POV MAGNOS.
Eu olhava para aquela coisa insignificante e achava graça. Ela teve a audácia de me ameaçar. Se ela soubesse quem sou, estaria correndo pela vida. Cosmo estava rosnando por ser ameaçado. Amelia olhou, espantada, para os lados e falou irritada:
— Quem foi o louco que trouxe um cachorro para o hospital? — Falou Amelia.
— Quem é essa humana? Como ela se atreve a nos ameaçar e ainda nos chamar de cachorro? — Perguntou Cosmo, irritado pelas falas de Amelia.
— Se ela não estivesse carregando nosso filhote, já teria a despedaçado. — Respondi para Cosmo através de nosso elo mental.
Amélia ainda me olhava com raiva.
— Você acabou de me ameaçar? — Perguntei.
— Além de louco, é surdo? Saia agora da minha sala. — Gritou ela, raivosa.
Dei uma boa respirada para me controlar e saí da sala, antes que me transformasse ali.
— Vamos deixar aquela humana e nosso filhote? — Perguntou Cosmo.
— Por hora sim. Não quero chamar a atenção. E também não queremos que a barriga de aluguel do nosso filhote passe mal. Humanas grávidas são mais sensíveis. Não quero colocar meu filhote em risco. — Falei.
— Mas não podemos deixá-la e se algum de nossos inimigos descobrir. Quero meu filhote seguro. — Falou Cosmo, preocupado.
— Não iremos desistir, só precisamos levá-la quando ela estiver sozinha. Não quero que se levante suspeita sobre nós. Aqui existem muitas câmeras de vigilância e pessoas. Não é a hora certa para um rapto. — Expliquei.
— Você está certo. Agora, notou algo estranho com essa humana? Você notou que só conseguimos sentir o cheiro do nosso filhote? — Perguntou Cosmo.
Eu havia notado isso desde quando ela entrou na sala. Farejei meu filhote, mas notei que Amélia não tinha cheiro, o que era estranho.
— Eu percebi. E não gostei, todos têm um cheiro próprio. Se aquela humana não tem, é sinal que está o ocultando de nós. A pergunta é: Por quê? — Falei.
— Será que existe uma bruxa por trás dela? — Falou Cosmo.
— Se tiver, descobriremos. — Falei enquanto caminhava saindo do hospital.
Dois lobos me acompanhavam, um deles abriu a porta do carro para que eu entrasse. Assim que sentei no banco do carro, peguei o tablet que estava ao meu lado. E comecei a olhar para o arquivo de Amélia Carter. Eu sabia onde ela morava e iria fazer-lhe uma visita.
Amélia era uma médica geneticista muito famosa, então terei que tomar precauções para levá-la. Tenho que fazer todos pensarem que ela saiu de férias. Enquanto pensava no meu plano para a senhorita Carter, meu carro chegou à minha empresa. Eu tinha alguns assuntos a resolver, até a noite.
Eu saí do carro e fui atingido por diversos cheiros repugnantes. Odiava esses odores fedorentos dos humanos, eles usam perfumes em excesso, comem comida cheia de produtos químicos, que nenhum da minha espécie comeria. Suas comidas envenenadas transpiram pelos seus poros. Odeio ter que interagir com eles, mas sou uns dos poucos que conseguem se controlar sem arrancar a cabeça deles. Sem contar que tenho uma matilha para manter, e isso custa dinheiro. Então, sou obrigado a vir ocasionalmente para lidar com meus subordinados.
Passei pela recepção e a recepcionista, como sempre, me olha como se fosse me devorar. Isso é patético. Pelo caminho até o elevador, todos se afastavam rápido do meu caminho. Eu não era um CEO amigável, e quando aparecia todos ficavam temerosos, pois se o serviço não estivesse bem feito, eu demitia sem pensar duas vezes, não admitia erros. Não estou aqui para fazer caridade, só trabalhavam nas minhas empresas os melhores dos melhores.
Entrei no meu elevador particular, seguido pelos meus dois guerreiros e seguranças. Tenho um elevador só para meu uso, nunca ficaria confinado num cubículo com diversos humanos. Cosmo e eu não somos sociáveis.
Cheguei ao último andar do meu prédio, somente minha sala e do meu assistente ficavam nesse andar. Contratei um assistente homem, para evitar acidente. Eu não pensaria duas vezes em matar se alguma mulher oferecida me irritasse.
— Bom dia. Senhor Veranis. — Me saudou, meu assistente Italo.
— Bom dia. Quais são meus compromissos para hoje? — Perguntei entrando no meu escritório. Meus seguranças ficaram parados do lado de fora vigiando, enquanto Italo me seguia, informando minha agenda.
Me sentei em frente do meu computador, o ligando e começando a trabalhar. Não tinham muito tempo a perder, precisava resolver tudo rápido, pois ainda tinha que raptar Amelia Carter. Só em pensar naquela mulher, ficava com raiva. Como minha deusa pode permitir que meu filhote fosse gerado por uma humana?
Terei que supor até ele nascer, depois me livro dela.
Meu dia foi estressante e tive que demitir meu diretor de planejamento. Se não fosse arriscado, eu empregaria só meu povo nas minhas empresas. Humanos só dão aborrecimento.
Quando a noite chegou, saí da minha empresa e fui direto para a casa de Amelia. Eu sabia que ela ainda estava a caminho de sua residência. Vi pelas câmeras de vigilância. Eu havia invadido o sistema de monitoramento da cidade e observava Amelia desde quando ela saiu do hospital. Não deixaria meu filhote desprotegido.
Após meia hora, ela chegou em casa e entrou, eu estava dentro do meu carro a monitorando. Amelia morava numa área nobre da cidade com segurança e monitoramento. Então tive um pequeno trabalho para entrar no seu condomínio. Já havia cuidado das câmeras de vigilância e meus soldados cuidaram dos seguranças. Nada pode sair errado, ainda hoje meu filhote estará na minha alcateia.
Após vinte minutos, saí do carro e fui até a porta da casa de Amelia, meu plano era capturá-la sem muita conversa.
— Só tome cuidado para não a machucar, nosso filhote necessita que ela esteja bem. — Disse Cosmo em minha mente.
— Não se preocupe, não vou feri-la. — Respondi.
— Assim espero, não te perdoarei se colocar nosso filhote em risco. — Ameaçou Cosmo e se calou.
Bufei e Cosmo estava certo, eu tinha que ter cuidado. Humanas são frágeis e grávidas precisam de mais cuidados. Toquei a campainha e aguardei, ela abriu a porta e, quando me viu, xingou.
— O que você faz aqui, seu maluco? Você me seguiu? — Perguntou Amelia, irritada.
— Não terminamos nossa conversa. — Falei.
Amelia tentou fechar a porta, mas impedi que ela fizesse e empurrei a porta.
— Vou chamar a polícia, seu maluco. — Gritou Amelia e correu para pegar o telefone. Fui mais rápido e a agarrei por trás, a virando e jogando sobre meus ombros.
— Me coloque no chão, seu idiota. Quem você pensa que é para fazer isso? — Grita Amélia desesperada.
— Sou o pai do filhote que você está esperando. E seu dono, enquanto estiver carregando meu filhote, fará o que eu mandar. Ou sofrerá as consequências. — Eu disse tranquilamente enquanto carregava Amélia em meus ombros e saía de sua casa.
POV AMÉLIA.Depois que aquele louco saiu do meu consultório, eu tentei me acalmar. Não podia ficar nervosa, tinha que pensar nos meus bebês. Mas estava sendo difícil, depois do que aquele homem disse. Pensei um pouco e resolvi ligar para Jake, mas lembrei que ele estava numa viagem. Então, decidir não o incomodar.— Não posso ligar para o Jake, mas posso ligar para meu advogado e saber se tenho algum risco com esse doido que me visitou. — Falei sozinha. Peguei meu celular e liguei para o senhor Hernandes. Ele era advogado dos meus pais e agora cuidava dos meus interesses. Ele atendeu no terceiro toque.— Menina Amélia. Como tem passado? — Perguntou o senhor Hernandes. Ele sempre me chamava de menina desde criança e não perdeu esse costume.— Estou bem, senhor. E o senhor, como tem passado? — Perguntei a ele.— Estou bem. Mas se está me ligando e me chamando de senhor, deve ter algum problema, pois não me chamou de tio. — Falou ele. Tio Hernandes me conhecia há anos e sabia quando eu
POV MAGNOS.Como essa humana é irritante, não para de falar e gritar. Eu carregava ela nos meus ombros. E ela lutava para se libertar. Ordenei que meus soldados arrumassem qualquer bagunça na casa. E que tinha que parecer que Amélia viajou. Eles foram ordenados a fazer uma mala com os pertences dela e pegar documentos, dinheiro e cartões. Ninguém poderia desconfiar que Amélia foi raptada. Me comunicando mentalmente com os meus guerreiros, dei a ordem do que deveriam fazer.— Faça ela se calar. Não estou aguentando mais esses gritos. — Reclamou Cosmo em minha mente. — A única maneira de fazê-la se calar é deixando a inconsciente. — Falei.— E você está esperando o que para fazer isso? Só não a machuque. — Falou Cosmo.Ele estava certo, seus gritos estavam me irritando, e não podia machucá-la, tinha que pensar no meu filhote. Então falei com Amélia que não adiantava gritar, pois ninguém escutaria. E ela me desafiou, o que irritou a mim e a Cosmo. Por um momento, perdi a razão e avancei
POV MAGNOS.Entrei no escritório e eles já estavam me esperando. Todos os cinco se curvaram em sinal de respeito.— Alfa. — Falaram todos.— Chamei vocês aqui para tratar sobre o que viram no aeroporto. Não tenho que dizer que tudo deve ser mantido em segredos. — Falei.— Não falarei nada, Alfa Magnos. — Respondeu Ivan. E os outros também deram a mesma resposta. — Muito bem. Vocês quatro estão liberados e podem sair. — Falei.Eles saíram e ficaram somente eu e Ivan. Olhei para ele e pude sentir sua curiosidade e vontade de perguntar.— Sei que está curioso para saber sobre a humana. Como meu beta, devo te manter informado sobre o que está acontecendo. — Eu disse sério.— Sim, Alfa Magnos, estou curioso. Mas não ouso perguntar. — Disse Ivan.— Fui até a clínica de fertilização humana e descobri que meu sêmen foi colocado no lugar de outra amostra. E foi usado em uma humana. O improvável aconteceu, essa humana ficou grávida com as minhas amostras. — Lhe contei e pude ver sua expressão
POV MAGNOS.O salão de reuniões estava lotado quando cheguei, todos os membros da alcateia estavam presentes.Caminhei pelo local e todos iam se curvando em sinal de respeito. Ivan, meu beta, me segui um pouco atrás. Não gosto de ninguém muito perto de mim. Cheguei ao centro do salão, que era um pouco mais elevado, e subi ficando de frente para todos e me sentei na minha poltrona.Eles voltaram à sua posição normal e se sentaram em seus lugares. Ivan ficou na primeira fileira ao lado da sua companheira e da minha irmã Cecilia. Tenho uma irmã mais nova. Ela é uma boa fêmea lobisomem, leal e obediente. Sem contar que é uma ótima lutadora, Cecilia é astuta e mortal. Aparenta inocência, mas de inocente só tem sua face, ela pode ser cruel e implacável. Eu a treinei para ser assim e não mostrar piedade diante dos inimigos.Cecilia será uma ótima companhia para Amélia, sei que com minha irmã meu filhote estará protegido. E Cecilia saberá lidar melhor que eu com aquela humana irritante.Me le
POV AMÉLIA.Despertei e senti uma forte dor de cabeça, lentamente fui abrindo meus olhos. Senti que estava deitada na cama e estava coberta. Fiquei confusa, pois não me lembrava de ter me deitado para dormir. Quando consegui abrir meus olhos, observei em volta e notei que não estava no meu quarto.— Esse não é meu quarto. Onde eu estou? — Falei e me sentei na cama. De repente, comecei a lembrar da última memória que eu tinha. Foi então que me desesperei. — Aquele maluco me sequestrou e ainda me deixou inconsciente. — Constatei e me levantei da cama. Mas foi uma péssima ideia ter levantado depressa, porque senti uma dor ainda mais forte na cabeça.Aquele infeliz usou clorofórmio em mim. Ele não sabe que essa substância pode causar morte por arritmia cardíaca e insuficiência respiratória? Ele colocou meus filhos em perigo, preciso saber se meus bebês estão bem. Quando encontrar aquele infeliz, acabarei com ele.Fui até a porta e, quando movi a maçaneta, percebi que a porta estava tranc
POV MAGNOS.Após conseguir ficar livre da minha irmã, resolvi alguns problemas urgentes. Quando terminei, decidi verificar como Amélia estava. Quando saí do escritório, fui até a cozinha. Assim que entrei, os ômegas que estavam trabalhando lá se curvaram. Notei que eles estavam surpresos por me encontrar na cozinha. Eu nunca precisei colocar meus pés aqui.— Alfa Magnos. O que precisa? — Perguntou a chefe da cozinha.— Preciso que preparem uma refeição reforçada para a humana. — Respondi. Percebi que ela queria perguntar algo, mas não tinha coragem.— Quer dizer algo? — Lhe perguntei mentalmente. Ela se assustou quando ouviu minha voz em sua cabeça.— Me perdoe Alfa, só queria saber se o senhor gostaria que fizéssemos algo de específico ou deveríamos fazer as comidas que estamos acostumados a fazer para o senhor? — Ela perguntou.— Faça o de sempre. — Respondi e finalizei nossa conversa mental. — Todos podem voltar a seus afazeres. — Falei e saí. Caminhei até o quarto de hóspedes ao
POV MAGNOS.Eu nunca dirigi tão rápido em toda minha existência. Cheguei em sete minutos ao hospital. Sai do carro e peguei Amélia nos meus braços, ela protestou, mas não pode fazer nada a respeito. Eu não estava disposto a discutir naquele momento. Só queria saber se meu filhote estava bem.Entre correndo pela recepção do hospital com Amélia em meus braços. Todos se assustaram com minha presença e com o fato que estava carregando uma humana nos braços.— O médico chefe agora. — Ordenei e continuei caminhando pelo corredor em direção à sala de emergência. — Sim Alfa. Vou chamá-lo agora. — Escutei a recepcionista dizer. Pelo caminho vi as enfermeiras correndo em minha direção e indicar uma sala.— Você é louco. Não pode sair entrando assim, tenho que fazer minha ficha. — Falou Amélia irritada. Eu não a respondi, as enfermeiras ficaram assustadas com o jeito que Amélia falou com seu alfa. Preciso discipliná-la logo. A coloquei na cama.— O que aconteceu, alfa? — Perguntou a enfermeira.
POV AMÉLIA.Essa era minha chance de conseguir escapar desse infeliz. Mas estas pessoas parecem conhecer e respeitar esse homem. O médico o conhece também, mas parece ter medo dele, talvez eu consiga que ele me ajude.Vou me arriscar, não tenho muitas opções. Preciso voltar para minha casa. E, por que essas pessoas ficam chamando esse infeliz de alfa? Será que estão loucas ou será que ele as obriga a lhe chamar assim?Assim que o tal de Magnos saiu da sala de atendimento. A enfermeira também deixou a sala e fechou a porta. Até o nome desse homem é presunçoso, homem arrogante. Doutor Hélio me olhou fixamente.— Você já pode me dizer qual é o seu problema? — Ele me perguntou gentilmente. Era hora de arriscar.— Na verdade, doutor, não tem nada de errado com minhas partes íntimas. Eu só precisava conversar com o senhor sozinha. — Falei. Hélio arqueou a sobrancelha.— O que gostaria de conversar comigo? — Perguntou.— Preciso de ajuda. Esse homem que me trouxe, ele me sequestrou. Estou se