BÉATRICE— Senhorita? — Cynthia, uma a chefe do departamento de marketing, chamou minha atenção durante a reunião. Encaro os demais acionistas aguardando minha resposta.— Eu concordo. — respondi no automático completamente desconfortável por ter divagado durante a reunião. O gosto de tabaco e café foi marcado profundamente em minha memória e desde de manhã de hoje não tenho conseguido pensar em outra coisa a não ser nele, Henry Fitzgerald.A reunião prossegue com a programação, os planos para adentrarmos os Emirados no próximo semestre segue conforme nossa previsão. Após o meu encontro com o Sheik toda e qualquer inclinação negativa se desfez. Meu pai ficou levemente surpreso pela manobra elaborada pelos meus irmãos, enquanto eu por outro lado sempre acreditei que o resultado seria este.— Os documentos já foram devidamente assinados, senhorita Jennings? — minha secretária perguntou me encarando com os seus olhos de esmeralda. Neguei com a cabeça — Então…?— Entregue todos os docu
BÉATRICE Desço do veículo estacionado em frente ao Luxury & Co, uma das boutiques de luxo da cidade. — Senhorita Jennings. — Eleanor a proprietária exclamou — Há quanto tempo. A malícia transbordando dos lábios da mulher não me surpreenderam. Durante todo o tempo em que fui casada com Liam eu tinha conhecimento das duas segundas intenções com o mesmo. — Saudações, Eleanor. — respondi sem dar muita importância. Caminhei pelo local observando algumas das peças supostamente de luxo disponíveis no local. O meu objetivo inicial não é comprar qualquer um desses vestidos que na verdade não passam de peça barata importada de um fornecedor que produz essas falsificações. Alcanço uma peça de seda em tom carmesim. O tecido em meus dedos assemelha-se a um item da coleção de uma estilista na Suíça. Talvez seja uma réplica, conclui em pensamento. — Esse vestido é muito bonito. — afirmei. — Talvez você deseje provar… porém, eu temo que tenhamos o seu tamanho. — sorri ladino diante da pr
BÉATRICE Jacqueline Villanueva, a mãe de Viviane me encara dos pés à cabeça com desdém e raiva. Uma das informações que obtive com meu pai sobre a família Villanueva é que aparência é mais importante do que caráter e nesse momento, todos ao nosso redor estavam atentos com os olhos em mim e Viviane. Sendo esse um sinal de que nas próximas horas fofocas sobre esse encontro despretensioso se espalharão por toda a cidade. — Senhorita Jennings, há quanto tempo. Seja bem vinda a Aumstand. — Jacqueline Uma saudação fria camuflada com elegância, que patético. — Saudações, senhora Villanueva é um prazer conhecer pessoalmente uma personalidade tão ilustre como a senhora. Uma mulher honrada, digna… um exemplo para a nossa cidade e as jovens garotas que tem como exemplo de moralidade, feminilidade, altruísmo e elegância. — declarei com emoção, transmitindo toda a minha habilidade com mentiras. Se a Belinda me visse agindo dessa maneira com certeza sentiria nojo. Porém, este é um mal ne
BÉATRICE — O que? — Jacqueline perguntou com a voz trêmula. Talvez ela não tenha conhecimento? Tanto faz. — É exatamente o que estou dizendo. Na noite em que eu perdi o meu bebê a desequilibrada da sua filha me ameaçou com um objeto cortante a entrar no carro e dirigir sem destino pela cidade. — minha voz subiu uma oitava. Lembrar desse evento sempre me desperta gatilhos, ainda assim eu precisava continuar — Depois de muito tempo dirigindo ela foi a causadora da colisão e se não bastasse, perfurou o objeto no meu ombro agindo como uma completa descontrolada. — Im…po…ssível. — os joelhos de Jacqueline sambaram diante dos meus olhos e foi preciso a mesma se apoiar na parede ao seu lado. Me mantive impassível observando-a. O que significava essa reação? Talvez uma tentativa de me comover, mas não senti nenhuma empatia pela mesma. — Por causa da assassina da sua filha eu perdi o meu bebê. — continuou sem me importar com o estado perturbado de Jacqueline — Se não acredita em mi
BÉATRICE“Ma-mãe… sinto sua falta.”Essa frase tem feito parte do meu pensamento nos últimos dias e eu não posso evitar não pensar em Aeliana, minha filha. De todas as minhas ações, deixar a minha filha aos cuidados de outra pessoa foi difícil e agora, relacionando-me com Henry, esse segredo se tornou cada vez mais sufocante dentro do meu coração.O meu objetivo era me vingar de Liam e retornar para Suíça, nunca tive o interesse de ficar nessa cidade ou neste país, porém agora, me encontro em completa confusão. Na verdade, estou perdida.— Béatrice? — escuto Henry me chamar, eu o encaro — Está preocupada? — Um pouco… — respondi temerosa. Seus olhos que antes mostravam uma frieza e distância gritante agora demonstram algo diferente.No passado, quando Henry para mim tinha outro nome, ele era um completo enigma, contudo, à medida que os dias passam conheço um homem diferente e esse sentimento tem me afligido.Na verdade, o meu coração tem se perturbado pela culpa. Agora, Henry demons
LIAM “É com orgulho que apresento a todos vocês esta noite a responsável deste projeto que trará melhorias rumo a prosperidade para a cidade, minha filha, Béatrice.” — Belinda? — sussurrei com os olhos fixos no palco. Como assim Belinda era filha do magnata Bastien Montmorency? Não! Isso é impossível. — Boa noite a todos. — a voz de Belinda reverberou todo o ambiente. O tom semelhante a uma doce fruta, tão sutil como ao vento que toca a nossa pele, alcançou os meus ouvidos, inflamando o meu corpo com lembranças do passado — É uma honra ser apresentada publicamente a todos vocês. Compreendo que para muitos de vocês possa ser difícil entender, mas confiem nas palavras do meu pai. Passei muitos anos com o segredo da minha verdadeira identidade por motivos de segurança. — Belinda fez uma pausa, sendo amparada por Bastien e seu filho mais novo, Ethan — Quando ainda era um bebê, minha família, eu e minha falecida mãe fomos vítimas de uma terrível perseguição, porém agora esse assunto já f
LIAMOlho novamente através do retrovisor para ter certeza antes de deixar o veículo. Na noite anterior não consegui dormir absolutamente nada por conta das palavras de Bastien, meu ex-sogro.— Ha… — uma risada fraca sai através dos meus lábios. Em outros cenários eu teria rido, porém, agora, não vejo nenhuma graça.— Bom dia. — exclamou a recepcionista de fios castanhos e olhar cansado. — Saudações. Gostaria de falar com a diretora-executiva, Belinda Jennings. — afirmei. A mulher à minha frente me encarou em silêncio, desviando o olhar para o aparelho telefônico à sua esquerda. Olho em volta e sorrio satisfeito por não haver muitas pessoas na recepção.— O senhor pode subir. A senhorita Montmorency lhe aguarda na sala da diretoria. — assenti com amargura engolindo o gosto com dificuldade.Adentrei a caixa metálica com o pensamento presente em minha mente: Belinda é realmente a filha mais nova de Bastien Montmorency? Durante toda a madrugada essa era a notícia predominante nos jornai
[AVISO: O capítulo contém cenas de violência doméstica. Caso esse tópico possa se tornar gatilho para você, por favor leia o próprio capítulo em diante.]LIAMAtravesso a entrada do edifício utilizando todo o meu autocontrole. Já bastam as humilhações sofridas há poucos minutos, não quero ser motivo de burburinhos na cidade.Decido passar em casa antes de ir para o escritório, pois preciso trocar de roupa já que não passei a noite em casa.Estaciono o veículo de qualquer jeito em frente a garagem. Abro a porta de casa já sentindo uma atmosfera diferente, com certeza hoje é uma das manhãs de surto de Viviane.Os móveis bagunçados, cacos de objetos pelos corredores, e os empregados com os olhos vazios sem saber como agir.— Preciso me livrar dessa mulher. — murmuro retirando a gravata apertada.— Senhor Liam. — Juliana, umas das empregadas se aproxima — A senhora Viviane desde cedo quebra os objetos. Tentamos conte-la com os comprimidos, mas infelizmente não tivemos resultado.— Tudo be