ELA ESTAVA MAGRA DEMAIS PAA A IVI QUE EU CONHECIA há apenas alguns dias antes. A Ivi que deixei em segurança no Rio de Janeiro. A Ivi que ainda alguns dias atrás, me jogou água benta na cara.LA ESTAVA MAGRA.
Essa Ivi era diferente de uma maneira quase dolorosa de se olhar. Haviam círculos escuros á baixo de seus olhos, o que indicava que também havia passado muito sono.
Mas a peculiaridade que fez meus olhos lacrimejarem, seguindo da dormência em todos os meus membros, foi o temor assombrado em seus olhos castanhos. Geralmente redondos e cintilantes, estavam opacos, apagados, e sem vida. Eles pareciam estar carregando todas as sombras do mundo lá dentro. E algo me dizia que eu sabia bem o porquê.
― Ivi! ― Meu grito a alcançou antes que eu pudesse me conter, e Arbo me deteve por um dos braços ao
-MAS QUE GRANDE MERDA. ― ALGUÉM sibilou em algum lugar.Os tremores desembocaram uma reação em cadeia difícil de ser controlada. Era como se o mundo estivesse todo dentro de mim, me puxando, me rasgando, me comprimindo, me modelando como uma massinha de modelar. O fato, era que eu não sabia quanto tempo seria capaz de resistir enjaulada naquele inferno persistente de reações controversas. Eu sentia minha coluna se partindo, assim como minhas costelas pareciam estar sendo projetadas para fora do corpo, como se toda a luz que existisse no mundo estivesse aprisionada dentro de mim, desejando desesperadamente se libertar.Eu estava entrando em colapso. Imaginava que isso se assemelhasse com o que acontecia no Sol da Meia Noite, ou quando a luz beijava as sombras.Eu era o céu noturno, e sentia suas estrelas se colidirem dentro de mi
FALANGES DAS TREVAS.Eu havia ouvido algumas histórias sobre elas.Elas eram responsáveis por todos os Renegados que existiam na face da terra. Estavam cheias de almas humanas dentro de si, duplicando suas forças. Assim como também estavam cheias de poderes de outras Falanges, que se transformaram em Renegados Celestes.Mas o detalhe de todo o erro no processo das coisas, era que elas eram das Trevas, então, que demônios faziam em Miriad?Me vi ganhando forças nos músculos imediatamente, me torcendo e conseguindo fazer com que minhas pernas começassem a me obedecer, mesmo que um modo débil.— Mas... que diabos? — alguém crocitou de algum lugar, mas não fui capaz de saber qual.Me arrastei para longe enquanto ouvia os sons da batalha iniciada á apenas alg
MORRER TEM SUAS QUALIDADES NEGATIVAS. É doloroso, difícil, confuso. Voltar de tudo isso, é ainda mais.Emergi de um lago escuro, onde eu flutuava e coexistia. Minha mente perecia anexada á algo que me impedia de voltar. Como estar em um sono sem sonhos, mas atribulado e agitado. Como se o véu escuro á frente de meus olhos tivesse sido rasgado, me permitindo ver a luz.De alguma maneira, eu estava de volta á meu corpo, podendo tocar meus pensamentos confusos.A respiração voltou a meu peito junto com minha compreensão.Viva.Eu estava viva.Infelizmente, as sensações que acompanhavam meus sentidos não eram das melhores. Respirar doía, assim como tentar me mover e todo o resto. E mesmo sem me mexer, eu podia sentir uma dorzinha irritante em meu rosto.Solt
-VOCÊ QUER FAZER O MALDITO FAVOR de parar de puxar a barra desse vestido para baixo, Eveline? — Ivi crocitou enquanto repuxava os olhos com os dedos á frente do espelho do seu quarto, tentando acertar o traço do delineador com os lábios formando um biquinho de peixe.— Ivi... eu já não tenho mais certeza sobre isso... quero dizer, este vestido está muito curto!— Não quer que suas pernas estejam fáceis de serem pegas hoje, Eve? — Arbo sorriu de forma maliciosa do outro lado do quarto, ajeitando melhor o corpete de sua fantasia de Tempestade, dos Ex-Man. Era tão irônico quanto uma travessa de batatas. A diferença, era que o vestido era extremamente curto, colado e sexy. Uma espécie de Tempestade Medieval. Itham poderia fazer xixi nas calças quando visse aquilo.&mdas
Os galhos afiados da árvore espinhosa e seca lá fora arranhavam a construção de madeira velha enquanto ela observava pela janela branca com a tintura descascada. A chuva caía grossa lá fora, como se o mundo estivesse acabando em água, levando às enxurradas um gatinho branco bueiro abaixo e apedrejando com força o telhado da única construção mais próxima.As vigas tremiam enquanto o vento forte acertava a casa velha, o ar em movimento entrando pelas frestas e emitindo rugidos aleatórios e assustadores enquanto o mundo uivava lá fora.Ela não esperava menos.Se perguntava se finalmente haveria acontecido.Haviam tantos anos que ela observava por aquela janela! E nada nunca mudava. Porém, agora, a natureza parecia urrar com algo que ela rapidamente poderia identificar co
P A R T E I _ C H A M A S"Para o frio existe o calor.E essa chama até então desconhecidanãopermitiráQue o frio permaneça"._autor desconhecido.ANOITE ESTAVA SILENCIOSA. A lua grande e brilhante no céu escuro e limpo era uma clara evidência do clima agradavelmente quente que a atmosfera continha. As estrelas formavam uma linha torta e deslumbrante nas entrelinhas manchadas de cinza acima das nuvens, lembrando ás pagina rabiscadas de um caderno. Desorganizado, mas incrível.A cidade flutuava em um longo si
IVI ESCORREGOU EM UMA POÇA DE LAMA pela enésima vez.— Ora... malditos acontecimentos climáticos. Há algo malditamente errado sobre isso tudo... — ela chutou lama pra longe enquanto arrumava seus cachos ruivos em baixo da boina rosa novamente. — se eu der mais um espirro, vou me desequilibrar e acabar com a bunda bem em cima de uma dessas poças ridículas.Pisquei contra o vento frio, que soprava meu cabelo em todas as direções, menos para a direção certa. Com as mãos enfiadas em punho nos bolsos do casaco, eu tentava digerir pelo menos metade das coisas que vinham acontecendo em minha vida. Patético. Ao fim da tarde, os cafés ao ar livre que costumavam estar sempre cheios de gente bebericando coca gelada, agora era só um amontoado vazio de cadeiras geladas.
PROCUREI POR RESQUÍCIOS DE ALGUMA ANOMALIA no mais profundo de meus olhos enquanto encarava meu reflexo no espelho quadrado de meu banheiro, todo envolvido em ladrilhos brancos com cristânios arroxeados.Vamos lá, aconteça! Seja lá o que for que possa acontecer... se é que realmente está acontecendo de fato alguma coisa...Talvez, se eu balançasse as mãos para cima e para baixo...Oh, idiota...Mas minha imagem pálida parecia apenas a mesma imagem pálida de sempre. Meus cabelos cor de chocolate se emaranhavam em ondas até minhas costas, as sardas que salpicavam meu rosto estavam bem pronunciadas como de costume, o que me garantia aquele ar de criança ridiculamente petulante que Havana vivia dizendo que eu tinha. Só que reparando bem agora, examinando cada peda&cced