Movi meu quadril, apenas para saber se estava sonhando, mas ao ouvir seu gemido rouco e suplicante vi que não estava. Levando as mãos até minha cintura, ele me impediu de continuar fazendo mais algum movimento.— Não, nossa primeira vez não será assim. — Sentando-se comigo no colo, o capitão apoiou as costas na cabeceira da cama. — Quero que seja especial, Babe. — Tirou uma mecha de cabelo do meu rosto e colocou-a atrás da minha orelha. — Tudo bem? — Eu assenti, mas me movimentei para frente e para trás outra vez, o fazendo arfar.— Como quiser. — Saí de seu colo e me joguei ao seu lado.Incrédulo com a minha audácia, o capitão me beijou outra vez, e mais outra vez. Naquela noite, pela primeira vez depois de tudo que aconteceu, eu me senti à vontade para me abrir com alguém e, por sorte, ele estava pronto para ouvir tudo que eu tinha para falar e estava disposto a me ajudar, mesmo eu tendo sumido por dias.Esse era o significado do amor, não era só sexo, era ser companheiro e amigo na
Durante o almoço a biblioteca era pouco frequentada pelos devoradores de livros, o que me dava um pouco de tempo livre para ler as folhas soltas que encontrei no diário, algumas eu já tinha até memorizado, mas, ao balançar um pouco o livro encontrei, caiu um cartão de visita de uma lanchonete e, por mais estranho que pareça, o nome era familiar. The Charm's, já ouvi isso em algum lugar.Peguei meu celular e coloquei no bolso, fui até um dos corredores onde Emily arrumava os livros novos, toda empolgada, ouvindo música, e chamei sua atenção.— Preciso ir em um lugar rapidinho, você cuida das coisas? — perguntei.— Conta comigo! — Fez um joia com a mão e voltou ao que estava fazendo.Por sorte, assim que saí da biblioteca, um táxi estava deixando um passageiro, e entrei no carro dando o endereço ao homem. Chegando no local, percebi que estava abandonado. A placa um pouco velha e caída, as paredes desgastadas pela chuva e o mau tempo, as janelas quebradas com folhas de jornais e papelão
Depois de toda a confusão, Tyler me levou até sua casa. Ele morava a uma quadra da lanchonete, e o caminho foi rápido e silencioso. Minha cabeça estava doendo devido aos últimos acontecimentos, mas eu precisava me manter acordado para que não perdesse o pouco de memória que recuperei. Maree disse que ele me ajudaria a me lembrar de quem eu era, mas será que conseguiria mesmo?Fiquei com receio de perguntar que tipo de vida ele levava, afinal, ele andava armado, e eu deveria me preocupar de estar andando com ele, mas, durante o caminho, Tyler cumprimentou bastante gente e parecia ser conhecido pelos moradores da região, desde crianças a idosos. Isso me deu uma certa segurança.A casa dele era simples, térrea e bem espaçosa com um pequeno jardim na frente. Assim que entramos, ele me apresentou para sua avó e fomos para o seu quarto. Não tínhamos trocado nenhuma palavra desde antes, e eu estava morrendo de ansiedade, o que viria agora?— Você realmente não se lembra de nada? — perguntou
Contei a Tyler tudo que consegui me lembrar desde que acordei, sobre os lapsos e tudo que me contaram. Muitos fatos ele disse que realmente aconteceram e outros ele disse que foram distorcidos para parecer “normais”. Um deles é que Jessy fingiu ser minha namorada porque só namorou meu irmão por ser totalmente obcecada por mim, que Bryan também era da gangue, que Ryan era mais perigoso do que eu imaginava e que minha mãe e eu nem sempre fomos tão próximos assim. Jamais desconfiei que as pessoas ao meu redor fossem capazes de mascarar a realidade à minha volta para que eu vivesse em uma ilusão, mas minha mãe fazer parte disso era surreal demais.— Você se lembra dos seus avós? — perguntou ele.— Eu tinha avós? — Negando com a cabeça, ele subiu até o quarto e pegou outro álbum de fotografias.— Você cresceu com os avós nesse bairro, onde a gente acabou se conhecendo, mas, depois que sua casa pegou fogo enquanto eles dormiam, você foi morar com a sua mãe e então nunca mais foi o mesmo. —
Fiz com que o rapaz alto e robusto na minha frente se levantasse também. Levei-o até a janela de vidro fumê que ficava no vestiário, de lá tínhamos a visão perfeita da plateia e das pessoas que estavam se aquecendo na quadra.— Está vendo aquela garota ali? Sem camiseta e com estrelas desenhadas nos seios? Ela é a Jessy, sua namorada. e ela está aí para ver você fazer várias cestas hoje, pode ter certeza que, se tivesse algo de errado, ela nem estaria aqui hoje. — Dei dois tapinhas em seu ombro, e ele assentiu.— Obrigada por isso, Drew. — Ele me deu um abraço apertado. — Agradeço por ter você como meu irmão nessas horas. — Bagunçou meus cabelos.— Larga de ser mulherzinha, Bryan — disse, lhe afastando e dando um soco em seu braço de brincadeira.Quando voltei meu foco para pista, eu estava próximo da largada outra vez, era uma volta simples pelo quarteirão, mas já era tarde demais, tentei frear, mas foi inútil. Bati em um poste e, antes do airbag acionar, atingi a cabeça no volante.
— O que você tem para me falar? — Deixei a garrafa em cima da cômoda e fui até meu guarda-roupa, me apoiando em apenas uma perna, sem jogar muito o peso para a outra. Deixei a muleta de lado e tirei minha camiseta.— Ryan me obrigou a ir com ele naquele dia, eu só fiquei preocupada com você, perdido por aí — ela respondeu, se mexendo desconfortável na cama. — E como ele sabia que eu estava lá? — Desabotoei minha calça e, com a ajuda da muleta, me aproximei da cômoda, pegando a garrafa, tirei a rolha e bebi no gargalo mesmo. Me sentei na cama um pouco afastado dela e lhe estendi a garrafa.— Desde quando você bebe assim? — Ergui uma sobrancelha para a sua pergunta, e ela pegou a garrafa, bebendo um bom gole. — Ele colocou uma câmera na biblioteca e consegue te monitorar sempre que está trabalhando — Fiquei surpreso com a resposta, mas para disfarçar peguei a garrafa e tomei outro gole.— Por que você nunca me contou que Ryan não era quem eu pensava? Tomando a garrafa da minha mão, el
Levei Jessy ao hospital e por sorte o tiro pegou de raspão, não foi nada grave e logo ela teve alta. Tive que mentir para o médico sobre o que aconteceu, disse que fomos assaltados na volta para a casa, e ele pareceu acreditar, já que isso estava mais frequente que o normal ultimamente. Pensei que a morena iria para casa comigo e iria continuar contando o que sabia, mas ela me deixou em casa e disse que, por segurança, ia sumir por um tempo, assim poderia se proteger de Ryan.Novamente minha cabeça estava cheia de dúvidas, e ninguém podia saná-las, o que significa que eu precisava fazer alguma coisa. Mas, antes, eu precisava melhorar e tirar o gesso ou poderia me colocar em perigo.Abri a biblioteca um pouco antes do horário, o que Jessy tinha falado ainda estava perturbando minha mente, mas se eu quisesse descobrir alguma coisa sobre Ryan precisava agir normalmente. Esperava que, além da câmera, não tivesse uma escuta aqui. Emilly chegou às oito como de costume e ficou feliz ao me
Estacionei na frente do orfanato, e a garota desceu, o lugar tinha um portão grande e grades bem altas, um belo jardim e uma casa ao fundo, típica daqueles filmes de terror, me senti mal por ela morar ali. Notando que eu estava reparando no lugar, Emilly sorriu e disse:— Não é tão assustador quanto parece.— Se aparecer algum fantasma, você me liga. — A garota sorriu e acenou, se despedindo antes de entrar no orfanato.Dei partida no carro e segui meu caminho para casa, o som ainda estava ligado, e uma música começou a tocar, “Yo” do Chris Brown ecoou pelo veículo, e eu comecei a fazer uma dancinha esquisita ao som da melodia. Não sabia que meu pai curtia esse tipo de música, mas também não sabia que ela era tão… nostálgica.Será que ela foi especial para mim no passado?Ignorando as possíveis novas perguntas que iriam surgir, eu estacionei o carro na garagem e entrei em casa. Não fiquei espantado ao ver minha mãe sentada no sofá com uma garrafa de vinho nas mãos, ela estava assistin