Carta para Carrie
O filme Carrie, a estranha me tocou ao ponto de eu querer m****r uma carta para a protagonista, como se ela fosse real. O filme de 1976 foi dirigido por Brian De Palma e é uma adaptação do livro homônimo de Stephen King. É classificado nos gêneros de terror e drama. Não tive as emoções que os filmes de terror costumam causar. Todavia, fui tocada pelo drama em função do bullying que ela sofria dos amigos, bem como pela violência psicológica praticada pela mãe. Tive um estranho desejo de m****r uma carta para a protagonista antes do fim do filme. E resolvi compartilhar o texto por aqui, afinal, de um jeito ou de outro, existem muitas Carries por aí. Então, segue a carta.
Querida Carrie,
Eu também já sofri bullying e já fechei os olhos chorando enquanto muitos riam. Também fiz coisas das quais me arrependo, mas em geral não gostamos de falar sobre isso. Não é mesmo?
Falarei de coisas boas. Aguenta firme. Sei que sua situação é difícil e que você sofre abuso psicológico da própria mãe. Não é fácil sair dessa relação e não existem borrachas para apagar relacionamentos ou partes deles. Bom seria se você tivesse a casa de um parente, de uma avó fofinha pra te acolher. Mas nem todo mundo tem.
Com o tempo, tente perdoar sua mãe, provavelmente ela foi abusada e não consegue se controlar. Ela deve acreditar que está te ajudando e vocês duas precisam muito de ajuda.
Vejo que muitos pais e mães sofridos adoecem os filhos. Mas filhos doentes também podem adoecer os pais. Este não é o seu caso, você só quer se libertar de tanta opressão e viver.
Por isso, faço questão de parabenizá-la. Você notou que seus poderes não são obra do mal, mas apenas ciência ainda pouco estudada. Sua racionalidade é uma grande aliada para você se libertar e, sobretudo, crescer.
Eu me lembro exatamente do dia em que me dei conta que nem tudo na minha vida era responsabilidade dos meus pais. A partir deste dia minha vida mudou muito porque descobri que poderia escolher meus caminhos e escrever minha própria história.
Busquei os estudos como ferramenta e por fim, anos depois, eu tinha uma faculdade e conseguido o trabalho que queria. No caminho, conheci muita gente, encontrei amigos. Devo dizer que não foi nada rápido. Mas lembro de quando completei 31 anos, eu estava comemorando aniversário com amigos queridos e tinha a sensação de que eu podia fazer qualquer coisa. Naquele dia me senti livre. E o que fiz? Dancei a noite toda.
Puxa Carrie, não foi fácil e também não é para muitas pessoas. Então vou te passar umas dicas que aprendi com a esperança de que seja útil:
Quando o emocional pegar pesado, chame o racional para conversar. Às vezes, temos alguns recursos e nem percebemos porque nossas emoções não deixam. Pensa bem, existem pessoas que gostam de você e que podem te ajudar. Lembra da sua professora de educação física? O mundo não está contra você.
Busque um objetivo. Ele te dará motivos para lutar. E quem luta é guerreiro e não apenas vítima. Entendeu? Um objetivo pode te colocar em outro estado, mesmo antes de alcançá-lo.
É importante que o objetivo seja algo do bem. Existem forças que se conectam. Você sabe disso. Procure estudar sobre sincronicidade e verá que um desejo forte somado a uma ação consciente trará muita coisa boa pra você.
Procure perdoar e se perdoar, mas se não for possível, busque ter bons pensamentos. Nossa cabeça é como uma xícara, ela fica cheia do líquido que você coloca. Pode ser vodka, mas também pode ser chá. Escolha o melhor conteúdo, afinal, a cabeça é sua.
Não perca as esperanças. Alguns sonhos demoram muitos anos para acontecer. Contudo, enquanto não conseguir materializar seus grandes sonhos, busque viver as coisas boas que a gente costuma naturalizar. Por exemplo, se você tem boas notas, isso não é natural. É fruto do seu empenho e de sua inteligência. Então, comemore.
E por último, essa gente escrota não merece que você perca sua liberdade e sua vida. Pensar assim é ter inteligência emocional. A razão ajuda até nossas emoções. Acho isso fantástico!
E quanto ao bullying na escola, peça ajuda a sua professora, ao diretor e, se for preciso, busque a Justiça. Alguns comportamentos não são legais.
E se cuida minha querida, a universidade e um crush lindo esperam por você!
Com carinho.
Rosa Scarlett
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