Benício
Eu tremi de vergonha e ódio das palavras de Valentina, mas a puxei para junto de mim. Ela suspirava de raiva, eu pude sentir toda a energia que emanava do seu corpo para o meu. Ainda assim vale a pena tocá-la ainda que seja despertando o seu ódio, nos separamos de corpo e ela limpava a boca enquanto as lágrimas rolavam de seu olhar, tão lindo e penetrante.
– Minha esposa está certa. Seja por uma mentira ou por justiça, estamos casados!
Salazar quis dar uma lição nele, mas Carmem o impediu antes que uma briga terrível pudesse começar entre eles. Valentina corre para casa seguida por Carmem.
Adriana e a família de Benício logo o puxam para casa antes que aquela noite terminasse em mais confusão.
– O que pensa que está fazendo Benício? Prometeu essa vingança ao seu pai e conseguiu o que queria, mas fazia parte do seu plano se envolver com essa m*****a, para isso me trouxe para cá? – Grita Adriana cheia de ciúmes.
– Essa vingança é minha, não tem o direito de cobrar eu sempre disse a você que me casaria com ela.
– Se casar para ter poder sim, mas não arrastar asa para o lado dela. Esse maldito beijo doi desnecessário e me machucou ver a sua cara de felicidade ao fazer isso. – Completa Adriana.
– Não me diga que caiu na própria armadilha meu irmão. Não seria tão imbecil, não é? – Pergunta Karen, ela não queria nem pensar na hipótese do irmão ter se encantado com Valentina.
– Chega dessa confusão! Filho, já estamos aqui como sempre sonhamos e amanhã irei visitar seu pai na cadeia, ele ficará feliz em saber que cumpriu sua promessa de nos colocar aqui dentro de novo.
– Diga a ele, que tiveram que nos aceitar de volta!
Benício
Eu me sinto orgulhoso por ter conseguido o que todos nós sonhamos juntos por anos, meu pai não é culpado pela morte da mãe dela, não da forma que todos imaginam. Minha mãe, minha imrã e eu não merecíamos ter sido banidos como se tivéssemos uma doença contagiosa ou como se fôssemos demônios sobre a terra.
– Mas quero que me prometa que vai ficar longe dessa mulher! – Domênica conhecia bem seu filho e até onde a fraqueza de um homem podia levá-lo.
Benício não podia prometer isso, apenas saiu deixando as três sem resposta.
– Viram só? aquela mulher já está na mente dele. Não devia ter permitido que ele se casasse com ela, eu apostei alto demais ao aceitar que ele a tocasse e ficasse perto. – Diz Adriana suspirando de raiva.
– Seja inteligente, não fale mais dela. Tente envolver ele ainda mais na cama, Benício é homem e se tiver saciado até a exaustão, não terá por que ir atrás dela! – Domênica aconselha a jovem.
Adriana corre para o quarto o abraça por trás alisando seu peito másculo. Ele se vira para ela, se beijam e vão para a cama. Benício a agarra forte, parecia desesperado para estar com ela, tira a roupa apressado e ela faz o mesmo.
Transam alucinados de desejo, ela monta sobre o corpo dele e sorri enquanto o cavalga. Benício fecha os olhos e alisa seus seios. Ela repousa o corpo sobre ele ainda se mexendo forte, ele suspirava no ouvido dela.
– Você me enlouquece Valentina!
Benício
Naquele instante era com ela que eu estava, meu corpo pede, grita por isso e cedo ou tarde eu terei que ceder a ele.
Adriana paralisou um segundo, ele havia chamado por ela, devia estar pensando nela. Mas Domênica havia pedido a ela que não falasse na moça e tudo poderia piorar ao interroper o ato para pedir explicações. Ela continuou se mexendo até ele ejacular, Adriana se deitou e ele permaneceu de costas para ela.
Adriana queria matar ele ou Valentina, nunca havia se sentido tão diminuída como mulher. Não sabia como, mas ia dar um jeito de fazer ele retirar essa mulher de seus pensamentos.
Adriana
Se Benício teve a audácia de me comer chamando por ela, é por que essa desgraçada entrou forte na mente dele, tenho que fazer algo e logo.
Benício só conseguia pensar em Valentina era ódio, desejo e uma vontade enorme de dominar aquela mulher. Apesar de saber que mentir para se casar com ela havia sido uma sacanagem enorme, ele devia deixar ela em paz.
Benício
Eu devia me afastar e te deixar em paz, Valentina. Eu deveria, mas eu não posso e se eu não te fizer minha sou capaz de enlouquecer!
Valentina estava deitada em sua cama, olhando para cima e apenas se deixando levar pelos acontecimentos daquele dia.
Valentina
Eu preciso me manter firme e afastada, tentar manter o foco em outras coisas que são importantes para mim. Minha vida não acabou e não me darei por vencida.
– Valentina já está dormindo?
– Não vó, entre!
Carmem entra e senta na beirada da cama.
– A senhora está chateada comigo por eu ter dito a verdade sobre ele, não é? – Pergunta Valentina.
– Não, acho que naquele momento era necessário!
– Ele me tira do sério, veio até aqui atrás de mim pedindo que eu o apresentasse a todos.Como se fosse meu marido de verdade e como se nos amássemos como um casal, ele é falso dissimulado e a cada dia eu tenho mais ódio.
– Eu vi quando ele te seguiu, percebi como ele te olha e o desejo que ele tem por você é assustador!
– Vou me manter longe, eu prometo!
– Mas ele não vai...seja forte Valentina. As mulheres de nossa família são vítimas de uma maldição!
– Maldição? – Valentina questiona.
– Sim, por quatro gerações morremos pelas mãos de um homem obsessivo.
– Mas e a senhora vó, como conseguiu fugir desse destino?
– Por que abri mão do amor. Quando engravidei de seu avô eu fugi para bem longe, fui aceita nesse clã e aqui estamos até hoje.
– Então nossa origem não é daqui?
– Não filha, eu vim de Cuba com sua mãe ainda no ventre para fugir desse fim. – Responde ela.
– Minha mãe sabia desse carma, desse destino tão triste?
– Sim, mas ainda assim ela julgou que valia a pena viver um amor! Ela sabia que ia morrer por isso, mas se entregou de corpo e alma a seu pai e pagou com a vida. Morreu pelas mãos de Kayon que tinha um amor doente por ela. – Carmem chorou ao lembrar.
– A história não vai se repetir, estou casada e em nossa cultura não existe separação... só a morte. Não terei o mesmo destino de minha bisavó e minha mãe...como a senhora, eu escolho não amar e continuar seguindo meu caminho! – Valentina sente uma lágrima percorrer seu rosto, agora ela sabia que se ela se atrevesse a viver um amor isso poderia e iria custar sua vida.
– Eu daria a minha alma para que você fosse plenamente feliz minha pequena!
– Não diga isso, vamos esquecer tanto sofrimento e nos apegarmos a outras coisas nessa vida. Eu preciso da senhora, mais do que nunca!
As duas se abraçam.
Valentina
Eu nunca imaginei que amar pudesse ter um preço tão alto, a vida! Mas Benício e eu não sentimos amor um pelo outro, ele só me usou para ter poder e o que eu sentia por ele deu lugar a desprezo. A profecia não se cumpriu e nem vai se cumprir, nunca vou permitir que ele me toque...nasci e morrerei casta.
Benício estava preso a imagem de Valentina naquela dança, seu corpo e o tudo o que ele despertava em seus instintos.Tinha acabado de transar com Adriana pensando nela, jamais havia feito isso e temia estar entrando em um redemoinho de sentimentos. Passou a noite pensando em sua, agora esposa.Amanhece, Valentina estava pronta para ir até a cidade pois precisava fazer umas compras. Pediu ao seu Genésio que a levasse em seu velho carro para ajudar a trazer as coisas.BenícioEla vai até a cidade, talvez seja melhor sair um pouco desse lugar onde todos me olham como se eu fosse uma fera.Saiu bem cedo com sua caminhonete para também ir até a cidade, estava trabalhando como armador em uma construção por lá. Assim que estacionou viu Valentina sair daquele carro com aquele senhor, apesar de tudo ela mantinha aquele sorriso encantador e isso o deixava intrigado.– Se eu soubesse que queria vir até a cidade eu teria te dado uma carona. – Diz ele.– Você poderia até oferecer, mas eu jamais a
ValentinaEu sempre evitei chorar na frente dele, me mostrar fraca, pois é isso que ele espera que aconteça. Mas dessa vez eu fracassei no teatro de líder forte e inabalável.– Eu não posso Valentina!– Por que não? Já conseguiu seu propósito é só virar as costas e me deixar seguir. Entenda a minha dor, me deixa viver!– Está enganada, eu também não posso te deixar ir. Por que você entrou dentro de mim e fincou raízes no meu coração ainda que eu tenha lutado contra com toda a força que eu pude.BenícioEu não deveria ter dito o que eu disse a ela, acreditando ou não. Valentina chorava, mas me olhou secando as lágrimas...– Certo Benício, apenas me leve de volta.– Me dê ao menos um beijo, você não sabe como foi longa a noite em claro que tive pensando em você. – Ele disse ao passar o rosto delicadamente no rosto dela.– Foi a sua consciência que não te deixou dormir e não eu!Benício pega mão dela e a puxa até o carro, mas não tenta se aproximar de novo. Eles chegam juntos e muitos o
Valentina estava preocupada com a situação dela e de Carmem. O pai Donato era o principal provedor da casa delas e agora não estava mais ali para mantê-las e não queriam depender da ajuda dos outros homens e muito menos de Benício ou Salazar. Apesar de Carmem contribuir com a renda fazendo as leituras de tarô na cidade, apenas aquilo não seria capaz de suprir as suas necessidades integralmente.– Vó eu pensei e irei procurar um trabalho na cidade. Apesar de ser mais difícil encontrar um emprego de meio período, por causa da faculdade...– Nem pense em trancar seu curso Valentina. Você lutou muito por essa bolsa de estudos e não abro mão de te ver formada. Eu posso ficar mais tempo na cidade e tentar pegar algum serviço de faxina ou costura.– De jeito nenhum, a senhora já fez demais por mim a vida inteira. Chegou minha vez de retribuir. Eu vou conversar com Sofia ela conhece muita gente e talvez possa me ajudar a conseguir algo.Naquela semana Valentina se dedicou a tentar encontrar a
KarenO que ela tem de especial? Por que todos querem protegê-la e amar? Meu pai devia ter matado Eulália enquanto estava grávida dela! Valentina não devia existir, antes que eu saísse da frente de Salazar ele segurou meu punho e olhei para trás.– Vou até o centro e às 17:00 passo aqui de volta para te buscar. – Ele diz soltando-a e saindo em seguida.– Obrigada.Karen não tinha muito o que fazer na cidade, aquilo era apenas uma desculpa ficar a sós com ele e todos os seus planos fracassaram ao ouvir o quanto ele se importa com Valentina e que está disposto a tudo por ela. Ficou dando voltas pela feira até que o tempo passou, eram 17:00 e Valentina saia da faculdade e ia até o ponto de ônibus. Salazar e Karen já estavam na caminhonete e ele resolve dar uma carona.– Valentina vamos? – Ele diz sorrindo para ela.Valentina retribui o sorriso dele, Karen queria sumir daquele lugar e daquela situação constrangedora de estar no mesmo carro que a rival. Eles vão no mais profundo silêncio
No dia seguinte, Domênica levou o colar para que o trabalho fosse feito e todas as suas esperanças de acabar com o que Benício estava começando a sentir por Valentina poderia ser desfeitos.– Tenho uma foto de Valentina junto com minha filha Sara (suspiro), apenas terei o trabalho de corta-la. – Josélia diz segurando aquela peça perto dos seios.– Certo, eu quero muito que dê certo, minha família já passou por muitas coisas por causa dessas malditas mulheres!– É o dia perfeito Domênica, sexta-feira. Pode confiar em mim, meus feitiços nunca falham. Farei com que ele a odeie com todas as forças, quem faz meus trabalhos jamais descansa. – Ela sorria.Domênica sai satisfeita de lá, bastaria esperar que desse certo. Ela nunca teve medo de nada e não seria desta vez, invocaria o diabo ou quem fosse para separar seu filho dessa mulher e nada a iria impedir.Valentina havia falado a dias com Sofia sobre um trabalho na cidade, mas até agora nada havia surgido então ela teve a ideia de fazer
Benício saiu e foi dar uma volta nem que fosse para ouvir os pássaros cantando ou uma pedra caindo. Estava cansado daquela cobrança, aquele clima entre ele e a família...tudo parecia um castigo e um verdadeiro inferno. Se recostou em uma cerca, ali próximo haviam muitas fazendas e pasto, um tempo depois...Ouviu gargalhadas femininas e deu uma olhada para sondar de quem se tratava, era Valentina e algumas das meninas do acampamento, ela segurava um cachorro no colo e sorria. Estavam indo colocar ele de volta nas dependências da fazenda próxima de lá.– Você sempre volta, já te mandamos de volta mil vezes seu travesso. – Valentina diz fazendo um carinho antes de o soltar e ele sair em disparada de lá. Elas sorriem e enfim ela se dá conta da presença de Benício encostado naquela cerca, no mesmo instante seu sorriso se desfaz.– Espere Valentina. – Ele diz correndo e se aproximando dela.As outras meninas percebem que ali rolaria uma conversa de casal e partem em retirada.– Por favor B
BenícioEla estava flertando com aquele homem, deve fazer isso com todos. Por isso, Salazar a defende tanto, o enfeitiça e consegue tudo o que quer...qualquer se perde em seu olhar.Ele sentiu ódio dela, aquela maldição mostrava sinais de que seria poderosa e possivelmente mudaria os sentimentos dos dois.Valentina voltou para casa quase ao meio dia. Naquele sábado à noite haveria uma comemoração simples de aniversário no acampamento e ela estava com as outras mulheres preparando comida para mais tarde. Adriana chega com Domênica e se junta a elas, Valentina fica incomodada com a presença de ambas e prefere se recolher.– Viram? Que tipo de líder é essa que nem sequer pode coexistir de maneira cordial conosco?– Me desculpe a sinceridade Domênica, mas exigir dela que fique no mesmo recinto que sua família é pedir demais. – Samara responde e era uma das amigas de Valentina.– Certo a defenda eu não me importo!Era noite, e todos iam comer juntos para comemorar aquele aniversário. Tin
Amanhece, Benício vai até Adriana.– Arrumou suas coisas?– Sim e vai se arrepender tanto disso, Benício.Ela se despede de Domênica e Karen e segue de carro com ele até a cidade. Ela queria matar ele, mas ia pensar com calma...ele iria se arrepender daquilo em breve.Aquele dia era um domingo nublado, Valentina já estava aflita e triste, aquele clima só piorava tudo de uma vez.– Vó Carmem, me diga o que eu faço? O que eu faço para ele não tocar em mim? – Ela pediu chorando, não queria comer e nem sair para falar com os outros, como sempre costumava fazer.– Oh minha pequena. Se eu pudesse eu te salvaria de tudo isso, daria minha própria vida para não te ver chorar.Diz ela abraçando a moça.– Posso entrar um instante? – Era Salazar, mais uma vez em momento inoportuno.– Salazar. Por Deus não crie mais problemas...– Carmem nem podia imaginar se Benício chegasse naquela hora.– Serei breve Carmem, então ele irá viver aqui contigo Valentina?– Sim Salazar e eu não posso impedir.– Po