Capítulo 4

Benício

Eu tremi de vergonha e ódio das palavras de Valentina, mas a puxei para junto de mim. Ela suspirava de raiva, eu pude sentir toda a energia que emanava do seu corpo para o meu. Ainda assim vale a pena tocá-la ainda que seja despertando o seu ódio, nos separamos de corpo e ela limpava a boca enquanto as lágrimas rolavam de seu olhar, tão lindo e penetrante.

– Minha esposa está certa. Seja por uma mentira ou por justiça, estamos casados!

Salazar quis dar uma lição nele, mas Carmem o impediu antes que uma briga terrível pudesse começar entre eles. Valentina corre para casa seguida por Carmem.

Adriana e a família de Benício logo o puxam para casa antes que aquela noite terminasse em mais confusão.

– O que pensa que está fazendo Benício? Prometeu essa vingança ao seu pai e conseguiu o que queria, mas fazia parte do seu plano se envolver com essa m*****a, para isso me trouxe para cá? – Grita Adriana cheia de ciúmes.

– Essa vingança é minha, não tem o direito de cobrar eu sempre disse a você que me casaria com ela.

– Se casar para ter poder sim, mas não arrastar asa para o lado dela. Esse maldito beijo doi desnecessário e me machucou ver a sua cara de felicidade ao fazer isso. –  Completa Adriana.

– Não me diga que caiu na própria armadilha meu irmão. Não seria tão imbecil, não é? –  Pergunta Karen, ela não queria nem pensar na hipótese do irmão ter se encantado com Valentina.

– Chega dessa confusão! Filho, já estamos aqui como sempre sonhamos e amanhã irei visitar seu pai na cadeia, ele ficará feliz em saber que cumpriu sua promessa de nos colocar aqui dentro de novo.

– Diga a ele, que tiveram que nos aceitar de volta!

Benício

Eu me sinto orgulhoso por ter conseguido o que todos nós sonhamos juntos por anos, meu pai não é culpado pela morte da mãe dela, não da forma que todos imaginam. Minha mãe, minha imrã e eu não merecíamos ter sido banidos como se tivéssemos uma doença contagiosa ou como se fôssemos demônios sobre a terra.

– Mas quero que me prometa que vai ficar longe dessa mulher! –  Domênica conhecia bem seu filho e até onde a fraqueza de um homem podia levá-lo.

Benício não podia prometer isso, apenas saiu deixando as três sem resposta.

– Viram só? aquela mulher já está na mente dele. Não devia ter permitido que ele se casasse com ela, eu apostei alto demais ao aceitar que ele a tocasse e ficasse perto. –  Diz Adriana suspirando de raiva.

– Seja inteligente, não fale mais dela. Tente envolver ele ainda mais na cama, Benício é homem e se tiver saciado até a exaustão, não terá por que ir atrás dela! –  Domênica aconselha a jovem.

Adriana corre para o quarto o abraça por trás alisando seu peito másculo. Ele se vira para ela, se beijam e vão para a cama. Benício a agarra forte, parecia desesperado para estar com ela, tira a roupa apressado e ela faz o mesmo.

Transam alucinados de desejo, ela monta sobre o corpo dele e sorri enquanto o cavalga. Benício fecha os olhos e alisa seus seios. Ela repousa o corpo sobre ele ainda se mexendo forte, ele suspirava no ouvido dela.

– Você me enlouquece Valentina!

Benício

Naquele instante era com ela que eu estava, meu corpo pede, grita por isso e cedo ou tarde eu terei que ceder a ele.

Adriana paralisou um segundo, ele havia chamado por ela, devia estar pensando nela. Mas Domênica havia pedido a ela que não falasse na moça e tudo poderia piorar ao interroper o ato para pedir explicações. Ela continuou se mexendo até ele ejacular, Adriana se deitou e ele permaneceu de costas para ela.

Adriana queria matar ele ou Valentina, nunca havia se sentido tão diminuída como mulher. Não sabia como, mas ia dar um jeito de fazer ele retirar essa mulher de seus pensamentos.

Adriana

Se Benício teve a audácia de me comer chamando por ela, é por que essa desgraçada entrou forte na mente dele, tenho que fazer algo e logo.

Benício só conseguia pensar em Valentina era ódio, desejo e uma vontade enorme de dominar aquela mulher. Apesar de saber que mentir para se casar com ela havia sido uma sacanagem enorme, ele devia deixar ela em paz.

Benício

Eu devia me afastar e te deixar em paz, Valentina. Eu deveria, mas eu não posso e se eu não te fizer minha sou capaz de enlouquecer!

Valentina estava deitada em sua cama, olhando para cima e apenas se deixando levar pelos acontecimentos daquele dia.

Valentina

Eu preciso me manter firme e afastada, tentar manter o foco em outras coisas que são importantes para mim. Minha vida não acabou e não me darei por vencida.

– Valentina já está dormindo?

– Não vó, entre!

Carmem entra e senta na beirada da cama.

– A senhora está chateada comigo por eu ter dito a verdade sobre ele, não é? –  Pergunta Valentina.

– Não, acho que naquele momento era necessário!

– Ele me tira do sério, veio até aqui atrás de mim pedindo que eu o apresentasse a todos.Como se fosse meu marido de verdade e como se nos amássemos como um casal, ele é falso dissimulado e a cada dia eu tenho mais ódio.

– Eu vi quando ele te seguiu, percebi como ele te olha e o desejo que ele tem por você é assustador!

– Vou me manter longe, eu prometo!

– Mas ele não vai...seja forte Valentina. As mulheres de nossa família são vítimas de uma maldição!

– Maldição? –  Valentina questiona.

– Sim, por quatro gerações morremos pelas mãos de um homem obsessivo.

– Mas e a senhora vó, como conseguiu fugir desse destino?

– Por que abri mão do amor. Quando engravidei de seu avô eu fugi para bem longe, fui aceita nesse clã e aqui estamos até hoje.

– Então nossa origem não é daqui?

– Não filha, eu vim de Cuba com sua mãe ainda no ventre para fugir desse fim. –  Responde ela.

– Minha mãe sabia desse carma, desse destino tão triste?

– Sim, mas ainda assim ela julgou que valia a pena viver um amor! Ela sabia que ia morrer por isso, mas se entregou de corpo e alma a seu pai e pagou com a vida. Morreu pelas mãos de Kayon que tinha um amor doente por ela. –  Carmem chorou ao lembrar.

– A história não vai se repetir, estou casada e em nossa cultura não existe separação... só a morte. Não terei o mesmo destino de minha bisavó e minha mãe...como a senhora, eu escolho não amar e continuar seguindo meu caminho! –  Valentina sente uma lágrima percorrer seu rosto, agora ela sabia que se ela se atrevesse a viver um amor isso poderia e iria custar sua vida.

– Eu daria a minha alma para que você fosse plenamente feliz minha pequena!

– Não diga isso, vamos esquecer tanto sofrimento e nos apegarmos a outras coisas nessa vida. Eu preciso da senhora, mais do que nunca!

As duas se abraçam.

Valentina

Eu nunca imaginei que amar pudesse ter um preço tão alto, a vida! Mas Benício e eu não sentimos amor um pelo outro, ele só me usou para ter poder e o que eu sentia por ele deu lugar a desprezo. A profecia não se cumpriu e nem vai se cumprir, nunca vou permitir que ele me toque...nasci e morrerei casta.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo