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—Mas que Diabos! Eu não deveria ter me casado com essa mulher!

Zair

Allah! Eu me senti um crápula quando ela chorou e ela tem sido mestre em me fazer sentir assim ultimamente. O sentimentalismo é uma fraqueza que há muito eu deixei para trás. Agora há em mim a determinação, a coragem, a firmeza. Qualidades que um homem de negócios precisa ter. Hoje me fortaleci com esses sentimentos. A realidade precisa ser enfrentada, por isso hoje sou comedido, pois conheço as consequências da entrega.

—Mas que Diabos! Eu não deveria ter me casado com essa mulher!

Allah! Forçar uma situação não faz parte do meu carácter.

Vou até a escrivaninha que está num canto do quarto e abro a gaveta. Pego uma adaga e erguendo meu kandoora, corto o interior da minha coxa direita, a ardência só aumenta minha frustração por não fazer imperar minha vontade. Tampo o corte com o lenço nupcial.

Aonde eu estava com a cabeça quando a escolhi para esposa. Nunca imaginei que ela fosse tão rebelde. E ao mesmo tempo isso me fascina, de um jeito estranho, que eu nem sei explicar.

E o pior, isso realmente eu não esperava. Essa mulher não se sente atraída por mim.

Sapo?

Ou ela me disse isso para me atingir, me afastar dela?

Aysha

Ando de um lado para o outro, descalça, no magnífico banheiro, sentindo o piso frio debaixo dos meus pés.

Eu me olho no espelho e consigo enxergar o quanto estou bonita. Meu rosto está corado, meus olhos estão brilhantes. Solto meus cabelos que caem graciosamente sobre meus ombros.

Lembro-me então da expressão do rosto de Zair quando ele tocou no assunto do sapo. Dou uma risada nervosa.

Tadinho. — Penso com ironia. — Ele pensa que não me atrai. Deve ter sido um golpe duro para o seu ego estratosférico e para sua arrogância.

Imagine! Feio?

Sua aparência é magnífica! O que não me atrai nele é seu jeito petulante.

Respirando fundo, lanço um olhar para a minha camisola de seda branca curtinha, previamente dobrada em cima do gabinete do banheiro.

Allah! Ficarei praticamente seminua.

Mas o pior não é isso, estou com um problema. Meu vestido é todo abotoado nas costas. Acho que ele é feito para o marido ter o prazer de despi-lo. Só pode ser! Nem pensei nisso quando a costureira tirou a medida. Eu deveria ter pedido um zíper lateral, algo assim.

Estico meu braço, mas só consigo abrir três botões, o restante por mais que eu me esforce, não dá.

Desisto!

—Calma, respira fundo. —Digo para mim mesma.

Allah! Que situação constrangedora!

Claro, o que eu esperava?

Estou casada com um estranho e que não fez questão nenhuma de me conhecer direito e deixou bem claro que não tem intenção de aprofundar seus sentimentos.

Encosto-me no balcão de mármore rosa do banheiro e começo a pensar na atitude de Zair.

É muito claro que ele sente raiva.

Raiva pela perda da mulher amada?

Raiva por ter sido obrigado a mascarar sua dor se casando comigo?

Ou será por outra coisa que ninguém imagina, algo que aconteceu e ele sofre silenciosamente com isso?

Respiro fundo e me preparo psicologicamente para falar com ele.

Khara!( Merda!)

Khara!

Khara!

Ter que pedir para ele abrir meus botões é a coisa mais difícil que terei de fazer.

Mas vestir essa camisola e me deitar com ele, ceder não é a mesma coisa?

Pensando bem, não sei. Esse homem consegue me incendiar e não precisa de muito, e agora que ele apertou o botão sensualidade, não vou me enganar dizendo que ele forçará algo.

Não! Minha mente pode estar na razão, me mostrando o quanto ele é arrogante, mas sei que no momento que aqueles braços fortes me envolverem, Allah! vou derreter, deu para ver que ele é bem ardente quando quer...

Mashaallah (Que Deus me ajude!)

Meus pés estão gelados quando entro no quarto. Zair está lá, aonde ele disse que me esperaria, deitado na cama, de barriga para cima, o peito nu, coberto com o lençol. A única luz no quarto é seu abajur. Ele apagou todas as velas, tirou todas as pétalas de rosas. Elas estão todas no chão.

Sim, romantismo entre nós é muito hipocrisia.

Observo seu rosto. Seu semblante não é bom, sua expressão é severa.

Ele então me encara.

—Pensei que dormiria na banheira.

Eu estremeço com sua voz gelada.

—Eu estou com problemas com o vestido. Não consigo abrir os botões.

Zair funga e se senta.

—Venha até aqui, eu abro para você. —Um sorriso malévolo estica os lábios dele.

Arrogante!

Eu caminho com passos relutantes até ele. Meu coração está agitado, minhas mãos estão geladas. Eu me sento na cama e lhe dou as costas.

Sinto seus dedos desbotoando meu vestido, o mais leve toque deles é o suficiente para me provocar arrepios, mas fico firme, aparentando uma calma que não sinto. Quando o vestido começa a deslizar, eu o seguro com as mãos.

Eu me levanto, seu rosto é impassível.

—Obrigada.

Ele afasta o lençol, eu pisco quando o vejo só de cueca.

Lindo! Digo no meu interior quando me deparo com seu corpo exposto, os pelos cheios no peito que vão se estreitando até sumir na cueca. Quando percebo que estou comendo-o com os olhos, assustada, desvio meus olhos do corpo moreno e procuro seu rosto. Ele dobra o joelho e abre a perna, eu fecho os olhos, estranhando seu gesto.

—O..que...você está fazendo?

—Abra os olhos.

Ofegante, eu os abro com relutância. Zair às vezes parece louco e com louco não se discute.

—Está vendo isso aqui. —Ele diz, seco. E aponta a perna. Só então vejo o corte. Meu coração salta no peito. —Isso aqui é a marca da sua forjada inocência.

Perplexa, eu engulo em seco.

Então ele se cortou!

Zair se levanta da cama e vai se agigantando conforme ele vai se aproximando de mim. Quando bem próximo, ele para. Eu ergo meus olhos e dou com os profundos olhos negros sobre meu rosto.

—Não quero que jamais mencione essa noite. —Ele diz com a respiração entrecortada.

Ofego.

—Tudo bem. —Digo, quase engasgada.

—Agora some da minha frente. —Ele diz de um jeito irado.

Sumir?

—Onde eu vou dormir?

— Bismillah! (Em nome de Deus!) Do meu lado, claro!

—Está certo, é que...

—Vá.

Eu aceno com a cabeça e praticamente fujo de sua presença.

Zair

Eu reparei nela com uma considerável malevolência.

Ela é muito magra para o meu gosto. Desço os olhos e foco no seu bumbum. Meu sexo se avoluma.

Khara! Tenho que admitir que o efeito de suas costas magras e o volume de suas nádegas e quadris é provocante e sensual.

Com raiva marcho até a cama e me deito nela, apago a luz e me viro oposto ao lado que ela irá se deitar.

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