BÉATRICE — O que? — Jacqueline perguntou com a voz trêmula. Talvez ela não tenha conhecimento? Tanto faz. — É exatamente o que estou dizendo. Na noite em que eu perdi o meu bebê a desequilibrada da sua filha me ameaçou com um objeto cortante a entrar no carro e dirigir sem destino pela cidade. — minha voz subiu uma oitava. Lembrar desse evento sempre me desperta gatilhos, ainda assim eu precisava continuar — Depois de muito tempo dirigindo ela foi a causadora da colisão e se não bastasse, perfurou o objeto no meu ombro agindo como uma completa descontrolada. — Im…po…ssível. — os joelhos de Jacqueline sambaram diante dos meus olhos e foi preciso a mesma se apoiar na parede ao seu lado. Me mantive impassível observando-a. O que significava essa reação? Talvez uma tentativa de me comover, mas não senti nenhuma empatia pela mesma. — Por causa da assassina da sua filha eu perdi o meu bebê. — continuou sem me importar com o estado perturbado de Jacqueline — Se não acredita em mi
BÉATRICE“Ma-mãe… sinto sua falta.”Essa frase tem feito parte do meu pensamento nos últimos dias e eu não posso evitar não pensar em Aeliana, minha filha. De todas as minhas ações, deixar a minha filha aos cuidados de outra pessoa foi difícil e agora, relacionando-me com Henry, esse segredo se tornou cada vez mais sufocante dentro do meu coração.O meu objetivo era me vingar de Liam e retornar para Suíça, nunca tive o interesse de ficar nessa cidade ou neste país, porém agora, me encontro em completa confusão. Na verdade, estou perdida.— Béatrice? — escuto Henry me chamar, eu o encaro — Está preocupada? — Um pouco… — respondi temerosa. Seus olhos que antes mostravam uma frieza e distância gritante agora demonstram algo diferente.No passado, quando Henry para mim tinha outro nome, ele era um completo enigma, contudo, à medida que os dias passam conheço um homem diferente e esse sentimento tem me afligido.Na verdade, o meu coração tem se perturbado pela culpa. Agora, Henry demons
LIAM “É com orgulho que apresento a todos vocês esta noite a responsável deste projeto que trará melhorias rumo a prosperidade para a cidade, minha filha, Béatrice.” — Belinda? — sussurrei com os olhos fixos no palco. Como assim Belinda era filha do magnata Bastien Montmorency? Não! Isso é impossível. — Boa noite a todos. — a voz de Belinda reverberou todo o ambiente. O tom semelhante a uma doce fruta, tão sutil como ao vento que toca a nossa pele, alcançou os meus ouvidos, inflamando o meu corpo com lembranças do passado — É uma honra ser apresentada publicamente a todos vocês. Compreendo que para muitos de vocês possa ser difícil entender, mas confiem nas palavras do meu pai. Passei muitos anos com o segredo da minha verdadeira identidade por motivos de segurança. — Belinda fez uma pausa, sendo amparada por Bastien e seu filho mais novo, Ethan — Quando ainda era um bebê, minha família, eu e minha falecida mãe fomos vítimas de uma terrível perseguição, porém agora esse assunto já f
LIAMOlho novamente através do retrovisor para ter certeza antes de deixar o veículo. Na noite anterior não consegui dormir absolutamente nada por conta das palavras de Bastien, meu ex-sogro.— Ha… — uma risada fraca sai através dos meus lábios. Em outros cenários eu teria rido, porém, agora, não vejo nenhuma graça.— Bom dia. — exclamou a recepcionista de fios castanhos e olhar cansado. — Saudações. Gostaria de falar com a diretora-executiva, Belinda Jennings. — afirmei. A mulher à minha frente me encarou em silêncio, desviando o olhar para o aparelho telefônico à sua esquerda. Olho em volta e sorrio satisfeito por não haver muitas pessoas na recepção.— O senhor pode subir. A senhorita Montmorency lhe aguarda na sala da diretoria. — assenti com amargura engolindo o gosto com dificuldade.Adentrei a caixa metálica com o pensamento presente em minha mente: Belinda é realmente a filha mais nova de Bastien Montmorency? Durante toda a madrugada essa era a notícia predominante nos jornai
[AVISO: O capítulo contém cenas de violência doméstica. Caso esse tópico possa se tornar gatilho para você, por favor leia o próprio capítulo em diante.]LIAMAtravesso a entrada do edifício utilizando todo o meu autocontrole. Já bastam as humilhações sofridas há poucos minutos, não quero ser motivo de burburinhos na cidade.Decido passar em casa antes de ir para o escritório, pois preciso trocar de roupa já que não passei a noite em casa.Estaciono o veículo de qualquer jeito em frente a garagem. Abro a porta de casa já sentindo uma atmosfera diferente, com certeza hoje é uma das manhãs de surto de Viviane.Os móveis bagunçados, cacos de objetos pelos corredores, e os empregados com os olhos vazios sem saber como agir.— Preciso me livrar dessa mulher. — murmuro retirando a gravata apertada.— Senhor Liam. — Juliana, umas das empregadas se aproxima — A senhora Viviane desde cedo quebra os objetos. Tentamos conte-la com os comprimidos, mas infelizmente não tivemos resultado.— Tudo be
LIAMA realidade se mostrou pior do que eu imaginava. Diego me informou sobre todos os contratos rompidos com a empresa. Se fosse somente um ou outro não haveria problemas, e mesmo que todos estejam suscetíveis ao pagamento das multas, isso não significa que esses pagamentos serão feitos de imediato. Pelo contrário, o pagamento deste pode levar até doze meses e até lá a empresa terá falido.— Merda! — espalho a pilha de documentos pela mesa sem me importar com os funcionários que me encaram do outro lado da parede de vidro — Qual a justificativa para tudo isso Diego? O que os sócios lhe informaram?— Senhor Liam, os motivos são diversos, sendo sincero, isso parece ser um movimento planejado.— Foi o que pensei. — rebati. É óbvio que esse movimento foi planejado. Durante todos os anos visei executar o meu trabalho com profissionalismo e perfeccionismo justamente para nunca chegar a uma situação como está. Como foi que as coisas saíram do controle? Ou melhor, por qual motivo?— Senhor
LIAMAproximadamente às dezesseis horas o avião pousa na instituição para garotas, onde a diretora Claire Elanor me aguarda.— Senhor Beaumont, seja bem vindo. É uma infelicidade que tenhamos que nos encontrar nessas circunstâncias. — afirmou a mulher. Assenti fazendo uma breve saudação — Me acompanhe por favor. A jovem Sofia, sua filha, já se encontra estável. As garotas infelizmente reuniram-se para realizar essa imprudência e acabou acarretando em Sofia cair da escada e quebrar a perna esquerda no processo.— A senhora já averiguou se essa situação se trata realmente de um acidente inocente ou de uma atitude premeditada? — questionei. Apesar de cumprir o meu papel devidamente, não tenho certeza se Sofia está ou não sofrendo alguma espécie de bullying. E se este for o caso, o ideal é cortar o mal pela raiz.— Mas é claro senhor Beaumont. — Clair afirmou — Nós já interrogamos todas as meninas envolvidas, além disso temos as imagens das câmeras de segurança. É claro que disponibilizam
LIAM— Acabei de chegar na cidade. Assim que tomar um banho eu estarei no escritório. — desligo a ligação que estava com Diego. De todos os contratos, conseguimos recuperar cinco sócios mas ainda assim não é o suficiente.— Papai! — Sofia me chama meio sonolenta. A viagem de avião não foi das melhores, tivemos turbulência fora o atraso no embarque. Uma viagem que deveria durar algumas horas levou muito mais, fazendo-me perder um dia de trabalho. Agora são exatamente nove da noite, a mansão esta completamente em silêncio e organizado, um sinal claro de que Viviane não retornou para casa.— Senhor Liam, senhorita Sofia. Sejam bem vindos! — as empregadas declaram em uníssono. — Sofia irá ficar no quarto do térreo até receber alta, não informei por telefone eu sinto muito. — digo pois havia esquecido. Muitos foram os pensamentos dessa viagem que acabei me perdendo diante da realidade.— Não se preocupe senhor Liam, iremos providenciar o aposento da senhorita Sofia imediatamente. — Isabe