Parte 39 -BiancaSe eu não tiver um infarto agora, talvez eu não tenha nunca mais. Me sinto perdida em um monte de emoções e a maior agora é vergonha, mas o desejo de continuar está me fazendo deixar isso de lado.A mão dele desce pela lateral de meu corpo e vai para minha cintura, para abrir o botão da calça. Seguro sua mão por instinto.— O que foi? - ele sorri — Só estamos nos conhecendo um pouco mais... Não vai acontecer nada demais.— Já está acontecendo, Adriano.— Não... - ele estala a língua — Você não faz ideia do que eu quero fazer com você.Puxei o ar fundo. Por que ele diz essas coisas pra mim? Então não sabe que já estou nervosa porque meu pai está aqui? Que não sei o que ele pode fazer por estar com raiva de mim?— Mas não podemos... Não podemos fazer... O que você quer fazer - sei que estou vermelha de vergonha e o olhar dele continua em meus seios.Estou tombada na cama, com ele entre minhas pernas e sua voz sedutora faz meu corpo estremecer. Sinto formigar entre minh
Parte 40 -BiancaEu pensava que meus pais iriam embora na manhã seguinte, mas não foi isso que aconteceu. E eu até queria que pelo menos meu pai tivesse ido. Minha mãe poderia ficar para que eu pudesse conversar mais com ela.E eu ainda me sinto um pouco sem jeito depois do aconteceu no quarto, entre Adriano e eu. Não que tivesse sido ruim, pelo contrário, mas é que ele foi bem direto, até demais.Eu estava falando com minha mãe quando Maria veio me avisar de que novamente, Leonardo queria falar comigo. Eu não sei ainda se gosto dele ou não. Acho que é bem arrogante e quer mandar em tudo, mas não em mim.Já tive anos de minha vida sendo mandada de um lado pra outro dentro do convento e minha fuga foi um desespero de saber que logo eu não teria mais minha liberdade real.— Eu estou indo, obrigada!— Ela parece ser uma boa menina - minha mãe comentou quando Maria se afastou.— Eu acho que sim - sorri — Ela é muito nova e já tem um filhinho.— Em breve você terá o seu também - ela bateu
Parte 41 -Caterina— Talvez ele esteja certo.Minha voz saiu mais alta do que esperava, e todos se voltaram para mim. Meu coração batia descompassado, mas me recusei a desviar o olhar. Preciso participar disso.— Caterina, por favor - meu marido começou, mas eu o cortei. Nervosa, mas cortei.— Não, Lorenzo. Já chega de me calar... - puxei o ar — Já chega de tratar nossa filha como uma mercadoria. Você acha que está protegendo ela? Está apenas repetindo o que fizeram comigo.Ele franziu o cenho, como se não acreditasse no que estava ouvindo.— Isso não é sobre você, Caterina.— Não, mas é sobre o que fizeram comigo e o que estão fazendo com ela - apertei a mão de minha filha — Bianca fugiu porque sabia o que a esperava. Eu só não tive coragem para fazer o mesmo anos atrás.Leonardo soltou uma risada seca, olhando de mim para meu marido. Sei que depois isso não vai ser bom para mim.— Isso é o que você chama de solução? Ensinar sua filha a desafiar os alicerces de tudo que sustenta nos
Parte 42 -BiancaVoltamos para a companhia de nossas famílias. Pela cara do meu pai, se ele pudesse, arrancaria minha pele aqui mesmo, na frente de todos, sem se importar.Respirei fundo e apertei a mão de Adriano. É engraçado, mas acho que posso contar com ele nesse ponto. Acho que ele não gostou do modo como meu pai falou comigo e com minha mãe.Pelo menos isso é um ponto positivo pra ele. Só não sei o resto.— E então, vocês já conversaram? - o irmão dele me encarou.Ai que raiva. Leonardo tem um jeito muito mandão. Isso me incomoda.— Sim, irmão... Já conversamos - Adriano me puxa para o lado dele — Vocês não precisam se preocupar com nada. Bianca e eu vamos nos casar, como foi acertado antes.— Ainda bem - minha futura sogra fica aliviada — Espero que não voltemos a esse assunto. Temos que correr agora.— Eu posso ajudar - minha mãe levantou a mão, com seu jeito tímido — Se vocês quiserem, é claro.— É claro que eu quero, mãe - sorri para ela — Nós temos muito para conversar.—
Parte 43 -Bianca— Obrigada por me defender - entramos no quarto — Agora, tem outra coisa que eu queria também... - fiz um bico, torcendo de lado.— Mas já? - ele ergueu a sobrancelha com uma expressão de ironia — Diga o que é.Eu puxei o ar e soltei devagar. A questão de Luísa me pegou.— Sabe que sua mãe disse que eu ter fugido colocou todo mundo em perigo - ele cruzou os braços e sentou na cama.— E o que tem isso?— Eu quero ver a Luísa - me aproximei dele — Quero falar com ela e saber como está. Fiquei preocupada de verdade.Ele inclinou a cabeça, pensando. Os segundos de espera me deixaram ansiosa. Se ele disse que nós iríamos tentar criar nossa intimidade, ele fazer algo que eu ache importante é um bom primeiro passo.— Tudo bem... Eu vou ver se consigo um encontro com sua amiga.— Sério mesmo?— Sim, mas antes eu vou procurar saber como ela está. Não quero que corra perigo.— Luísa é de confiança, ela não faria nada contra mim.— Ainda, assim, tenho que ter cuidado - ele pega
Parte 44 -BiancaNão vi Adriano durante toda a manhã, mas tive que suportar o mau humor de meu pai, que sempre tinha algo desagradável a dizer, para mim ou para mamãe.Eu não me recordava que ele era assim, tão machista, tão egocêntrico e mandão. Tudo isso é insuportável.Realmente, se eu tivesse que voltar a morar com meus pais acabaria tendo um problema muito rápido.A coisa boa foi que minha mãe estava mais animada. Vitória lhe dava muita atenção e isso era bom, acho que minha mãe não tem amigas. Pelo menos eu não me lembro.Estava sentada na varanda do meu quarto, tentando me distrair com o livro que Vitória havia me emprestado, quando ouvi o som da porta se abrindo. Não precisei olhar para saber que era Adriano. Seu perfume amadeirado e sua presença sempre dominavam o ambiente.— Espero não estar interrompendo nada importante. - ele disse, com aquele tom casual que fazia parecer que nunca se importava com nada.— Não, só estava lendo. Se chegasse antes, talvez interrompesse. Su
Parte 45 - BiancaA SUV preta deslizava pelas ruas de Sevilha, silenciosa e imponente. O motor emitia um ronronar baixo, mas constante, que combinava com o clima tenso dentro do veículo. Adriano estava ao meu lado, calado como uma estátua, os olhos fixos na estrada. Ele parecia focado, mas a linha rígida de seu maxilar e a forma como suas mãos apertavam o volante revelavam algo mais. Ele estava tenso.Por um momento, considerei não dizer nada. O silêncio parecia ser a língua preferida dele, e eu ainda estava aprendendo a traduzir seus olhares e gestos. Mas minha ansiedade falou mais alto.— Onde ela está? - perguntei, tentando soar casual, mas meu tom saiu mais urgente do que pretendia por causa da ansiedade.Adriano não desviou o olhar da estrada.— Em um lugar seguro. - sua resposta foi curta, quase ríspida, e não ajudou em nada a aliviar minha inquietação.— Seguro como? - insisti. — Não gosto de respostas vagas, Adriano. Estou ansiosa.Ele finalmente virou o rosto para mim, por
Parte 46 - Bianca— Abaixe a cabeça, Bianca! - Adriano ordenou, puxando uma arma debaixo do casaco.Meu coração disparou, e obedeci, me jogando para baixo enquanto ele abaixava o vidro e disparava. O som dos tiros ecoou dentro do carro, ensurdecedor, enquanto os veículos inimigos tentavam nos cercar.Fiquei com medo porque ele tinha que manter a direção para não bater em outros carros na pista e ainda tinha que revidar os tiros.— Adriano! - gritei, o pânico tomando conta de mim. Me preocupei por ele também.— Eu disse para ficar abaixada! - ele gritou de volta, sem tirar os olhos da ameaça.Depois ele acelerou, tentando abrir distância, mas os carros continuavam atrás de nós. Um dos inimigos conseguiu emparelhar e bateu na lateral da SUV, me jogando contra a porta com força e gritei de novo.— Malditos! - Adriano rosnou, atirando mais uma vez. O carro inimigo perdeu o controle e bateu em um poste, mas os outros continuavam atrás de nós.— Adriano, onde estão seus seguranças? - pergu