Parte 160EmmaFinalmente, depois de dois meses de espera em que todos nós estávamos ansiosos, mais ainda minha sogra, enquanto nós estávamos sentados no jardim com as crianças na toalha grande de piquenique, ouvimos o barulho de um helicóptero.— Meu Deus! O que é isso? - Yelena cobriu os olhos com a mão.— Eu penso que seja os eu filho mais velho, minha querida - Romeu sorriu, pegando a mão dela.— Será mesmo? - ela se esticou para ver onde o helicóptero iria descer — Mas onde ele vai?— Vai descer na parte do fundo, mama - Enzo respondeu — Eu mandei que abrissem uma parte para que ele pudesse usar.— E você nem me avisou?— A culpa é de seu filho - ele levantou a mão — Foi ele quem me pediu. Não tenho culpa.— Alessandro, você sabia disso? - ela bateu na perna dele.— Sabia sim, mama - ele riu e balançou o corpo — Mas eu tinha que segurar o segredo.— Ah, mas vocês estão me escondendo coisas demais - ela fez um bico.— Eu não, minha sogra - eu disse logo — Se eu soubesse, teria con
Parte 1... Emma Eu me sinto nervosa, preocupada e com uma leve dor de cabeça. Não sei se deveria mesmo fazer isso, mas eu não vou esperar demais e depois ser passada para trás. Isso já me aconteceu uma vez, não quero repetir. Não é fácil me afastar, eu realmente tinha um plano para mim e Alessandro, mas se ele não quer participar disso, eu não posso força-lo a nada. Meu celular toca em cima da mesa. Eu não queria atender, mas tenho que fazer isso. Não posso ser ingrata com as pessoas que me receberam de braços abertos e me aceitaram sem me questionar. Solto um suspiro e aperto o nariz, para evitar fungar ao atender e ficar com voz de choro. Não quero criar um drama maior do que já é. Pego o celular e vejo o nome na tela. Lívia! Eu gosto muito da Lívia. Eu a conheci primeiro, logo que comecei minha relação com Alessandro. Depois veio a Isabela. Eu estava nervosa quando fui conhecer a família dele e Lívia me tratou muito bem. São duas pessoas maravilhosas que tive a oportunidade d
Parte 2 Emma Andei pelo apartamento, olhando tudo com atenção, para guardar na memória e poder recordar que eu tive momentos felizes aqui, ao lado de Alessandro. O apartamento é antigo e por isso mesmo, é enorme. Tem uma decoração linda, chique e que eu sempre gostei desde o começo, mesmo quando Alessandro me deu carta branca para mudar o que eu quisesse. Eu até tento não chorar, mas é difícil. Minha vida mudou tanto depois que eu saí do Brasil e vim morar na Itália. Quando eu cheguei, era apenas uma turista, mas minha vontade de mudar de vida, me fez tentar continuar aqui mais tempo e por isso que eu pedi o visto de estudante. Eu sempre adorei artes, sempre fui ótima em desenho e quando me veio essa ideia, eu sabia que era uma dica do universo para continuar. Foi mais fácil do que eu pensei, conseguir o visto de estudante. Isso só podia ser um sinal. E estava um pouco complicado no começo, eu sei que estava, mas então Alessandro surgiu na minha vida. E foi de uma forma totalment
Parte 3 Emma Eu me sinto perdida e com muito medo do que vai vir para mim no futuro. Meu coração está pesado. Eu não queria deixar Alessandro, mas tenho que fazer isso antes que nossa relação chegue a um ponto em que ficaremos com raiva e mágoa um do outro. Não estamos brigando, mas não estamos conversando também. Nem mesmo a parte íntima de nosso namoro está da mesma forma. E isso me deixa confusa. Será que eu fiz errado em transar com ele logo no início? Eu não sou de fazer esse tipo de coisa. Só tive dois namorados antes de Alessandro e não fui para a cama com eles logo no começo, levou um tempo. Com Alessandro eu nem parei para pensar nisso direito. Me senti muito atraída por ele e talvez pelo modo como eu o conheci, ficou em minha mente que ele era um homem diferente de todos o que eu já tinha conhecido. Só que agora, eu não tenho como saber se errei em ir para a cama com ele logo de primeira, porque não vou comentar com Isabella e Lívia sobre isso. Eu não vou estar aqui pa
Parte 4 Emma Meu celular toca de novo. Dessa vez é Isabela. Com certeza a Lívia deve ter avisado que eu não vou comparecer ao encontro. Respiro fundo e atendo, tentando manter a voz a mais calma possível, para que ela não suspeite de nada. — Oi, Isabela! — Oi... Pode me dizer o real motivo de você não vir até o nosso encontro de hoje? – ela me pergunta com voz séria — E por favor, nem me venha com essa desculpa de que você tem outro compromisso ou então esqueceu. Como eu sabia. Lívia tinha dado o recado a ela. Claro que iria contar. As duas são bem amigas. — Sinto muito, Isabela... Não estou criando nenhuma desculpa. Eu realmente acabei esquecendo porque a semana foi corrida. Isso é uma grande mentira. As aulas na faculdade ainda não recomeçaram e eu não tenho um emprego. Tenho tempo para fazer o que eu quiser. Como ir embora, por exemplo. — Você ainda está pensando que o meu cunhado tem outra mulher? Sim, eu estou, mas não vou dizer isso a ela de novo. Fica parecendo que est
Parte 5... Alessandro Andei por todo apartamento e nada de a encontrar. Peguei o celular e liguei, cinco vezes. Me sinto irritado. É muito tarde para que ela esteja na rua com as amigas. Respirei fundo ao perceber que eu quase não sei nada sobre suas amigas. Nem mesmo tenho o número de alguma delas para ligar. — Merda! – esfrego o cabelo e decido tomar um banho — Porra, Emma... Atende essa porcaria de telefone – eu reclamo como se fosse um adolescente. Solto um suspiro longo e cansado e vou até o banheiro. Um banho vai me ajudar a relaxar os músculos e quando sair do banheiro, talvez ela já esteja de volta. Não vou brigar com ela por estar na rua assim tão tarde, mas ela poderia ao menos ter me avisado que iria curtir a noite com as amigas. Enquanto a água enche a banheira, deixo que minhas preocupações se dissipassem gradualmente, substituídas pelo calor suave que envolve meu corpo tenso. O vapor perfumado das velas queimando ao redor da banheira preenche o ar, criando uma atmos
Parte 6AlessandroEu fiquei tão nervoso que a única coisa que passou em minha mente foi ir direto para casa e contar tudo para minha família. Eles sempre me dão força quando estou assim e agora preciso de uma luz, porque minha mente está travada.Eu saí dirigindo em alta velocidade, o vento soprando pelos vidros semiabertos do carro. Estou tenso e minhas mãos agarram com força o volante do carro. Passei tão rápido pelo sinal vermelho que os carros buzinaram freneticamente e tive que desviar no susto, para não bater em outro carro. Estou focado em chegar logo em casa.Quando passei pelos portões, dei um freio brusco, fazendo os pneus chiarem e o carro deslizou um pouco na brita. Saltei e corri em direção da porta. Desci apressado e quase corri pela casa, indo para a área de lazer. Uma empregada me disse que estão todos reunidos perto da piscina. Até bati a porta de acesso ao abrir. Desci para o gramado e eles se viraram para me olhar.Enzo logo levantou.— O que houve, Alessandro? Por
Parte 7 Emma O sol mal começou a iluminar as ruas estreitas de Palermo quando eu parei o carro naquela praça. Eu não podia ficar e esperar que o dia nascesse, tinha que sair antes que ele voltasse para casa. A essa hora Alessandro já acordou e já se deu conta de que eu não estou no apartamento. Talvez tenha encontrado meu bilhete. Suspirei. Meu estômago está começando a roncar, pedindo por comida. Eu não trouxe nada comigo, nem mesmo uma barra de chocolate para me dar mais um gás no percurso. Eu olho para os retrovisores, um pouco nervosa. Até sinto meus dedos das mãos começarem a doer de tanto que agarro esse volante. Estou muito ansiosa. A cada curva que o carro faz, percebo que não deveria ter vindo dirigindo. Saber a teoria não tem nada a ver com a prática. Se meto o pé no acelerador o carro faz curvas bruscas e se alivio, ele para ou engasga. É péssimo! Isso só revela aos outros por perto, que sou inexperiente ao dirigir. E não vai ser nada legal se outro policial me abordar