UM MÊS ANTES.....
POV MAGNOS.
Eu sentia minhas patas tocarem o chão sem se afundarem, o toque era tão suave e imperceptível, devido à velocidade que eu corria. Minha raiva me dava energia para correr muito mais rápido. Ivan vinha atrás de mim, tentando acompanhar. Os outros lobos ficaram para trás. Eu queria chegar quanto antes no santuário, precisava saber o que havia acontecido com meu material genético. O ódio me consumia, só em pensar que perdi minha chance de ser pai. Alguém pagaria por essa invasão.
Logo pude avistar o santuário, ele era uma grande clínica de armazenamento de sêmen e óvulo, com uma parte reservada para o procedimento de fertilização. Mandei construir esse lugar para guardar nossa esperança de um dia poder ter herdeiros. Esse lugar tinha uma segurança rigorosa. O que me deixava intrigado em como eles conseguiram invadir.
Cosmo estava furioso, ele queria matar a todos. Mas eu o controlava, primeiro tínhamos que saber quem estava por trás dessa invasão. Os funcionários do santuário, são todos lobos, o que me deixava mais irritado, por alguém ter a ousadia de me trair.
Antes mesmo de chegar até a porta do santuário, todos já estavam de joelhos e mostrando o pescoço em submissão. Entrei e caminhei até o diretor do Santuário, que estava ajoelhado e tremendo todo de medo. É bom tremer, pois não terei misericórdia pelo culpado. Tudo estava em meio ao silêncio.
Fui me transformando e os barulhos de ossos quebrados foram invadindo o local, logo já estava na minha forma humana e me alonguei para colocar os ossos nos seus devidos lugares. Eu estava nu, mas não me importava para isso, eu sou um alfa poderoso e viril. Quem não quiser me ver nu, que não me olhe.
__ Fale! — Eu disse sem delonga, exalando minha dominância. Olhando para o diretor prostrado no chão, não ousando levantar a cabeça.
__ Me perdoe, alfa Magnos. Mas eles entraram sem chamar atenção. Só vimos depois na gravação o ocorrido. Já estamos com o vigia, o operador das câmeras de segurança e o técnico responsável pelo sala que ficava os materiais genéticos. Temos certeza que tiveram ajuda interna. — Disse o diretor nervoso.
É lógico que tiveram ajuda interna, nem precisava ser um gênio para perceber isso.
__ Levante e me leve até eles. — Eu disse impaciente. Cosmo querendo tomar conta sedendo em sentir sangue.
Caminhamos pelo corredor até uma sala que ficava no final dele. Antes de chegar a porta, já podia sentir o fedor de medo vindo da sala. Sorrir de lado, é bom terem medo. Assim que entramos, os três já estavam de joelhos. Respirei fundo e rosnei.
— Os três são culpados. Estou sentindo cheiro de culpa em ambos. Me deixe interrogá-los. Eles falarão rapidinho. — Falou Cosmo em minha cabeça.
— Melhor não, você pode matá-los antes que eles falem. — Eu falei.
— Sou mais controlado que você. Mas deixarei que você cuide do interrogatório, mas assim que terminar eu os quero para apaziguar minha ira. — Disse Cosmo.
— Combinado. Você esta sentindo algo diferente em algum deles? — Perguntei.
— O técnico tem um cheiro diferente, na verdade, eu sinto algo nele, mas não consigo rastrear. Acredito ser magia. Só assim para conseguir esconder um cheiro de nós. — Disse Cosmo.
— Então o técnico está envolvido com bruxas. Vamos deixar ele por último e você pode interrogá-lo. — Falei e Cosmo sorriu cruel percebendo meu plano. Terminei minha conversa mental com Cosmo e voltei minha atenção aos três infelizes na minha frente.
— Eu só perguntarei uma vez, antes de fazer vocês se arrependerem de ter me traído. Onde está meu sêmen? — Falei com minha voz rouca e grave que vibrava pela sala fazendo os três tremerem. Eles permaneceram em silêncio. Não posso dizer que fiquei desapontado com eles. Gostei porque agora eu poderia fazê-los sofrer e muito. Olhei de lado com um leve movimento de cabeça, na direção do diretor e ordenei.
— Saia. — O diretor não pensou duas vezes antes de passar correndo pela porta, ele fez uma reverência e saiu.
— Agora teremos uma conversa. — Falei já deixando minhas garras afiadas crescerem, e me aproximei do vigia.
Quando o ergui com umas das minhas mãos e minhas garras perfuraram sua carne. Ele gritou e foi música para meus ouvidos.
— Por favor, Alfa Magnos, não me mate. Eu só saí do meu posto por alguns minutos. O segurança me disse que eu só teria que sair e nada mais. Era um dinheiro fácil, eu não sabia que eles roubariam suas amostras. Se soubesse, nunca participaria disso.—- Falou o vigia implorando e entregando o segurança como quem o aliciou.
— Isso é tudo que você sabe? — Perguntei impaciente.
— Sim Alfa. — Ele respondeu tremendo. Diante de suas palavras, eu sorri e usei minha outra mão e com minhas garras afiadas, separei sua cabeça de seu corpo. Soltei a parte que segurava de seu corpo, e só me virei ouvindo cair no chão.
Me concentrei no segurança que acabará de urinar de medo. Fico pensando, de onde foi que arranjei esses lobos tão covarde. Então me lembrei que havia terceirizado mão de obra. De agora em diante somente meus lobos cuidaram da segurança do santuário. Olhei fixamente para o segurança.
— E então? — Perguntei olhando para o segurança. Que ficou pálido de medo.
— O técnico me procurou e disse que só tinha que desligar as câmeras de segurança e encontrar alguém que trabalhasse na parte dos vigias para ajudar. — Falou o segurança entregando o técnico.
— Seu maldito traidor. — Falou o técnico indignado por ser delatado.
— Eu não vou me ferrar sozinho. Você nunca disse que era as amostras do Alfa que seria roubada. — Gritou o segurança com o técnico.
Aquela conversa já estava me irritando, então fiz que ela tivesse fim. Com um único movimento, minha mão atravessou o peito do segurança arrancando seu coração. Ele ainda estava batendo na minha mão. Eu sorri diante daquela cena fascinante de ter um coração batendo em minha mão. Puxei minha mão e o segurança caiu desfalecido com os olhos arregalados e vidrado.
— Agora é sua vez. Mas você não conversará comigo. Tem alguém que está ansioso para falar com você. Meu lobo Cosmo. — Falei sem me virar, mas pude sentir o seu medo aumentar. Todos sabiam da fama de meu lobo Cosmo, era insano, quando estava com raiva.
— Alfa, por favor, eu imploro. Conto tudo, mas não me deixe sozinho com seu lobo. — O técnico implorava de joelho, mas já era tarde, pois Cosmo estava no controle e estava faminto.
— Que decepção. Quer dizer que não, quer minha companhia. Que pena, pois adorarei provar sua carne. — Cosmo se virou e olhou para ele debochado. Meu lobo tinha um humor obscuro às vezes e era mais sociável que eu.
— Por favor. — Foi tudo que ele disse antes de Cosmo se aproximar e ficar a centímetros de seu rosto, e se transformando em um grande lobo negro de olhos vermelhos. Cosmo começou a se comunicar mentalmente com o técnico.
— Fale logo o que você sabe. Não tenho o dia inteiro e estou com fome. — Ordenou Cosmo raivoso, deixando sua saliva escorrer pelo canto de sua grande boca enquanto mostrava seus dentes afiados.
— Um lobo me procurou e me ofereceu um bom dinheiro para facilitar a entrada e entregar um material genético. Só fiquei sabendo de quem era o material depois, quando verifiquei o banco de dados. O nome do lobo é Mário Cornélio. Eu o conheci num bar, o Eclipse, no centro da cidade. Ele me deu um celular para quando precisasse entrar em contato. Ele está no meu bolso, isso e tudo que eu sei. Eu juro. — Cosmo percebeu que ele estava dizendo a verdade e não tinha mais nada a contar.
— Obrigado pela sua cooperação. — Falou Cosmo debochado e em um só movimento avançou sobre o técnico devorando sua carne. Mário Cornélio é o nome do defunto que devo encontrar.
POV MAGNOS. Depois que saí do santuário, comecei a caçar Mario Cornelio, o maldito era muito escorregadio, sabia se esconder muito bem, mas ele não era páreo para mim e minha ira. Após procurar por quase trinta dias, enfim o encontrei e o levei para minha alcateia, onde o torturei por dois dias, até que aquele infeliz em fim falou onde estava meu sêmen roubado, mas não consegui tirar dele o mandante. Parecia que uma força oculta impedia que Mario falasse sobre o mandante. Então, resolvi mantê-lo vivo para descobrir quem estava por trás de tudo isso. — Cornélio nos deu o endereço da clínica que deixou minha amostra e o número de armazenamento onde ela está guardada. Preparem alguns soldados e reforcem as fronteiras para quando eu estiver fora. Deixarei você no comando enquanto eu estiver em Seattle, Washington. — Falei para Ivan, dando instruções para minha ausência. — Sim, Alfa. — Respondeu Ivan e saiu. Eu estava impaciente, queria chegar logo aquela clínica. Logo saí do meu escr
POV AMÉLIA Alguns dias se passaram desde que foi confirmado que estou grávida. Depois da confirmação no dia seguinte comecei meu pré-natal. Não posso ser negligente com meus filhos. Até agora não acredito que estou gerando quatro crianças. Estou muito feliz em ser mãe. Mas devo dizer que gravidez não é fácil, eu durmo demais, como mais ainda e vivo com enjôo e vomitando. Sem contar que a dois dias tenho tido pesadelo com um lobo gigante de olhos vermelhos me perseguindo para aonde eu vá e dizendo que vai me devorar se não devolver o que roubei. É muita loucura e bizarrice, deve ser os hormônios. Me apressei para acabar meu café da manhã, pois tinha muito trabalho hoje no laboratório e no hospital. Jake teve que ir para um congresso de genética fora do país. Então terei que ficar com as tarefas dele no laboratório. Mas primeiro vou para o hospital, tenho alguns pacientes no período da manhã. Sai de casa e entrei no meu carrinho velho, ele foi presente do meu pai. Então continuo a u
POV MAGNOS.Eu olhava para aquela coisa insignificante e achava graça. Ela teve a audácia de me ameaçar. Se ela soubesse quem sou, estaria correndo pela vida. Cosmo estava rosnando por ser ameaçado. Amelia olhou, espantada, para os lados e falou irritada:— Quem foi o louco que trouxe um cachorro para o hospital? — Falou Amelia.— Quem é essa humana? Como ela se atreve a nos ameaçar e ainda nos chamar de cachorro? — Perguntou Cosmo, irritado pelas falas de Amelia.— Se ela não estivesse carregando nosso filhote, já teria a despedaçado. — Respondi para Cosmo através de nosso elo mental.Amélia ainda me olhava com raiva.— Você acabou de me ameaçar? — Perguntei.— Além de louco, é surdo? Saia agora da minha sala. — Gritou ela, raivosa.Dei uma boa respirada para me controlar e saí da sala, antes que me transformasse ali.— Vamos deixar aquela humana e nosso filhote? — Perguntou Cosmo.— Por hora sim. Não quero chamar a atenção. E também não queremos que a barriga de aluguel do nosso fil
POV AMÉLIA.Depois que aquele louco saiu do meu consultório, eu tentei me acalmar. Não podia ficar nervosa, tinha que pensar nos meus bebês. Mas estava sendo difícil, depois do que aquele homem disse. Pensei um pouco e resolvi ligar para Jake, mas lembrei que ele estava numa viagem. Então, decidir não o incomodar.— Não posso ligar para o Jake, mas posso ligar para meu advogado e saber se tenho algum risco com esse doido que me visitou. — Falei sozinha. Peguei meu celular e liguei para o senhor Hernandes. Ele era advogado dos meus pais e agora cuidava dos meus interesses. Ele atendeu no terceiro toque.— Menina Amélia. Como tem passado? — Perguntou o senhor Hernandes. Ele sempre me chamava de menina desde criança e não perdeu esse costume.— Estou bem, senhor. E o senhor, como tem passado? — Perguntei a ele.— Estou bem. Mas se está me ligando e me chamando de senhor, deve ter algum problema, pois não me chamou de tio. — Falou ele. Tio Hernandes me conhecia há anos e sabia quando eu
POV MAGNOS.Como essa humana é irritante, não para de falar e gritar. Eu carregava ela nos meus ombros. E ela lutava para se libertar. Ordenei que meus soldados arrumassem qualquer bagunça na casa. E que tinha que parecer que Amélia viajou. Eles foram ordenados a fazer uma mala com os pertences dela e pegar documentos, dinheiro e cartões. Ninguém poderia desconfiar que Amélia foi raptada. Me comunicando mentalmente com os meus guerreiros, dei a ordem do que deveriam fazer.— Faça ela se calar. Não estou aguentando mais esses gritos. — Reclamou Cosmo em minha mente. — A única maneira de fazê-la se calar é deixando a inconsciente. — Falei.— E você está esperando o que para fazer isso? Só não a machuque. — Falou Cosmo.Ele estava certo, seus gritos estavam me irritando, e não podia machucá-la, tinha que pensar no meu filhote. Então falei com Amélia que não adiantava gritar, pois ninguém escutaria. E ela me desafiou, o que irritou a mim e a Cosmo. Por um momento, perdi a razão e avancei
POV MAGNOS.Entrei no escritório e eles já estavam me esperando. Todos os cinco se curvaram em sinal de respeito.— Alfa. — Falaram todos.— Chamei vocês aqui para tratar sobre o que viram no aeroporto. Não tenho que dizer que tudo deve ser mantido em segredos. — Falei.— Não falarei nada, Alfa Magnos. — Respondeu Ivan. E os outros também deram a mesma resposta. — Muito bem. Vocês quatro estão liberados e podem sair. — Falei.Eles saíram e ficaram somente eu e Ivan. Olhei para ele e pude sentir sua curiosidade e vontade de perguntar.— Sei que está curioso para saber sobre a humana. Como meu beta, devo te manter informado sobre o que está acontecendo. — Eu disse sério.— Sim, Alfa Magnos, estou curioso. Mas não ouso perguntar. — Disse Ivan.— Fui até a clínica de fertilização humana e descobri que meu sêmen foi colocado no lugar de outra amostra. E foi usado em uma humana. O improvável aconteceu, essa humana ficou grávida com as minhas amostras. — Lhe contei e pude ver sua expressão
POV MAGNOS.O salão de reuniões estava lotado quando cheguei, todos os membros da alcateia estavam presentes.Caminhei pelo local e todos iam se curvando em sinal de respeito. Ivan, meu beta, me segui um pouco atrás. Não gosto de ninguém muito perto de mim. Cheguei ao centro do salão, que era um pouco mais elevado, e subi ficando de frente para todos e me sentei na minha poltrona.Eles voltaram à sua posição normal e se sentaram em seus lugares. Ivan ficou na primeira fileira ao lado da sua companheira e da minha irmã Cecilia. Tenho uma irmã mais nova. Ela é uma boa fêmea lobisomem, leal e obediente. Sem contar que é uma ótima lutadora, Cecilia é astuta e mortal. Aparenta inocência, mas de inocente só tem sua face, ela pode ser cruel e implacável. Eu a treinei para ser assim e não mostrar piedade diante dos inimigos.Cecilia será uma ótima companhia para Amélia, sei que com minha irmã meu filhote estará protegido. E Cecilia saberá lidar melhor que eu com aquela humana irritante.Me le
POV AMÉLIA.Despertei e senti uma forte dor de cabeça, lentamente fui abrindo meus olhos. Senti que estava deitada na cama e estava coberta. Fiquei confusa, pois não me lembrava de ter me deitado para dormir. Quando consegui abrir meus olhos, observei em volta e notei que não estava no meu quarto.— Esse não é meu quarto. Onde eu estou? — Falei e me sentei na cama. De repente, comecei a lembrar da última memória que eu tinha. Foi então que me desesperei. — Aquele maluco me sequestrou e ainda me deixou inconsciente. — Constatei e me levantei da cama. Mas foi uma péssima ideia ter levantado depressa, porque senti uma dor ainda mais forte na cabeça.Aquele infeliz usou clorofórmio em mim. Ele não sabe que essa substância pode causar morte por arritmia cardíaca e insuficiência respiratória? Ele colocou meus filhos em perigo, preciso saber se meus bebês estão bem. Quando encontrar aquele infeliz, acabarei com ele.Fui até a porta e, quando movi a maçaneta, percebi que a porta estava tranc