P.D.V. de Raphael Stone.Abri os olhos lentamente, consciente de uma dor pulsante que reverberava por todo meu crânio.Que dor de cabeça dos infernos!O quarto ao meu redor estava difusamente iluminado, e levei alguns segundos para reconhecer as paredes de pedra da fortaleza Ravem. A confusão tomou conta de mim enquanto tentava juntar os fragmentos soltos da minha memória.Estou na fortaleza?Ao mover-me, percebi que boa parte do meu peitoral estava enfaixado, uma sensação de pressão que indicava algum tipo de lesão. As lembranças começaram a se arrastar de volta à minha mente, como peças de quebra-cabeça se encaixando lentamente...Minha última recordação era um embate intenso entre Ravena e Leona. A tensão no ar, a energia palpável durante cada movimento. Então, algo mudou drasticamente. Lembro-me de ver Leona ferir minha companheira, mas a partir daí, a escuridão da inconsciência tomou conta.A perplexidade se misturou com a dor enquanto eu tentava compreender como acabei na fortal
P.D.V. de Ravena Ravem. Ah, sinceramente, estava começando a ficar chateada com as constantes palavras de afronta de Emil. Parece que ele insistia em tratar o Alfa Raphael como se fosse um inimigo, por opção, como se estivesse sempre à espreita para roubar algo dele... Essa atitude estava me deixando exausta. Afinal, por que essa hostilidade toda? Será que não dá para perceber que estamos TODOS do mesmo lado? Virando-me para Raphael, me surpreendi com o seu olhar de ressentimento e raiva... Deusa... Por que esses homens eram assim? Pareciam estar disputando terras de uma alcateia, e para meu descontentamento, estava começando a achar que EU era essas terras. O peso da incompreensão pairava no ar, fazendo-me questionar o porquê da constante batalha pela posse de algo que eu considerava “meu próprio espaço”. Em seus olhos, lia-se a narrativa de uma competição obscura, na qual eu, involuntariamente, era o prêmio disputado. Essa constatação despertava em mim uma revolta intensa, mi
P.D.V. de Raphael Stone.Meu coração acelerou descontroladamente quando meus olhos encontraram os dela. Ravena estava lá, diante de mim, mas algo estava profundamente errado.Um choque percorreu meu corpo, paralisando-me momentaneamente. Era como se o chão se abrisse sob meus pés, deixando-me à mercê de um abismo desconhecido.O espanto e duvidas, refletidos nos olhos de Ravena ecoavam em mim, uma simetria de perplexidade compartilhada. No entanto, o que mais me atingiu foi o vazio, a ausência brutal de algo que sempre considerei eterno.Minha respiração se tornou irregular, e minhas pernas, outrora firmes, perderam toda a força. Aquela marca, símbolo indelével da nossa ligação, havia desaparecido...A minha COMPANHEIRA, não tem mais a minha MARCA...A incredulidade se misturava ao pânico enquanto eu tentava compreender a magnitude do que estava diante de mim.A marca de lobo não deveria se apagar, era um elo que transcendia o físico, uma conexão que deveria perdurar para sempre, a me
P.D.V. de Ravena Ravem. Quando saí do quarto de Raphael, minha mente estava um verdadeiro tumulto... Ele afirmava com tanta convicção que havia uma MARCA no meu ombro direito, ..., mas onde diabos estaria essa marca? Comecei a questionar na minha mente, se ele estava mentindo esse tempo todo... Mas por qual motivo faria isso? Até minha própria irmã corroborava sua história, afirmando que eu tinha partido com ele, que tínhamos uma filha juntos...e até minha mãe confirmou. Meu Deus, eu estava completamente confusa... Será que as falas de Emil naquele dia...tinha algum fundamento? Não...eram muitas pessoas falando a mesma coisa, mas essa última peça me deixou insegura... Se eu era sua companheira, onde estava a sua marca? Parando para refletir sobre tudo isso, fico me perguntando: o que Raphael realmente teria a ganhar, ao fingir ser meu companheiro? Terras? Dinheiro? A situação toda parece tão absurda...TÃO confusa... Recordo-me vividamente do dia em que transportamos Raphael
P.D.V. de Raphael Stone. Quando entrei no grandioso salão da rainha, deparei-me com uma cena digna de realeza sobrenatural... O ambiente estava repleto de pessoas, todas vestidas com trajes elegantes, e a atmosfera exalava uma mistura de luxo e pompa. Mas no instante em que pus os olhos no recinto, minha atenção foi capturada pela visão encantadora da minha filhotinha, Lyanna, sentada ao lado do majestoso trono da rainha Huína. Ao me aproximar, pude distinguir sua presença e cheiro característico, entre a multidão, e meu coração se encheu de alegria e amor... Notei também, que ela estava atenta a uma rainha, “encantada” com os bisnetinhos... A rainha Huína, com muito cuidado, segurava com carinho, e um olhar extasiado, os meus netinhos... e claro seus bisnetos, em seus braços...afinal a avó daquelas crianças era Ravena... Ravena minha companheira amada... Por uma fração de segundo, a ausência da minha marca, veio a minha mente..., mas era melhor me concentrar nisso, em outro mo
P.D.V. de Raphael Stone. Enquanto levava Ravena para a ala de cura, percebi que aquele idiota do Emil se aproximava pelo corredor apressadamente... Alguém deve ter avisado a ele que Ravena tinha passado mal. O que mais me irritou, foi que ele ousou tentar tirá-la dos meus braços... Pensei: "Que morrer saco de ossos?". Para não piorar a situação, limitei-me a rosnar para ele e continuei o meu caminho... De relance, observei quando Emil fechou a cara e torceu as mãos com raiva. Para mim, tanto faz. Se dependesse de minha vontade, ele que explodisse. Não estava com paciência para lidar com os caprichos ou tentativas de heroísmo de alguém que mal sabia cuidar de si mesmo, quanto mais de Ravena. Minha prioridade naquele momento era assegurar que ela recebesse o cuidado necessário, não lidar com as pretensões irritantes de Emil... Segui em frente, ignorando-o da melhor maneira possível, concentrado apenas em garantir o bem-estar da minha Luna. Meu coração parecia prestes a saltar pe
P.D.V. de Irina Ravem. Percebendo a tensão no ar, dividi meu olhar entre Raphael, Emil, e minha mãe. O ambiente estava carregado com um silêncio incômodo, como se algo tivesse acontecido entre minha mãe e Emil, algo que eu não estava ciente. Deixando o lado de Lyanna, me aproximei com preocupação de onde minha mãe estava... Em um sussurro quase inaudível, questionei baixinho. — Mãe... aconteceu alguma coisa entre você e o Emil?... Não entendi nada do que aconteceu aqui — Seus olhos, normalmente calorosos, agora estavam sérios enquanto me encaravam. Ela respirou fundo antes de responder. — Logo conversaremos... neste momento, quero saber o que EXATAMENTE aconteceu com a sua irmã — Sua voz transmitia uma seriedade que me fez perceber a complexidade da situação. Eu assenti, respeitando seu desejo de focar nas preocupações imediatas com Ravena. No entanto, a sensação de que algo importante estava acontecendo pairavam no ar, deixando-me ansiosa pela conversa que viria... Erguendo s
P.D.V. de Ravena Ravem. Senti meu corpo flutuar, uma sensação surreal que me envolvia por completo... Enquanto flutuava, uma névoa misteriosa começou a se formar ao meu redor, obscurecendo minha visão. De repente, a névoa se abriu abruptamente à minha frente... revelando uma cena que desafiava qualquer lógica. Encontrei-me diante de uma estrutura imponente, uma mansão majestosa, que se erguia diante de mim. Entretanto, uma confusão tomou conta de meus pensamentos: “Onde diabos eu estava?” Certamente não era a fortaleza Ravem, que eu conhecia tão bem... Ao longe, ecoavam gritos de uma mulher, angustiantes e cheios de desespero... Um choro dolorido penetrava meus ouvidos, e quando dirigi meu olhar para baixo, uma visão aterradora se desdobrou diante de mim. Corpos muitos corpos... espalhados pelo chão, alguns trajando vestes comuns, outros desprovidos de qualquer vestimenta... Quem eram essas figuras inanimadas? Bruxos, talvez? Ou seres sobrenaturais de natureza desconhecida? A