Dois dias depois, Taylor saiu do hospital e voltou para casa com a mãe. Izabel estava cada dia mais preocupada com o filho. Se ele já era calado por natureza, nos últimos tempos apenas respondia com monossílabos tudo o que ela perguntava.
Ele desceu do carro ainda mancando e andando com certa dificuldade.
Izabel se limitou a segui-lo para dentro de casa.
Ele começou a subir as escadas lentamente.
- Taylor!
Ele parou, mas não se virou.
- Fale, minha mãe.
- Você está bem?
Ele então voltou-se e desceu os dois degraus que tinha subido. Parou em frente a mãe e a olhou curioso.
- A mãe da Angel me disse que nós deveríamos conversar.
Izabel desviou os olhos.
- Conversar sobre o que?
- Boa pergunta, o que você teria para conversar comigo?
Izabel virou as costas e foi em direção a cozinh
Angel se despediu dos amigos com a desculpa que precisava resolver algo para a mãe e se dirigiu a mais um hospital na tentativa de obter notícias da senhora Joana. Depois de esperar mais de meia hora na recepção novamente veio a notícia de que não havia ninguém ali com aquelas características. Respirando fundo ela entrou no carro e decidiu continuar. Iria ao último hospital público de Goiânia, pois seria improvável ela estar em uma clínica particular.Estacionou em frente ao hospital Estadual Alberto Rassi e se dirigiu á recepção. Izabel percebeu pela expressão do filho que ele não estava bem. Fazia mais de uma hora que ele tinha chegado em casa e estava sentado na varanda calado e pensativo.Ela esperou que ele pronunciasse alguma coisa, mas ele continuava lá parado e olhando para um ponto inexistente a sua frente. Ela se aproximou lentamente.- Filho?Ele pareceu voltar a realidade e esboçou um meio sorriso. Taylor tentou controlar as batidas do coração e se aproximou da mãe.- Angel...Izabel se apressou em responder.- Não! ela não é sua irmã!- Como não?- Ela é filha adotiva dele.A cada informação a cabeça de Taylor ficava mais confusa, mas de uma coisa ele tinha certeza. Agora estava com ódio não só de Robert, mas também da mãe. Eles tinham arruinado sua vida, destruído toda uma história de vida de uma hora para outra, como se ele fosse um boneco que pudesse ser manipulado por eles ao seu prazer.Aos poucos ele foi tentando respirar, mas ainda não conseguia articular nenhum pensamento coerente.Andou diversas vezes pela sala calado e então sentou no sofá ao lado da mãe.- Por quê?Izabel o olhou triste.- Por que mentiu pra mim? Por que escoCapítulo 21
Capítulo 22
Taylor estava sentado no bar já fazia mais de três horas e ainda não tinha dito uma palavra. Paulo, o dono do bar e seu amigo pessoal, já tinha ligado para Gustavo e ele também não teve sucesso ao tentar tirá-lo de lá e fazê-lo parar de beber. - Porra, cara, pelo menos me fala o que você tem? Foi algo com a Angel ou bebê? Ele apenas negou com a cabeça. - Seja lá o que for você não vai conseguir resolver bebendo desse jeito. Taylor encarou o amigo. De que adiantava falar. Aquela sensação de vazio dentro do peito não ia passar. Estava com muito ódio de todos naquela hora e só lamentava que Rodolfo estivesse morto e ele não pudesse descontar sua raiva enchendo a cara dele de porrada. Mas Robert estava vivo e ele não deixaria barato aquela traição. Levantou e jogou umas notas sobre a mesa e saiu rapidamente sem dar satisfação aos amigos. Dirigiu feito um louco pela estrada de terra que levava até a fazenda Campo Belo com a clara intenção d
Angel estava preocupada.Já tinha se passado uma semana após o velório da mãe e Taylor estava trancado em casa. Não queria falar com ninguém. Ela não ouviu o pedido dele dizendo que queria ficar sozinho e desde o dia do sepultamento, ela estava na fazenda com ele. Pelo menos seus pais não tentaram impedir que ela fosse. No fundo eles sabiam que Taylor precisava de apoio naquele momento.Angel terminou de fazer o café e saiu a procura dele. A casa estava em silêncio e ela o encontrou sentado na sala lendo a carta de novo.Respirou fundo e sentou ao lado dele.- Lendo essa carta de novo, amor?Ele dobrou o papel e limpou as lágrimas que insistiam em cair dos seus olhos.- Estou tentando entender os últimos acontecimentos da minha vida.Angel sentou no colo dele e ele acariciou a barriga dela.- Pare de se martirizar. Você não tem culpa
Taylor observava enquanto Angel conversava com a mulher sentada na cadeira de rodas. Fazia mais ou menos meia hora que eles tinham chegado á casa de apoio Maria José e durante aquele intervalo de tempo Taylor não a viu levantar os olhos, apenas um rápido olhar quando Angel os apresentou.- Dona Joana, quero que conheça meu namorado Taylor.Ela o olhou rapidamente e deu um meio sorriso.- É bonito, combina com você. - Ele fez o quê?Vanessa ria enquanto Angel contava para a amiga sobre a visita de Taylor à sua casa.- Isso mesmo. Com aquele jeito bruto dele, falou assim: Estou avisando que vou casar com sua filha!- E você acha isso engraçado?- Foi tão romântico!Vanessa revirou os olhos.- Você é doida mesmo!- Por quê? Ele passou por cima do orgulho dele por minha causa, ele me ama!- Você não acha estranho? É como se vocês fossem irmãos.- Claro que não, Vanessa, isso não tem nada a ver.- E agora? O que vai acontecer?Angel sacudiu os ombros.- Não sei. Ele não quer falar com nosso pai e eu estou morando com ele lá na fazenda.- Nossa! Que história louca.Angel respirou fundo.- Vamos mudar de assunto. E você? Como está com o Murilo?<Capítulo 26
Já fazia quase dois meses que Angel tinha se mudado para a casa de Taylor e aos poucos as coisas iam entrando na rotina. Ele tinha contratado uma cozinheira e uma diarista para limpar a casa e cuidava dela como se fosse uma princesa.Angel continuava frequentando as aulas na faculdade e no tempo livre o ajudava com as coisas da fazenda. Ele estava se esforçando para trazer vida para aquela fazenda e os frutos não demorariam a ser colhidos. Vários criadores de cavalos já estavam negociando embriões e ele tinha comprado um caminhão de bois e contratado alguns empregados para fazer a lida diária com os animais. Taylor era uma caixinha de surpresas. Com a mesma habilidade que domava um cavalo bravo ele passava horas na frente do computador fazendo contas e criando planilhas onde colocava os dados dos animais e dos embriões comercializados.Aos poucos, Angel foi aprendendo a lidar com as mudanças de humor