Eu estava tão confusa que quase podia rir de toda aquela situação. Eliot não tinha que se apresentar para mim, era claro o quanto eu o conhecia. Melhor amigo do Hardin, e também, o vice presidente da RageTech. Talvez ele me achasse uma idiota por acreditar que eu não saberia quem ele era. – O Hardin acabou de sair daqui. Ele estava tão sério. Seu rosto formava uma sombra escura e perturbada no canto da parede, e subitamente, senti o desejo de agarrar a minha nos meus braços. Eu tinha que protege-la do mundo. – Eu sei. Eu o vi sair. Na verdade. – Ele sorriu, mas havia algo de estranho nos dentes dele. A forma como os lábios se contorciam, ah, eu odiava aquilo. Ele nunca me inspirou confiança, embora tenha sido sempre gentil comigo. – Na realidade, eu só estava esperando que ele a deixasse em paz por um momento. – Então por que... – Eu estava tão confusa. Tentei me posicionar melhor naquela cama, mas eu ainda sentia tanta dor... – Por que veio aqui? Não deveria estar no acidente das
O meu sorriso ainda estava estampado no rosto. Que maldita piada de mal gosto. Como ele conseguia fazer isso com uma mulher que quase morreu a tão pouco tempo. Meu sorriso estava se desfazendo lentamente, mas o rosto dele continuava impassível. – Como descobriu? Como você soube? – Sobre o que? O seu marido Daren? – Sim! Desde quando sabe disso? – Desde que pisou na empresa. Senhorita Clarke, eu estava naquele anúncio que o seu ex marido fez. E se me permite dizer, nunca tinha visto tamanha covardia. Abaixei a minha cabeça. Eu estava envergonhada demais, apenas por me lembrar. Coloquei a mão no topo da cabeça, mas eu preferia estar escondendo o meu rosto em um buraco bem fundo. – Obrigada . – Por? – Por não ter contado ao Hardin. Eu sei que ele faz uma péssima opinião sobre mim. Ao menos fazia, não é? Eu preciso de tempo para contar a verdade. Talvez ele conheça o Daren... – Senhorita Clarke, acho que não me ouviu. Ou talvez eu simplesmente não tenha me expressado direito. É ób
– O que você sabe? O que mais você sabe! – Gritei. – Diga! – Então olhei para a minha filha, e ela ainda estava dormindo ao lado. – O senhor Holloway era um homem muito difícil. – Eu sei. E o que tem a ver? – Sua mãe foi um caso dele. Sabe que ele nunca, realmente respeitou a esposa, enquanto ela estava viva. Ele teve muitas mulheres, como eu sempre imaginei. – Você fala, fala, mas nunca chega a lugar algum. Eu não consigo entender o que diz. Eu... Por que você não pode simplesmente falar? – Senhorita Clarke, eu sei que é difícil, mas precisa saber que Hardin deveria ter se casado com você desde o princípio. O seu pai o afastou da casa por que vocês deveriam se casar. Ele nunca quis que se vissem como irmãos. Ele sempre soube que o Hardin era galanteador, e educado. Não como o idiota do Daren... – Hardin era... Como? Eu não consigo entender. O que aconteceu? Por que ele não se casou? Eliot estava tão sério, e me olhou como se perdesse a coragem de contar. – Ele amava outra mulh
– Herdeira? – Eu ri novamente, mas as mãos do Eliot apertavam as minhas bochechas. Ele não parava de olhar para os meus lábios, e eu estava começando a ficar com raiva por isso. – O senhor Holloway deixou tudo que tinha para você. Quem se casasse, deveria cuidar de tudo para você. Ser o novo presidente... Você seria uma lady perfeita, e tudo estaria bem. – Ficou maluco? Por que acha que o senhor Holloway deixaria tudo para mim? Ele dormiu com a minha mãe. Ok, eu já desconfiava. Na verdade, acho que sempre soube, mas não queria admitir que a minha mãe fosse capaz. Por tantos anos, cuidando da esposa do senhor Holloway, e depois dormir com ele a noite... Mas ele não era um velho tolo. Ele jamais deixaria sua riqueza para uma garota qualquer. – Você nunca foi uma qualquer. Você era... – A favorita. Eu sei! Eu sei que fui criada como uma pessoa da família, mas é o que sempre dizem as suas caridades, não é? Ah sempre a mesma história da garota que foi criada como filha, como uma igual,
Desci do carro usando o habitual óculos escuros da tragédia. Eu odiava ter que pensar que lidaria com fotógrafos, ou jornalistas. Eu estava preocupado demais para pensar em qualquer coisa. O meu coração estava dividido. Esse não era o lugar onde eu deveria estar, não eram essas pessoas que eu queria ver. Eu só desejava estar assinando aqueles papéis agora. Eu desejava escrever o meu nome em uma certidão de nascimento, e se ela me aceitasse, de casamento. Precisava me lembrar de comprar um anel antes de voltar a ver a minha Livy Clarke. Caminhei pelo curto espaço entre o carro, até o portão da fabrica. Um segurança abriu a porta, e eu estava sempre muito formal. Olhava ao redor, embora não movesse um único centímetro da cabeça. Tudo parecia vazio demais. Aonde estavam os jornalistas, os fotógrafos? Aonde estavam todos? Eu esperava encontrar uma grande tragédia, mas não havia nada naquele lugar, além de um carro de bombeiros e um supervisor angustiado. – O que aconteceu? – Questionei.
– Suas? – Andei até o Eliot. Estava os tão próximos, que eu podia sentir o cheiro da Livy Clarke nele. Aquilo queimou o meu peito como fogo. Eu estava ainda mais irritado. O meu punho fechado tentava controlar-se em um tremor, apenas para não quebrar aquele maldito nariz grande. – Com que direito dá ordens aos meus funcionários? Como ousou me tirar do hospital, quando eu estava fazendo a única coisa importante da minha vida! Eliot ergueu o queixo. Os olhos dele estavam cheios de lágrimas. Por que ele queria chorar? Que imbecilidade... – Eu tinha que evitar que você fizesse uma loucura. Como você pôde acreditar naquela mulher ridícula? Como você conseguiu se declarar para ela? – Como sabe disso? Você falou mesmo com ela, não foi? Você não tinha esse direito. – Apontei o dedo para ele. Estava olhando as minhas mãos cheias de anéis, e pensando nas marcas que eu deixaria, se ao menos o socasse uma vez. – Eu tinha. Eu era o seu melhor amigo. Eu precisava evitar que você cometesse a pior
Entrei na sala do Eliot, no dia seguinte. A minha cabeça ainda estava doendo depois de tudo. Passar a noite me afogando em um bar não parecia mais uma ideia tão boa agora. Os meus olhos vasculharam a sala, e sua decoração prestes a mudar. Eliot se levantou, segurando uma pilha de papeis e as enfiando em duas grandes caixas. Um porta retratos, uma pasta, e algumas revistas indiscretas, e era tudo que ele tinha ali dentro. – Aonde ela está? Ele ainda continuava a guardar suas coisas dentro de caixas de papelão. – Ela quem? – A Livy. Eu quero saber para onde ela foi. Eu preciso saber aonde ela levou a minha filha! – Sua filha? – Eliot riu, balançou a cabeça, e voltou a sua atenção aos papéis. – Eu não tenho que te explicar nada. – eu sentia o meu peito ardendo cada vez mais. Eu estava sentindo falta de ar, como se ela fosse a minha respiração, e agora tudo se foi. – Eu e Livy Clarke temos que conversar. Ele ergueu o corpo. Os olhos do Eliot me encararam, e eu sabia que ele tinha c
Daren Holloway Eu derrubei uma pilha de papéis inúteis quando coloquei a bunda deliciosa de uma secretária em cima da mesa. Levantei o vestido dela, e dei um tapa. Estávamos nos beijando, tão frenéticos. Aquilo não era nada demais, eu ainda amava a Maila. Homens são assim, e não podemos misturar as coisas. O telefone não parava de tocar, e aquilo estava começando a me deixar irritado. Por que tirar a concentração de um homem como eu? Daren é o mais perfeito na cama. Daren não pode falhar. Tirei a camisa e continuei as minhas sessões de beijos. Eu não tinha certeza se havia feito tudo certo, e menos ainda, se havia trancado a porta do escritório. Não que isso importasse de algo. Todos sabiam sobre os meus casos na empresa, e não era nada demais. Mas eu soube instantaneamente que havia cometido um erro quando a porta se abriu. Eu sentia a brisa gelada batendo na minha bunda nua. A secretária no meio das minhas pernas, com seu batom borrado. Então ela largou o que estava fazendo, olho