AntônioEstou indo bem com Cora. Ela não faz aquele menino sumir, faz com que eu aceite suas fraquezas e forças. Afinal estou vivo hoje graças a força daquele menino que suportou tudo até surgir um bote salva vidas.Como tentei explicar para Cora, a facada foi superficial, então o jantar não foi adiado.Estávamos no carro indo em direção a mansão de onde ela fugiu. Parece que foi há séculos, e ainda dói lembrar o que fiz. Sei que ela também não gosta.Ela estava em silêncio. Aproveitei um sinal fechado e segurei sua mão, que ela torcia.― É só um jantar, anjo. O que acha que pode acontecer?― Seu pai achar que por ser irmã dela eu tenha que ser silenciada ― ela brincou nervosa. ― Na verdade, não sei porque estou nervosa. Nem ligo se sua família não gostar de mim. Meu namorado é você, não eles.― Amor, é mais fácil eles te alertarem para fugir de mim.― Por que? Eles fazem o mesmo que você. Nenhum deles é CEO de verdade.― Simplesmente porque eu não sou acostumado a ser amado. Tirando
JessicaEstou prestes a explodir de ódio. Não quero sair do país, muito menos ser pega pelos desgraçados dos Rodrigues, menos ainda me entregar a polícia que ainda me procura.O que quero é a vida da minha maldita irmã. Ela me deve isso por tudo que já fiz por nossa família. Banquei sua brincadeira de médica de pobres. Agora a filha da puta se esconde com os malditos que estão me perseguindo, mesmo depois de ser torturada por eles.Não posso andar com muitos seguranças, é um ou outro disfarçado. Ando disfarçada também e com medo de a qualquer momento um atirador me acertar. Por isso tratei de ficar igualzinha minha querida maldita irmã.Ficar presa em hotéis dos Pereira está fora de cogitação. Não é tão seguro quanto pensam. Se fosse Sampaio não estaria comendo capim pela raiz.Coloquei meu disfarce e passei pela sala chamando um segurança.― Onde pensa que vai, corpo morto? ― olhei para o sofá e vi que Fábio ainda estava na suíte.Fábio Pereira é um desgraçado. O que tem de beleza ne
AlexandreDia anterior ao jantar.Ao contrário do que imaginávamos, Jessica não fugiu do país, ela pintou o cabelo, tirou as lentes e ficou com a aparência que a irmã tinha nos documentos e atualmente. A pegamos em um bar, por acaso. Acho que ela achou que estava segura na saída da cidade, em um bar de fama duvidosa, ledo engano.Foram dois dos nossos assassinos que a acharam e a levaram para a mansão. Para o azar dela, eles faziam parte de um grupo de motoqueiros que vez ou outra aparece por lá. Para o azar da vadia, escolheram o mesmo dia que ela. Pelo que eles me informaram, ela estava negociando com outro filho da puta uma parceria em seus crimes já que ela pretende ficar mais escondida depois que mudasse de identidade. Eles pegaram os dois.Vou conversar com André sobre o cara com ela, pois temos poucas informações. Vamos ver se conseguimos colocar atrás das grades.Quanto a Jessica, a ordem era ter certeza que realmente era ela dessa vez. Se preciso faríamos até exame de DNA.Qu
AlexandreDecidi visitar Jessica antes que ela visse meu irmão. Fui no dia seguinte ao jantar.Não foi preciso nem questionar sua identidade, ela começou a esconder, mas tinha tantos furos que desistiu e começou a ameaçar.― Já sabemos que é a defunta certa, então cale a boca e vai aguardando a decisão do meu irmão.― Esperando a decisão de outro? Achei que você fosse o Grande Pai. Merda de título cafona. Tantos nomes e escolheram esse? ― o deboche não combinava com essa mulher. Quem a olhasse nunca diria que por trás desse rosto angelical existe alguém capaz de surpreender o próprio diabo.― Não me importa o que acha de nada relacionado a minha família. E sim, é um caso especial que Antônio vai julgar com a ajuda de sua irmã. Pelo jeito família não tem o mesmo significa para você.― Duvido que ele machuque esse rostinho de boneca.― Isso é com ele. Acho que ele não confunde mais as irmãs.― Aposto que está comendo a vadia dia e noite. Aquela sonsa não deve ter esperado nem meia hora
AntônioVoltei para casa perdido. Na minha mente repetia as imagens de Cora sendo estuprada. Assisti aquela porcaria até o fim. Pelo que ouvi e vi, aquilo foi sua primeira vez. Minha pequena Cora tão quebrada, tentando se agarrar ao presente, esquecendo do passado.Desse ser esse o motivo dos pesadelos que mencionou, não uma simples menstruação. Preciso descobrir se ela esqueceu mesmo ou se simplesmente se recusa a aceitar.― O que foi? Está com cara de quem fez merda. ― Quando entrei, ela estava sentada no tapete com Caos. Seu olhar para mim era desconfiado.― Achamos sua irmã ― revelei.Ela se levantou e veio em minha direção.― Vocês mataram ela?― Não. Entregamos a André. Ela será julgada. Em breve verá notícias de sua prisão. ― Segurei seus braços de forma que ela ficasse na minha frente, me encarando. Eu sempre achava que doeria seu pescoço olhar para cima para falar comigo.― Obrigada!― Sente aqui. ― Fui para o sofá e mostrei meu colo. E ela se sentou. ― O que você se lembra d
CoraSinto que Antônio está estranho comigo, como se estivesse pisando em ovos desde que Jessica foi presa. Eu vi notícias por toda parte. Minha irmã, ao se ver encurralada resolveu entregar um monte de gente. O que era para ser um escândalo se tornou um bomba. Várias pessoas famosas sendo investigadas, pessoas sendo presas. E eu só podia sentir alívio por essas pessoas finalmente estarem pagando. Sei que não são os únicos no mundo a agirem como monstros, mas já ajuda. Muitos inocentes agradecem.Hoje, alguns dias depois da prisão de Jessica, Willow me convidou para ver um filme com ela em sua casa. Segundo ela, quer se acostumar com meu rosto. Soube que ela quase foi vítima da minha irmã quando estava grávida. Horrível sequer de se pensar.Vejo a forma como Willow me olha. Toda vez que a vejo tenho vontade de me desculpar pela minha cara.― Veremos algum filme específico? ― perguntei depois de nos sentarmos com taças de vinho que ela serviu.― Se quiser, por mim pode ser o que estive
CoraForam os piores e mais longos minutos da minha vida. Aqueles dois me violaram de todas as formas. Chegou a certo momento que eu nem lutava mais, só rezava para acabar logo. Se não fosse pedir demais, rezava para que fosse apenas um pesadelo.Meu corpo e minha mente entrou em colapso e desmaiei.Acordei com Jessica dizendo que me deixaria na sala e fingiria que nada aconteceu.Eles haviam colocado a roupa em meu corpo e devem ter me limpado. Malditos! Só podem estar loucos se acham que vão me fazer acreditar que não fui estuprada quando meu corpo está dolorido e não consigo apagar as imagens terríveis.Enquanto eles estavam falando, aproveitei e corri de volta para a escola. Tentei me esconder no banheiro ao ver que não surgia uma alma para me salvar.Cadê os seguranças desse lugar? E os professores que ficam após a aula? Não é possível que justo hoje resolveram sumir.Entrei no banheiro correndo. Porém alguém havia derramado algo. Escorreguei e fui com tudo no chão.― O que acont
CoraMe sinto tão suja, impotente, tão irada.Vejo nos olhos de Antônio que ele está preocupado, mas não consigo fazer nada para resolver isso. Faz uma semana desde que recordei aquele maldito episódio e não consigo me reencontrar. Meu demônio loiro passa mais tempo em casa que fora. Acho que ele tem medo que eu cometa alguma loucura. Caos também não sai de perto de mim. Ele sente o quanto estou triste.Nesses dias Antônio dormiu comigo, mas não tentou nada. Tenho certeza que ele teme me trazer lembranças. Ele passou por isso mais que eu e ainda mais jovem e agora está aqui me confortando. Quando finalmente entendi isso, tomei uma decisão.Era manhã, e ele estava na cozinha com seu físico invejável desnudo, só um moletom o cobria da cintura para baixo.― Bom dia! ― o cumprimentei.― Bom dia! Parece mais disposta hoje ― comentou reparando que troquei o pijama por um vestido preto na altura dos joelhos.― Eu vou a um lugar.― Onde?― Vou onde ela está presa. Preciso colocar um ponto fi