Os dias não têm sido os mesmos desde que Belinda se foi. Eu insisto em esquecê-la mas é difícil. Sempre foi fácil e agradável ter a sua presença ao meu lado. Belinda era como uma luz aconchegante com o seu par de olhos exóticos que eu realmente gostava. Mesmo que ás vezes, eu tenha dito ao contrário.
Quando foi que tudo isso mudou ? Pergunto em voz alta. Olho em volta observando o quarto vazio. — Sempre foi assim ? A sensação conflitante dentro do meu peito tem sido minha companheira nas últimas semanas. Essas são coisas nas quais eu não posso compartilhar com ninguém, nem mesmo com minhas irmãs que ainda não aceitaram muito bem o meu divórcio. Eu sei que com o tempo elas irão aceitar Viviane, tudo é questão de tempo. Ainda assim, é díficil chegar em casa e não receber o abraço acolhedor de Belinda.“Como foi o dia do meu CEO favorito ? Eu senti tanto a sua falta amor.” Na ocasião, Belinda envolveu os braços no meu pescoço. Pela diferença de altura ela teve que se equilibrar na ponta dos pés para me alcançar. Eu envolvi sua cintura fina com carinho selando os meus lábios nos dela. Apesar de naquela época eu já estar com Viviane, os lábios de Belinda sempre serão únicos. Talvez seja por ter sido o seu primeiro em absolutamente tudo, eu não sei ao certo, mas agora pensar nisso me trás uma sensação ruim. Belinda terá outros homens ? Afinal, eu era o infiel e agora ela está divorciada.
— Não. Isso não. Trinco o maxilar pela possibilidade. Passo os dedos pela extensão dos meus lábios buscando por algo que não tenho mais. O seu beijo! — Maria! Grito chamando a empregada. A mulher de fios vermelhos surge diante dos meus olhos com o semblante tenso. Outra pessoa que aparentemente detestou as novidades, mas não é momento para lidar com isto. E nem irei. — Você e Belinda eram próximas… descubra o seu endereço e me entregue. — Mas… senhor. — Belinda gostava da sua filha e tenho certeza que não se afastaram simplesmente pelo nosso afastamento. Digo com seriedade. Maria se encolhe diante de mim. — Estou errado ? — Não, senhor Liam. Mas… a senhorita Jennings tem mantido pouco contato. Nós já nos reencontramos no centro enquanto fazia compras para a casa. Porém ela se manteve sigilosa em relação ao seu endereço. Ouvir Maria chamar Belinda pelo seu nome de solteira me causa estranheza e inconformidade. Me recordo das palavras trocadas com Belinda no dia da audiência de divórcio e de como ela fez questão em não continuar utilizando o seu nome de casada. Teria sido tão ruim assim o tempo em que estivemos juntos ? Eu nunca deixei faltar nada para ela. Belinda poderia ter sido um pouco mais grata ou se conformar com a situação, afinal, os meus esforços foram por causa da empresa e é através dela que mantive todos os bens. Mesmo que eu não tenha utilizado todo o dinheiro da sua herança, não significa que eu possa gastar conforme o meu desejo. Eu preciso de mais dinheiro e influência para expandir as empresas. Somente pelos meios legais não será possível e nesse momento, Viviane surgiu como um instrumento para ser utilizado. — Maria. Alguma vez Belinda se queixou ? — C-Como ? A mulher gaguejou me irritando. — Você me entendeu. — Não senhor. Nenhuma vez. Os olhos de Maria vacilaram, dando a entender a sua resposta. — Quando se encontrar novamente com Belinda me traga o endereço. Está dispensada. — Sim senhor. Com licença. Os minutos voaram mas a lembrança de Belinda não. Conforme os dias passavam, mais e mais eu me recordava dela. Antes não era assim ? Respiro fundo. O meu coração sempre pertenceu a mim mesmo. A minha aproximação até Belinda foi calculada, mas eu sempre gostei da sua presença e ela era a minha esposa perfeita. Eu não senti remorso em transar com Viviane, mesmo tendo deixado uma impressão diferente, afinal Viviane precisava pensar que me manipulava e não o contrário. Porém, algo dentro do meu coração está diferente. Um incomodo presente que nunca passa ou diminui. Inconformado com o rumo dos meus pensamentos, faço algo que venho me controlado para não fazer. Disco um número recorrente no meu celular e meu assistente atende. — Diego escute com atenção. Tenho um trabalho para você!BELINDA— Bom dia minha menina! Exclamou a senhora Johnson, minha vizinha. A casa que comprei além de uma excelente arquitetura e paisagem, tem uma boa vizinhança. Fiz questão em comprar em especial a casa ao lado da senhora Johnson, uma antiga professora do colégio interno que frequentei no passado. Diferente do pensamento da maioria das pessoas, tive uma experiência satisfatória e em minha mente só habitam boas memórias. As professoras possuíam conhecimento em como disciplinar e educar os alunos. Todo o corpo docente era rígido, mas acolhedor. Haviam muitas meninas órfãs, assim como eu. Mesmo que eu tivesse o meu padrinho, não era a mesma coisa que ter seus pais vivos. — Bom dia senhora Johnson. A torta de maçã estava uma delícia. Digo sorridente. Um sorriso de orelha a orelha formou-se na face da senhora de meia idade. Entreguei o recipiente à mulher que ruborizou, acanhada mesmo sendo a mesma cujo tratou-me com gentileza e afeto. — Mas eu devo repreendê-la senhora Johnson.
BELINDA. — Quanto tempo faz ? Mikael perguntou segurando minha canhota. Mesmo tendo passado apenas quatro anos, nós mudamos bastante. Na adolescência era uma garota franzina assim como Mikael, mas agora, ele é um homem. Ele está crescido, com o corpo robusto, ombros largos e há uma sombra de uma barba por fazer. Seus olhos verdes contrastam com os seus fios castanhos acinzentados. — Quase cinco anos. Respondi apoiando minha cabeça no seu ombro direito. No passado esse mesmo ombro me amparou diversas vezes e mesmo que seja reconfortante, eu não irei fazer dele um abrigo. Não seria justo com nós dois. Porém, apenas hoje eu serei egoísta. — Você se divorciou. — Sim. Respondi de olhos fechados. — Está grávida. A voz de Mikael vacilou. — De um filho dele. Eu acrescentei. — Você ainda gosta dele Bê ? Mikael perguntou após um tempo. Eu gostaria de dizer que sim e sentenciar essa conversa, mas a verdade é que nem eu mesma sabia aquela resposta. Quando eu conheci Liam eu não pro
BELINDAOs dias passaram voando e após muito refletir, decidi aceitar o convite de ser acompanhante de Mikael no jantar de boas vindas da família Seymour.No passado eu evitei ao máximo tais eventos, mas agora não irei me prender a conceitos ultrapassados. Pois não há necessidade ou justificativa.Talvez uma parte de mim não queira seguir em frente e estar como acompanhante de outra pessoa em um local onde certamente Liam estará presente, trará repercussão e de fato, as pessoas nos olharam como pessoas divorciadas.Busquei entre as opções a peça mais discreta que possuo. Um vestido preto estilo sereia com o comprimento das mangas até o pulso. A escolha do penteado seguiu a mesma na escolha do vestido. Um coque alinhado e baixo. E ao invés do habitual, não estou usando nenhuma joia, apenas uma bolsa como acessório.— Você está belíssima. Vamos ?Assenti apoiando-me em seu braço esquerdo.— Você está sendo gentil. Espero que a minha escolha não desagrade ou inferiorize a família Seymour
BELINDALiam destilou seu veneno, eu apenas o ignorei. Insatisfeito, ele continuou. — Como você tem coragem de ser vista em público, grávida de um filho meu enquanto é acompanhante de um dos membros da família Seymour ? Liam vociferou aproximando-se de mim, porém recuei me afastando dele. — Me diga Belinda, você me deve respeito! Ele disse autoritário. — Respeito ? Quem é você para exigir respeito Liam Beaumont ? Encarei meu ex-marido furiosamente. Como eu posso ter sido tão tola para não reconhecer o homem diante dos meus olhos ? É impossível que alguém mude tão drasticamente desta maneira. Certamente o erro foi meu em ter me enganado em relação a este homem. — Belinda eu sou uma pessoa pública. A empresa segue em ascensão mas você mesmo sabe o prejuízo que minha empresa sofreu com o escândalo do nosso divórcio. Liam se aproximou encurralando o meu corpo. Com afinco eu me esquivei. — Você é realmente inacreditável Liam. Profiro com pesar. — É impressionante que com tudo q
Léon Montmorency encarou Belinda sorridente. Ao seu lado estava Ethan, seu irmão mais velho.Belinda sorriu minimamente e não evitou demonstrar devidamente sua cortesia mediante a presença dos herdeiros de Bastien Montmorency.— É um prazer reencontrá-la senhorita. Os rumores dos últimos acontecimentos chegaram aos nossos ouvidos, como de nosso pai.O tom de Ethan apesar de calmo era frio, escondendo seus reais sentimentos.Léon percebendo o desconforto de Belinda, resolveu dissipar o atmosfera presente. Léon assim como Ethan compartilhavam de boa aparência, ambos eram poderosos em altura e beleza, cativando as pessoas com sua postura aristocrática e burguesa, adquirida por seus antepassados membros da burguesia francesa.— Perdoe meu irmão, senhorita Jennings. Ele tem o péssimo hábito de ser rude na sua presença. O motivo se deve a semelhança que tem com nossa falecida mãe, conhecimento que a senhorita já possui.Léon se curvou diante de Belinda que sorriu.Era verdade que houveram m
— Continua dirigindo e não pare. Viviane murmurou com os olhos em seu alvo. Belinda respirou fundo. Havia se passado pelo menos quarenta minutos e em breve a gasolina chegaria ao fim, mas Viviane não vacilou. Sua mão apontada para o seu ventre se manteve firme durante todo o tempo. — Não pense em fazer gracinhas. Eu descobri o seu segredo. Viviane exclamou sorrindo estranhamente. Belinda não demonstrou nenhuma reação. Girando o volante para a esquerda fez o retorno na avenida principal com conexão com a Parkland. — Não vai tentar se defender ? Indagou Viviane levemente desapontada e irritada. — Eu deveria ? Belinda direcionou um olhar de soslaio. A forma arrogante de Belinda fez Viviane rosnar pressionando o objeto pontiagudo contra a pele do seu braço. Belinda sobressaltou sem soltar o volante. — Não me provoque Belinda. Viviane murmurou. Belinda ergueu a sobrancelha pelo tom ameaçador de Viviane. Provocá-la ? Não, ela não faria isso. Na verdade, Belinda
BAR MOTISAumstand, Luisiana [10:39 pm]— Você é ambicioso. Mas… Jasmin sussurrou mordiscando o lábio inferior de Scott que sorriu ladino. — Eu preciso ir. Eu tenho plantão hoje. Jasmine murmurou abotoando os botões da sua blusa azul marinho. Scott sorriu torto, afivelando o seu cinto. — Eu também. Scott aproximou-se de Jasmin. O corpo da garota ficou entre os braços longos de Scott que a envolveu gentilmente. Os olhos castanhos da garota fitaram as safiras azuis de Scott. O homem possui um olhar profundo e intrigante, o seu par de safiras são únicas e perigosamente penetrantes. Jasmin chegou a conclusão que qualquer outra mulher assim como ela cairia em seus encantos, caso não estivessem preparadas para a sedução presente. — Você pensou na proposta que lhe fiz ? — É perigoso… e mesmo que eu esteja inclinada em aceitar, não será possível Scott. Scott assentiu afastando-se da garota. Em silêncio ele terminou de se vestir. Retirando o cigarro do bolso Scott o acendeu. — É m
BELINDA.Todo o meu corpo estava envolto por uma neblina densa. O ambiente à minha volta era opressor e severamente silencioso.“Oi”“OlᔓTem alguém aí ?” Gritei em busca de respostas mas não as obtive. Caminhando sem destino, eu avancei rumo à escuridão diante dos meus olhos.“Tic tac”“Tic tac”“Tic tac”O relógio toca mas eu não vejo nenhuma sombra do mesmo. De repente, eu escuto um estrondo similar a uma porta batendo.“Isso tudo é sua culpa. Se você fosse digno, minha filha ainda estaria viva. Maldito bastardo!”“Plaft!” Uma mulher esbofeteou a face de um homem maduro. Quando os olhos fixaram-se nos meus a mulher desabou, o homem avançou na minha direção e eu corri.Meu peito começou a doer. As minhas pernas embolaram. Eu caí com o rosto rente ao chão como morta.“MAMÃE!” Uma voz distante gritou. A sua dor era palpável e angustiante. Eu conhecia perfeitamente aquela dor.“Mamãe ?” Escuto uma outra voz, mas agora é diferente. Essa é uma voz que eu não conheço, eu a pro