20 de agosto de 1991.
Querido diário,
Hoje estou fazendo quatro meses de gestação. Estou radiante por dois bons motivos: primeiro, consegui arrumar meu primeiro emprego e não vou ter que depender da ajuda de amigos, e segundo: hoje fui a obstetra e descobri que estou esperando uma menina.
A minha princesinha! Estou muito emocionada.Já faz alguns meses que saí da casa de meus pais e da fazenda Fassini e que o Ed se foi também.Me pergunto se ele já sabe do nosso bebê e como ele está. A noite passada a Ana se mexeu em meu ventre e eu chorei. Foram alguns segundos, mas foi a melhor coisa que me aconteceu nesses quatro meses.Fico imaginando se ela será parecida com o pai, ou comigo, ou com os dois. O emprego que eu arrumei é em uma lanchonete pequena e tem pessoas muito boas lá. PessQuando já estou descendo as escadas, encontro Delia com uma bandeja farta nas mãos._ É para Ariel? _ pergunto.A mulher assente com um meio sorriso. _ Deixe que eu mesmo levo _ peço já pegando a bandeja.Ela protesta._ Desculpe, senhor, mas a dona Ana me pediu..._ Diga para dona Ana, que eu mesmo farei isso todos os dias._ A corto ajeitando a bandeja e subo as escadas, voltando para o corredor e indo em direção a última porta. Como havia previsto, a porta está trancada outra vez. Bato levemente na madeira e me anuncio._ Ariel, sou eu, Edgar. _ Nada acontece. Suspiro quase impaciente. _ Trouxe comida pra você _ insisto._ Pai, o que pensa que está fazendo?! _ Ana esbravejar, vindo atrás de mim._ Levando comida para... _ Ela toma a bandeja de minhas mãos e a entrega para Delia._ Pai, pense um pouco comigo, Ariel sofreu algum trauma horríve
A FulgaO som insistente do meu celular me desperta. Atendo o telefone, sem sequer olhar a tela._ Alô?_Ed? _ A voz feminina ecoa do outro lado da linha. Sento-me rapidamente na cama e puxo a respiração. Droga, havia me esquecido dela!_ Andréa?_ Preciso te ver. _ Ela diz baixinho, parece receosa._ Onde você está?_ Aqui no aeroporto do Rio. _ Puta merda!_ O que disse?_ Ed, eu não conheço nada aqui, não sei pra onde ir. Você pode vir me buscar? _ Saio da cama exasperado e corro direto para o closet, pego a primeira roupa que vejo na minha frente e visto em seguida._ Posso saber o que veio fazer aqui, Andréa? _ pergunto rígido.Ela faz silêncio por alguns segundos._ Você sumiu, não me ligou mais, não me procurou. Ent&atild
Depois de uma rápida reunião com a Ana e Luís no escritório da casa, informo os últimos acontecimentos sobre Enrico e resolvemos reforçar a segurança em todo o perímetro da casa. Há homens de preto espalhados de forma estratégica por todos os lados. Não tem a menor chance de Enrico aparecer, ou se aproximar de um de nós. As crianças estão tendo aulas particulares em casa e a Ana e o Luís saem em carros blindados e com seguranças sempre a postos. Eu sei que pode ser um exagero e que talvez eles não sejam alvos, mas eu prefiro não arriscar.Depois do café da manhã, vou para a varanda com o meuMacBooke me entrego as minhas funções de CEO e deixo o tempo passar. Os gritinhos e risadas das crianças me chamam atenção e sorrio ao ver Ariel brincand
13. Inseguranças_ Isso é um absurdo! _ Ana grita enlouquecida. _ Essa mulher é uma louca! Eu vi, com os meus próprios olhos, ela morreu na minha frente! _ Enquanto grita descontrolada, bate em seus peitos e as lágrimas descendo por seu rosto. Luís a abraça com ternura e beija os seus cabelos._ Não, Ana, o que você viu foi a sua mãe infartando. Os médicos invadiram o quarto e em seguida eles disseram que não conseguiram reanimá-la. Nunca se perguntou, porquê o caixão ficou fechado durante todo o velório? _ Ariana questionou.Ana arregala os olhos.O entendimento lhe chega e a ficha finalmente cai._ Meu Deus, isso é loucura! _ Minha filha sussurra e volta a chorar. _ Porque minha mãe faria isso comigo? Ela sabia que eu não suportaria._ Para te proteger, querida. _ Ariana a interrompe.
13 de fevereiro de 2002Querido diário,Ultimamente escrito menos, pois a dias sinto-me cansada. Penso que evitei falar para a minha filhasobre o seu paipor todos esses anos, porque precisavamantê-la segura e longe dos Fassini.Se ela pelo menos tivesse a noção de quem eles são realmente.Pela manhã não me senti melhore mesmo assim,meu médico me recomendou uma internação,devido o meu estado físico. Pensoque devo aceitar, as dores têmme incomodado muito, meu corpo está debilitadoe a Ana anda preocupada comigo, mesmo mantendo um sorriso em meu rosto.Ed, onde você está?Sinto-met&
14. O Resgate _ Você enloqueceu? A caso isso é contagiante? _ Mônica pergunta pasma._ Eu tenho como provar o que estou dizendo. _ Ana rebate e Mônica encara o marido. Vejo em seus olhos a incredulidade nua e crua._ Então me mostra _ pede. Definitivamente temo por Rose, por nós. Ela foi categórica quando o segredo. Ana me fita por alguns segundos, seus olhos refletem uma determinação ímpar, uma teimosia bem conhecida por mim.Ela segura a mão da amiga e logo todos as seguem de volta para o escritório. Entro no cômodo e me encosto na parede, levando as mãos aos bolsos, totalmente confiante. Pelo menos eu sei que as imagens não irão aparecer outra vez. Impactado, tiro as mãos dos bolsos e me afasto da parede para constatar que a gravação ainda está lá. Mônica parece estarrecida, inacreditada, até que abraça a amiga e começa a chorar.Mas o quê? Me pergunto completamente sem ação. Por que o vídeo dela não desapareceu como o meu?_ Preciso me sen
14. O Resgate _ Você enloqueceu? A caso isso é contagiante? _ Mônica pergunta pasma._ Eu tenho como provar o que estou dizendo. _ Ana rebate e Mônica encara o marido. Vejo em seus olhos a incredulidade nua e crua._ Então me mostra _ pede. Definitivamente temo por Rose, por nós. Ela foi categórica quando o segredo. Ana me fita por alguns segundos, seus olhos refletem uma determinação ímpar, uma teimosia bem conhecida por mim.Ela segura a mão da amiga e logo todos as seguem de volta para o escritório. Entro no cômodo e me encosto na parede, levando as mãos aos bolsos, totalmente confiante. Pelo menos eu sei que as imagens não irão aparecer outra vez. Impactado, tiro as mãos dos bolsos e me afasto da parede para constatar que a gravação ainda está lá. Mônica parece estarrecida, inacreditada, até que abraça a amiga e começa a chorar.Mas o quê? Me pergunto completamente sem ação. Por que o vídeo dela não desapareceu como o meu?_ Preciso me sen
Durante a viagem um silêncio tenso toma conta de todos. Lá fora é uma escuridão só. O lugar é rodeado por uma mata densa e há apenas um estreito caminho de barro. Os homens estão alerta o tempo todo na estrada. Rose está acomodada em meu colo, abraçada ao meu corpo, quieta e calada. Ainda não acredito nisso.Está está bem aqui, comigo e em meus braços! Eu tenho tanto para lhe dizer. Seria egoísmo meu querer só para mim? Deus, eu não queria dividi-la com ninguém essa noite, ou por um bom tempo.Fecho os meus olhos e encosto minha cabeça na sua. Aperto ainda mais o seu corpo ao meu. Ela está de volta, a minha Pérola Negra está em meus braços! Inalo o seu cheiro, é algo que não me cansarei tão cedo de fazer na minha vida.Os meus pensamentos me levam para Enrico. Ele realmente ía atirar