HENRY* * *— Henry… eu posso explicar. — Béatrice declarou e eu encarei perplexo. A menina em seus braços se contorce de dor, sua pele está completamente vermelha e mesmo que eu quisesse entrar em um conflito resolvo agir ao invés disso. Corri apressadamente até o quarto para vestir minha calça e pegar as chaves do meu veículo.Não demoro muito e já estou na sala. O homem de cabelo acinzentado ainda não havia retornado, sem esperar por ele eu pego a menina dos braços de Béatrice.Assim que a garota está em meu colo ela geme de dor e seu rostinho se contorce. Céus, que menina linda! Meus olhos doem e sinto vontade de chorar pelo desespero, mas me recomponho. Tomando a menina em meus braços, caminhei para fora do apartamento.— HENRY! — Béatrice me gritou do corredor. Não dei ouvidos. Desço os degraus da escada de emergência com medo de vascular e deixar a garota nos meus braços cair. Minha mente está a milhão pensando nas possibilidades dessa garota ser filha de Béatrice e…— Não vo
[ALGUNS DIAS DEPOIS]BÉATRICE* * *Tudo desmoronou, era como se uma avalanche tivesse nos pego de surpresa. Contudo, eu sabia que no final daquela história eu era a errada.Não havia justificativas.Quando eu vi minha filha tremendo nos braços de Henry eu fiquei desesperada e entrei em choque. Foi ainda pior pela forma como ele descobriu.Se eu soubesse que aquelas ligações eram de Sofia e da diretora do internato eu teria atendido, mas eu não poderia imaginar, afinal havia falado com Sofia no dia anterior e estava tudo bem… ou melhor, eu achava que estava.— Ei, não adianta se lamentar agora. — meu pai apertou o meu ombro direito tentando me tranquilizar da merda que eu havia feito.— Eu sei. — respondi tomando um pouco do café da minha xícara. Observo minha filha ainda adormecida em seu quarto na mansão do meu pai.Depois daquele dia a doutora Collins informou que devido a teve um quadro de psicogênica, mais conhecido como febre emocional, o que me deixou parcialmente mais tranquil
BÉATRICE* * *— Como? — perguntei boquiaberta com as palavras do meu irmão. De repente alguém bater na porta, é uma das empregadas.— Senhor e senhorita. — a mulher se curva — Tem um convidado aguardando pela senhorita, posso informar que a senhorita irá descer ou acompanho o mesmo até aqui?— Não. — respondi por reflexo, mas me recomponho para Aeliana não ouvir o teor da conversa — Não… informe ao convidado que estarei descendo. Peça-o para que me aguarde. Por favor.— Sim, senhorita. Irei transmitir as suas palavras. Com licença. — após se curva, a mulher saiu deixando eu e Ethan a sós.— O que pretende fazer? — Ethan questionou e só uma coisa me veio à mente, a minha filha. Sem pensar muito, respondi:— Irei vê-lo. — digo e oriento Ethan a esperar alguns minutos com Aeliana, para que de tempo até que eu leve Henry para um lugar onde possamos nos falar com tranquilidade. Afinal, é um assunto extremamente delicado.Desço os degraus da escadaria da mansão pensando nas possibilidades
BÉATRICE* * *— Eu sinto muito… Henry. — digo entre as lágrimas. É tudo que o meu pulmão cansado consegue falar. Pedir desculpas de um jeito tão covarde.Mesmo que eu peça perdão de joelhos, eu não conseguirei devolver os anos perdidos de Aeliana ou a primeira vez que ela me chamou de “mamãe” que para Henry teriam sido momentos como “papai” também. No fim, pedir perdão é tudo que me resta.— Eu não posso te devolver os anos perdidos de Aeliana… eu sei. — minha garganta dói e o bolo desce rasgando, mas eu não posso parar — Não desista de Aeliana e por favor, não deixe respingar nela nenhum dos meus erros. Ela tudo que eu tenho… sem ela. Eu não tenho mais nada. — declarei com toda a força que me restava no meu corpo — Eu sei que pareço ser uma mãe negligente que abandonou a filha para se vingar do seu ex marido, mas não é sobre isso. — fungo entre as palavras — Eu precisava me livrar de tudo que me amarrava ao passado. Juro que tentei esquecer, mas, todas às vezes que eu via Aeliana eu
BÉATRICE * * * — Ma-mãe? — Aeliana perguntou, um pouco confusa, ela adentrou o escritório. Assim que os seus olhos se encontraram com os meus, ela sorriu correndo na minha direção, porém, ao perceber outra pessoa no local ela hesitou no meio do caminho — Mamãe… porque tá chorando? — ela pergunta mesmo que os seus olhos estejam fixos em Henry. Ao meu lado, Henry permanece imóvel fitando Aeliana com intensidade. Não sei exatamente como está o seu coração, mas provavelmente deve estar uma bagunça e impressionado como a nossa filha parece tanto com ele. Apesar de sermos muito próximas e até mesmo parecidas, Aeliana é como um espelho de Henry. Seus fios são como a obsidiana, além de resistentes, possuem volume, semelhante aos de Henry que só mantém a elegância pelo corte regular. Sorrio observando os dois se encararem em silêncio. Os orbes como safiras fitam Aeliana dos pés a cabeça e eu imagino o que Henry deve imaginar quando ver sua filha vestida de maneira tão peculiar, ele vai
[SEIS MESES DEPOIS]BÉATRICE MONTMORENCY* * * — PAPAI! — Aeliana gritou sendo jogada no alto por Henry que gargalha com a nossa filha. Observo os dois e penso em como em tão pouco tempo os dois se aproximaram, parecendo que nunca estiveram separados. No começo imaginei que fosse necessário fazer terapia, mas no final as coisas fluíram e agora eles se tornaram inseparáveis. — SOCORRO… MAMÃE! — novamente meu pequeno sol grita pulando da cama. Meu coração quase salta para fora ao ver os dois correndo como duas crianças pelo quarto — PEGA A MAMÃE! — Aeliana declarou e os dois viaram na minha direção. Sinto a cama afundar com o peso dos dois, mas sou mais rápida. — Os dois, vamos parando! — adverti tanto o pai como a filha — Em pleno domingo e vocês dois ainda não tomaram nem mesmo chave? — Aeliana fez beicinho descendo da cama. Seguro a vontade de rir diante do seu pijama de dragão — A senhorita está muito indisciplinada, se continuar assim vai voltar para o internato. — Mas mamãe!
BELINDA“Liam, eu estou grávida.” Essa frase tem se repetido em loop na minha cabeça. A voz doce e gentil de Viviane, a acionista da empresa do meu marido, não deixou a minha mente desde esta manhã. Desde então encontro-me dirigindo pela cidade sem destino. “Você me prometeu que iria se divorciar dela.”“E eu irei Viviane. Você está grávida de um filho meu… porém não é tão simples. Mas você sabe, eu amo você!” Após ouvir a revelação calorosa dos dois que terminou em sexo eu comecei a pensar no dia que revelei sobre a minha gravidez. Liam ficou tão feliz, mas agora eu só consigo pensar em como ele foi mentiroso e manipulador. Depois de vagar por tantos lugares eu me pego pensando em como a minha situação é deplorável. Não tenho amigos. Não possuo mais família. Eu não possuo nenhum amparo para me consolar neste momento. Enquanto isso, ele e Viviane desfrutam de sexo casual matinal. Não precisa ser nenhum especialista para identificar o barulho de móveis rangendo e gemidos ofega
BELINDAInstintivamente minhas mãos envolvem o meu ventre. — Eu vou te proteger. Nós não precisamos do seu pai traidor. Mas eu não vou afastar ele de você meu amor eu te garanto isso meu bebê.Sussurro palavras de conforto mais para mim do que para a criança.— Mas se ele não quiser nós dois não se preocupe. Eu tenho amor o suficiente para nós dois.Disco um número conhecido. No terceiro toque sou atendida.— Transportadora Beaumont, Camila falando.Sorrio.— Camila, boa noite aqui é Belinda.Tento ser o mais neutra possível, não quero criar uma comoção desnecessária. Tenho suspeitas em relação a empresa do meu marido. Liam nunca gostou que eu fosse até a empresa, segundo ele não era necessário ou bom que eu ficasse tanto tempo para não destoar a atenção dele do trabalho. Eu tolamente, acreditei nas suas palavras no passado. Mas agora, suspeito que ele mantivesse uma relação casual com Viviane na empresa e a minha presença fosse motivo de murmúrios. Porém, agora não importa. Tudo qu