POV MAGNOS.Não acredito que esses infelizes ousaram vir para estragar minha felicidade justo no dia da consulta do pré-natal de Amélia. A sensação de revolta me consumia. Deixei Amélia com Hélio no hospital, prometendo que voltaria logo, mas meu sangue fervia de ódio. Saí do prédio apressado, com cada músculo do meu corpo tenso, sentindo a raiva pulsar em minhas veias como um veneno letal. Eu queria o sangue desses malditos. Ivan me informou que eles estavam na barreira da região sul. Eu teria que me transformar e correr até lá. Isso só alimentava minha fúria.— Vamos logo resolver esse problema e voltar para Amélia e Ravina — murmurou Cosmo em minha mente, seu tom tão feroz quanto o meu. Sem mais perder tempo, nos transformamos e eu corri em disparada pela floresta. O vento cortava meu rosto enquanto corria, mas a dor física não era nada comparada ao ódio que me queimava por dentro. Demorei dez minutos, mas cada segundo parecia uma eternidade.Quando finalmente cheguei à fronteira,
POV MAGNOS.Eu corria como se minha vida dependesse disso. E, de certo modo, dependia. O pensamento de que Amélia poderia estar em perigo me consumia. Meu coração batia descompassado, e Cosmo rosnava de ódio e desespero. Quando cheguei ao hospital, ainda em forma lupina, transformei-me em segundos, os pés batendo forte contra o chão enquanto adentrava o prédio em disparada.A sala de espera e os corredores estavam desertos. Quando cheguei ao corredor do consultório de Hélio, encontrei os corpos inconscientes de Hélio e dos sentinelas. O ar parecia congelado, cada detalhe ao meu redor passando despercebido enquanto meu olhar se fixava nos lobos caídos. Meu coração deu um salto e uma sensação de pânico tomou conta de mim.— Hélio! — gritei, ajoelhando-me ao lado dele e o sacudindo com força, mas ele não se mexia. O desespero começou a crescer dentro de mim como uma maré furiosa. Meus olhos vasculhavam ao redor em busca de algum sinal, qualquer coisa que me dissesse onde Amélia estava. M
POV MAGNOS.O ar ao meu redor parecia vibrar de tanta tensão. Eu estava prestes a confrontar Arthur. Sua filha havia ajudado Héctor a sequestrar minha companheira, e isso eu não podia permitir. Cosmo estava inquieto dentro de mim, pronto para emergir a qualquer momento, rosnando e ansioso para destruir tudo em nosso caminho.— Vamos acabar com isso de uma vez por todas — rosnei, enquanto atravessava os portões da casa de Arthur. O céu carregado de nuvens escuras parecia refletir a tempestade que se formava dentro de mim.Ivan caminhava ao meu lado, silencioso e sério. Morgana vinha logo atrás, seus olhos brilhando com a mesma sede de vingança que eu sentia. Jake e Cecília também nos acompanhavam, suas expressões rígidas e prontas para uma boa briga. Meus pais vinham logo atrás, quietos e sérios, mas eu sabia estarem se controlando para não surtarem.Sem hesitar, derrubei a porta da frente com um único golpe, o som ecoando pela casa inteira. As tábuas de madeira voaram pelos ares, esti
POV AMÉLIA.Eu estava apavorada. Minha sequestradora dirigia como uma maníaca, como se estivesse competindo numa corrida de carros. Será que essa infeliz esqueceu de que estou grávida? Uma vontade imensa de gritar para ela diminuir a velocidade tomou conta de mim, mas não podia deixar transparecer que eu estava consciente.Permaneci imóvel, tentando focar no caminho, mas me perdi já na primeira curva insana que essa louca fez. Eu sabia o motivo de tanta pressa: a essa altura, Magnos já deve ter percebido meu sequestro e, com certeza, está vindo atrás de mim. Se ele pegar essa maldita, ela não viverá por muito tempo. É claro que, por isso, ela está dirigindo como se o próprio demônio a estivesse perseguindo.— Magnos e Cosmo devem estar completamente fora de si. Isso os torna extremamente perigosos. — Comentou Ravina, me distraindo por um momento da velocidade imprudente com que o carro avançava pela estrada.— Com certeza. Nosso marido deve estar disposto a matar qualquer um que ouse
POV MAGNOS.Coloquei cada lobo do meu exército em alerta para rastrear Verônica. Sabia que Héctor tinha se tornado mais astuto com o tempo, então era óbvio que ele não teria levado Amélia para sua própria alcateia. Esse seria o primeiro lugar onde eu procuraria.— Vamos mandar nosso exército para a alcateia de Hector? — perguntou Cecília, nervosa. A preocupação com Amélia pairava sobre todos.Eu estava no meu escritório, cercado por Ivan, Morgana, Jake, Cecília e meus pais. Eles não se afastavam de mim nem por um instante, talvez com medo de que eu perdesse o controle e acabasse iniciando uma carnificina. Avisei o conselho do mundo sobrenatural para que não ousassem interferir ou tentar me impedir.Já tinha denunciado Hector pelo sequestro de Amélia e pela infertilidade dos lycans. Todos estavam cientes de que eu queimaria o mundo inteiro se fosse necessário para encontrar minha companheira, e que não teria misericórdia com quem cruzasse o meu caminho. Olhei para Cecília e o desespero
POV MAGNOS.O teletransporte de Morgana nos jogou diretamente no meio da cidade das fadas. A sensação de estar suspenso no vazio por alguns segundos era perturbadora, mas já estava acostumado a essa escuridão temporária. Ivan, por outro lado, não teve tanta sorte.Assim que chegamos, senti Ivan vacilar ao meu lado. O cheiro adocicado das flores e enjoativo, misturado com pontos luminosos que pareciam pequenas esferas, fez com que ele caísse de joelhos e vomitasse no chão de pedras. Ele parecia estar se desfazendo de tudo o que havia comido nos últimos dias.— Que droga, Ivan! Segure-se! — rosnei, tentando ignorar o desconforto que a visão provocava.— Eu… estou bem… Só não estou acostumado com isso… ainda. — respondeu Ivan, entre arfadas, secando o suor da testa. Morgana soltou uma gargalhada curta, satisfeita com a reação dele.— Ah, o que foi, lobinho? Está fraco? Avisei para não soltar minha mão, mas o seu orgulho… isso quase te destruiu — provocou ela, erguendo uma sobrancelha.Ol
CAPÍTULO BÔNUS.POV MORGANA.Quando soube do sequestro de Amélia, o desespero tomou conta de mim. Mas Jake me informou que já a haviam localizado. Fui a última a ser informada, como sempre. Quando o nome de Lia apareceu no visor do meu celular naquele dia, uma onda de alívio me inundou. Ouvir sua voz era tudo o que eu precisava para acreditar que ela estava segura.Ela estava bem, e meus netos também. No entanto, meu coração se despedaçou quando Amélia me contou haver se casado. E pior, com um tal de Magnos. Perguntei o sobrenome e, naquele momento, a fúria explodiu dentro de mim, mas contive a reação, escondendo-a de Amélia.Assim que desliguei, a ira tomou conta de mim avassaladoramente. Como isso podia estar acontecendo? Amélia… casada com o filho daqueles malditos? Magnos Veranis, filho de Cassius, era o pai dos meus netos? Senti-me amaldiçoada, punida pelos erros de um passado que eu tanto tentei enterrar. Cassius me causara tanto sofrimento.Enquanto olhava para Magnos antes de
POV AMÉLIA.Não demorou para que Héctor fosse informado da chegada do médico. — Alfa, o médico humano que capturamos para cuidar de Amélia já chegou. — Informou Walter com uma voz firme. Um arrepio percorreu meu corpo. Maldito Héctor… sequestrou um humano para me examinar?— Mande-o entrar, agora. — Disse Héctor, impaciente. Ouvi a porta se abrir e passos hesitantes ecoaram pelo quarto.— Examine-a. Agora. — Ordenou Héctor com sua voz fria e autoritária.— Sim, Alfa. — Respondeu uma voz jovem, mas trêmula. O medo era evidente no tom dele. Senti pena daquele homem. Ele, assim como eu, era apenas mais uma vítima nas garras de Héctor. Entretanto, ao contrário dele, eu não estava disposta a me render. Mas também não era estúpida. Sabia que confrontar Héctor agora seria um erro fatal.Então, decidi fingir submissão. Ouvi o médico se aproximar e começou a me examinar com mãos geladas e trêmulas. Cada toque dele me fazia sentir o coração bater acelerado, mas mantive minha respiração calma,