No dia seguinte, Domênica levou o colar para que o trabalho fosse feito e todas as suas esperanças de acabar com o que Benício estava começando a sentir por Valentina poderia ser desfeitos.– Tenho uma foto de Valentina junto com minha filha Sara (suspiro), apenas terei o trabalho de corta-la. – Josélia diz segurando aquela peça perto dos seios.– Certo, eu quero muito que dê certo, minha família já passou por muitas coisas por causa dessas malditas mulheres!– É o dia perfeito Domênica, sexta-feira. Pode confiar em mim, meus feitiços nunca falham. Farei com que ele a odeie com todas as forças, quem faz meus trabalhos jamais descansa. – Ela sorria.Domênica sai satisfeita de lá, bastaria esperar que desse certo. Ela nunca teve medo de nada e não seria desta vez, invocaria o diabo ou quem fosse para separar seu filho dessa mulher e nada a iria impedir.Valentina havia falado a dias com Sofia sobre um trabalho na cidade, mas até agora nada havia surgido então ela teve a ideia de fazer
Benício saiu e foi dar uma volta nem que fosse para ouvir os pássaros cantando ou uma pedra caindo. Estava cansado daquela cobrança, aquele clima entre ele e a família...tudo parecia um castigo e um verdadeiro inferno. Se recostou em uma cerca, ali próximo haviam muitas fazendas e pasto, um tempo depois...Ouviu gargalhadas femininas e deu uma olhada para sondar de quem se tratava, era Valentina e algumas das meninas do acampamento, ela segurava um cachorro no colo e sorria. Estavam indo colocar ele de volta nas dependências da fazenda próxima de lá.– Você sempre volta, já te mandamos de volta mil vezes seu travesso. – Valentina diz fazendo um carinho antes de o soltar e ele sair em disparada de lá. Elas sorriem e enfim ela se dá conta da presença de Benício encostado naquela cerca, no mesmo instante seu sorriso se desfaz.– Espere Valentina. – Ele diz correndo e se aproximando dela.As outras meninas percebem que ali rolaria uma conversa de casal e partem em retirada.– Por favor B
BenícioEla estava flertando com aquele homem, deve fazer isso com todos. Por isso, Salazar a defende tanto, o enfeitiça e consegue tudo o que quer...qualquer se perde em seu olhar.Ele sentiu ódio dela, aquela maldição mostrava sinais de que seria poderosa e possivelmente mudaria os sentimentos dos dois.Valentina voltou para casa quase ao meio dia. Naquele sábado à noite haveria uma comemoração simples de aniversário no acampamento e ela estava com as outras mulheres preparando comida para mais tarde. Adriana chega com Domênica e se junta a elas, Valentina fica incomodada com a presença de ambas e prefere se recolher.– Viram? Que tipo de líder é essa que nem sequer pode coexistir de maneira cordial conosco?– Me desculpe a sinceridade Domênica, mas exigir dela que fique no mesmo recinto que sua família é pedir demais. – Samara responde e era uma das amigas de Valentina.– Certo a defenda eu não me importo!Era noite, e todos iam comer juntos para comemorar aquele aniversário. Tin
Amanhece, Benício vai até Adriana.– Arrumou suas coisas?– Sim e vai se arrepender tanto disso, Benício.Ela se despede de Domênica e Karen e segue de carro com ele até a cidade. Ela queria matar ele, mas ia pensar com calma...ele iria se arrepender daquilo em breve.Aquele dia era um domingo nublado, Valentina já estava aflita e triste, aquele clima só piorava tudo de uma vez.– Vó Carmem, me diga o que eu faço? O que eu faço para ele não tocar em mim? – Ela pediu chorando, não queria comer e nem sair para falar com os outros, como sempre costumava fazer.– Oh minha pequena. Se eu pudesse eu te salvaria de tudo isso, daria minha própria vida para não te ver chorar.Diz ela abraçando a moça.– Posso entrar um instante? – Era Salazar, mais uma vez em momento inoportuno.– Salazar. Por Deus não crie mais problemas...– Carmem nem podia imaginar se Benício chegasse naquela hora.– Serei breve Carmem, então ele irá viver aqui contigo Valentina?– Sim Salazar e eu não posso impedir.– Po
Por um instante, ele parou e a olhou, enquanto Valentina ainda chorava embaixo dele.– Não minta, sua cobra. Acha mesmo que eu sou estúpido de cair nessa armadilha? – Ele sabia que Carmem diria qualquer coisa para proteger a neta.Carmem sentiu nas palavras dele e em seu olhar, aquela não era sua voz e ele estava sob alguma força, influência maléfica que o dominava...ela já viveu muito e viu muitas coisas, entre elas, sabia reconhecer aqueles sinais de possessão.– Não estou mentindo. Eu jamais diria isso se não fosse verdade. Carmem diz ainda trêmula e sem saber quais consequências aquela revelação poderia trazer.– Vó, me diga que está mentindo! Eu não posso ser filha daquele assassino! – Valentina chorava ainda mais.– Você não é minha irmã. Não pode ser, isso é impossível! – Benício não aceitaria.– Sim ela pode. Você sabe Benício, por que seu pai matou minha Eulália, ele sempre a amou e eles estiveram juntos no passado.– Eu não acredito em você. – Ele grita com uma das mãos li
Eles almoçam e Valentina se arrumava para ir a faculdade, mas Benício esperou Carmem chegar para dar algumas instruções de como aquela casa iria funcionar tendo um homem como guia novamente. – De agora em diante, não quero que saia de casa sem minha permissão. – Enlouqueceu? – Valentina questiona. – Não, pelo contrário. Eu vi as armas que usa para vender e a "bela" comerciante que você é na cidade! – Está insinuando algo? seja mais claro Benício. – Você fica se insinuando para todos e assim consegue o que quer. – Você é muito estúpido! – Chame do que quiser. A partir de hoje te levo e busco na faculdade e não vai mais para nenhum outro lugar. – Agora sou sua escrava, prisioneira? – Exatamente. – Ele responde comendo uma uva e bem tranquilamente. – Está sendo injusto com ela Benício. – Carmem tinha intervir mais uma vez, mesmo sabendo que seria em vão. – Não se meta Carmem. Valentina terminou de pegar suas coisas e foi com ele para cidade. Sempre soube que seria dominada por
ValentinaEu não quero ainda mais problemas, Salazar iria matar Benício se soubesse e até mesmo minha avó Carmem, poderia querer fazer alguma coisa contra ele e aquilo só iria piorar tudo. Os homens daqui poderiam querer fazer justiça como quase fizeram com Zayon. Eu precisava inventar alguma desculpa, algum acidente que justificasse esse ferimento.Benício chegou na beira do rio em outro ponto mais afastado pois haviam algumas mulheres incluindo Carmem que lavavam roupas por lá. Não se lembrava quando nessa vida ele tinha chorado por algo ou alguém. A vida lhe ensinou a ser uma pessoa dura, mas magoar Valentina, machucar ela doía demais só de pensar.BenícioComo me atrevi a bater nela? Eu matei qualquer sentimento de amor que Valentina pudesse ter por mim. Eu sou um completo estúpido.Benício queria lavar a alma, pulou no rio de roupa e tudo ele ainda chorava de arrependimento. Saiu da água e pegou em seu bolso aquele colar, lembrou-se do pedido de sua mãe Domênica e o colocou de vo
Valentina saiu no meio da manhã e foi ajudar na tenda onde davam aulas para as crianças do acampamento. Em breve ela seria a responsável por todos eles, assim que terminasse seu curso.Ajudou a professora que já era bem idosa, a controlar aquelas crianças bagunceiras e tempos depois, voltou para se arrumar e ir para sua aula na cidade.– Valentina?Era Salazar e ela travou, virou-se devagar para ele, sabendo que iria notar seu rosto marcado.– Oi!– O que aconteceu com seu rosto? – Ele tentou se aproximar e tocar, mas ela deu um passo para trás.– Eu caí e bati com o rosto.– Está mentindo...foi ele? Foi ele, não é Valentina?– Claro que não!– Eu vou matar esse desgraçado e nada nesse mundo vai impedir.– Deixe de loucura Salazar, minha neta está falando a verdade!– Eu não acredito Carmem. – Ele virou-se para olhar a expressão de Carmem e tirar suas conclusões.– Então é problema seu. Já te pedimos para se afastar dela!– Mas as vezes desconfio de qual lado você está Carmem. – Ele