Joana não sabia o que fazer para contar ao companheiro que tinha sido despedida do trabalho. Sabia que ele a colocaria na rua sem dó nem piedade e ela novamente teria que viver pedindo um prato de comida em portas de restaurantes.
Não suportava mais aquela vida.
Era muito sofrimento para uma pessoa carregar por uma vida inteira. Nada tinha dado certo para ela. Talvez aquela fosse a forma que Deus tinha achado de fazê-la pagar pelos erros do passado. Talvez sua sina fosse vagar pelo mundo sem direito ao um lar ou uma noite de paz.
Vanessa observou Murilo brincando com Theo. Ele ajudava o menino a construir um curral com pedacinhos de madeira e colocava os animaizinhos de plásticos que ele mesmo tinha comprado de presente para ele.Não estava entendendo aquele comportamento de Murilo de uns tempos para cá. Desde o dia que eles tinham dançado juntos no bar por insistência de Angel que ele não saía mais de perto dela. Estavam namorando? Não, pois nem sequer tinham se beijado desde então, mas ele não saía da sua casa. Ia buscá-la para o trabalho, aparecia de repente sem avisar e trazia mimos para o Theo. Considerada a maior feira de tecnologia rural do Centro-Oeste, a TECNOSHOW seria realizada naquele fim de semana em Goiânia. Angel adorava aquelas feiras e desde pequena ia com os pais.Era um ambiente alegre, cheio de gente falando alto, crianças correndo, muita bebida e fazendeiros ávidos para comprar animais e máquinas agrícolas.Seu pai era um frequentador assíduo tanto para expor animais, como para comprar novos.Naquele ano, porém a animação de Angel estava quase zero e ela chegou a dizer para a mãe que não queria ir. Marta, no entanto, não cogitou pensar na questão.- Lógico que você vai, nem pensar em ficar aqui trancada só porque está grávida.Angel tomava café na cozinha na companhia da mãe e de Laura.- Mãe, não posso nem vestir uma calça.- Ora, vai vestir um vestidoCapítulo 17
Angel abriu os olhos e tentou se lembrar dos últimos acontecimentos. Virou a cabeça e percebeu que estava deitada na cama de um hospital e sua mãe estava sentada em uma cadeira ao seu lado.Sua cabeça girava um pouco, mas ela se lembrou do motivo de estar ali. Taylor!Tentou sentar na cama e percebeu que tinha um soro preso ao seu braço.Marta se aproximou ao vê-la sentada na cama.- Espere um pouco, Angel, você desmaiou, precisa ficar quieta.- Cadê ele mãe? O que aconteceu?Nesse momento seu pai entrou no quarto e parecia muito nervoso.- Pai, fala logo! Taylor está bem?Ele se aproximou e sentou na cama ao lado dela.- Ele está bem, está aqui no hospital também.- O que aconteceu?- Nada demais, ele só desmaiou e teve alguns ferimentos pelo corpo, mas não quebrou nada.Angel levantou da cama.
Dois dias depois, Taylor saiu do hospital e voltou para casa com a mãe. Izabel estava cada dia mais preocupada com o filho. Se ele já era calado por natureza, nos últimos tempos apenas respondia com monossílabos tudo o que ela perguntava.Ele desceu do carro ainda mancando e andando com certa dificuldade.Izabel se limitou a segui-lo para dentro de casa.Ele começou a subir as escadas lentamente.- Taylor!Ele parou, mas não se virou.- Fale, minha mãe.- Você está bem?Ele então voltou-se e desceu os dois degraus que tinha subido. Parou em frente a mãe e a olhou curioso.- A mãe da Angel me disse que nós deveríamos conversar.Izabel desviou os olhos.- Conversar sobre o que?- Boa pergunta, o que você teria para conversar comigo?Izabel virou as costas e foi em direção a cozinh
Angel se despediu dos amigos com a desculpa que precisava resolver algo para a mãe e se dirigiu a mais um hospital na tentativa de obter notícias da senhora Joana. Depois de esperar mais de meia hora na recepção novamente veio a notícia de que não havia ninguém ali com aquelas características. Respirando fundo ela entrou no carro e decidiu continuar. Iria ao último hospital público de Goiânia, pois seria improvável ela estar em uma clínica particular.Estacionou em frente ao hospital Estadual Alberto Rassi e se dirigiu á recepção. Izabel percebeu pela expressão do filho que ele não estava bem. Fazia mais de uma hora que ele tinha chegado em casa e estava sentado na varanda calado e pensativo.Ela esperou que ele pronunciasse alguma coisa, mas ele continuava lá parado e olhando para um ponto inexistente a sua frente. Ela se aproximou lentamente.- Filho?Ele pareceu voltar a realidade e esboçou um meio sorriso. Taylor tentou controlar as batidas do coração e se aproximou da mãe.- Angel...Izabel se apressou em responder.- Não! ela não é sua irmã!- Como não?- Ela é filha adotiva dele.A cada informação a cabeça de Taylor ficava mais confusa, mas de uma coisa ele tinha certeza. Agora estava com ódio não só de Robert, mas também da mãe. Eles tinham arruinado sua vida, destruído toda uma história de vida de uma hora para outra, como se ele fosse um boneco que pudesse ser manipulado por eles ao seu prazer.Aos poucos ele foi tentando respirar, mas ainda não conseguia articular nenhum pensamento coerente.Andou diversas vezes pela sala calado e então sentou no sofá ao lado da mãe.- Por quê?Izabel o olhou triste.- Por que mentiu pra mim? Por que escoCapítulo 21
Capítulo 22
Taylor estava sentado no bar já fazia mais de três horas e ainda não tinha dito uma palavra. Paulo, o dono do bar e seu amigo pessoal, já tinha ligado para Gustavo e ele também não teve sucesso ao tentar tirá-lo de lá e fazê-lo parar de beber. - Porra, cara, pelo menos me fala o que você tem? Foi algo com a Angel ou bebê? Ele apenas negou com a cabeça. - Seja lá o que for você não vai conseguir resolver bebendo desse jeito. Taylor encarou o amigo. De que adiantava falar. Aquela sensação de vazio dentro do peito não ia passar. Estava com muito ódio de todos naquela hora e só lamentava que Rodolfo estivesse morto e ele não pudesse descontar sua raiva enchendo a cara dele de porrada. Mas Robert estava vivo e ele não deixaria barato aquela traição. Levantou e jogou umas notas sobre a mesa e saiu rapidamente sem dar satisfação aos amigos. Dirigiu feito um louco pela estrada de terra que levava até a fazenda Campo Belo com a clara intenção d