CAPÍTULO BÔNUS.POV MORGANA.Quando soube do sequestro de Amélia, o desespero tomou conta de mim. Mas Jake me informou que já a haviam localizado. Fui a última a ser informada, como sempre. Quando o nome de Lia apareceu no visor do meu celular naquele dia, uma onda de alívio me inundou. Ouvir sua voz era tudo o que eu precisava para acreditar que ela estava segura.Ela estava bem, e meus netos também. No entanto, meu coração se despedaçou quando Amélia me contou haver se casado. E pior, com um tal de Magnos. Perguntei o sobrenome e, naquele momento, a fúria explodiu dentro de mim, mas contive a reação, escondendo-a de Amélia.Assim que desliguei, a ira tomou conta de mim avassaladoramente. Como isso podia estar acontecendo? Amélia… casada com o filho daqueles malditos? Magnos Veranis, filho de Cassius, era o pai dos meus netos? Senti-me amaldiçoada, punida pelos erros de um passado que eu tanto tentei enterrar. Cassius me causara tanto sofrimento.Enquanto olhava para Magnos antes de
POV AMÉLIA.Não demorou para que Héctor fosse informado da chegada do médico. — Alfa, o médico humano que capturamos para cuidar de Amélia já chegou. — Informou Walter com uma voz firme. Um arrepio percorreu meu corpo. Maldito Héctor… sequestrou um humano para me examinar?— Mande-o entrar, agora. — Disse Héctor, impaciente. Ouvi a porta se abrir e passos hesitantes ecoaram pelo quarto.— Examine-a. Agora. — Ordenou Héctor com sua voz fria e autoritária.— Sim, Alfa. — Respondeu uma voz jovem, mas trêmula. O medo era evidente no tom dele. Senti pena daquele homem. Ele, assim como eu, era apenas mais uma vítima nas garras de Héctor. Entretanto, ao contrário dele, eu não estava disposta a me render. Mas também não era estúpida. Sabia que confrontar Héctor agora seria um erro fatal.Então, decidi fingir submissão. Ouvi o médico se aproximar e começou a me examinar com mãos geladas e trêmulas. Cada toque dele me fazia sentir o coração bater acelerado, mas mantive minha respiração calma,
POV AMÉLIA.O ambiente já estava tenso quando o estrondo da porta revelou Verônica com uma expressão de puro ódio no rosto. Seus olhos faiscavam de raiva, e ela parecia estar à beira de um ataque. Mal tive tempo de me preparar mentalmente para o que estava por vir.— Que palhaçada é essa aqui, Héctor? — Gritou Verônica, sua voz vibrando com indignação. Ela deu alguns passos largos até o meio do quarto, os punhos cerrados ao lado do corpo.Meu coração disparou. Eu não tinha como me defender dessa loba raivosa. O olhar dela, afiado como uma lâmina, estava fixo em mim, como se eu fosse a raiz de todos os seus problemas. Héctor permaneceu inabalável, sem sequer se levantar. Ele suspirou, claramente aborrecido com a interrupção, mas não demonstrou nenhum sinal de preocupação com a fúria de Verônica.— O que está acontecendo aqui? Você quer fazer essa… essa humana ridícula sua Luna? — Verônica praticamente rosnou, o ódio em sua voz ficando mais evidente a cada palavra.— Verônica, cale-se.
POV MAGNOS.Morgana sugeriu que parássemos para descansar. Ela estava diferente de antes de a deixarmos sozinha. Eu senti que ela precisava de um tempo para pensar. Agora vejo que eu estava certo, Morgana parecia revigorada.— Acho que devemos parar e descansar. Morgana está certa, vamos precisar estar fortes e descansados para a luta e para salvar nossa companheira — disse Cosmo em minha mente.— Sei que devemos descansar, eu estou exausto, mas não consigo suportar pensar em Amélia nas garras daquele maldito — falei com ele, irritado.— Eu também estou assim, Magnos, mas não ajudaremos Amélia se perdermos e morrermos. Temos obrigação de sair vivos dessa luta. Temos uma alcateia, companheira e filhotes para cuidar. Então, sente e descanse — ordenou Cosmo. Suspirei, derrotado, e concordei com Morgana.Ela suspirou, aliviada, e se sentou encostando-se à primeira árvore que viu, fechando os olhos e adormecendo rapidamente. Olhei para Ivan e ele fez o mesmo em uma árvore próxima à Morgana
POV AMÉLIA.Eu e Ravina estávamos pensando em uma maneira de escapar daquele lugar. Olhei pela janela, mas era alto demais para pular, ainda mais estando grávida. Havia lobos patrulhando em volta da casa. Teria que tentar sair do quarto e procurar uma rota de fuga.— Acho melhor comermos e descansarmos. Amanhã, com a mente e o corpo descansados, nós podemos pensar em como sair daqui — disse Ravina na minha mente. A porta se abriu e Héctor entrou trazendo uma bandeja, acompanhado do médico e de Walter.— Dê a ela a medicação logo e saia — ordenou Héctor. O médico se aproximou de mim com uma caixa de remédio na mão.— A senhora precisa tomar um comprimido por dia para que sua pressão arterial abaixe — disse o médico, tremendo de medo.— Esse remédio não vai fazer mal aos meus filhos, vai? — perguntei preocupada.— Não, esse remédio é próprio para mulheres grávidas. Pode tomar sem medo — garantiu o médico. Peguei a caixa e li o nome, eu sabia que ele estava falando a verdade. Então, abr
POV MAGNOS.Eu corria pela floresta com agilidade, seguindo o cheiro de sangue. Meu coração acelerado no peito e o medo consumindo meu ser. Corria como se o próprio diabo estivesse me perseguindo. Eu precisava chegar logo. Finalmente, cheguei à origem do cheiro e encontrei a maldita Verônica caída, inconsciente, com um grande ferimento na cabeça. Alguém a acertou com brutalidade. Sentia-me desesperado. Onde estava Amélia?— Onde está nossa Amélia? — perguntei, nervoso.— Acalme-se e fareje, não está sentindo esse cheiro? — disse Cosmo em minha mente. Abaixei-me perto de Verônica e farejei. Era o cheiro dos meus filhotes. Meu coração se apertou quando constatei. Olhei para o local molhado.— É o cheiro dos nossos filhotes, Magnos. Isso não é bom. Siga o cheiro, rápido! — falou Cosmo, aflito.Eu não consegui responder a ele. Minha mente estava apenas naquele cheiro e no que ele significava. A bolsa amniótica de Amélia havia se rompido, e meus filhotes estavam a caminho. Comecei a fareja
POV AMÉLIA.A dor me rasgava por dentro, tão intensa que parecia que o mundo ao meu redor se desintegrava em ondas de calor e contração. Cada respiração era um esforço, e as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu nunca tinha sentido nada parecido. Era como se meu corpo estivesse sendo partido ao meio, mas, ao mesmo tempo, uma força interior me mantinha firme. Mesmo no caos do parto, algo em mim se recusava a ceder.— Ravina… — pensei, ofegante, tentando encontrar algum alívio em meio ao turbilhão. — Eu não sei se consigo… — Falei com dor.— Você consegue sim! — Ravina respondeu com firmeza, sua voz clara e confiante em minha mente. — Lembre-se de quem somos. Somos fortes. Estamos trazendo nossos filhotes ao mundo, Amélia. Você não está sozinha. — Disse Ravina.Ela estava comigo, como sempre esteve, mas, desta vez, havia uma urgência nova em sua presença. Era como se não estivéssemos apenas lidando com a dor. Havia algo mais. Algo que pulsava sob a superfície, quase como se o próprio un
POV MAGNOS.Eu mal podia acreditar. Amélia era minha companheira, destinada a mim pela Deusa Lua? Esse tempo todo ela estava diante de mim, e eu não percebi. A revelação me atingiu como um raio. Assim que senti o seu aroma inconfundível, tudo fez sentido. Amélia era minha, sempre foi. Cosmo, em minha mente, pulava de felicidade, celebrando.— Eu sabia que era ela. Disse que nossa Amélia era especial, e era nossa! — exclamou Cosmo, radiante. Ele sempre teve essa certeza, e agora eu entendia o que ele vinha tentando me mostrar. Cosmo sabia o tempo todo. Estava claro que esse lobo encrenqueiro havia guardado o segredo. Ah, ainda terei uma conversa séria com ele.Eu envolvia Amélia em meus braços, tentando aquecê-la da melhor forma possível, já que tivemos que tirar sua camisola para que ela pudesse manter os filhotes seguros junto ao corpo. Ela segurava nossos quatro filhotes com tanto cuidado, como se os envolvesse num casulo de proteção. O amor que emanava dela era palpável. Os pequeno