala ela.Assim sai da sala.
Pensei nisso, viajar com um homem sem planeja nada, viver perigosamente. Amar.
Passo a mão em meus cabelos.
-- vejo que minha linda maninha chegou!-- escuto a voz que afasta meus problemas. O único que não tenho medo de mostrar o que sinto.
Levanto-me da cadeira, ando até ele é abraço forte o mesmo.
-- até as princesas têm seus dias difíceis!-- fala ele.
-- se eu fosse uma princesa!-- falo saindo do abraço.
-- se você fosse uma princesa, seria a valente. Mas a valente não tem seu príncipe, vamos fazer uma junção. Valente com Ariel!-- fala ele.
-- não preciso de homem!-- falo.
-- eu sei que não, mas também queria ver você feliz, mesmo que eu tenha que pesquisa todos os antepassados do rapaz!-- fala ele.
Solto uma risada.
-- só você para me fazer rir!-- falo.
-- eu te amo mana, você sabe disso. Minha variel!-- fala ele beijando minha testa.
Ele sai da minha sala, me sento novamente na minha cadeira.
-- variel. Ele é doido!-- falo sorrindo.
(...)
19:00
Ainda estou aqui no trabalho. Posso ir embora? Sim! Quero? Não!
Para quê? Para ficar sentada assistindo tv., vendo filme de romance e fica chorando porque não tenho meu príncipe encantado?... até que não é tão ruim se parar para prestar atenção.
-- estou indo, esther. Tenha uma longa e triste noite, sua mula!-- fala Fran rindo.
-- vai atrás de seus machos e me deixa!-- falo sorrindo.
Ela fecha a porta e escuto seus saltos se distanciando. Se Miguel me pega aqui a essa hora ainda, ele me mataria viva.
Termino de ajeitar minha mesa, pego minha bolsa e saio da minha sala.
Ando até o elevador, aperto o botão e espero ele.Sinto alguém se aproximar e esperar atrás de mim.O elevador chega e a pessoa entra comigo. Aperto no último andar.
Sinto a pessoa se aproximar, sinto sua respiração em meus cabelos, sua aura que predominante ali.Seu braço passa pelo meu lado, aperta o andar de entrada da empresa. Após apertar, ainda fica atrás de mim.Seu cheiro forte invade meu nariz, seu perfume calmamente era de marca, mas não consigo definir qual.
Rapidamente, o homem de distância e fica no canto do elevador.Chego no meu andar, saio. De canto de olho, vejo o elevador se fechando com o homem lá dentro.Mordo meus lábios, o estacionamento estava com muito poucos carros, dando um ar amedrontador.
Meu coração disparado, procuro meu celular na minha bolsa. Sinto uma mão no meu ombro.Usando as técnicas de artes marciais que aprendi, me viro e imobilizo o braço da pessoa.
-- mana, sou eu!-- fala Miguel.
Solto ele na mesma hora.
-- seu idiota, eu podia ter quebrado seu braço!-- falo.
-- eu falaria para as pessoas que lutei com muitos homens em simultâneo. Falar que apanhei para uma mulherzinha, iria queimar minha reputação!-- fala ele.
Dou um soco na sua barriga.
-- mulherzinha nada!-- falo brincando com ele.
-- aqui. Trouxe meu outro carro para você, pode usar até comprar um!-- fala ele.
-- obrigada mano!-- falo abraçando ele.
Pego a chaves e logo entro na BMW branca dele.
Saio do estacionamento e vou para a estrada.Paro no sinal vermelho e chego meu celular.
Uma notificação de Miguel, avisando que iria chegar um pouco atrasado amanhã. Quando ele fala isso, já sei que levou uma de suas conquistas para pernoitar em sua casa.O sinal abre, mas o carro da frente continua parado. Buzino para ele.
Não saindo da minha frente, faço uma manobra no carro e passo na sua frente. Pelo retrovisor, estava escuro, mas vejo seu olhar sombrio que me causou calafrios.Sigo em direção a minha casa em silêncio.
....Estefane Oliveira Coloco um par de brincos prata, com uma flor vermelha de enfeite.Meu celular começa a tocar, olho o relógio. Seis e meia, atrasada eu não estou. Pego, vejo o número da fran na tela.Atendo e coloco no viva voz.-- aconteceu algo?-- pergunto terminando de ajeitar meu rabo de cabelo alto.-- vem para empresa agora, tá rolando um protesto com um dos investidores. Não estamos conseguindo entrar, nem o Miguel tá conseguindo e olha que ele é dono do baguió todo!-- fala ela com uma voz assustada.Escuto de fundo a voz do Miguel perguntando se era eu na ligação.-- maninha, estamos precisando dos seus encantos femininos aqui!-- fala ele.Nem com a empresa em crise, ele não para com as suas piadinhas.-- segura ele
Estefane Oliveira Estou andando de um lado para o outro na minha sala, enquanto Fran, Gabriel e Miguel estão ali, resolvendo minha vida como se eu não fosse capaz disso.Olho-me no espelho da minha sala, como sempre reparo no meu cabelo. Quando minha mãe morreu, meu pai se irritou com tudo a sua volta e me forçou a nunca voltar meu cabelo, apenas para lavar e já amarrar.Deis de então, nunca mais soltei, nem me lembro de como eu era de cabelo solto.Eu olho no espelho e não vejo a mulher que eu tinha que ser, mas ali ainda estava a menininha que tinha medo de tudo. Sinto minhas lágrimas surgindo, esses anos todos e eu não superei um simples trauma.-- Esther, vem cá amiga!-- fala Fran aparecendo na porta.Ela vem até mim, abraço forte ela e me permito chorar.-- não adianta fran, eu tô mostrando uma força que eu não
Estefane Oliveira Abraço mais uma vez Miguel, apertando forte.-- ok mana, se quer que eu viva, pare de me apertar assim!-- fala Miguel dramaticamente.-- seu idiota, vou sairfalta, dá, sua chatice!-- falo batendo no seu braço.Viro-me e vejo Fran sorrindo para mim. Corro até ela é abraço forte.-- como está se sentindo indo viajar com um deus grego daqueles?-- perguntou no meu ouvido.-- ele não é um deus grego!-- falo. Viro-me e olho para Gabriel, que estava usando um terno parecido com o de ontem, totalmente na postura ereta de um segurança -- ele é... bonitinho!-- falo mordendo os lábios.-- ata. Vou fingir que acredito senhorita. Se cuida amiga!-- fala me abraçando mais uma vez.Abraço ela fort
Estefane Oliveira Chegamos nas empresas relvas da França. Uma linda construção de prédio, perto da grande torre se Paris. Claro, meu irmão, isso aqui teve ter sido uma fortuna.-- o que pretende fazer?-- perguntou Gabriel quando estávamos atravessando a rua.-- você é bom emGuarda as costas dos outros, eu sou boa em pesquisa, desvendar, desmascara o culpado e ganha uma boa grana em cima disso!-- falo sorrindo orgulhosa de mim mesma.-- ok. Então você prefere Henry Brogan ou uma cópia barata de neville longbottom?-- perguntou. Solto uma risada com a sua pergunta nada a ver.Passo meu cartão na entrada e as portas se abrem.-- está me perguntando se eu prefiro
Estefane Oliveira -- os números começaram a desviar faz um ano, mais ficaram maiores agora. Antes o desvio era de uns dez mil intercalados!-- fala o senhor germano.Passo a mão na testa, estava me stressando esse assunto. Solto un suspiro.-- tem alguma ideia de quem está fazendo isso?-- pergunto.-- o vice do departamento de financiar daqui, o nome dele é Victor Menezes. Pode falar com ele, penúltimo andar!-- fala ele.Levanto-me, saio da sala.-- vamos Eugênio!-- falo para Gabriel que estava olhando o celular.-- prefiro Gabriel!-- fala ele indo até mim.-- vou te chamarHenry Brogan
Estefane Oliveira Coço meus olhos, coloco a mão na boca e tusso uma três vezes seguidas.Já estávamos na França a uma semana, minha cabeça está a mil.Passo a mão em meus cabelos bem presos em um rabo de cavalo, solto um suspiro e mordo a ponta da caneta que estava usando.-- de acordo com meu relógio de Guarda-costas, você está descansando zero horas e zero minutos!-- fala Gabriel aparecendo na porta do meu quarto.-- não posso descansar, preciso achar quem é que está desviando o dinheiro!-- falo e acabo tossindo mais três vezes.-- está ficando doente!-- fala Gabriel me olhando sério.-- não, eu tô muito bem!-- falo contrariada.-- sim, você está doente!-- <
Estefane Oliveira Sinto uma dor forte de cabeça, calafrios passa pelo meu corpo. Puxo mais a coberta para perto do meu pescoço.-- nãopode ficar coberta, Esther!-- escuto a voz de Gabriel.Resmungo sem abrir o olho, puxo o coberto para me aconchegar nele.-- deixa eu ver sua temperatura, sua birrenta!-- fala ele.Abro os olhos. Gabriel estava usando uma roupa casual, uma calça moletom preta e uma blusa de manga longa cinza.Ele coloca o termômetro no meu braço, fico observando seus olhos azuis-escuros.-- o que foi? Por que tá me olhando assim?-- perguntou ele sorrindo.-- você tem olhos lindos!-- falo na maior sem-vergonha.Então percebo que ele fez um coque alto no meu cabelo, que não me incomodava a deitar no travesseiro.-- posso falar o mesmo!
Estefane Oliveira Chegamos no hotel, me sento na cama e fico olhando Gabriel. Ele estava andando de um lado para o outro.-- você vai fazer um buraco no chão!-- falo.Meu celular começa a tocar, me levanto. Era um número desconhecido, com receio atendo.Levando o celular até minha orelha.-- alô!-- falo mantendo a calma.Gabriel vem até mim e coloca meu celular no viva voz.-- devo admitir que você é mais lenda do que imaginei. Pensei que em dois dias que estivesse aqui, iria saber quem era eu!-- fala com uma voz distorcida.Eu e Gabriel nos olhamos.-- se eu fosse você saia logo desse apartamento. Estou escutando tik tak de algo!-- fala.Logo a linha fica muda.