- Como você sabia sobre a Rainha Raquel - ela própria perguntou para o filho.
- Meu pai sabia sobre você. Aparentemente, Elaryan conseguiu se comunicar com ele. Ela tentava convencê-lo a parar o que estava fazendo e testar uma outra saída que ela estava encontrando. Contou tudo sobre você, para fazê-lo pensar melhor. E ele me contou. Sempre que eu pedia, ele me contava histórias sobre você. Foi nosso maior elo. - Raquel o abraçou novamente, emocionada.De repente, um estrondo e uma gigante conseguiu atravessar a parede de água do castelo, aparentemente sendo arremessada para dentro, caindo sobre a mesa da sala, que ficou destruída.Ela se levantou, pediu desculpas e saiu, quase do mesmo modo que tinha chegado, voando em velocidade.Aparentemente, apenas eu, Raquel e Leiva ficamos chocadas.- O que foi isso? - perguntei, abismada.- As meninas tem pegado mais pesado com o tEla acordou muito assustada.- O que aconteceu? Eu morri? - ela perguntou.- Não, fique tranquila! Eu te salvei e já curei seus ferimentos. Está tudo bem. Desculpe ter pegado tão pesado. - Apesar dela ter sido tão boa que me fez ter que agir dessa forma.- Realmente ainda sou um lixo. - Ela sentou de cabeça baixa, decepcionada consigo mesma.- De maneira nenhuma. - Sua técnica me forçou a fazer algo que não esperava. Nunca vi ninguém ser tão boa no combate corpo a corpo. Eu sei que existem dispositivos que anulam o poder mesmo de seres aparentemente invencíveis. Num cenário como esse, você com certeza pode ser fundamental. Faz muito bem de continuar se desenvolvendo, se for isso mesmo que você deseja - eu sabia que a morte poderia estar se aproximando para todos e mesmo que minha opinião fosse não lutar e aproveitar os últimos momentos com quem amava, lá estava eu, pronta para continuar lutando. Então, não sei se era necessário causar o estardalhaço do fim dos tempos par
Eu nem precisei saber como seria. Simplesmente fomos atacadas. Por sorte, parei a ser só um ataque de verificação, pois facilmente conseguimos lidar com a situação. Avisei Juper que deveriam ficar a postos. Um novo ataque deveria acontecer a qualquer momento.Não demorou muito. Aquilo com certeza tinha sido só uma pequena avaliação.Juper me chamou de volta. Agora era no local onde Adwig estava. Juntei todas, fiz um discurso motivador, abri um portal e fomos. Todas nós atravessamos e uma luta acontecia.Assim que chegamos já fomos atacados e não paravam de surgir mais e mais seres atacando. Nem perceberam nossa chegada pois um outro grupo fez uma entrada ainda mais triunfal. - Dragões! - gritou Lúcifer! - Fogo! Todos, que tinham dragões, os liberaram e eles soltaram chamas contra os anjos que, pela primeira vez pareciam recuar. Os anjos fugiam at&
- Adwig, pegue minha espada! Chegou a hora de tentarmos sobreviver ao fim do Universo e tudo depende de você. - Adwig pegou a espada de Athos e caminhou na direção de onde Elaryan havia ido. Do céu vinham mais outras grandes rajadas de energia uma de cada lado de Athos a direção de onde ela estava. Eram André e Henri. Eu também saltei e fiz o mesmo. - Agora, Athos! - Elaryan gritou para Athos e ele já sabia o que fazer. Disparou um raio contra a espada em posse de Adwig e gritou: - Que todas as armas se unam em sua forma original. Todas elas, então, saíram de seus detentores e foram puxadas na direção da espada. Gabriel já terminava de sugar todos os anjos e o restante que sobrou de seu exército, apenas escravos, foram facilmente anulados. Ele abriu os olhos e Adwig começou a perder a velocidade de seus movimentos. Todos atiram algum tipo de golpe c
A água, que é o símbolo da vida e que compõe a maior parte do nosso corpo, pode nos salvar em um deserto escaldante, mas pode nos destruir, deixar sem ar, nos afogar. Tudo que existe nesse mundo, ou em qualquer outro mundo que ainda desconhecemos, possui duas faces tênues entre si, desde as moléculas mais básicas até os equipamentos mais complexos. Do oxigênio à bomba atômica. Tudo pode ser para o bem e para o mal. E também pode ser relativo, para o bem de uns e o mal de outros, dependendo do ponto de vista.Mas, o que determina a forma como a fonte da vida será utilizada para a morte é o movimento dentro de uma interminável lei de ação e reação. Tudo que fazemos de errado retorna invariavelmente contra nós um dia. Mas repare que o sujeito “nós” é a representação de uma coletividade completamente interdependente e mesmo que você aja da forma mais correta possível, de acordo com os preceitos da sua consciência, a ação de outra pessoa pode se voltar contra você. Ou a ação combinada
Será que não morri? Uma dor pequena na cabeça começou a me incomodar e logo meu corpo inteiro parecia formigar, com uma sensação semelhante a de cortes com faca na pele. A dor se tornou muito grande, eu comecei a sentir uma leve e fina garoa em meu rosto e alguns pingos densos caindo, aos poucos, em meus olhos, até que consegui abri-los. O desespero começou a tomar conta de mim, nunca havia sentido tanto medo em minha vida. Sombras vagavam à minha volta e eu me vi numa espécie de santuário macabro, uma escuridão dominante com luzes vermelhas que faziam com que toda a água que jorrava de diversas fontes, parecessem sangue. Olhei para o céu e essas luzes que iluminavam tudo ao meu redor vinham de dois lados diferentes, de duas estrelas que pareciam com o Sol. As sombras eram como nuvens negras pequenas e baixas que se locomoviam rapidamente para todos os lados e algumas carregadas de chuva, inesperadamente se abriam e encharcavam por onde passavam. Uma dessas nuvens bem próxim
Era um lugar incomparável, de beleza indescritível. Algo que lembrava uma redoma no meio do mar, mas não era feita de ar e sim de fogo. Chamas esverdeadas com labaredas que lutavam contra as águas e o resultado era um jogo de luz, praticamente um arco-íris com centenas de tonalidades de cor.A Rainha das Águas se aproximava das chamas e quando chegou bem próximo, parou. Começou a se despir até ficar completamente nua. Uma alga pousou em seu braço e a dor que a rainha sentiu foi enorme. Ela gritou tão alto que as ondas sonoras moveram a água. Uma infinidade de algas vieram instantaneamente e começaram a cobrir seu corpo. Cada toque lhe causava a sensação de que um pedaço de seu corpo era arrancado.Parecia que o que ainda a mantinha em pé eram as próprias algas. Mas quando ela já estava toda coberta, como se um enxame de abelhas brilhantes a tivesse atacado, ela conseguiu, com um grande esforço, mexer seu pé para frente e caminhar alguns poucos passos em direção às chamas.A
- Precisamos levar a garota até a Rainha logo, Leiva! - Dizia uma mulher no meio do grupo. As outras guerreiras estavam contrariadas.- Leiva, eu vou! Já percebi que é a única saída! - Consegui dizer aquilo no meu momento de maior coragem e idiotice, até então. Leiva me olhou, sorriu pra mim, enquanto acariciava minha face e disse:- Certo, se vamos fazer isso, vamos pelo menos levá-la pelo centro da cidade até o castelo de água, pegamos a rota das quedas. Acredito que ela, junto da rainha, não terá mais uma oportunidade de aproveitar a nossa única diversão por aqui.- Rota das quedas? Ebaaa! Precisamos que mais condenadas apareçam por aqui mais vezes - disse uma das garotas que, até então, parecia tão tímida. Negra, rosto como se fosse de porcelana, quase uma boneca. Ela, imediatamente após o comentário, tomou um tapa atrás da cabeça de outra que estava ao seu lado, que fisicamente era o oposto desta: grande, forte, pele mais amarelada, cabelos escuros cortados na altura d
Não conseguia imaginar para onde eu poderia estar indo.No fundo daquelas águas, entradas que pareciam cavernas. Quando eu já não conseguia mais segurar a respiração, eu tentei puxar o ar e, mais uma surpresa, eu consegui respirar. Não me afoguei como antes. Mais algas foram se aproximando, se amontoando sobre mim e quando finalmente parei de ser sugada eu estava dentro de uma enorme gruta com milhões de algas brilhantes que pareciam fazer uma festa para minha chegada. A visão era como de um caçador de tesouros encontrando milhões de milhões de moedas de ouro em uma caverna gigante escondida.As algas foram me empurrando e me levaram perto de uma rocha, onde se juntaram e criaram um formato de trono. Outras também se juntaram e formaram uma imagem humana que resultaram num corpo brilhante. Duas vieram aos meus ouvidos e grudaram neles.- Agora você pode nos escutar, Salvadora! - Disse uma voz estridente. Eu me espantei, estava ouvindo as algas.- Eu acho que fiquei louca