Taylor estava sentado no bar já fazia mais de três horas e ainda não tinha dito uma palavra. Paulo, o dono do bar e seu amigo pessoal, já tinha ligado para Gustavo e ele também não teve sucesso ao tentar tirá-lo de lá e fazê-lo parar de beber.
- Porra, cara, pelo menos me fala o que você tem? Foi algo com a Angel ou bebê?
Ele apenas negou com a cabeça.
- Seja lá o que for você não vai conseguir resolver bebendo desse jeito.
Taylor encarou o amigo. De que adiantava falar. Aquela sensação de vazio dentro do peito não ia passar. Estava com muito ódio de todos naquela hora e só lamentava que Rodolfo estivesse morto e ele não pudesse descontar sua raiva enchendo a cara dele de porrada. Mas Robert estava vivo e ele não deixaria barato aquela traição.
Levantou e jogou umas notas sobre a mesa e saiu rapidamente sem dar satisfação aos amigos.
Dirigiu feito um louco pela estrada de terra que levava até a fazenda Campo Belo com a clara intenção d
Angel estava preocupada.Já tinha se passado uma semana após o velório da mãe e Taylor estava trancado em casa. Não queria falar com ninguém. Ela não ouviu o pedido dele dizendo que queria ficar sozinho e desde o dia do sepultamento, ela estava na fazenda com ele. Pelo menos seus pais não tentaram impedir que ela fosse. No fundo eles sabiam que Taylor precisava de apoio naquele momento.Angel terminou de fazer o café e saiu a procura dele. A casa estava em silêncio e ela o encontrou sentado na sala lendo a carta de novo.Respirou fundo e sentou ao lado dele.- Lendo essa carta de novo, amor?Ele dobrou o papel e limpou as lágrimas que insistiam em cair dos seus olhos.- Estou tentando entender os últimos acontecimentos da minha vida.Angel sentou no colo dele e ele acariciou a barriga dela.- Pare de se martirizar. Você não tem culpa
Taylor observava enquanto Angel conversava com a mulher sentada na cadeira de rodas. Fazia mais ou menos meia hora que eles tinham chegado á casa de apoio Maria José e durante aquele intervalo de tempo Taylor não a viu levantar os olhos, apenas um rápido olhar quando Angel os apresentou.- Dona Joana, quero que conheça meu namorado Taylor.Ela o olhou rapidamente e deu um meio sorriso.- É bonito, combina com você. - Ele fez o quê?Vanessa ria enquanto Angel contava para a amiga sobre a visita de Taylor à sua casa.- Isso mesmo. Com aquele jeito bruto dele, falou assim: Estou avisando que vou casar com sua filha!- E você acha isso engraçado?- Foi tão romântico!Vanessa revirou os olhos.- Você é doida mesmo!- Por quê? Ele passou por cima do orgulho dele por minha causa, ele me ama!- Você não acha estranho? É como se vocês fossem irmãos.- Claro que não, Vanessa, isso não tem nada a ver.- E agora? O que vai acontecer?Angel sacudiu os ombros.- Não sei. Ele não quer falar com nosso pai e eu estou morando com ele lá na fazenda.- Nossa! Que história louca.Angel respirou fundo.- Vamos mudar de assunto. E você? Como está com o Murilo?<Capítulo 26
Já fazia quase dois meses que Angel tinha se mudado para a casa de Taylor e aos poucos as coisas iam entrando na rotina. Ele tinha contratado uma cozinheira e uma diarista para limpar a casa e cuidava dela como se fosse uma princesa.Angel continuava frequentando as aulas na faculdade e no tempo livre o ajudava com as coisas da fazenda. Ele estava se esforçando para trazer vida para aquela fazenda e os frutos não demorariam a ser colhidos. Vários criadores de cavalos já estavam negociando embriões e ele tinha comprado um caminhão de bois e contratado alguns empregados para fazer a lida diária com os animais. Taylor era uma caixinha de surpresas. Com a mesma habilidade que domava um cavalo bravo ele passava horas na frente do computador fazendo contas e criando planilhas onde colocava os dados dos animais e dos embriões comercializados.Aos poucos, Angel foi aprendendo a lidar com as mudanças de humor
Cerca de quatro horas depois, Angel ouviu o barulho do carro estacionando na frente da casa. Já eram quase dez horas da noite e ela estava deitada na cama com a mãe apreensiva pela falta de notícias.Elas correram para a porta e Robert andava devagar com a ajuda de Taylor. Ele sentou pesadamente no sofá e fechou os olhos.- Que droga! Como vou trabalhar com essa perna toda costurada!Marta sentou ao lado do marido.- Você vai ficar quieto até se curar.Taylor abraçou Angel e acariciou os cabelos dela.- Tudo bem?- Tudo bem e você?Ele sacudiu o ombros e torceu a boca.- Estou cansado.- Vem aqui, vem comer alguma coisa.Ele parecia inquieto.- Podemos ir para casa?Robert o interrompeu.- Você pode ficar um minuto, preciso falar com você.Marta olhou para o marido.- Querido, você precisa descansar, n
Angel pensava que um dia se casaria, mas como nunca imaginou que fosse tão cedo não tinha criado nenhuma expectativas de como seria aquele dia.Então tudo aconteceu como em um sonho.Ela queria esperar o bebê nascer para poder escolher um vestido mais bonito, mas Taylor insistiu em oficializar logo aquela união.- Não quero que meu filho venha ao mundo sem estarmos devidamente casados.- Mas Taylor, olha só minha barriga? Não vou achar um vestido que fique bonito.- Claro que vai, eu mando fazer, sei lá. Você fica linda de qualquer jeito.E então eles se casaram no final de dezembro, perto do natal. Se o vestido ficou bonito? Angel se olhou no espelho e se achou a mulher mais linda do mundo. Era verão e o casamento seria na fazenda mesmo pela manhã. Então o vestido era longo de alças fininhas e com um recorte bem abaixo dos seios se abrindo
Taylor não concordava, mas mesmo assim foi com Angel visitar Joana, que ainda se encontrava na casa de abrigo.Antes de descer do carro ele virou-se para ela aborrecido.- Custava esperar o bebê nascer, Angel! Você está nos últimos dias de gravidez, para que se estressar com essa história?Angel segurou a mão dele.- Por favor, Taylor, você prometeu me ajudar.- E estou ajudando, mas essa mulher é muita confusa. Ela não se lembra de nada, como vamos ajudá-la?- Ela disse que vai me mostrar uma foto da filha dela, isso talvez ajude.Ele suspirou impaciente e desceu do carro.- Vamos logo acabar com isso!Angel segurou a mão do marido e andou lentamente para a entrada da casa. Sua barriga agora estava realmente incomodando e ela sentia um peso no baixo ventre que a impedia de andar rápido. Sua respiração estava mais curta
Robert Cavalcanti Murat Neto nasceu quatro horas depois pesando 3,5kg e medindo 52 cm. A médica ainda tentou que fosse um parto normal, mas acabou sendo uma cesariana como tinham programado. Angel ficou acordada o tempo todo e acompanhou todos os detalhes do parto. Taylor não quis entrar na sala de cirurgia. Não teria estômago para vê-la sendo cortada e ficou na porta andando de um lado para outro.Meia hora depois, a pediatra saía da sala com um pacotinho envolto em uma manta. Taylor se aproximou e tentou pegá-lo.- Calma, papai, precisamos limpar e vestir seu filho, espere mais um pouco.- Como está minha mulher?- Está ótima, logo vai vê-la.E então ela sumiu no corredor e Taylor apertou o peito ansioso. Nunca mais ele pensaria em ter um filho. Não aguentaria tanta tensão de novo.Marta e Robert estavam esperando na sala de entrada da clí