LIAM “É com orgulho que apresento a todos vocês esta noite a responsável deste projeto que trará melhorias rumo a prosperidade para a cidade, minha filha, Béatrice.” — Belinda? — sussurrei com os olhos fixos no palco. Como assim Belinda era filha do magnata Bastien Montmorency? Não! Isso é impossível. — Boa noite a todos. — a voz de Belinda reverberou todo o ambiente. O tom semelhante a uma doce fruta, tão sutil como ao vento que toca a nossa pele, alcançou os meus ouvidos, inflamando o meu corpo com lembranças do passado — É uma honra ser apresentada publicamente a todos vocês. Compreendo que para muitos de vocês possa ser difícil entender, mas confiem nas palavras do meu pai. Passei muitos anos com o segredo da minha verdadeira identidade por motivos de segurança. — Belinda fez uma pausa, sendo amparada por Bastien e seu filho mais novo, Ethan — Quando ainda era um bebê, minha família, eu e minha falecida mãe fomos vítimas de uma terrível perseguição, porém agora esse assunto já f
LIAMOlho novamente através do retrovisor para ter certeza antes de deixar o veículo. Na noite anterior não consegui dormir absolutamente nada por conta das palavras de Bastien, meu ex-sogro.— Ha… — uma risada fraca sai através dos meus lábios. Em outros cenários eu teria rido, porém, agora, não vejo nenhuma graça.— Bom dia. — exclamou a recepcionista de fios castanhos e olhar cansado. — Saudações. Gostaria de falar com a diretora-executiva, Belinda Jennings. — afirmei. A mulher à minha frente me encarou em silêncio, desviando o olhar para o aparelho telefônico à sua esquerda. Olho em volta e sorrio satisfeito por não haver muitas pessoas na recepção.— O senhor pode subir. A senhorita Montmorency lhe aguarda na sala da diretoria. — assenti com amargura engolindo o gosto com dificuldade.Adentrei a caixa metálica com o pensamento presente em minha mente: Belinda é realmente a filha mais nova de Bastien Montmorency? Durante toda a madrugada essa era a notícia predominante nos jornai
[AVISO: O capítulo contém cenas de violência doméstica. Caso esse tópico possa se tornar gatilho para você, por favor leia o próprio capítulo em diante.]LIAMAtravesso a entrada do edifício utilizando todo o meu autocontrole. Já bastam as humilhações sofridas há poucos minutos, não quero ser motivo de burburinhos na cidade.Decido passar em casa antes de ir para o escritório, pois preciso trocar de roupa já que não passei a noite em casa.Estaciono o veículo de qualquer jeito em frente a garagem. Abro a porta de casa já sentindo uma atmosfera diferente, com certeza hoje é uma das manhãs de surto de Viviane.Os móveis bagunçados, cacos de objetos pelos corredores, e os empregados com os olhos vazios sem saber como agir.— Preciso me livrar dessa mulher. — murmuro retirando a gravata apertada.— Senhor Liam. — Juliana, umas das empregadas se aproxima — A senhora Viviane desde cedo quebra os objetos. Tentamos conte-la com os comprimidos, mas infelizmente não tivemos resultado.— Tudo be
LIAMA realidade se mostrou pior do que eu imaginava. Diego me informou sobre todos os contratos rompidos com a empresa. Se fosse somente um ou outro não haveria problemas, e mesmo que todos estejam suscetíveis ao pagamento das multas, isso não significa que esses pagamentos serão feitos de imediato. Pelo contrário, o pagamento deste pode levar até doze meses e até lá a empresa terá falido.— Merda! — espalho a pilha de documentos pela mesa sem me importar com os funcionários que me encaram do outro lado da parede de vidro — Qual a justificativa para tudo isso Diego? O que os sócios lhe informaram?— Senhor Liam, os motivos são diversos, sendo sincero, isso parece ser um movimento planejado.— Foi o que pensei. — rebati. É óbvio que esse movimento foi planejado. Durante todos os anos visei executar o meu trabalho com profissionalismo e perfeccionismo justamente para nunca chegar a uma situação como está. Como foi que as coisas saíram do controle? Ou melhor, por qual motivo?— Senhor
LIAMAproximadamente às dezesseis horas o avião pousa na instituição para garotas, onde a diretora Claire Elanor me aguarda.— Senhor Beaumont, seja bem vindo. É uma infelicidade que tenhamos que nos encontrar nessas circunstâncias. — afirmou a mulher. Assenti fazendo uma breve saudação — Me acompanhe por favor. A jovem Sofia, sua filha, já se encontra estável. As garotas infelizmente reuniram-se para realizar essa imprudência e acabou acarretando em Sofia cair da escada e quebrar a perna esquerda no processo.— A senhora já averiguou se essa situação se trata realmente de um acidente inocente ou de uma atitude premeditada? — questionei. Apesar de cumprir o meu papel devidamente, não tenho certeza se Sofia está ou não sofrendo alguma espécie de bullying. E se este for o caso, o ideal é cortar o mal pela raiz.— Mas é claro senhor Beaumont. — Clair afirmou — Nós já interrogamos todas as meninas envolvidas, além disso temos as imagens das câmeras de segurança. É claro que disponibilizam
LIAM— Acabei de chegar na cidade. Assim que tomar um banho eu estarei no escritório. — desligo a ligação que estava com Diego. De todos os contratos, conseguimos recuperar cinco sócios mas ainda assim não é o suficiente.— Papai! — Sofia me chama meio sonolenta. A viagem de avião não foi das melhores, tivemos turbulência fora o atraso no embarque. Uma viagem que deveria durar algumas horas levou muito mais, fazendo-me perder um dia de trabalho. Agora são exatamente nove da noite, a mansão esta completamente em silêncio e organizado, um sinal claro de que Viviane não retornou para casa.— Senhor Liam, senhorita Sofia. Sejam bem vindos! — as empregadas declaram em uníssono. — Sofia irá ficar no quarto do térreo até receber alta, não informei por telefone eu sinto muito. — digo pois havia esquecido. Muitos foram os pensamentos dessa viagem que acabei me perdendo diante da realidade.— Não se preocupe senhor Liam, iremos providenciar o aposento da senhorita Sofia imediatamente. — Isabe
LIAM* * *Empurro a porta da entrada da cozinha com receio de acordar as empregadas. O local está tão escuro que não consigo enxergar quase nada e o receio de esbarrar em algum dos móveis sufocante. Porém, com cautela sigo o meu caminho.O meu corpo está cansado, contudo, eu consegui obter as respostas que precisava.Subo os degraus com cuidado para não deixar rastros, apesar que não existem mais vestígios do que aconteceu. Mas, ainda assim me sinto sujo como se o peso e a sujeira do mundo inteiro cobrisse o meu corpo.Sigo caminho até a minha suíte em silêncio.Ligo o registro do chuveiro de imediato, o que me permite esquecer todos os erros cometidos até o momento.Em toda a minha vida eu nunca fui um homem de arrependimentos e não seria agora que iria começar a cogitar essa ação. Porém, é estranho que eu não tenha uma satisfação ou sentimento de realização com as minhas conquistas.Quando foi que esse sentimento começou a mudar? Foi no momento que conheci Belinda ou quando ela me
LIAM* * * — PAPAI! — Sofia me alertou por estar derramando o café em minha mão. Mesmo com o líquido quente acabei não sentindo dor. — Senhor Liam, a sua mão! — Isabel se aproximou segurando minha mão direita com preocupação — Vou providenciar a pomada para queimaduras. — Papai… o senhor tá bem? — Sofia perguntou ansiosa com o rosto deprimido. Sorrio torto diante da sua preocupação genuína. Assenti comprimindo a toalha sobre a minha mão enquanto aguardo Isabel retornar. — Estou bem, filha. — respondi tentando transparecer com sinceridade. Bem, na realidade eu não menti. Existem alguns assuntos que ocupam a minha mente, porém compartilhar esses problemas com Sofia não adiantará de nada — O papai só está um pouco cansado. — conclui. — C-certo. — Sofia retrucou com desconfiança. Por esta impossibilidade de se movimentar por conta da sua queda, Sofia retorna o seu corpo para a posição anterior que lhe trás conforto imediato — Pai! — Sim… — Lá no internato… quan-do uma de nós se se