CoraNão entendi nada do que Antônio disse.― Por que? ― perguntei confusa. Não quero mais festa por hoje. Estou morta, só agradecendo por não ter ido a nenhuma balada.Ele veio para cima de mim, dizendo:― Simplesmente porque eu vou tirar.A festa que Antônio tinha em mente era bem diferente da que imaginei. Ele avançou em meus lábios. Seu beijo macio e lento era provocante demais.Quando finalmente se afastou, me dando chance de um lapso de lucidez, não havia nada que me impedisse de querer mais.― Agora sim é um feliz aniversário ― falou sorrindo contra os meus lábios, antes de devorá-los novamente.Ele me empurra contra a parede e começa a desabotoar a própria blusa enquanto me beija.— Não mudei de ideia — consegui falar.— Não quer?— Do seu jeito não.— Então me ensina o seu.Antônio me joga na cama, tira a blusa desabotoada e me beija, descendo o beijo e a minha blusa junto.Ele não brinca em serviço, sua boca já captura meu seio e chupa sem cerimônia. Só depois de experimenta
CoraAbri os olhos e a primeira coisa que encontro são os olhos de Antônio.Ele leva a sua mão até meu rosto e o toca, mas desvio o olhar e me afasto dele, saindo da cama. Não vou me arrepender do que fiz, muito menos vou me envolver na enrascada que seria me apaixonar por esse homem.― O que foi?― Eu vou ser bem sincera com você e espero que entenda. ― Para não ficar tão exposta e ele parar de encarar cada pedaço do meu corpo, visto sua camisa e abotoo enquanto falo. ― Sim, eu seria idiota se negasse que sinto uma atração por você. Mas não vou virar um clichê podre de mocinha que se apaixona por sequestrador.― Você não foi sequestrada. Estou tentando te manter a salvo. Te deixei ir, se lembra?― Tanto faz. Isso, não vai rolar. Enquanto estivermos sob o mesmo teto é possível que acabemos transando em algum momento, mas é só. Não vou me iludir e não quero que se iluda. Apesar de que acho isso impossível.― Cora... Você que está se iludindo. ― Segurou o meu braço e me puxou de volta p
CoraDepois do sexo no banheiro e de realmente comermos salgadinhos com refrigerante, Antônio me deixou sozinha em casa, avisando que visitaria o seu pai. Ele disse para deixar a casa como estava que depois dava um jeito, mas decidi arrumar. Como acordamos quase onze da manhã, terminei de arrumar a casa depois das 14hs e comi mais salgadinhos e doces como almoço. É domingo, segunda volto para dieta.Pouco depois de arrumar tudo, tomar um banho e vestir uma roupa fresca, recebi um telefonema de Amanda avisando que passaria na casa. Eu disse que seu irmão não estava, mas ela insistiu.Poucos minutos depois, Amanda apareceu na minha porta segurando algumas caixas, ao seu lado um segurança segurava mais.― Presentes para o meu irmão ― disse passando por mim e colocando as caixas sobre o sofá. ― A maioria das suas admiradoras nada secretas.― Como eu disse, ele não está? ― mesmo tendo dito que não queria um relacionamento com Antônio, não sou obrigada a não sentir nada ao ouvir sobre suas
AntônioAnos atrás.Dois meses após chegar na minha nova casa, eu ainda não confiava em ninguém, exceto meus irmãos. Nem mesmo na mulher que dizia querer ser minha mãe.Ela parecia ser boa, sempre conversava comigo, contava histórias para eu dormir. Mas eu não dormia, esperava ela sair para trancar a porta e escorar uma cômoda nela, e sempre carregava uma faca comigo.Ela ia comigo a um terapeuta. Eu não falava nem com ela perto nem quando ela saia. Foi o terapeuta que indicou que eu aprendesse a falar usando sinais. Não vi problemas. Rapidamente estava falando usando gestos.Mais de um ano depois, eu estava menos arredio e mais confiante que essas pessoas eram mais como meus falecidos pais que como os miseráveis do orfanato.Minha mãe me chamou para conversar na cozinha, só nós dois. Era um teste, claro que era. Eu tenho pavor de cozinhas.Apertei a faca que me acompanhava. Não queria machucar essa mulher tão gentil, mas se ela tentasse algo teria que me defender.Quando entrei ela e
AntônioAcabei passando o dia inteiro fora de casa por causa do meu aniversário. Quis visitar pessoas que significam muito para mim e estavam velhos demais para festas em minha casa.Já era quase dez da noite quando cheguei. Abri a porta do quarto de Cora e vi que ela já estava dormindo.Decidi tomar um banho e me deitar em meu sofá, onde tenho passado muitas noites desde que ela veio para minha casa.Meu sono é leve, o bastante para o fato de alguém acendendo a luz ser motivo para me acordar.Abri os olhos e vi Cora parada perto do sofá.― Aconteceu alguma coisa? Que horas são? ― perguntei me levantando e sentando no sofá.Ela ignorou minhas perguntas e fez outra:― Quando você ia me contar que alguém como ela fez isso com você?― Isso o que? ― a desafiei.― Você sabe o que quero dizer.― Quer dizer que alguém como ela me transformou em um monstro.― Exatamente.Ri. Cora realmente não sabia ser boazinha comigo, nem quando sentia pena da criança que fui.Sinceramente não quero falar s
Cora“Eu quero olhar para o seu rosto todos os dias e que essa pequena cicatriz me lembre que tipo de monstro sou. E que seu sorriso me mostre que até monstros como eu tem direito a ser amado.”Amado?Fiquei pensando nas palavras de Antônio enquanto seus dedos iam e vinham nas minhas costas nuas, deitados no sofá.― Você não gosta de falar do seu passado, não é? ― comentei.― Falar me faz lembrar de algo que só quero esquecer. Meu pai me fez ir muito a terapeutas e psiquiatras. Apesar do que você acha, não sou louco, tenho um diploma de mente sã. Ri.― Existe isso?― Sei lá. Inventei agora. Mas tenho sim um laudo do médico atestando que apesar do trauma minha mente está firme e forte.― A sua irmã disse que você não falava antes de me conhecer.― É verdade. Quando aquilo aconteceu, eu pedi ajuda e a pessoa não só negou ajuda como mandou eu me calar, então eu me calei totalmente. Só que depois meu pai me adotou, e minha mãe me ensinou a nunca esquecer minha voz. Eu sempre lia em voz a
CoraEu vi todos os irmãos de Antônio no aniversário dele então não faço ideia do motivo pelo qual estou tão nervosa por ele querer que eu vá em um jantar de família. Acho que estou com medo do pai dele. E também em seu aniversário todos me trataram bem por culpa pelo que aconteceu comigo, mas sei bem o que veem quando olham meu rosto, eles enxergam minha irmã.Conversamos muito esses dias que se passaram e Antônio me contou tudo sobre sua vida desde antes de ir parar no orfanato até o momento em que nos conhecemos. Ele se abriu me mostrando tudo dele para que eu pudesse aceitar ou fugir. Ainda estou aqui. Então não será um jantar em família que vai me assombrar. Vou passar por isso.Falta um dia para o jantar. E acho que alguma coisa está acontecendo. Antônio me buscou no orfanato e me deixou em casa com mais seguranças que o habitual. Perguntei o motivo de ter segurança até dentro de casa e ele disse que era por causa de um trabalho. Afirmou que não era nada, mas precisava garantir
AntônioCora está atrasada. Ela costuma chegar em casa às 17hs, no máximo 18hs. Já são 19:30h e nada dela. Mandei mensagem para os seguranças que estavam com ela e eles disseram que ela estava com uma criança febril, que eles estavam esperando por ela fora do orfanato. Faz alguns dias que ela me pediu para não buscá-la. Estava incomodada com Miriam, mas não queria que eu a demitisse.Decidi ir buscá-la. Dane-se Miriam. Depois que descobrimos que Jessica está mais perto do que pensamos, todo cuidado é pouco. Essa mulher é louca.Enquanto pilotava minha moto até o orfanato, pensava em formas de agradar minha namorada.O que uma mulher que trabalhou o dia inteiro gostaria? Pensei em uma massagem e registrei isso em minha mente. Um banho demorado de banheira e uma massagem bem relaxante, mas antes disso levarei um capuccino, ela odora essas coisas. Comprei no caminho e coloquei na moto de forma que chegasse inteiro para ela.Cora estava conversando com Vera quando cheguei, nenhuma delas m