ValentinaEu não quero ainda mais problemas, Salazar iria matar Benício se soubesse e até mesmo minha avó Carmem, poderia querer fazer alguma coisa contra ele e aquilo só iria piorar tudo. Os homens daqui poderiam querer fazer justiça como quase fizeram com Zayon. Eu precisava inventar alguma desculpa, algum acidente que justificasse esse ferimento.Benício chegou na beira do rio em outro ponto mais afastado pois haviam algumas mulheres incluindo Carmem que lavavam roupas por lá. Não se lembrava quando nessa vida ele tinha chorado por algo ou alguém. A vida lhe ensinou a ser uma pessoa dura, mas magoar Valentina, machucar ela doía demais só de pensar.BenícioComo me atrevi a bater nela? Eu matei qualquer sentimento de amor que Valentina pudesse ter por mim. Eu sou um completo estúpido.Benício queria lavar a alma, pulou no rio de roupa e tudo ele ainda chorava de arrependimento. Saiu da água e pegou em seu bolso aquele colar, lembrou-se do pedido de sua mãe Domênica e o colocou de vo
Valentina saiu no meio da manhã e foi ajudar na tenda onde davam aulas para as crianças do acampamento. Em breve ela seria a responsável por todos eles, assim que terminasse seu curso.Ajudou a professora que já era bem idosa, a controlar aquelas crianças bagunceiras e tempos depois, voltou para se arrumar e ir para sua aula na cidade.– Valentina?Era Salazar e ela travou, virou-se devagar para ele, sabendo que iria notar seu rosto marcado.– Oi!– O que aconteceu com seu rosto? – Ele tentou se aproximar e tocar, mas ela deu um passo para trás.– Eu caí e bati com o rosto.– Está mentindo...foi ele? Foi ele, não é Valentina?– Claro que não!– Eu vou matar esse desgraçado e nada nesse mundo vai impedir.– Deixe de loucura Salazar, minha neta está falando a verdade!– Eu não acredito Carmem. – Ele virou-se para olhar a expressão de Carmem e tirar suas conclusões.– Então é problema seu. Já te pedimos para se afastar dela!– Mas as vezes desconfio de qual lado você está Carmem. – Ele
ValentinaEra ela, estava aqui segundo atrás. Algo poderoso está brincando comigo, agindo para me assustar e oprimir, minha avó me entregou um copo d’água. Minhas mãos ainda tremem, respiro ofegante e meu coração ainda levará um tempo para pulsar no ritmo normal depois do que eu vi.Benício vai até a tenda de sua mãe e Karen.– Mãe?Salazar o surpreende.– O que faz aqui, perdeu o caminho de casa? – Benício pergunta.Salazar lhe mostra um pequeno galão cheio, abre calmamente olhando para o rival e sem pensar, lhe dá um belo banho. Benício logo reconhece o cheiro de gasolina.– Seu filho da puta, enlouqueceu?– Você enlouqueceu, te falei para não tocar em Valentina! – Salazar tirou um isqueiro do bolso e o acende, Benício congelou.– Salazar o que está fazendo? – Karen gritou entrando na frente do irmão, chegando a tempo de tentar evitar a tragédia.– Saia da frente ou vira churrasco também Karen!– Você não é um louco não faça isso. – Ela revida.– Vou contar até três...um! – Salazar
BenícioDe amanhã não passa, preciso acabar com essa dúvida. Já não aguento mais estar ao lado dela e não poder tocar.Carmem fez suas orações e dormiu...– Mãe?– Eulália? O que faz aqui? – Carmem desperta vendo a falecida filha sentada ao “pé” de sua cama.– Preciso te dizer algumas coisas mãe!– Sinto tanto a sua falta filha. – Carmem chora.– Eu sinto também, mas a senhora precisa proteger Valentin.– Estou tentando fazer isso, mas tenho falhado com ela, assim como falhei com você.– Não, não falhou minha mãe. Agora ouça bem o que precisa pedir a minha filha. – Eulália se levanta chega bem perto, Eulália cochicha no ouvido dela. Temia que Benício ou o que está dentro dele a escutasse.– Tem certeza disso filha? É loucura!!!! – Carmem arregala os olhos.– Diga a Valentina para não ter medo e que eu a amo muito.Eulália deu um beijo na testa de Carmem, e ela no mesmo instante respirou fundo despertando ao lado de Valentina.– Deus te dê coragem para o que precisa ser feito. – E
Era fim de tarde, Carmem finalizava o vestido de Valentina. Benício se arrumou para ajudar os outros na organização da celebração daquela noite.– Ficou lindo vó eu amei muito!– Está linda! vai usar os brincos que seu marido deu?– Sim é apenas um presente e acho que não fará mal algum usar hoje.– Sim use, vai ficar ainda mais deslumbrante!– Por que insiste que eu esteja tão arrumada hoje? A senhora disse que no momento certo eu saberia.– Sim e esse momento chegou. Ontem estive com sua mãe!– Minha mãe, como?– Em sonho, ela me disse o que temos que fazer para libertar Benício dessa maldição.– O que ela disse? – Valentina não conteve as lágrimas.– Não chore filha, ela não ia querer isso.– Vou me controlar, mas diga de uma vez.– É o colar que ele usa. Está amaldiçoado e você precisa tirar dele o mais rápido possível.– Mas como vou convencer ele a tirar isso? A senhora disse que esse espírito sabe que o descobrirmos...– Ele não vai tirar facilmente. E por isso, só você pode co
Valentina e Benício mal podiam acreditar que depois de tantos conflitos estavam juntos naquela cama, se amando e compartilhando aquele sentimento tão puro que os unia pelo coração. Ela estava deitada sobre seu peito quente e ele alisava seus cabelos.– Ainda parece que estou sonhando, que irei acordar e você não vai estar aqui nos meus braços. – Diz ele, sentindo o perfume dela.– Não é um sonho, eu posso sentir sua respiração e o calor do seu corpo!– Eu nem sei por onde começar. Há tantas coisas que preciso dizer a você, meu amor, olhe para mim. – Ele puxa o queixo dela fazendo-a olhar em seus olhos.– Eu também preciso te dizer muitas coisas, Benício...– Por favor, me perdoe por tantas coisas horríveis que eu disse e fiz a você e por te enganar para se casar comigo. Sei que nada pode justificar, mas eu sinto tanto por ter te feito sofrer Valentina. – Ele beija sua cabeça e a abraça forte.– Eu perdoo, mas estou com muito medo desse exame de DNA e se ficar comprovado que somos irm
Benício trabalhava com o pensamento nela, fechava os olhos e ainda podia sentir o cheiro, o sabor dos seus beijos e as juras de amor que fizeram...ele sorria sozinho pensando em tudo o que havia vivido naquela noite.Carmem levou o colar para Sandra, ela ia saber o que fazer com aquilo.– Aqui está, nos custou muito conseguir tirar isso dele.– Eu imagino Carmem.– E o que vai fazer? Queimar?– De jeito nenhum, as vezes o gênio deve permanecer preso na garrafa. Pode deixar que eu darei um jeito nisso. – Diz Sandra, guardando entre os seios.– E quanto ao colar de ouro? Já descobriu de onde se lembra dele Sandra?– Ainda não, mas ele ficará guardado aqui até sabermos mais sobre ele. Até lá Carmem mantenha as orações em dia e dê a Benício um crucifixo.– Sim eu darei, e muito obrigada por tudo.Valentina se arrumava para ir a faculdade Benício a levaria. Almoçaram e pela primeira vez parecia um lar diferente, as trocas de olhares e gentilezas provavam o quanto se amavam. Carmem percebe
Benício era o homem mais feliz do mundo e Valentina se sentia amada como nunca havia sido em sua vida. Aquele amor crescia de maneira tão intensa a cada vez que se amavam, Carmem nunca tinha visto sua neta tão feliz, cheia de esperança e fazendo tantos planos com ele.Carmem aprendia a gostar de Benício, conheceu seu lado amoroso e nem sequer sombra daquela possessão havia nele. Todos os dias quando voltava do trabalho para almoçar trazia uma flor para Valentina, não falhava um dia sequer e era sempre romântico e cuidadoso. Domênica reclamava da ausência de Benício na vida dela e de Karen, ele ia bem menos vezes por lá.Naquela tarde, ela percebeu que algo estava faltando...– Benício, onde está seu colar?– Eu o perdi a dias atrás. – Ele respondeu tranquilamente.– Te pedi que não o tirasse, mas nada do que eu te peço parece importar para você. Quase não vem aqui e só vive em função daquela mulher agora!– Esqueça esse colar estúpido e por favor, não se refira a minha esposa assim. E